In love Again (YSL)
Capítulo Sete – “Nos acertamos”
Encontrava-se ali, sentado numa cadeira ao lado do leito de Mia com os braços sobre a cama e a cabeça apoiada sobre eles, ninguém menos que Olívio Wood. O ser que ela mais detestava e mais amava em todo o mundo bruxo.
A garota chamou-o mais duas vezes, inutilmente como sempre. Fitou-o de um jeito desdenhoso, mas ao se certificar que não havia mais ninguém na enfermaria, seu olhar se transformou em carinhoso; ela sorriu, aproximando-se mais do rapaz, e começou a acariciar seus cabelos, enquanto lágrimas e mais lágrimas brotavam em seus olhos.
- Por que tem que ser assim? – ela sussurrava, enquanto afastava com cuidado uma mecha de cabelo dos olhos de Olívio – Por que quando você acordar vai voltar para a outra, e nós teremos que continuar fingindo que odiamos um ao outro quando na verdade, nós dois sabemos que nos amamos profundamente? – uma lágrima escorreu pelo rosto delicado de Mia, e ela fechou os olhos fortemente.
Soltou um longo suspiro, e tornou a fitar um Olívio adormecido, que roncava e suspirava de vez em quando.
- Ah, vejo que já acordou, Srta. Chang!
Mia tomou um susto. Virou-se automaticamente para a porta da enfermaria, e corando furiosamente, viu Madame Pomfrey saindo de sua salinha com uma bandeja com uma poção anil fumegante.
- Ma-Ma-Madame Po-pp-Pomfrey! – ela gaguejou, soltando suas mãos do emaranhado castanho dos cabelos de Olívio, se afastando bruscamente do rapaz.
- Está melhor, querida? – perguntou a enfermeira sorrindo, enquanto despejava a poção em um copo, e a entregava a Mia – Beba tudo, você vai se sentir melhor.
- Obrigada. – agradeceu Mia num murmúrio, o rosto escarlate. Seu olhar pousou em Olívio novamente; aquela posição não devia estar nada confortável para o garoto dormir. – Hm... Madame Pomfrey. – ela chamou a enfermeira que àquela hora estava arrumando o leito vazio ao lado.
- Sim? – ela falou, erguendo os olhos para encarar a garota.
- Hm.. não seria melhor se nós, hm... quer dizer, se Olív... Wood – ela corrigiu, corando – deitasse em alguma cama? Ele vai ficar com uma put...baita! – corrigiu novamente – Dor nas costas se continuar a dormir desse jeito.
Madame Pomfrey sorriu, fitando Mia de um jeito de quem sabe algo que Mia desconhecia.
- Acho que a essa altura ele já deve estar acostumado. – disse a enfermeira misteriosamente, voltando aos seus afazeres.
- Como assim, “a essa altura”? – indagou Mia com o cenho franzido.
Madame Pomfrey voltara à sua salinha, e respondia com uma voz ligeiramente alta.
- Ora, esse rapaz dormiu aí com você todas as noites em que você esteve inconsciente! – respondeu ela em um tom assombroso.
- Todas as noites? – indagava Mia confusa – Quanto tempo eu fiquei aqui?
- Seis dias! – respondeu Madame Pomfrey, enfiando a cabeça para fora da salinha, enquanto Mia sentia o cheiro de algo queimando – Ai, droga!
Mia arregalou os olhos, franzindo o cenho ao mesmo tempo – SEIS DIAS?! Achava que tivesse desmaiado no dia anterior e que hoje fosse domingo.
- E esse rapaz, Wood. – continuou Madame Pomfrey, trazendo um pedaço de torta um pouco chamuscada na cobertura – Ele veio aqui todas os dias e todas as noites, depois do treino de quadribol, te visitar!
- E a senhora permitiu?! – perguntou Mia erguendo uma sobrancelha, enquanto a enfermeira lhe passava o pedaço de torta para ela comer.
- No começo, não. – respondeu ela franzindo o cenho parecendo ligeiramente indignada – Mas adiantou? Eu o expulsava, trancava a enfermaria, e ele entrava pela janela, voando com a maldita vassoura. Eu enfeitiçava a janela, ele arrombava a porta. No fim, depois de três noites tentando fazer ele sair de perto de você, eu acabei desistindo. – respondeu ela pensativa, enquanto soltava um suspiro e voltava para sua salinha – Rapaz insistente, esse! – ela exclamou, virando-se para encarar Mia antes de desaparecer de vista.
