O Bosque das Trevas



HP e a Primeira Edição


CAPÍTULO OITO
O BOSQUE DAS TREVAS



O navio Doce Dobrão seguiu seu percurso em direção aos Bosques Mal-Assombrados. Harry, Rony e Hermione ficaram próximos à proa do navio, de modo que pudessem pegar uma brisa boa, pois o dia estava muito abafado. Edwiges ficava no ombro de Harry e de quando em quando saía para caçar alguma coisa como petisco, enquanto Rony acariciava o Kadoatie que ganhara em Meridell.
À medida que a hora do almoço se aproximava, e sol ia ficando mais intenso, eles puderam avistar ao longe um emaranhado de árvores que percorria centenas e centenas de quilômetros.
- Os Bosques Mal-Assombrados. – disse Hermione, apontando para as árvores.
- Bosques? Tem certeza de que são bosques? – perguntou Rony incrédulo
- Claro que sim, seu bobo. – ela respondeu rindo
O navio rapidamente se aproximou das árvores, mas eles pousaram numa montanha densa, pois as árvores danificariam o navio. Harry, Rony e Hermione desceram com alguns lanches que os tripulantes entregaram para eles.
- É só vocês seguirem esta trilha e chegarão ao bosque. – disse Kevin, o Mynci – E procurem não se demorar aí. Ouvi dizer que os Bosques são muito desagradáveis durante a noite.
- Certo, obrigado pelo transporte. – disse Harry
- Não foi nada. – ele deu um sorrido – É sempre um prazer ajudar faeries! Espero que nos encontremos em breve.
- Até à vista. – eles se despediram.
Harry e seus amigos seguiram pela trilha que levava aos Bosques Mal-Assombrados. Quanto mais se aproximavam das árvores, mas íngreme a trilha ficava. Quando chegaram ao final da trilha, eles fizeram uma parada para almoçar. Os lanches que receberam dos tripulantes do navio não eram lá muito bons, mas ao menos evitariam passar fome.
- Quanto tempo ainda temos? – perguntou Harry
- Dois dias para entregar a seiva. – respondeu Hermione
- Tudo bem. Então vamos lá!
Eles entraram no bosque, onde não tinha trilha de modo que era muito fácil se perder. Mas Harry então teve uma idéia.
- Hermione, você sabe onde fica exatamente a Árvore Cerebral?
- Suponho que seja no centro, Harry. Lá fica a maioria das cabanas. Se não for lá, a gente pode perguntar por ajuda. O Neopedia diz que é no centro...
- Certo, então vamos seguir pelo norte.
Harry empunhou a varinha e disse:
- Guie-me.
A varinha apontou para uma direção onde eles não podiam ver nada a não ser árvores e mais árvores, mas para lá ficava o norte, então era para lá que eles iriam.
- O que é isso que você fez, Harry? – perguntou Rony
- O Feitiço dos Quatro Pontos. – disse Harry – Usei-o no labirinto, no Torneio Tribruxo.
- Grande idéia, Harry. – elogiou Hermione
Eles continuaram seguindo a varinha que apontava cada vez para mais dentro do bosque. Eles penetraram tanto no bosque que mal podiam ver o céu, de modo que ficara tudo escuro, o que obrigara Rony e Hermione a utilizar o feitiço Lumos. Os Bosques Mal-Assombrados lembravam muito a Floresta Proibida em Hogwarts. Parecia uma floresta escura, densa, e fazia muito frio, o que não era lógico, pois há até pouco tempo eles estavam reclamando do calor no navio. Além disso, Harry tinha a estranha sensação de que estavam sendo vigiados, assim como acontecia na Floresta Proibida.
Eles continuaram o caminho, quando Harry parou, e Rony e Hermione automaticamente fizeram o mesmo.
- O que foi, Harry? – perguntou Rony
- Tem alguma coisa ali. – ele disse
Harry apontou para um lado que era como qualquer outro: cheio de árvores. Mas os galhos haviam se mexido há alguns segundos atrás. Repentinamente, os galhos se moveram novamente, e desta vez Rony e Hermione perceberam também.
