O Castelo de Meridell



HP e a Primeira Edição


CAPÍTULO TRÊS
O CASTELO DE MERIDELL



Eles acordaram no dia seguinte, pagaram mais 27 neopontos pelo café da manhã e saíram para a cidade, com apenas 42 neopontos no bolso.
- Será que nós precisamos pagar pelo transporte? – perguntou Harry, vendo o pouco de moedas que sobraram na sacola.
- Acho que sim, vamos lá perguntar. – disse Hermione
Eles seguiram até o Castelo. Na frente, havia várias barracas como na feira e numa delas estava escrito Transporte de Balões.
- Deve ser ali. – disse Harry.
Eles caminharam até a barraca, onde havia um animal com uma aparência que lembrava uma mistura de Dragão com Canguru, uma Zafara, segundo o Neopedia.
- É aqui que conseguimos transporte? – perguntou Harry
- Certamente, aqui vocês compram as passagens. – informou a Zafara
- Quanto custa para irmos a Cidade das Fadas? – perguntou Harry
- Deixe-me consultar a tabela... – ela pegou uma prancheta e verificou os preços – São 530 neopontos, por passageiro.
O queixo de Harry caiu. Isso significava que eles precisavam de 1590 neopontos, e tudo o que tinham era uma sacola com umas míseras moedinhas.
- Certo, obrigado. – disse Harry e, ao se afastarem da barraca, ele reclamou – Se eu soubesse, teria trazido minha vassoura.
- E eu também – disse Rony. – De quanto precisamos com o dinheiro que temos?
- 1548 neopontos. – disse Harry – Nós temos umas quatro horas para conseguir todo esse dinheiro.
- Sem contar o dinheiro para o almoço. – acrescentou Hermione – E mais algum de reserva se quisermos sobreviver na Cidade das Fadas.
- Que ótimo, o que faremos? – perguntou Rony, mas Hermione foi até uma barraquinha intitulada Conheça Meridell onde havia vários panfletos, pegou três, e voltou.
Ela entregou os panfletos para cada um e disse:
- Vamos nos separar! Assim, podemos jogar três jogos ao mesmo tempo! Ao meio dia, nós nos encontramos aqui novamente. – ela disse.
- Certo. – disse Harry – Então vamos correr logo, já são quase onze horas e temos muito dinheiro para conseguir.
- Só uma coisa... – começou Rony
- O quê? – Hermione perguntou impaciente.
- Quanto você pagou por esses Guia de Meridell?
- 30 neopontos.
- O que?? Ficou maluca?? – explodiu Rony
- Você tem alguma idéia melhor? – e então Rony se acalmou.
- Nos vemos ao meio dia, então. – disse Harry, embora duvidasse que conseguissem todo o dinheiro até lá.
Cada um foi por um lado, Harry seguiu pela feira. Foi uma sorte terem encontrado aquele hotel barato, pois nem como todo o dinheiro que tinham conseguido ontem eles poderiam comprar alguma coisa ali. Tudo era caro, pelo menos ao ver dele, pois a feira tava cheia e os neopianos não paravam de comprar coisas.
Harry seguiu até o fim da feira, e já ia pensando em entrar no Poker da Távola Redonda, quando deu meia volta. O jogador precisa apostar 150 neopontos para jogar no Nível 1.
Ele continuou caminhando, à procura de um jogo fácil e que desse bastante dinheiro. Mas nenhum parecia agradá-lo. Então ele consultou o guia que Hermione tinha comprado. Tinham 29 jogos por toda a cidade, então Harry entrou no primeiro que encontrou: Batalha dos Castelos.
Era um jogo de blocos de Plucko, em que cada um guardava um castelo e devia atacar o adversário com bolas de canhão. O que conseguisse capturar o tesouro do outro castelo vencia o jogo.
Ele não tinha outra escolha, pois não havia tempo para sair por aí procurando por outro jogo. Então Harry aceitou. Na cotação, 100 pontos do jogo equivaliam a 100 neopontos.
Harry entrou na barraca onde um Zafara verde trajando uma armadura prateada o atendeu. O Zafara o conduziu para outra barraca, onde um adversário já o esperava. O adversário de Harry parecia um coelho, com rabo de esquilo.
- Muito bem, podem começar.