Mia fitou Olívio novamente, com um misto de compaixão, gratidão e amor no olhar.
Sorriu, apesar de seus olhos estarem marejados, e começou a estapear o braço do rapaz levemente – só assim para ele acordar.
Olívio abriu os olhos, sonolento, e deu pulo de susto ao encarar Mia, caindo com um baque da cadeira.
- Olívio! – ela deu um gritinho esganiçado, descendo da cama e ajudando o rapaz a se recompor – Você está bem? – perguntou ela, sentando-se no chão ao lado dele.
- Eu é que pergunto! – exclamou ele levantando-se e puxando Mia pelas mãos – Você está se sentindo melhor? Ah! Que bom! O galo está quase sumindo... – disse ele alisando a testa de Mia, que corou furiosamente.
- Hm...é, está sim. – respondeu Mia sem graça.
- Ah... é... que bom. – gaguejou Olívio corando, e tirando a mão de sua testa rapidamente.
Os dois se encararam por um tempo. Os olhos de Mia brilhavam ao encarar os de Olívio. Sua respiração estava ofegante, e seu coração batia acelerado.
- Olívio – ela começou num sussurro, mas foi interrompida.
- Mia – ele a chamou, abraçando-a pelos ombros fortemente. Sentia que a garota ia ser levada dali se ele não a segurasse – Mia, tive tanto medo de perder você! – ele sussurrou no ouvido da garota, que se arrepiou.
- Não vai. – disse ela sorrindo, abraçando o rapaz com força – Você nunca vai me perder!
Olívio sorriu fracamente, os olhos marejados. Eles se soltaram aos poucos e ele se sentou no leito, fazendo sinal para a garota o acompanhar.
- Quando eu vi você, imóvel no chão, tinha uma poça enorme de sangue em volta da sua cabeça. – ele começou, a voz rouca – Eu achei que tinha te perdido pra sempre sabe? Sem nem ao menos – ele parou, suspirou demoradamente – Sem nem ao menos ter tido você em meus braços.
Mia sentiu os olhos arderem. Continuava fitar Olívio de um jeito muito carinhoso.
- Eu desci correndo pela arquibancada, e te carreguei até aqui. – continuou Olívio – Madame Pomfrey ficou assustada, nunca tinha visto ela reagir daquela maneira. Eu fiquei realmente desesperado. – ele desviou seu olhar dos olhos de Mia e começou a fitar o chão. Mia viu uma lágrima caindo dos olhos do rapaz – Nunca tinha me sentido desse jeito sabe? Nunca tive tanto medo. – ele disse, fechando os olhos bruscamente, enquanto as lágrimas pendentes se esvaiam de seus olhos, e ele voltava a encarar os olhos negros cintilantes de Mia, que estavam marejados.
- Foi o que eu senti quando vi você com a Kate Bell, no Três Vassouras. – disse ela, as lágrimas escorrendo pelos olhos – Senti que tinha te perdido.
Olívio abriu uma careta, amargurado.
- Eu estava com raiva de você. – retrucou ele – Doeu demais ter visto você beijando o Morlevat! Achei que vocês tinham voltado.
- Pois agora você sabe que não voltamos, e mesmo assim continua com a Bell! – retorquiu Mia enciumada, erguendo ligeiramente a voz.
- Não, não continuo. – respondeu ele, sobrepondo sua voz à de Mia – Até ela percebeu o que estava rolando entre a gente, sem nem ao menos nós mesmos termos admitido!
- Isso prova como ela é inteligente! – exclamou Mia emburrada.
- Não, isso prova como somos burros! – respondeu Olívio encarando a garota e sorrindo. Ela encarou os olhos castanhos de Olívio que brilhavam de um jeito estranho, e sorriu em resposta.