- Tem alguém aí? – ela perguntou em voz alta.
Mas os galhos permaneceram imóveis. Durante alguns minutos, eles ficaram parados, atentos a qualquer movimento, mas nada acontecia. Então Harry avançou para os galhos que se mexeram, e não encontrou nada.
- Esse lugar é muito estranho. – comentou Rony
- O que você queria? – interpôs Hermione – Bosques Mal-Assombrados, não são?
Após passarem pelos galhos eles encontraram uma clareira como a de Illusen, que também tinha cabana, mas ao fundo não havia colinas, e sim árvores e mais árvores do bosque.
- Será que aí mora a Fada do Bosque? – perguntou Rony
- Não sei se existe uma Fada do Bosque... Mas vamos verificar. – disse Hermione
Eles entraram na cabana, e logo perceberam que afinal era uma loja. Quando eles abriram a porta, um sininho tocou, assim como acontecia em algumas lojas de trouxas pouco movimentadas. Esta loja, por sinal, tinha muito pouco movimento, pois Harry, Rony e Hermione aparentemente eram os únicos fregueses. Também, não tinham como se surpreender com isso, pois até agora não encontraram nenhum ser vivo no Bosque (além das árvores).
O dono da loja estava no balcão abaixado. Ele parecia um tanto animado com a visita deles.
- Aguardem um momento, já irei atendê-los. Por que vocês não verificam os produtos enquanto isso? Sintam-se em casa.
Harry, Rony e Hermione passaram então a olhar as prateleiras, e logo ficaram horrorizadas. As prateleiras estavam impregnadas de garrafas com luzinhas dentro, que pareciam vaga-lumes. As luzinhas se debatiam em suas garrafas tentando sair. Era uma visão triste, afinal as luzinhas eram fadas.
- Que coisas são essas? – perguntou Rony
- São faeries. – respondeu o dono da loja, se aproximando deles. – Uma beleza, não é? Tem de todas as cores.
E realmente, as garrafas deviam guardar fadas de todos os tipos. Havia luzinhas azuis, outras amarelas, vermelhas, roxas, verdes, alaranjadas...
- Como é que elas não conseguem sair? – perguntou Rony – Quer dizer, elas podem se transformar, não podem? Assim, quebrariam a garrafa.
- Ah, não quebrariam, não. Se elas se transformarem, elas vão morrer. Quebrarão todos os ossos e depois ficarão sem ar. Elas sabem disso. Minhas garrafas são mágicas e não podem ser quebradas.
Hermione apanhou uma garrafa.
- Você vende essas coisas?
- Claro que sim. Então vão querer uma? – ofereceu o dono da loja.
Ele era um Lupe de aparência velha. Os pêlos eram da cor azul-marinho, tinha garras e dentes enormes, as orelhas pequenas, os olhos de um amarelo impenetrável.
- Você deve ser Balthazar! – disse Hermione
- Claro que sou. Vocês já devem ter ouvido falar em mim! Então isso significa que vão querer comprar uma garrafa dessas belezinhas?
Mas eles não demonstravam nenhum sinal de querer comprar fadas presas em garrafas.
- Por que você faz isso? – perguntou Hermione
A expressão no rosto de Balthazar mudou imediatamente e ele entendeu que Harry, Rony e Hermione não tinham a menor intenção de querer comprar alguma coisa em sua loja.
- Se vocês não querem comprar nada, dêem o fora! – ele disse com rispidez
- Claro que não queremos! É uma coisa monstruosa o que você faz! – disse Hermione – Como você pode prender fadas assim? Duvido que elas tenham feito algum mal a você um dia!
- Cale a boa, você não sabe de nada! – ele trovejou – Não sabe de meu passado, não sabe de nada!
E olhou para Harry, Rony e Hermione mais atentamente. Após isso, ele ficou com mais raiva ainda.
- Mas vocês são faeries! Faeries em minha loja! Faeries! É claro que vocês não querem comprar nada! Querem libertar as fadas que estão presas! Dêem o fora daqui! Dêem o fora!
