Tornado



Tornado
Ao passarem pela porta, Tonks a fechou, largou Lupin e se virou para ele, ia começar a falar... Mas foi interrompida antes de qualquer movimento de seus lábios.
—Sinto muito! Por tudo! E ele passou o braço pela sua cintura, a aproximou, e a beijou, como a muito tempo ele gostaria de ter feito.
Isso realmente a pegou de surpresa, e como ficou sem palavras se entregou aquele beijo, o abraçou de volta e continuou o que ele havia começado... Era bom, como era gostoso, já estava esquecendo daquele beijo... Se abraçaram apertado, e aquele momento parecia não ter mais fim, e estava quase sem fôlego, não conseguiam se largar... Mas eles tinham que conversar, e então puseram um fim naquele beijo ardente. Lupin ensaiou uma careta. E Tonks comentou — Sei, é menta né... Também prefiro Tutti-fruti. E o abraçou.
—Porquê você demorou tanto! - Se queixou ela ao seu ouvido. – Já estava começando a desejar que não viesse... Aliás foi por pouco...
—Bom, - interrompeu ele – sei que demorei, mas quando me decidi fui atrás de você, isso é uma longa história, mas o importante é que eu te encontrei, e estou aqui, para nunca mais te deixar. Lupin abriu um sorriso, aquele sorriso, que ele bem sabia que Tonks havia se apaixonado.
Agora foi a vez dela procurar por seus lábios e recomeçaram a se beijar, se apertavam cada vez mais, nada seria capaz de separá-los ali, estavam colados um ao outro, a soleira da porta e ainda não eram dez da manhã. Quando acharam que era o suficiente para conversar mais um pouco, desgrudaram os lábios mais uma vez, permanecendo num abraço apertado, se olhando.
Tonks nunca o vira agindo assim, isso a surpreendeu pois estava acostumada a beijos mais discretos, digamos assim, e definitivamente preferia o novo jeito. Chegou mais perto do ouvido de Lupin e disse:
—Acho melhor entrarmos... Sabe parte desta vizinhança são meus parentes... E tem um olhando para cá. —Bom dia tia Maria! — Lançou ela para a senhorinha chocada que estava regando o jardim da casa ao lado.
Lupin corou imediatamente e seguiu Tonks casa adentro sem encarar a velhinha. Assim Tonks o puxou pela mão passando pela sala e seguindo até a cozinha, onde encontrou seus pais.
—Papai, mamãe, este é Remus Lupin, meu namorado (sem acrescentar o “homem da minha vida” para surpresa de seus pais). Bom, cuidem dele por um instante enquanto eu vou me arrumar... - E o largou na cozinha.
Lupin não se sentia nada a vontade diante do casal, era mais fácil quando eles não sabiam quem ele era, agora ele estava realmente sem jeito,vermelho e sem graça, não sabia o que fazer com as mãos, para onde olhar, nada. Nunca tinha conhecido os pais de alguma namorada, ou mesmo tinha tido uma!
Então o pai de Tonks começou a investigação, afinal não dera tanta atenção ao colega de Tonks, mas certamente daria atenção ao namorado.
—Namorado, é? Bom, no que mesmo que você trabalha, você poderia ser mais preciso?
—Pare com isso Ted, não vê que ele já está sem graça! Pelo visto eles acabaram de se acertar, tenho certeza que tem muito para conversar mas no momento preciso que você vá casa de sua mãe para ver se está faltando algo.
—Mas eu preciso saber sobre ele, de onde veio, coisas assim. Ele vai ficar para o jantar, não? O que é que eu vou responder quando perguntarem sobre o novo namorado da minha filha? Sempre fico inventando nomes de profissões para que eles possam compreender – saiu ele resmungando e seguindo em direção a sala, para ir a casa de sua mãe...
Lupin não deixou de prestar atenção que ele era o “novo” namorado, e embora isso o tenha incomodado um pouco, ficou mais perturbado com a palavra “jantar” e o comentário “quando perguntarem”.
—Não se preocupe com meu marido, ele sempre fica nervoso quando Nimphadora apresenta um namorado... Preocupado em não dar bola fora sabe? Disse arrumando a cozinha para começar a preparar a comida. Hoje tem um jantar especial aqui, e se você quiser ficar ficaremos encantados! – Continuou ela sorrindo...
—Bem, não sei...
Nisto Tonks reaparece, em sua aparência normal, com uma calça jeans e uma blusa branca, simples e trouxa, como deveria aparentar.
—Mamãe, estou levando ele para o jardim, sabe, precisamos conversar... - Agarrou a mão de Lupin e se foi pela porta dos fundos em direção ao quintal.
Lá pararam mais uma vez e se aproximaram, Tonks passou as mãos em torno do pescoço de Lupin, que por sua vez a agarrou pela cintura, puxando-a para mais perto (como se fosse possível), assim começaram a se beijar novamente, se nem pensar que estava no quintal, a vista da Sra. Tonks.
