Nagini



Capítulo XX – Nagini

Estava tudo escura à sua volta, não fazia a mínima idéia de onde poderia estar, mas tinha a impressão que não estava sozinho. De repente a imagem foi aparecendo, tudo foi ficando mais claro. Agora ele via exatamente onde estava.

Devia ser no mesmo local onde tinha aquela câmara de tortura, pois a aparência das pareces era a mesma, úmidas e mofadas. Parecia ser um local subterrâneo, pois Harry não notou a presença de janelas. A sala era um tanto mal iluminada, havia apenas duas tochas ladeando a grande porta de entrada e mais nada. Ao fundo, na parte mais úmida e suja da sala, tinha uma cela com correntes presas na parede.

Harry conseguiu ver um corpo estirado ao chão da sela, era Snape. A surra que levara de Zambini fora muito violenta, tinha agora um dos ombros visivelmente deslocado e a maioria dos dedos das mãos quebrados. Tal imagem chegava a dar pena, mesmo que a pessoa ferida fosse Snape, ninguém merecia aquilo.

- P-professor... – começou Harry.

- Snape. Não sou mais seu professor, pode me chamar apenas de Snape.

- Ok, Snape. Onde estamos?

- E você acha que eu sei? – fazia um esforço enorme para falar, sua voz estava falhada e sentia muita dor em todos os músculos, não só da face, mas do corpo todo – mas isso não importa Harry.

Era a primeira fez que ouvia Snape chamá-lo pelo primeiro nome. Isso fez com que o garoto se aproximasse da cela.

- Quero que saiba que sou inocente... – começou o homem – tudo que aconteceu naquela noite na torre foi combinado...
Harry achava difícil acreditar em tudo aquilo.

- Como posso acreditar que isso não é uma armadilha?

- Armadilha para que Potter? Você não está aqui realmente e eu não estou falando com ninguém! Isso é Legiminência!

Lógico! Harry se sentiu idiota por ter feito tal pergunta.

- Mas enfim, retornando à Hogwarts, procure McGonagal.

- Ok!

- Melhor ainda, vá direto na minha sala, lá tem um armário, dentro Dele você vai achar um fundo-falso em uma das portas, não me lembro qual. Dentro desse fundo-falso você encontrará alguns papéis e umas lembranças em uns vidrinhos, peque tudo e leve para um lugar protegido!

- Certo – o garoto estava confuso, por que Snape pediria isso justo pra ele, o garoto que tanto odiava?

Como se tivesse lido a mente de Harry (creio que foi exatamente isso o que fez), Snape disse:

- Pedi-lhe isso, pois lembrei que as nossas aulas de oclumência no seu quinto ano não foram um exímio sucesso, assim conseguiria me comunicar com você sem levantar suspeitas.

- Ah sim entendo – e realmente entendia, acreditava agora que o professor era inocente, não havia por que mentir. Estava preso, em um estado deplorável, não havia motivo algum para fingimento.

De repente a porta da sala abre bruscamente e por ela entra ninguém mais, ninguém menos que Voldemort. Harry sentiu muita dor em sua cicatriz ao ter tal bruxo tão perto de si, mesmo que não estivesse presente na sala fisicamente.

- Caro Severo – começou o bruxo – fizeram um trabalho e tanto com você heim – disse examinando a aparência de Snape.

- Seus homens sempre preferiram agir com a força, inteligência nunca foi uma das qualidades de um comensal...

- E ainda em tais circunstâncias continua zombando descaradamente... Se estivesse no seu lugar...

- É, mas você não está, Tom!

- Como ousa usar este nome comigo?!

- É o seu nome, não é? Tom Riddle!

- Cale a boca!

- Por que hei de te obedecer? Nunca o fiz!

- Cale a boca! – disse o bruxo apontando a varinha diretamente para a cabeça de Snape – sinto uma outra presença nesta sala!

Nessa hora Harry sentiu um frio na espinha, esquecera completamente que Voldemort era um ótimo legiminente, descobriria que ele estava ali a pedido de Snape.

- Não pode ser verdade, você não se atreveria...

- Não duvide! – respondeu Snape em tom desafiador.

Harry não entendia porque o professor fazia aquilo. Por que não ficava quieto?

- Caro Severo, você está brincando com minha boa vontade – disse o bruxo com um “sorriso” no rosto – não chamaria alguém pro oclumência, seria burrice demais...

- Jura? Eu não penso assim.

- Então você TROUXE alguém aqui! Quem é?

- Nossa, você não é o melhor legiminente que existe? Descubra por conta própria!

- Severo, não me tire do sério – disse o bruxo fixando seus olhos nos olhos de Snape, estava praticando a legiminência.