Encorajado pelo sorriso de Mia, Olívio se levantou do leito, e pôs-se defronte a garota, tocando de leve seu rosto. Sorriu ao ver que a garota tremia levemente. Mia, que continuava sentada na cama, pôs suas pernas envoltas das de Olívio, prendendo o garoto, que sorriu. Ele aproximou seus lábios do rosto de Mia, migrando para seu pescoço, beijando-o carinhosamente. Mordiscou de leve a orelha da garota, e foi formando uma trilha de beijos até chegar aos lábios de Mia. Roçou seus lábios nos da garota de leve de um jeito provocador, e para a indignação de Mia começou a beijar o outro lado de seu pescoço. Olívio sorriu, beijando de leve a outra face de Mia, chegou novamente aos seus lábios, roçando-os de um jeito provocador, mordendo-os carinhosamente. Mia sentia que seu coração ia explodir. Seu corpo todo se arrepiava com as provocações de Olívio, sentia a respiração quente do rapaz em seu rosto, e o perfume amadeirado que ela tanto amava. Olívio abriu um sorriso ainda maior e deu um selinho de leve, enquanto Mia abria sua boca sorrindo. E então, ele a beijou. Um beijo longo e apaixonado, que só foi interrompido cinco minutos depois, quando os dois estavam sem fôlego.
Mia sentiu seu corpo todo tremer de leve, e arrepios percorrerem sua espinha quando Olívio afastou seus lábios do dela. Sua respiração estava ofegante, e suas testas unidas.
- Te... Amo. – sussurrou Olívio ofegante, segurando a nuca de Mia com uma das mãos e com a outra entrelaçava seus dedos nos dela.
Mia abriu seus olhos, que até àquela hora continuavam fechados e encarou os olhos brilhantes de Olívio. Abriu um largo sorriso.
- Também amo... você. – respondeu ela, seu peito subia e descia com a respiração rápida e ofegante.
Olívio sorriu, segurou as duas mãos de Mia, e beijou cada uma, colocando-as em volta de seu pescoço logo em seguida, enquanto levantava Mia da cama, e segurava-a pelas coxas, como se segurasse um grande bebê no colo. Mia enlaçou a cintura do garoto com as pernas, soltou uma risadinha e beijou o pescoço de Olívio.
- Mi... Mia! Aí... por favor!! Aí nã-não! – gaguejava ele enquanto Mia ria e sentia o corpo do rapaz se arrepiar e tremer.
- Descobri seu ponto fraco. – sussurrou ela sorrindo maliciosamente, enquanto tornava a mordiscar o pescoço do rapaz, bem próximo à orelha – Onde você está me levando? – perguntou ela, ao ver que ele caminhava para a porta da enfermaria.
- Ué, decidi que você teve alta hoje! – exclamou ele animado.
- Olívio, nem se atreva a sair dessa enfermaria! – advertiu ela – Eu estou de camisola!
- Ah, querida, sem problemas! – disse descontraído, abrindo a porta com um chute – São seis horas da manhã de uma sexta-feira, ninguém ta acordado ainda!
- Não, Olívio! – ela protestava desesperada, enquanto agarrava com força uma janela próxima à saída – E se alguém me ver assim?
- Pense que vai ser como se tivesse visto você de vestido. – respondeu ele tranqüilamente enquanto, sem muito esforço, fazia Mia soltar os dedos da janela.
- Olívio, me solta! – ela gritava enquanto puxava um grande tufo dos cabelos castanhos do rapaz, ele gemeu de dor, sem, contudo, soltar a garota.
- Ai! Sabia que isso dói? – disse ele sorridente, beijando na bochecha de Mia.
Mia fitou Olívio com raiva.
- Olívio, não estou brincando! – disse ela zangada. A essa altura já empurrava o peito do rapaz para ele soltar suas pernas, mas ele só fazia era agarrar com mais força.
- E o quê exatamente você pensa que eu estou fazendo? – perguntou ele erguendo uma sobrancelha.
- Essa é uma boa pergunta! – exclamou Mia emburrada.
- E você logo terá uma boa resposta! – retorquiu ele sorrindo.
Mia continuava emburrada, enquanto Olívio continuava a carregá-la pelos corredores desertos da escola. Desistiu finalmente de tentar fazer o garoto soltá-la, após inúmeras tentativas, quando Olívio parou bruscamente de andar ao dobrar um corredor.
- O que é? O que foi? – indagava ela tentando se virar para ver onde haviam chegado, enquanto Olívio puxava sua camisola pra baixo pra tentar cobrir mais suas coxas – Olívio o que você está fazendo? – perguntou ela irritada.
- Ora, ora... – disse uma voz vinda de suas costas – O que temos aqui?