E Balthazar empunhou um bastão que aparecera do nada, e fez um movimento frenético com ele antes que Harry e seus amigos pudessem fazer qualquer coisa. Eles foram lançados para fora da loja e a porta da cabana se fechou.
Hermione voltou para a cabana. Harry e Rony a seguiram.
- Hermione, vamos dar o fora! Isso é perda de tempo! – disse Rony – Temos coisas mais importantes a fazer!
- Não quero saber, Rony! Eu não vou desistir assim, tão fácil! Aquelas fadas não podem ficar presas.
Ela tentou entrar na cabana, mas a porta estava trancada.
- ALOHOMORRA! – Hermione gritou com impaciência, mas a porta não cedera.
- Hermione, vamos embora! E veja só o que eu tenho aqui! – disse Rony erguendo uma garrafa com uma luzinha branca. - Consegui extraviar enquanto você conversava com aquele lobo esquisito. – ele acrescentou.
Hermione demonstrou uma expressão de surpresa que imediatamente depois de transformou num aspecto severo.
- Seu ladrãozinho! Como você pôde, Rony? – ela disse
Rony ficara vermelho. Certamente não foi isso o que ele esperava ouvir,
- Como assim? Você devia me agradecer! Se não fosse por mim, não conseguiríamos salvar nenhuma fada! E agora temos uma! E além disso, você iria fazer a mesma coisa lá dentro!
- Não ia não! – retrucou Hermione
- Ah, não? – desafiou Rony – Então o quê?
- Eu ia obrigar Balthazar a soltar as fadas! Não roubá-las! Eu nunca faria isso!
- Duvido muito! – contrapôs Rony
- Ah, é? O que você faria?
- Quebraria as garrafas para libertar as fadas! – disse Rony
- Você ouviu Balthazar dizendo que as garrafas não podem ser quebradas! E mesmo que você conseguisse Rony, você mataria as fadas desse jeito!
Rony abriu a boca para revidar, mas foi Harry quem gritou antes:
- JÁ CHEGA! Vocês dois, chega disso! Estamos perdendo tanto tempo aqui quanto perderíamos se voltássemos lá pra dentro! Vamos embora! – ele disse
- Mas, Harry... – começou Hermione.
- Hermione, por favor! Por favor, vamos embora! Depois a gente volta para fazer alguma coisa, mas vamos cuidar de nós mesmos antes! Temos que chegar na Árvore Cerebral antes que anoiteça!
Nem Rony, nem Hermione quiseram contrariar Harry. Dos três, quem sentia mais raiva era Harry.
- Ao menos solte essa fada, Rony. – murmurou Hermione
Rony abriu a garrafa com a luzinha branca dentro. Imediatamente a fada saiu da garrafa e se transformou numa linda moça de cabelos prateados e roupas brancas.
- Obrigada por terem me soltado. – a fada disse bondosamente
- Há mais fadas naquela cabana. – disse Hermione
- Eu sei, mas não me atrevo a voltar. Balthazar usa magia que é muito poderosa para nós, fadas. É inútil eu voltar sozinha. Correria o risco de ser presa de novo.
Hermione emitiu um som de desapontamento.
- Mas eu lhes concederei um presente como gratidão pelo que fizeram. – ela disse.
A fada fez um tipo de dança com os braços e eles foram envolvidos por uma intensa névoa branca. Em seguida, a névoa se dissipou e a fada explicou:
- Cada um de vocês levará uma poção de fada, que é útil para recuperar sua saúde. – ela conjurou três frascos com um líquido prateado dentro e entregou aos três. – Também estou concedendo a habilidade de lançar raios queimantes contra seus inimigos. Basta empunhar a varinha e dizer Fòcus Rrayo. Me dêem suas varinhas.
Harry, Rony e Hermione entregaram as suas varinhas. A fada alisou-as rapidamente e depois devolveu.
- Pronto, estão novas em folha. Agora preciso ir. Adeus.
A fada voltou à forma de vaga-lume e desapareceu de vista. Mais calmos, Harry e seus amigos continuaram sua trajetória.
- Oriente-me. – disse Harry. A varinha de Harry apontou para o lado onde ficava o norte e eles seguiram.


