O Fechamento de Hogwarts



A sala do ministro da Magia da Inglaterra era um aposento nobre, com cortinas azul-marinho em uma grande janela – enfeitiçada, pois estavam metros abaixo do solo - , quatro poltronas confortáveis diante de uma mesa retangular de madeira escura e bem talhada. Diversos pergaminhos, tinteiro, penas e lembróis, além de uma fotografia com um menininho loiro sorrindo, compunha esse cenário.
Nas paredes havia somente um quadro de paisagem marinha à direita da janela e à esquerda um brasão do Time de Quadribol da Inglaterra, o que denunciava uma provável paixão por quadribol no atual ocupante dessa sala.
Em uma dessas poltronas estava uma senhora magra com olheiras profundas, vestes sóbrias, chapéu preto pontudo, aguardando silenciosamente a presença do Ministro.
- Desculpe o atraso, Prof.ª MacGonagall – disse Rufo Scrimgeour, saindo apressadamente da lareira, dando uma olhadela geral na sala rapidamente enquanto sacudia as cinzas das vestes, e, apontando sua varinha para a janela, fechou as cortinas.
A professora ergueu uma sobrancelha, pensou que Rufo talvez estivesse ficando meio maluco como o auror Olho-Tonto Moody, mas respondeu num tom menos enérgico que o seu habitual.
- Não tem problema, Ministro. O Conselho chegou a uma decisão?
- Sim, e eu lamento dizer... precisamos concentrar nossas forças na segurança de bruxos e trouxas, e para isso precisaremos da força de todos o nosso pessoal para conter Você-Sabe-Quem. Não será possível disponibilizar aurores para fazer a segurança da escola. Não por enquanto. Eu sinto muito em lhe dizer.
A professora afundou mais na cadeira. Hogwarts fechada? Dumbledore jamais consentiria nisso, mas ele não estava mais lá. Se fora para sempre porque confiara demais em alguém que não merecia. Voltando do rápido devaneio falou:
- Eu ficarei lá. Com certeza os outros professores também. E quando a guerra acabar a escola reabrirá. Sem dúvida essa situação é temporária – disse com um olhar de esperança e desafio. Sabia que ela e os professores não estariam lá. Batalhariam através da Ordem da Fênix.
- Profª...hum... talvez exista uma forma de eu convencer o Conselho a manter a escola aberta... se eu tivesse muitos estudantes para proteger, em especial um que todos gostaria de ter por perto...
- Sinto muito, Ministro, mas não posso influenciar o garoto. Ele não aceitou sua proposta, porque assim como Dumbledore pensava, Stanislau Shupinke não é um Comensal e... – falou com um certo aborrecimento de quem recebe uma proposta inconveniente.
- Desculpe-me interrompê-la, Profª MacGonagall - falou Rufo abruptamente - mas já que não posso contar com sua ajuda, nem a do menino, tenho muito trabalho a fazer. Passar bem.
Ele disse isso com uma cara nada simpática, levantado-se rapidamente, o que indicava que era hora dela de partir. Minerva MacGonagall, ergueu o rosto em tom de desafio, dirigiu um último olhar felino para o Ministro e saiu.
Após sair de uma lareira na Sala do Diretor em Hogwarts, agora sua sala, sentiu-se profundamente só. Tantos anos trabalhando, dedicando-se, não podiam parar por ali. Enquanto pensava nisso uma figura alta, ou melhor, gigante, irrompeu pela sala ofegante.
- Professora Minerva!!! E então, como foi, o que faremos? – era o meio gigante Hagrid, o professor de Trato das Criaturas Mágicas e Guarda-Caças do castelo.
- Não são notícias boas, suspirou a bruxa.
- Não, não podem fechar a escola, Professora! O que o Dumbledore diria? – falou o meio Gigante com uma voz rouca de emoção.
A Prof.ª pensou por um instante. Não, não iriam desanimar.
- Ele diria para lutarmos, Hagrid, lutarmos na Ordem da Fênix, até varrer esse mal do mundo! – Disse a professora com seu olhar felino brilhando com toda a sua bravura. Vamos convocar os professores, Hagrid. Tenho certeza que o único traidor já demonstrou de que lado sempre esteve – disse se referindo a Severo Snape, antigo colega, que assassinou o ex-diretor Alvo Dumbledore com o feitiço imperdoável da morte.
Hagrid aspirou profundamente essa coragem e saiu para procurar os outros professores. Hogwarts não seria simplesmente fechada. Nunca estaria à mercê dos acontecimentos que as Trevas bem entendessem. A Escola também entraria na Guerra. E com força total

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