- Cai fora, Flint. – ela escutou a voz de Olívio sair com raiva, enquanto o garoto a colocava no chão e com um movimento rápido fazia ela se esconder atrás de seu corpo.
- Wood e... Chang? – Flint falava desdenhoso enquanto se aproximava dos dois – Da onde vocês estão voltando, vestidos assim, às seis da manhã? – provocou ele com uma sobrancelha erguida.
- Não é da sua conta, Flint! – retrucou Olívio nervoso.
- Ah, então é por isso que você fazia todas aquelas visitas noturnas à enfermaria? – ele dizia enquanto seus lábios crispavam em um sorriso desdenhoso – Inconsciente... não é mesmo? “Mia está inconsciente!” – ele imitou Olívio com uma voz chorosa e um tanto feminina.
Olívio fez uma careta, fuzilando Flint com os olhos. Mia fitava de um Olívio raivoso para um Flint desdenhoso. Se não fizesse alguma coisa os dois iam esquecer a magia e sair no soco.
- O que Olívio e eu fazemos não é da sua conta! – exclamou Mia com raiva, pondo-se na frente de Olívio – Você pára de ser abelhudo ou falo pra Emma te dar uma detenção tão longa que você vai passar seus últimos fins-de-semana em Hogwarts limpando privadas e troféus! – e assim dizendo, ela puxou um Olívio abobalhado pela mão, e tentou passar por Flint, que, com um movimento rápido a agarrou pela cintura, e a prensou contra a parede do corredor.
- Que desperdício... – Flint ia dizendo, aproximando rapidamente seu rosto no de Mia, quando foi bruscamente jogado no chão.
- SEU PROJETO DE TRASGO INÚTIL! – Olívio berrava furioso, enquanto chutava Flint, ainda no chão – SEU CARA DE BUNDA DE MACACO! – deu mais um chute – SE VOCÊ ENCOSTAR SUAS PATAS FEDORENTAS DE NOVO EM MIA EU JURO QUE MATO VOCÊ! – e berrou mais alto, dando um chute mais forte.
- Petrificus Totalus! – Mia gritou, enquanto os braços e pernas de Flint grudavam em seu corpo. Olívio continuava a chutá-lo.
- Vamos, Olívio. – ela disse puxando o rapaz pelo braço, enquanto ele se preparava pra dar mais um chute em Flint – Vamos logo ou o corredor vai começar a encher de gente!
Ainda resmungando e xingando Flint de todos os nomes que ele lembrava, Olívio abraçou Mia pelos ombros e a conduziu até a Torre da Grifinória.
- O que viemos fazer aqui? – perguntou ela desconfiada enquanto Olívio dizia a senha e eles passavam pelo Salão Comunal vazio, subindo as escadas para o dormitório masculino.
- Quero te mostrar uma coisa. – respondeu ele ainda emburrado.
Mia parou subitamente na frente da porta do dormitório, enquanto Olívio, que já girava a maçaneta, virou-se para encará-la.
- O que foi? – perguntou ele apreensivo, e sua resposta veio em um beijo caloroso e apaixonado. Olívio, ainda espantado, esbugalhou os olhos, mas logo se deixou levar pelos lábios quentes de Mia e a enlaçou pela cintura. Mia beijou o pescoço do rapaz, estrategicamente, enquanto sentia o garoto tremer levemente e abraçá-la com mais força.
- Então? – disse ela sorrindo, se afastando do rapaz – O que você quer me mostrar?
Olívio a fitava abobalhado com a boca aberta. Mia sorriu ainda mais e deu um selinho no rapaz.
- Olívio? – chamou ela sorrindo.
Olívio a enlaçou pela cintura novamente e ia beijá-la quando foi impedido pelos dedos de Mia.
- Vamos! O que você quer me mostrar? – insistiu ela, sorrindo ao ver a expressão desapontada no rosto do rapaz.
Olívio suspirou derrotado, abriu a porta do dormitório com cuidado e se dirigiu à sua cama. Mia sentou-se sem cerimônias, enquanto ele procurava alguma coisa no criado-mudo.
- O que é isso? – ela perguntou franzindo o cenho, enquanto ele lhe mostrava uma fotografia dela mesma dormindo – Quando você tirou essa foto?