Eles continuaram sendo guiados pela varinha de Harry por um bom tempo. Harry não soube dizer quantas horas eles permaneceram caminhando, mas a sensação que tinham era de que o centro dos Bosques Mal-Assombrados deveria estar muito longe ainda, pois a floresta continuava silenciosa.
Repentinamente, as árvores começaram a se distanciar, conforme eles continuavam caminhando. Era como se a floresta afinal estivesse terminando...
- Será que estamos chegando no centro? – perguntou Harry
- Acho que sim. – indagou Rony – Quer dizer, não tem uma cidade no centro dos bosques? Acho que as árvores atrapalhariam, por isso a floresta está ficando menos densa.
As árvores, apesar de estarem um pouco mais distantes umas das outras, atrapalhavam a visão de Harry, Rony e Hermione do que ficava a cinco metros de distância deles. Contudo, a floresta subitamente acabou e eles se viram num campo aberto que rodeava uma montanha. Atrás deles, a escuridão dos bosques exalava um aspecto sombrio. À frente, a grande montanha rochosa indicava que não havia nada de interessante ali.
- Onde estamos? Harry? – perguntou Hermione
- Eu não sei! – respondeu Harry – Devíamos estar mais ou menos ao centro do bosque.
- Não, não estamos. Definitivamente, não tem uma montanha no centro dos Bosques Mal-Assombrados. Acho que fomos demais para o norte, Harry. – disse Hermione
- Ai, que ódio! – exclamou Rony – Quanto tempo levaremos até acharmos essa Árvore Cerebral idiota?
- Tenha calma, Rony. – disse Hermione – Deixe-me pensar... acho que devíamos seguir a leste.. e depois voltar para o sul. Não, mas aí teríamos que retornar a oeste... É acho que é isso.
- Eu tenho uma idéia melhor. – disse Harry
- Qual? – perguntaram Rony e Hermione
- E se escalarmos essa montanha? Teremos uma visão vasta do bosque e com certeza nós vamos conseguir identificar a cidade.
- É... é uma idéia boa! Vamos fazer isso! – disse Rony
- Não, não tenho certeza se devíamos fazer isso, Harry. Não conhecemos essa montanha, não sabemos o que tem no topo... pode ser perigoso!
- Não conhecemos parte alguma deste lugar, Hermione. Vamos ter que nos arriscar. Ou senão, nos perderemos nos bosques outra vez.
- Tudo bem. Então vamos nos apressar antes que escureça.
- Certo.
E eles atravessaram o campo para a grande montanha. Apesar de não estarem mais na floresta, o frio continuava a reinar o lugar, e o sol iluminava muito pouco a área, quase como se estivesse sendo impedido por nuvens espessas.
- Quanto tempo levaremos até chegarmos ao topo? – perguntou Rony
- Talvez o dia todo – disse Hermione
- É, Harry, acho que não é mais uma boa idéia. – concluiu Rony
- Eu também acho que não. – concordou uma voz que não era de Hermione, tampouco de Harry. Eles curvaram a cabeça para o alto assustados e se depararam com uma estranha criatura que devia estar observando eles desde que atravessam a floresta.
De todos os neopets, aquele era o que devia mais se parecer com um humano, com exceção talvez das faeries. Ele era muito baixo, e muito cheio, e tinha a aparência formidável de um vampiro. Cabelos muito negros, longas sobrancelhas, com dois dentes de vampiro à mostra e a pele toda azul-celeste. Ele não tinha dedos, a sua mão terminava como uma bola, e os seus braços eram muito curtos. Ele trajava vestes de vampiro, o que ajudava ainda mais em sua semelhança com um.
A Neopedia, de Harry se abrira com um estrondo, assim como acontecera com o Kacheek na Clareira de Illusen e apontou que aquele neopet era um Chia.
- Então vocês querem entrar na minha montanha? Lamento, mas não posso deixá-los fazer isso. – o Chia falou calmamente, alisando os bigodes finos.
- Ah, é? E por que não? – desafiou Harry
- Seria invasão. Essa montanha é minha. Vocês não vão querer se meter em encrencas, vão?