Harry atirou de seu castelo de blocos de dois metros por primeiro. A bola de canhão (que era feita de um material que lembrava borracha) atingiu uma das torres do castelo do adversário. Foi a vez do adversário. Este não teve piedade e acertou em cheio a entrada do castelo de Harry.
Nervoso, Harry procurou adivinhar em qual das torres estava escondido o tesouro. Ele atacou a torre ao lado da que ele derrubara antes. A torre caiu, mas não apareceu nenhum tesouro. O adversário atacou uma das torres do castelo de Harry e errou por pouco o seu tesouro.
Harry começou a ficar desesperado. Pelo visto, ganhar neopontos não era uma coisa tão fácil assim. Ele atacou o meio do castelo do adversário e finalmente acertou o tesouro.
O Zafara entregou 64 neopontos ao Usul, a espécie da qual o seu adversário era, e 106 neopontos para Harry. Perguntou a Harry se ele queria continuar e esperar por outro adversário e Harry aceitou.
O próximo adversário de Harry foi um Shoyru e o seguinte um Kacheek, mas Harry perdeu para um Lupe, então teve que deixar a barraca. Ao final do jogo, ele já tinha conseguido 426 neopontos. Mais uns cem neopontos e ele conseguiria pagar a sua passagem, e esperava que Rony e Hermione pudessem fazer o mesmo.
Harry olhou para o relógio no alto do castelo. Faltavam cinco minutos para o meio-dia. Certamente não daria tempo para mais nenhum jogo, então Harry seguiu novamente pela feira de antes para se encontrar no lugar onde estivera com Rony e Hermione, logo em frente do castelo.
Várias das barracas da feira vendiam comida agora e havia um cheiro muito convidativo no ar. Então Harry percebeu o quanto estava faminto, mas precisava encontrar os seus amigos antes.
Hermione já estava esperando. Harry se encontrou com Hermione e os dois esperaram por Rony, que chegara cinco minutos depois com uma cara horrível no rosto.
- O que você jogou, Rony? – perguntou Hermione
- Beije o Mortog. – ele respondeu com nojo – Eu achei que seria fácil. Você tinha que beijar um sapo, sabe. Aí se você beijasse o sapo certo, ganhava dinheiro, mas se errasse, o sapo explodia. – e Rony fez cara de quem fosse vomitar. – No fim, só consegui 389 neopontos. Quanto vocês conseguiram?
- Eu consegui 695. – respondeu Hermione.
- Uau, o que você jogou? – perguntou Harry
- Rolinho de Turmac. É bem fácil – ela respondeu feliz. – E você Harry?
- Consegui 426. Mais dez neopontos do que sobrou de ontem.
- Então temos 1520 neopontos – ela concluiu, usando uma calculadora de madeira que comprara. – Ótimo, não falta muito agora!
- Podemos tentar o Tiro ao Alvo Supremo outra vez! – sugeriu Rony.
- Sim, mas vamos comprar alguma coisa para o almoço antes. – disse Hermione.
Eles foram até a feira, e como Harry já tinha notado antes, as coisas ali não eram nada baratas. Cada um pagou 100 neopontos pelo seu almoço, e no fim, eles acabaram precisando de 370 neopontos para poder pagar as passagens.
Mesmo assim, foi um almoço muito gostoso. Eles comeram um macarrão esquisito com um molho que Harry tinha certeza de que era de tomate.


Quando eles terminaram de comer, já era uma e meia. O transporte saía às três e meia, mas eles não tinham certeza se poderiam comprar as passagens em cima da hora, então acharam melhor não se separar desta vez.
Eles foram até as barracas do Tiro ao Alvo Supremo. O mesmo Lupe vermelho de antes estava lá atendendo.
- Ah, vocês voltaram! Lembram-se das regras?
- Sim. – respondeu Harry
- Então podem ir jogar, lá nos fundos.
O Shoyru de antes também continuava lá e os cumprimentou. Um pouco mais confiantes que ontem, mas ligeiramente mais desesperados, eles jogaram e erraram os dois primeiros alvos. Mas no terceiro eles conseguiram acertar no círculo de 5 pontos, o que lhes garantiu mais força para continuar jogando. No quarto e no quinto alvo, eles marcaram 3 pontos, mas Harry conseguiu a façanha de acertar 10 pontos no sexto alvo.
- Vocês conseguiram um bônus, vão querer usar?
- Sim. – respondeu Harry, não querendo perder nada.