- Eu tenho uma câmera enfeitiçada. – respondeu ele sorrindo, sentando-se na cama ao lado de Mia e prendendo a cintura da garota com as pernas – E, antes de tudo começar, antes da Amortentia, eu mandei minha câmera tirar a foto da mulher que eu amo, que na época eu pensava ser a Kahlen. – ele disse, abrindo um sorriso ao ver a careta que Mia fazia.
- E? – perguntou Mia um pouco irritada.
- E a foto está em suas mãos agora! – respondeu ele beijando o pescoço da moça.
Ela virou-se para ele, sorrindo abertamente.
- Minha foto? – perguntou ela erguendo as sobrancelhas.
- Sim, sua foto. – respondeu ele encarando os olhos brilhantes da garota.
Mia sorriu ainda mais e beijou Olívio novamente. Ele soltou suas pernas da cintura da garota lentamente, enquanto a puxava para se deitar na cama. Ela não protestou; deitou-se ao lado de Olívio, ainda beijando o rapaz fervorosamente, enquanto ele a abraçava e a trazia para mais perto de si.
Mia encarou os olhos do rapaz, quando eles finalmente pararam de se beijar e sorriu abertamente.
- Quero ficar assim pra sempre. – disse ela sorrindo, abraçando Olívio com força.
“Vi o tempo passar
O inverno chegar
Outra vez mas desta vez
Todo pranto sumiu
Um encanto surgiu
Meu amor
Você
É mais do que sei
É mais que pensei
É mais que esperava
Você
É algo assim
É tudo pra mim
É como eu sonhava
Sou feliz agora
Não, não vá embora, não”
Olívio a puxou para mais perto de seu corpo e sentiu a respiração quente e o perfume adocicado que emanava de Mia.
- Demorou, mas finalmente... estamos juntos.
- Mia, graças a Merlim você finalmente acordou! – exclamou Emma preocupada, logo que Mia e Olívio desceram juntos para tomar café. A amiga estava tão concentrada na recuperação de Mia que nem se deu o trabalho de reparar que ela e seu irmão desciam abraçados e sorridentes, fato que, infelizmente, não foi passado despercebido pelo resto do Salão Principal, que se encheu de burburinhos e cochichos vindos de todas as mesas. Kahlen e Rogério se entreolharam e sorriram, quando Mia e Olívio se sentaram juntos, bem defronte ao casal.
- Você ficou bastante tempo desacordada, Mia. Ficamos muito preocupadas. – disse Kahlen com uma voz risonha, dando uma piscadela para a amiga.
- É, eu não tinha idéia de quanto tempo fiquei inconsciente até Madame Pomfrey me dizer. – respondeu ela alegremente, passando geléia numa torrada, enquanto Olívio colocava um pouco de café em uma xícara para a garota – Mais um pouco Olívio!
- Não! Você tem que parar com esse vício! – respondeu ele normalmente, enquanto afastava o bule de café o mais longe possível da garota.
- Eu não consigo ficar acordada sem café! – exclamou ela irritada – Ta vendo? Irritação é o primeiro sintoma se não bebo café de manhã!
- Não, isso te faz mal. – respondeu ele tranqüilamente mordendo um pedaço de panqueca com calda de chocolate.
- O que ta acontecendo com vocês dois? – indagou Emma de repente, encarando Mia, que esticava o braço a todo custo tentando alcançar o bule, e Olívio, que impedia a garota segurando firmemente seu braço.
Olívio e Mia se encararam, corando, e foi Mia quem falou.
- Ah – disse ela dando de ombros, como se não fosse grande coisa – nós nos acertamos hoje de manhã.
- Se acertaram? – indagou Emma desconfiada erguendo uma sobrancelha – Como assim?
- Ora, Em, não é óbvio? – disse Kahlen alegremente – Agora finalmente podemos fazer programas de casais!
- Como é? – perguntou Mia confusa, erguendo uma sobrancelha.
- Ora! – respondeu Kahlen animada – Sairemos eu e Rogério, Emma e Cedrico, você e Olívio! Tem coisa mais legal?
Mia olhou de Kahlen animada para Rogério sorridente. Depois virou-se para Emma com o cenho franzido e Cedrico sorrindo sem graça; por fim, encarou Olívio, que mantinha a mesma expressão confusa de Mia estampado no rosto.
- Hm... sairemos pra onde, exatamente, Kahlen? – perguntou Olívio franzindo o cenho exatamente como a irmã.