- Pois eu não estou vendo nada que indique que esta montanha é sua!
- Ah, está sim. – e o Chia indicou para uma placa logo atrás deles que Harry não tinha reparado na qual estava escrito: Hubrid Nox.
- O que é Hubrid Nox? – perguntou Rony
- Eu sou Hubrid Nox. – ele respondeu irritado – E agora, caiam fora!
- Não queremos. – Harry disse
- Se não vão por bem, vão por mal! – o Chia disse e ele empunhou uma varinha. Era uma visão muito estranha, a varinha simplesmente estava encostada no toco que era a mão de Hubid Nox, e Harry não sabia dizer como ele conseguia segurá-la.
- Império. - bradou Hubrid e o feitiço atingiu Harry.
Harry se sentia cansado, entediado e com uma louca vontade de descontar sua raiva em alguém, mas quando foi atingido pelo Imperio de Hubrid Nox, todos esses sentimentos foram varridos e uma gotícula de felicidade impregnou nele de tal forma que seria capaz de fazer qualquer coisa que lhe ordenassem.
“Vá embora e leve os seus amigos” entoou uma voz dentro da cabeça de Harry. Harry fez menção de dar meia-volta e retornar para a floresta, quando se lembrou de que precisava escalar a montanha para poder localizar a cidade naquela imensidão de árvores que eram os Bosques Mal-Assombrados.
“Vá embora agora ou te transformo em biscoito” a voz tornou a protestar na cabeça de Harry, mas por mais que ela pedisse, Harry não voltaria para a floresta.
“Mate seus amigos! Mate! Mate!” a voz ficou irritada e gritou na cabeça de Harry de tal forma que ele sentiu seus tímpanos latejarem, embora Rony e Hermione provavelmente não pudessem ouvir nada.
Harry empunhou a varinha, mas em vez de atirar feitiços contra seus amigos, ele a apontou para Hubrid Nox. O Chia entendeu o recado, mas antes que fizesse qualquer coisa, ele gritou:
- NÃO! MAGAX, NÃO!
Hubrid apontou para o céu e lá sobrevoava outro neopet. Este tinha a aparência de um gato azul com postura de pessoa e tinha uma cicatriz branca que atravessa o seu olho esquerdo. Era um Wocky. Os olhos eram amarelados com a íris rosada e ele trajava roupas futurísticas com vários detalhes em ouro. As suas botas soltavam rajadas de fogo que o mantinham suspenso no ar, mas logo ele aterrissou na montanha de Hubrid Nox e dos se encararam com ódio profundo.
Harry, Rony e Hermione ficaram esquecidos enquanto os dois se explodiam em discussões.
- Hubrid Nox, você não achou que eu deixaria barato depois do que você fez comigo naquele cemitério, achou?
- Aposto como você gostou, Magax.
- Idiota, eu vou acabar com você desta vez!
- Você é um tolo, Magax. Tolo de voltar aqui para perder outra vez! Mas esta será a última luta, pois você não vai sobreviver!
- Isso é o que veremos!
E eles travaram uma batalha incansável. Hubrid Nox empunhava sua varinha e atirava fagulhas vermelhas contra Magax. O Wocky, por sua vez, juntava as duas mãos e contra-atacava com bolas de plasma verde.
Os dois se esquivavam um dos ataques do outro, enquanto continuavam a disparar feitiços.
- Então é verdade. Magax e Hubrid Nox são mesmo arquiinimigos. – disse Hermione
- O que você disse? – perguntou Harry, atento a luta dos neopets.
- Hubrid Nox é um grande inimigo de Magax, o Destruidor, Harry. Está no Neopedia. Eles vivem brigando. Isso vai demorar muito tempo. É melhor irmos embora.
- Certo. – concordou Harry, mal prestando atenção às palavras de Hermione. Ela e Rony já estavam voltando para as florestas, mas Harry continuou ali, interessado na batalha entre Hubrid Nox e Magax.
- Vamos, Harry! – Hermione chamou e Harry correu atrás de seus amigos.