—Cuidado, deste jeito posso ter a falsa impressão de que você está apaixonado...- Brincou Tonks, meio que sondando ele.
—Não se preocupe com isso, tenho certeza que estou mandando a impressão certa. – Retrucou ele, enquanto colocava a mão em sua nuca, puxando-a para mais um beijo. - Deixando se levar pela saudade que apertou seu peito por tanto tempo.
Quando finalmente se largaram, ela lhe apontou uma mesa no fundo do jardim – Espere ali um minuto, tenho que ir falar algo para mamãe. – E correu para a porta.
Lupin seguiu para a tal mesa, e percebeu algo se aproximando dele, quando olhou para trás encontrou o que o estava observando: um cão, grande e magro, com pêlos caramelo, compridos e ondulados. O cão parou ao seu lado e começou a uivar, e como não houve resposta, uivou novamente, para que fosse bem entendido. E uivou chorosamente, esperando a resposta que não vinha.
Enquanto isso Tonks falava com sua mãe:
—Mamãe, não precisa mais fazer aquela poção...
—Mas filha, você tem certeza de que ele não mudará de opinião? Bom, eu já havia começado a prepará-la, acho mais prudente terminar e congelar... Não quero ser desanimadora, mas nunca se sabe,né?
—Mamãe, se eu tiver que usar esta poção após hoje, pode ter certeza que ela não me será mais útil, pois sei que irei para Azkaban antes que eu possa usá-la.
Foi quando escutaram o uivo do cão.
Nimphadora, como você pode deixá-lo sozinho com Tornado? Ele não gosta de estranhos... Principalmente quando eles são magos!
As duas saíram porta afora para salvar Lupin da fera que seu cão era... Ao menos sempre fora, melhor, nem sempre, mas o importante é que Lupin corria perigo.
Ao chegarem próximo deles as duas se deparam com a seguinte cena:
O cão uivava e Lupin respondia calmamente:
—Não sei o que você quer, e não posso te entender, porque você não me deixa em paz?
E novamente o cão uivava, cada vez mais dolorosamente por não ser compreendido.
—Já disse, não posso te ajudar, sai a daqui. – Dizia ele paciente ao cão.
—Tornado! Já para sua casinha. – Ordenou Andrômeda.
O cachorro uivou uma ultima vez para Lupin e se voltou para trás, caminhando em direção a sua casinha.
—Desculpe Lupin se minha filha te deixou com esse cão maluco... Depois do que ela fez com ele, nunca mais foi o mesmo, e devo me confessar surpresa por ele não ter te machucado, você usou algum feitiço?
—Não, não se preocupe, vamos dizer que é de minha natureza me dar bem com estes animais...
—Certo, vou retornar a cozinha, qualquer coisa que precisar me avise!
E Andrômeda retornou a sua cozinha deixando mais uma vez Lupin e Tonks a sós.
—Mas afinal, o que é que você fez a esse pobre animal? Ele veio a mim se lamentar, mas infelizmente não pude compreender porque. – Perguntou ele se aproximando dela.
—Bem, vamos dizer que eu sempre quis um bichinho para levar a Hogwarts, e ao invés disso ganhei um cachorro de meu pai, o Tornado. Eu o transfigurei em rato para que pudesse levá-lo... Acontece ele não se deu conta de ser um pequeno rato ao invés de um setter irlandês... Corria atrás dos animais “menores” até que algumas corujas se juntaram e o atacaram... O Sr Filch o achou dentro de uma armadura no terceiro andar, pelo barulho, de tanto que ele tremia... Bom, ele nunca mais foi o mesmo, e quando voltou para casa, comeu Split, a corujinha da mamãe.
—Por conta disso ela tem que buscar as edições do profeta, Tornado comeu algumas corujas que faziam a entrega e o Profeta não as envia mais aqui. Ele não deixa nenhuma coruja se aproximar. Bom se ele voltar a atormentar ameace a transformar em um rato... Isso deva bastar... – Mas acho que ele não vai aparecer tão cedo, ele não gosta muito de mim, sabe?
—Certo, onde estávamos mesmo? - Disse Tonks já o abraçando e puxando para o quartinho dos fundos.
—Não creio que seja apropriado, ficarmos a sós num quarto. Disse meio sem graça, e voltando a ser racional, coisa que ele não era há quase 12 horas (deve ter sido difícil para ele).
—Bom, temos que conversar e hoje e o 77º aniversário da minha avó, e neste ano minha mãe vai fazer o jantar, daqui a pouco todas as minhas tias e primas vão estar aqui ... Mas se você quiser podemos ficar lá fora... Tenho certeza que ela vão apreciar o que você tem a dizer... – Disse Tonks zombeteira...
Ele estava certo de que iriam ter uma conversa seria e seria difícil para Lupin explicar a ela o que ele estava sentindo, certamente uma platéia não o deixaria mais à vontade. Torceu o nariz e a seguiu até o quartinho.

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