Snape estava tão fraco que não conseguiria fechar sua mente, talvez nem quisesse fazer isso, então deixou.

A expressão de Voldemort foi ficando cada vez mais rígida. Snape estava deixando o bruxo ver todas suas lembranças, TODAS! Desde aquelas na noite me que Dumbledore morreu, até o ocorrido naquele mesmo dia. Voldemort estava com a expressão extremamente chocada e furiosa.

- Não será possível! NÃO PODE SER! MALDIÇÃO!!! – estava irado com o que descobrira – FUI ENGANADO POR TODO ESSE TEMPO? COMO? E JUSTO POR VOCÊ, UM SANGUE-RUIM, PUXA-SACO E INCOMPETENTE!

- É o que parece Tom... – dizia Snape com um sorriso triunfal no rosto – você está acabado, seus comensais logo começaram a morrer, seus esconderijos já foram descobertos, você está caindo....

- Cale a boca....

- Seus últimos dois horcruxes já foram encontrados. Sim, já sabemos da existência deles, de todos eles. Potter e Dumbledore destruíram metade deles e...

- Cale a boca! – o bruxo estava extremamente branco de raiva, seus olhos estavam muito vermelhos, segurava sua varinha com tanta força que chegava a enterrar as unhas na palma da mão.

- E por falar em Potter, como você pôde ter visto na minha mente, chamei-o mais cedo para uma visitinha e aproveitei para mostrar-lhe este último esconderijo, alguns outros comensais que ficaram soltos e contar-lhe tudo que descobri e não tive chance de dizer antes!

Harry estava muito nervoso com o que via, não era possível, Snape desafiava Voldemort de igual para igual, sem temer nenhuma conseqüência. O bruxo já atingira seu auge de fúria, mas se controlava ao máximo. Snape, que percebera isso, fazia o possível para deixa-lo mais nervoso, se isso fosse possível.

- Severo desta vez você realmente passou dos limites! – por mais furiosos que estivesse, Voldemort mantia a calma. Ia se aproximando lentamente da cela de Snape, até ficarem cara a cara – você se acha corajoso, mas não passa de um idiota! – o homem reparou que Nagini, a cobra de Voldemort, estava agora passando lentamente pelos pés do dono.

- Não sou tão idiota quanto você acha... – olhava fixamente para a cobra.

- Nem adianta Severo, ela só obedece à mim, que falo sua língua...

Nessa hora Snape trocou um significativo olhar com Harry, que percebeu a mensagem e começou a falar com a cobra. Aproximou-se da cela, mantendo uma certa distância de Voldemort por causa da dor em sua cicatriz.

- Vá para perto do Snape – começou o garoto – vá sem medo, ele não lhe fará nada...
A cobra desviou o olhar de Snape para Harry e de Harry para Snape.

- Mas e meu mestre...?

- Seu mestre quer que você mate o Snape. Seu veneno pe fatal, ele morrerá instantaneamente.

- Será...?

- Confie em mim...

Após alguns segundos, a cobra começou a se rastejar em direção a Snape, eu vendo isso, tratou de desviar a atenção de Voldemort.

- Pensando melhor, realmente acho que fui idiota...

- Ah... Agora entende o que digo?

A cobra estava bem perto de Snape agora...

- Sim, entendo... Entendo como fui idiota o suficiente para não ter feito isso antes!

- O que? – Voldemort não entendia o que Snape queria dizer com aquilo. A cobra por sua vez já estava preparada para picar a canela de Snape.

- A propósito, você sabia que Potter é um excelente ofidioglota?

- Potter? – agora ele entendia, Harry estava ali – Nagini, cadê você? Nagin... NÃO!!!! NAGINI!!!!!

Tarde demais, Snape tinha pisado sobre a cabeça da cobra, estava morta.

- Menos um horcrux pra sua coleção... – Snape tinha um sorriso triunfante em seu rosto, mas agora sim, passara dos limites.

- Seu...Seu! AVADA KEDAVRA!

Snape morrera antes mesmo de tocar o chão. Tinha os olhos arregalados, mas ao contrário das demais vítimas deste feitiço, via-se claramente em seu rosto um sorriso. Conseguira se redimir.

- NÃO! SNAPE!!!!!!!!!!!!!! – Harry acordara gritando e extremamente suado.

Ao abrir os olhos viu que não estava mais na casa dos Weasley. As paredes ao seu redor eram impecavelmente brancas, assim como os lençóis. Estava no St. Mungus.



N/A: GENTE, APROVEITEI O FINAL DE SEMANA PRA POSTAR MAIS DOIS CAPÍTULOS NOVOS... POR FAVOR:

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