- Ora, pra Hogsmead! – respondeu ela animada – A próxima visita vai ser semana que vem! Mal posso esperar!
Mia sorriu ao ver a animação da amiga e olhou para Olívio, que abria um sorriso também.
- Mia, treino de quadribol as sete hoje! – disse Rogério de repente, no que Mia, Olívio, Cedrico, Emma e Kahlen se viraram incrédulos para encarar o rapaz.
- Como assim, treino as sete? Mia acabou de sair de um coma de seis dias! – exclamou Kahlen irritada, dando um tapa no braço de Rogério.
- Para de ser sem-noção, Rogério. – disse Emma revirando os olhos e bebericando um pouco de café com leite.
Cedrico apenas riu e balançou a cabeça negativamente, enquanto Olívio fitava Rogério com um olhar de advertência e Mia olhava o capitão irritada.
- Sete horas é? – disse ela erguendo uma sobrancelha – Espera sentado Rogério!
O inverno começara a chegar de um modo um tanto brusco. O fim de Novembro anunciava que aquele ano o feriado de Natal e Ano-novo seriam particularmente frios, e nevaria bastante. As janelas dos dormitórios tiveram que ser enfeitiçadas, pois o vento gélido soprava tão forte que destrancavam-nas no meio da noite. Os treinos de quadribol haviam sido cancelados, bem como os jogos, que foram adiados para depois do feriado.
Mia e Olívio estavam felizes, brigavam de vez em quando, mas nada muito fora do comum. Emma tentava não demonstrar ciúmes quando várias garotas se atiravam, literalmente, em cima de Cedrico, dando desculpas esfarrapadas como “Ops! Tropecei!”, enquanto Kahlen e Rogério pareciam ainda mais apaixonados a cada dia. As visitas a Hogsmead que Kahlen tanto aguardava tiveram de ser canceladas devido ao mau tempo, mas o fato de um perigoso assassino estar à solta também influenciava bastante.
- Onde vocês vão passar o natal? – perguntava Kahlen na Sala Comunal da Corvinal em uma manhã especialmente gelada de domingo. Os três casais estavam apinhados em volta da lareira, e embora Olívio, Kahlen e Cedrico não fossem da Corvinal, eles passavam a maior parte dos fins de semana lá, por, segundo Mia, Rogério e Emma, os corvinais estarem em maioria.
- Não sei. – respondeu Mia deitada em um sofá com a cabeça nas pernas de Olívio, que lhe fazia cafuné – Queria passar o último natal de Hogwarts aqui com vocês.
- Estava pensando na mesma coisa. – disse Emma, que estava sentada em cima do tapete fofo de pele de pelúcio e acariciava os cabelos de Cedrico, que apoiava a cabeça nos ombros da namorada.
- Eu já avisei meus pais que vou ficar aqui. – respondeu Cedrico – Eles não gostaram muito, queriam que eu voltasse pra casa, mas acabei convencendo eles.
- É, acho que a mamãe e o papai também não iam gostar muito da idéia dos dois únicos filhos passarem o natal na escola. – disse Olívio para Emma, que ergueu as sobrancelhas.
- Ora, eles não precisam gostar! – respondeu Emma irritada – Olívio, crie bolas! Nós já somos maior de idade!
Olívio fez uma careta para o comentário da irmã.
- Eu também avisei meus pais que ia ficar aqui, com o Djé. – disse Kahlen sentada no colo de Rogério em uma poltrona ao lado do sofá em que Mia se esparramara – Mas ia ser muito mais legal se todos vocês ficassem.
- Sei que ia. – disse Mia sarcástica, abrindo um sorriso malicioso – Você preparou um plano só para dois, não é Kahlen!
Kahlen sorriu, corando de leve e deu de ombros.
- Bem, acho que passaremos o Natal juntos então! – exclamou Emma contente – Mal posso esperar pra ganhar meus presentes! O que você vai me dar, Ced?
- Emm, querida, não acho uma boa idéia dizer isso na frente do seu irmão. – respondeu Cedrico sorrindo, corando de leve. Olívio ergueu as sobrancelhas.
Mia sorriu. Aquele era um quadro perfeito, de amigos perfeitos. Não podia melhorar.
- E você Mia? – perguntou Rogério pela segunda vez, despertando a garota de seus devaneios.
- Hã? Eu o que? – perguntava ela fitando os amigos.