A noite já chegara enquanto eles continuavam a caminhar pelos bosques. Estava mais frio do que nunca agora, e a floresta continuava silenciosa. Por quanto tempo continuaram assim, Harry não soube dizer. A barriga de Rony já estava roncando à altura em que eles se sentiam exaustos para continuar andando e tudo indicava de que eles teriam que passar a noite nos bosques.
As árvores agora estavam tão juntas que tudo ficava escuro, de modo que Hermione e Rony precisaram utilizar o feitiço Lumos. A varinha de Harry funcionava como uma bússola e os guiava para leste.
Eles continuaram o rumo apressados, até que um raio avermelhado quase atingiu Hermione. Harry automaticamente virou-se para o lado do qual o raio viera e se deparou com mais um neopet.
Ela lembrava um diabrete, embora fosse uma Acara, que normalmente lembra a aparência de um híbrido de coelho com gato nadador. O Acara comum tem dois pares de orelhas. Duas orelhas são como as de um gato, e outras duas que saem do alto de sua cabeça são compridas como rabos.
No entanto, o neopet diante de Harry, Rony e Hermione tinha as orelhas de gato muito amassadas e um par de chifres no lugar das outras orelhas. Os seus olhos avermelhados, com a íris esverdeada faiscavam diante da escuridão que a envolvia. A sua pelagem era da cor de um café muito fraco e ela tinha uma coisa que as outras Acaras não tinham: asas de morcego. As unhas pintadas de vermelho eram enormes e um longo rabo de diabrete balançava para cá e para lá sem parar. Ela trajava roupas pretas como a escuridão da noite e grandes botas de couro.
A Acara olhou para eles, cumprimentou-os com a cabeça, e se aproximou com um espelho em suas mãos. Harry, Rony e Hermione não fizeram nada.
Ela mostrou o espelho para Harry e ele teve uma visão alucinante. O Harry do espelho estava bonito, extremamente bonito. Os cabelos cuidadosamente penteados, o rosto jovem e atraente, os óculos acrescentando um charme de tal forma que ele sentiu muita simpatia por eles. Os olhos verdes de Harry piscavam elegantemente e ele se sentiu maravilhado com sua aparência.
Mas então uma fumaça vermelha invadiu o Harry do espelho e ele já não estava mais bonito. A cicatriz dobrara de tamanho e a pele enrugara de maneira monstruosa. O rosto de encheu de cravos e espinhas, e Harry contemplou agora a aparência horrenda de si.
Então a Acara sussurrou:
- Só há uma maneira de trazer sua beleza de volta...
Harry, em transe, ia perguntar o que ele deveria fazer, mas Rony apontou sua varinha para a Acara e disse:
- Focus Rrayo!
Um raio de fogo atingiu a Acara e o seu espelho. Ela aparentemente não pareceu ter sofrido grandes danos físicos com o feitiço, mas guardou o espelho no bolso e saiu desabalada pelo outro lado.
Hermione olhou surpresa para Rony.
- Você se lembrou do feitiço daquela fada! Estou tão impressionada, Rony!
- Bem, eu... – as orelhas de Rony avermelharam enquanto era abraçado pela amiga.
- O que foi aquilo? – perguntou Harry
- Mais um neopet das trevas. Aquela deve ser Vira. – disse Hermione séria.
- É, estou percebendo que esse lugar está infestado de coisas estranhas. – disse Rony com desgosto.
- Certo, vamos continuar. – disse Harry exausto – Não devemos estar muito longe agora.
Os amigos concordaram e mais uma vez eles tornaram a andar durante um bom tempo. Faminto e sonolento, Harry sentia raiva de si mesmo por não ter pensado em trazer nada da Ilha do Aprisco para comer. Era inútil eles continuarem caminhando se estavam tão cansados, isso só pioraria as coisas. Harry já estava pensando em dizer isso aos amigos quando Hermione exclamou:
- Harry, chegamos! – disse ela indicando para um lugar mais à frente.
Eles correram por entre as árvores até chegar num campo aberto que ocupava um raio de aproximadamente quinhentos metros. A cidade no centro dos Bosques Mal-Assombras era tão sombria quanto a floresta, e não parecia ter nada acolhedor como pousadas ou restaurantes.

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