In Dire Straits
Bellatrix entrou por uma passagem escondida atrás de um quadro que ilustrava um castelo em um penhasco, um temporal molhando e relampejando o lugar. Snape decidiu segui-la. Atravessou a sala, mas assim que passou por debaixo do lustre de cristal as velas se apagaram. Um zumbido ecoou e um vento forte soprou pela sala.
Mas então ele ouviu um sibilo, vindo de algum lugar. Ficou parado, escutando. Pensou em pegar sua varinha e então percebeu que ela havia sumido! “Bom, se é assim que devo morrer, que seja!” pensou.
Viu um clarão e logo tudo ficou escuro.
Embaixo da mansão existia um complexo de masmorras. Nessas masmorras foram feitas instalações novas que compreendiam várias salas. Essas salas eram utilizadas pelos bruxos de Voldemort para testarem feitiços poderosos e fazerem toda sorte de novas experiências.
Em um calabouço, no fim do corredor, Severo foi acorrentado à parede úmida de pedra. Acordou com o barulho de água pingando. Foi difícil se acostumar com a escuridão. Tentou se mover e então percebeu que ele estava completamente acorrentado os pés e mãos presas por grossos grilhões à parede.
Uma voz de mulher veio do teto e falou alto e claro:
–Ora, ora Severo! Finalmente o nosso Lorde resolveu acreditar em seus mais fiéis seguidores e mesmo assim, em sua infinita sabedoria, vai lhe dar uma chance... – Bellatrix parecia um pouco contrariada quanto a última parte do seu discurso.
–Parece Bellatrix, que finalmente, à custa de outros, você está acima de mim. – respondeu ironicamente Snape.
“Cale-se, Crucio!”
Ele sentiu como se seus ossos estivessem sido partidos e sua pele sendo arrancada pouco a pouco. Mas embora a dor fosse insuportável, nem uma lágrima saiu de seus olhos ou algum gemido foi pronunciado. Em resposta, ele simplesmente riu.
Bellatrix se enraiveceu mais ainda. Por mais que fizesse, aquele homem não se dobrava a sua maldição. Por fim, desistiu de torturá-lo, não tinha graça! E, mesmo depois de uma hora de dor insuportável e cortes por todo corpo, Severo sorriu ironicamente e disse calmamente:
–Isso é tudo o que você pode fazer? Não me admira que fosse parar em Azkaban e que sem a ajuda do grande Lorde você não teria saído de lá.
Bufando, a bruxa atirou uma varinha no chão a poucos centímetros dos pés de Snape e declarou:
–Se é tão bom assim, quero ver você conseguir sair vivo do labirinto que o Lorde preparou especialmente para testar sua lealdade a nossa causa!
Rindo loucamente ante a perspectiva de ver Snape sofrer inimagináveis infortúnios, ela fechou o alçapão que dava para a cela onde estava o prisioneiro.
Nesse instante, ele não resistiu mais e perdeu a consciência.
“Severo, acorde! Salve o nosso filho!”
Subitamente, ele acordou. Todo corpo doía como se um daqueles veículos trouxas houvesse passado por cima de si, como era mesmo o nome daquilo? Tartores? Não importava logo se lembrou: sonhara com Lílian. Isso bastou para acordá-lo por completo e lembrar-lhe porque estava ali.
Com muito esforço, tentou alcançar a varinha com os pés. Porém só conseguiu afasta-la mais. Prestes a desistir, a imagem de Dumbledore veio a mente.
Era uma manhã fria de natal, quando Dumbledore aparecera em seus aposentos e lhe dissera: Venha, preciso lhe ensinar uma coisa. Sorrindo como uma criança que ganhou um doce, ele continuara: Acho que... é.. uma meia hora bastará...
Essas amargas lembranças de seu velho amigo, agora morto, despertaram o ódio intenso do qual ele se motivava a fazer o que fazia.
“Lembre-se: dizia Dumbledore em sua mente. A verdadeira magia está em vocÊ e não nos instrumentos pelos quais você a amplifica.”
Severo se acalmou até manter sua mente vazia. Com os olhos fechados, visualizou a varinha por algum tempo. Em seguida, abriu a mão direita e falou alto e claro:
“Pelos laços ancestrais,
Pelo sangue que nos uniu era atrás,
És meu por direito!
Venha a mim, ó poderoso Coração de Dragão!”
Um vento frio se manifestou, varrendo a cela. Devagar, a varinha de Snape começou a rachar! Creck Creck e então, algo surpreendente aconteceu, assustando até mesmo o próprio bruxo: em uma nuvem de fumaça roxa, surgiu, rodopiando sobre si mesmo, um rapaz baixinho, vestido em elegantes roupas que séculos atrás foram moda nas cortes da Europa Medieval. Olhando mais atentamente, Snape percebeu que o rapaz tinha pequenos chifres de dragão acima das orelhas pontudas, e os olhos eram felinos com íris vermelhas!
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