Todos riram.
- O que você vai dar pro Olívio? – perguntou Rogério como se Mia fosse uma deficiente mental.
- Ah – fez Mia impaciente – Isso não é da conta de vocês! – respondeu ela misteriosa, mas a verdade era que não tinha pensado em nada pra dar pro... namorado? Era isso que Olívio e ela eram, afinal? Namorados?
Mia franziu o cenho, pensativa, enquanto a conversa rolava entre delícias gasosas, e natais em família.
- Eu me lembro uma vez – disse Emma, mal contendo o riso – quando nós tínhamos uns seis anos...
- Emma! – cortou Olívio corando.
- Ah, Olívio, isso aconteceu faz mais de dez anos, vê se cresce! – ralhou ela impaciente – Enfim, o Olívio roubou a varinha do papai e tentou diminuir um duende do quintal pra pendurá-lo na árvore, e hahaha... – Emma parou um instante para rir, e continuou, dois minutos depois, ofegante – E não é que o duende mordeu o dedo dele e no final foi ele quem acabou com dez centímetros de altura?
Todos riram; Olívio fitou a irmã, emburrado.
- Obrigado, Emma. – disse ele sarcástico.
À medida que o natal se aproximava, Mia ficava cada vez mais desesperada; não conseguira pensar em nenhum presente para Olívio que não relacionasse quadribol.
- Ai, e agora, o que compro? – resmungava ela dois dias antes da véspera de natal, largada em sua cama no dormitório feminino, vestindo um short curtíssimo, um suéter largo e meias vermelhas, enquanto folheava um catálogo com todos os produtos do Beco Diagonal. Passou pela loja da Madame Malkin, da Floreios e Borrões, quando um produto em especial lhe chamou a atenção; era uma corrente de prata com um pingente de uma pedra muito azul em forma de “M”.
- É, pode ser meio piega, mas é lindo! – exclamou ela baixinho – Vais ser esse mesmo!
Mia pegou um pergaminho e uma pena e começou a escrever para a loja, requisitando o colar e o pingente para presente, e mandando uma bolsa com vinte e três galeões dentro.
- Vá, Lola! – ela disse para a coruja castanha com manchas brancas, enquanto ela alçava vôo bem a tempo.
- Mia? – chamou uma voz conhecida, a garota se virou automaticamente para a porta do dormitório e abriu um enorme sorriso ao ver quem era.
- Lívio? – ela disse sorrindo, fechando a janela e tremendo levemente devido ao vento gélido que entrara enquanto ela mandava a carta pela coruja.
- O que você ta fazendo? – perguntou ele curioso, indo se juntar à garota em sua cama de coluna.
- Estava mandando uma carta para meus pais. – mentiu, dando um selinho no rapaz – Como você conseguiu subir pela escada enfeitiçada? – indagou ela, percebendo subitamente por onde o garoto entrara.
- Eu dei um jeitinho né? Você sabe como eu sou demais. – respondeu ele sorrindo maliciosamente, roçando seus lábios nos da garota, enquanto um arrepio percorria a nuca de Mia.
Mia puxou Olívio pela nuca, enquanto abraçava o rapaz na cintura e eles se deitavam, ainda se beijando. Mia sentia seu corpo todo tremer levemente enquanto Olívio descia seus beijos pelo seu pescoço; soltou um gemido indignado quando ele parou.
- O que foi? – perguntou ela quando percebeu que ele fitava fixamente a janela.
- Vai nevar. – disse ele sorrindo, e virou-se para encarar a garota embaixo dele.
- E? – indagou Mia erguendo uma sobrancelha.
Olívio deu um longo e demorado beijo na garota, afastando-se bruscamente, enquanto se punha de pé ao lado da cama.
- O que você está fazendo? – indagou ela impaciente.
- Vem comigo – chamou ele puxando Mia pelas mãos. Ela pegou um casaco, apressada, enquanto Olívio ainda a puxava, para fora do dormitório, do Salão Comunal, pelos corredores, até chegarem aos jardins do castelo.
- Não estou vendo neve nenhuma! – reclamou ela emburrada, tremendo de frio.
- Calma! Você nasceu de sete meses por acaso? – retrucou ele sorrindo, fitando o céu esperançoso.