Então eles viram que o círculo de 10 pontos atingira agora o dobro do tamanho de antes. E novamente eles conseguiram acertar no círculo. Optaram novamente por usar o bônus e desta vez o círculo voltara ao tamanho normal, mas o alvo ficara muito mais perto do arco, de modo que um simples toque na flecha já seria suficiente. Mesmo assim, eles só conseguiram acertar no círculo de 5 pontos. Ao final do jogo, eles haviam conseguido 46 pontos. O Shoyru entregou um tíquete a eles, e eles foram até o caixa, onde receberam 368 neopontos. No fim, ficaram precisando ainda de mais 2 neopontos.
- Ai, eu não posso acreditar! – disse Rony, ao que eles consultavam o relógio. Eram quase três horas.
- Não dá tempo para jogar mais nada! – disse Hermione. – Vamos perder o transporte!
- Nós vamos conseguir! – disse Harry – Rony, onde você jogou o Beije o Mortog?
- Ah não, você não vai querer jogar isso. – ele disse
- Anda logo!
E Rony os conduziu até a barraca onde eles poderiam jogar o tal Beije o Mortog. Harry entrou na barraca que cheirava mal, algo que lembrava muito a cozinha da Sra. Figg quando ele ficava na casa dela anos atrás.
Um animal que lembrava um gato com longas antenas (que na realidade também eram orelhas), denominado Aisha, o atendeu. Harry foi conduzido até dentro da barraca onde havia dois Mortogs, sapos do tamanho da mão dele, em cima de um barril.
- Escolha um dos dois e beije. – disse o Aisha.
Harry escolheu o Mortog menor e o beijou. A pele dele era extremamente oleosa e uma gosma lamacenta grudou nos lábios de Harry. Tinha um gosto horrível que lembrava vômito.
Mas o Mortog não explodira, e ele ganhara 50 neopontos.
- Quer continuar? – perguntou o Aisha.
- Não, obrigado. – respondeu Harry, e ele saiu com uma sacola de 50 neopontos.
Os três correram até a barraca para comprar as passagens. Faltavam agora vinte minutos até o transporte sair.
- Boa tarde. – disse a mesma Zafara que estava cuidando da barraca durante a manhã – O que desejam?
- Três passagens para a Cidade das Fadas. – disse Harry.
- Certo. – disse ela consultando uma tabela numa prancheta – São 1590 neopontos.
Harry entregou o dinheiro, sobrando apenas 48 neopontos na sacola.
- Como é que nós vamos nos virar na Cidade das Fadas com esse pouquinho de moedas? – perguntou Hermione preocupada.
- Eu não sei. – disse Harry, pouco se importando – A gente vê isso lá.
E a Zafara entregou para eles três passagens cor-de-rosa com escritos prateados: Meridell para Cidade das Fadas.
- O balão parte às três e meia. – informou a Zafara – Vocês devem entregar as passagens ao condutor dentro do balão. O transporte fica na torre mais alta do castelo. Basta subirem as escadas logo da entrada, e seguirem para o final do corredor à direita. Não tem erro. Boa viagem!
- Obrigado. – disse Harry
Eles seguiram para o enorme castelo branco e dourado de Meridell, com bandeiras vermelhas e azuis. Na entrada, havia um enorme brasão vermelho e azul com uma coroa dourada no centro. As bordas do brasão também eram douradas.
Dentro do castelo tinha mais jogos como Meribol e Fuga de Meridell e tinha também a Loja de Poções de Kayla, uma Zafara vermelha que usava vestes de bruxo parecidas com as do Kacheek que eles encontraram na Clareira de Illusen. No entanto, eles não podiam perder tempo e seguiram pelas escadas que estavam logo à frente.
No final das escadas, seguiram pelo corredor ao lado direito. Era um corredor cheio de quadros dos que deviam ter sido os reis e rainhas antigos de Meridell. Ao final do corredor, havia mais uma escada em caracol, e eles chegaram na torre do balão.
O enorme balão já estava cheio. Era o maior balão que Harry já vira, tinha certeza de que a cabana de Illusen caberia umas duas vezes ali dentro. Tinha também uma enorme fila para entrar no balão, com os neopets das mais variadas espécies e idades. Tinham alguns inclusive bem suspeitos, como um neopet que cobrira toda a cabeça com um capuz lilás de modo que não dava para ver seu rosto, apenas brilhavam dali olhos amarelos muito penetrantes.