Mia continuava reclamando e xingando baixinho, quando Olívio virou-se para ela e sorrindo pela primeira vez docemente, enlaçou a garota pela cintura e encostou sua testa na dela.
- Mia – começou ele, e Mia pôde ver seus olhos cintilarem de um modo acolhedor; sentia vontade de mergulhar no mel dos olhos de Olívio – Eu te amo... quero você pra sempre do meu lado.
Mia apenas sorriu para o rapaz, seus olhos brilhando de felicidade e gratidão respondiam ao garoto que seus sentimentos eram recíprocos.
- Bom, um passo de cada vez, né? – disse ele sorrindo, enquanto Mia sentiu um pingo gelado em seu rosto; era um floco de neve. Começaram a cair mais e mais flocos brancos do céu, e Olívio abriu um sorriso ainda maior – Você – começou ele, enquanto vasculhava com a mão direita o bolso do casaco, tirando logo em seguida uma caixinha de veludo vermelha – Namora comigo? – ele abriu a caixinha, mostrando um anel de ouro branco com dois diamantes e uma pedra muito azul no meio, a mesma pedra do pingente que Mia comprara para o rapaz.
Ela sorriu, radiante.
- Claro seu bobo! – respondeu ela enquanto Olívio colocava o anel em seu anelar direito – Te amo pra sempre Olívio!
Olívio sorriu, enquanto aproximava seus lábios nos de Mia. Eles se beijaram novamente, Mia sentindo o hálito quente de Olívio e seus lábios úmidos e macios, enquanto a neve começava a cair mais forte.
- É melhor entrarmos. – disse Mia finalmente, enquanto Olívio a puxava contra seu corpo, e os dois voltavam ao castelo, abraçados.
- Torre da Grifinória ou da Corvinal? – perguntou Olívio quando eles chegaram ao Salão Principal.
- Grifinória. – respondeu Mia sorrindo, para o espanto de Olívio.
- Tem certeza? – indagou ele levantando uma sobrancelha; os dois nunca iam para a torre da Grifinória desde o incidente da Amortentia.
- Vamos logo antes que eu mude de idéia! – exclamou Mia sorrindo, puxando o garoto pelo braço.
Os dois passaram pelo buraco do retrato da Mulher Gorda, encontrando o salão comunal estranhamente vazio; a maioria dos estudantes fora passar os feriados de fim de ano em casa, com as famílias, restando apenas “Os Seis”, como ficaram conhecidos os três casais; alguns terceiranistas da Grifinória, inclusive Harry Potter, uns dois da Corvinal, um da Sonserina e três da Lufa-Lufa.
Mia sorria confiante para Olívio, enquanto puxava o garoto pelo braço, em direção ao dormitório. Parou em frente a porta do dormitório, virando-se para Olívio e sorrindo maliciosamente.
- O que foi? – indagou ele confuso.
Ela sorriu, dessa vez a malícia desapareceu de seu rosto, e seus lábios se contorceram em um sorriso meigo, doce, cheio de amor. Ela o abraçou carinhosamente, acariciando a nuca do rapaz de leve, enquanto sentia Olívio se arrepiar e abraçar sua cintura. Ela ficou na ponta dos pés, sussurrando no ouvido do rapaz.
- Quero... – e parou um instante
- Quer? – indagou Olívio ainda confuso.
Mia soltou um longo suspiro, e sorriu confiante novamente, encarando os olhos do rapaz.
- ...fazer amor com você. – completou, enquanto Olívio erguia as sobrancelhas até sua testa quase desaparecer.
N/A: Uaaaaaaaauu!! Qq será q vai acontecer hein??? hein?? Hauhauhauahuahuahauah
P/ Thaty: Queridaaa! Huahuahahha desculpa pela demoraaa!! Obrigada pelo incentivo!!! Sempre fico mto feliz qdo vc comenta!! Brigadão mesmo!
P/ Nash: O muié, c precisa atualiza sua fic logo, to morrendo de curiosidade!!! o__O hauhauhahahaha desculpa pelo meu egoísmo, mas tenho CTZ q sua fic sobre o Oliv vai fik LINDAA!!!
p/ Bia: meo, então... c tem q clicar na foto la no fotolog, até sua foto ficar em uma pág vazia, sabe,? Só a foto... daí então colocar o endereço! Se vc colocar o endereço do flog ele nom entra! XP
******* COMENTEM PLZZZZZZZ ********
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