Eles olhavam a toda volta muito ansiosos, quando a fila começou a andar e o balão começou a receber os passageiros. Harry, Hermione e Rony já estavam se aproximando do balão, quando gritos começaram a ecoar por toda a parte. Os passageiros no balão tentaram fugir, mas o balão lançou vôo e explodiu um pouco depois, caindo num rio que ficava em volta do castelo.
Uma densa nuvem negra começou a penetrar o céu de Meridell, até que parecesse noite. Trovões prateados surgiam de todos os lados. Os neopianos que não conseguiram subir no balão gritavam assustados e Harry, Rony e Hermione olhavam aterrorizados para o céu, sem saber o que fazer.
Então das escadas surgiu um neopet de quase dois metros que lembrava um dragão muito carrancudo. Não era como o Shoyru que parecia um bichinho de pelúcia. Este era feio, gordo e na atual situação chegava a dar medo, pois urrava de raiva. O dragão, da espécie Skeith, trajava roupas vermelhas e prateadas impecavelmente passadas, e uma coroa grande com seis rubis do tamanho de bolinhas de pingue-pongue.
- O que está acontecendo aqui? – ele disse com sua voz rouca
- Rei Skarl, são eles! – disse um neopet abaixado, tremendo de medo. – Nos ajude!
- Tenha calma, vai dar tudo certo. – disse o Rei Skarl.
Mas as coisas não pareciam que iam acabar tão cedo. O céu estava coberto de nuvens negras, de modo que a escuridão tomou conta de Meridell. Na cidade, ouviram-se longas explosões e gritos.
- Majestade, as barracas da feira estão sendo saqueadas! – informou um Aisha que acabara de chegar.
- Não pode ser! – o rei urrou de raiva. – Vamos, seu podre!! Apareça de uma vez!! – ele gritou para o céu.
E então todos olharam para o céu. Um tornado surgiu que avançou na torre. Todos se seguraram nas paredes da torre para não serem lançados a metros de distância. O Rei Skarl não precisou fazer muito esforço pois era grande e pesado.
Do tornado surgiu uma figura que Harry soube na hora que com certeza não era um neopet. Ele tinha o corpo de um humano, as mãos e os pés de uma águia, o rabo de dragão, enormes asas de uma mistura de dragão e morcego, a cabeça era uma caveira e ele tinha dois chifres enormes, do tamanho dos braços de Harry.
- Darigan. Eu não acredito que você ousou aparecer outra vez! – disse o Rei Skeith. Os seus olhos brilhavam de raiva e ele parecia estar prestes à explodir.
- Ora, ora, Skarl. Você sabe que eu apareceria mais cedo ou mais tarde. Mas desta vez, Meridell estará ao meu poder e nada do que você faça poderá me impedir. – disse Darigan. Ele tinha uma voz ainda mais rouca que a de Skeith que penetrava nos tímpanos de Harry e parecia não querer sair de jeito nenhum.
- Seu tolo! O que te faz pensar assim?
- Meu crescimento, meus poderes que agora estão maiores e mais do que nunca imbatíveis. Nada do que você faça poderá me deter!! Depois que os habitantes da minha bela cidade fizerem uma festa na sua cidade, eu terei o prazer de acabar com este castelo.
- Seu rato imundo!! – E Skarl conjurara uma espada e estava pronto para atacar Darigan, quando este simplesmente fez um gesto com as mãos que derrubara Skarl e o arrastara para uma parede ao fundo.
Darigan soltara uma gargalhada forte e fria.
- Está vendo isso, Skarl? – ele apontou para um orbe que estava carregando no pescoço. – Isso é um orbe que eu tive o trabalho de ter de procurar durante a minha ausência porque você o roubou de mim e mergulhou o meu povo em anos de fome e miséria!! Mas agora eu o encontrei novamente e nem mesmo os poderes do Orbe de Jerdana poderão ser páreos ao meu querido orbe! Nada do que faça vai me impedir, nada!!
E ele voltou a rir. Riu com gosto. Ele fez outro gesto com a mão e Harry, Rony, Hermione e todos os outros neopets que estavam na torre, exceto o Rei Skarl, foram cobertos cor uma nuvem negra mais escura que aquelas que cobriam o céu. Harry certamente não tinha contado com aquilo.

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