Rumo À Toca





O dia seguinte na casa os Dursley foi, por mais incrível que pareça, o mais calmo e agradável em dezessete anos. Tio Valter estava trabalhando, Duda estava na casa de amigos e tia Petúnia havia saído para suas “comprinhas”.

Harry chegava a duvidar se uma pessoa como tia Petúnia poderia mesmo ter mudado tanto em tão pouco tempo, havia gostado da tal mudança, mas ainda não estava convencido de que era real. Resolveu então escrever uma carta contando o ocorrido à alguém.

- Dumbledore poderia me ajudar muito nesta hora... – o garoto baixou a cabeça; sentiu uma profunda tristeza e muita raiva. Tristeza, pois Dumbledore estava morto e raiva, pois Snape era o covarde assassino.

De repente um calor começa a se apoderar de seu corpo, Harry sentiu como se uma luz acabara de ser acesa em sua mente. Então correu até sua escrivaninha, pegou pergaminho, pena e tinteiro e começou:

Querida Hermione,

Como vão suas férias?Preciso contar a você e ao Rony os acontecimentos dos últimos dez dias, espero que você também vá À Toca para podermos nos juntar ao Rony e conversarmos pessoalmente. Estou-lhe escrevendo também, pois espero que você possa me ajudar. Parto esta tarde para A Toca e gostaria muito que você trouxesse consigo alguns livros sobre línguas estranhas no mundo mágico, ou magias antigas, ou até mesmo tudo que você ache relacionado a isso.

Não posso ser mais específico, pois temo que esta carta seja interceptada.
Nos vemos n’A Toca...
Harry
Ao acabar a carta, leu-a com atenção para ver se não esquecera de nenhum detalhe. Estava meio confusa, sem muitas explicações, mas Hermione entenderia, era uma garota muito esperta. Enviou-a na mesma hora por Edwiges.

Na parte da tarde, Duda retornou a sua casa apenas para almoçar, mas logo saiu novamente com seus amigos maloqueiros de sempre; tio Valter estava tão atarefado na firma que almoçou por lá mesmo. Harry almoçou rapidamente, tia Petúnia ainda não retornara; então o garoto aproveitou para subir ao seu quarto e arrumar seu malão.

Dobrou as roupas surradas e velhas, organizou os livros e empilhou os pergaminhos, certificou-se de fechar corretamente os vidros de tinta e, após colocar tudo dentro do malão, fechou-o e rumou para o banheiro tomar um belo banho.

Aproximadamente quinze minutos depois, Harry saiu do banheiro e ao retornar ao seu quarto, teve que se segurar na porta do seu guarda-roupa, tamanho fora seu susto. Suas roupas estavam todas espalhadas pela cama e pela escrivaninha, seus pergaminhos estavam no chão e os vidros de tinta e as penas, equilibrados no peitoril da janela, que estava fechada.

Ao se aproximar do malão, quase foi derrubado por uma Petúnia que entrava apressada pelo quarto, carregando uma pilha de roupas impecavelmente limas e dobradas. Eram roupas novas.

- Tia Petúnia desculpe, mas o que a senhora está fazendo?

- Oh Harry, querido, esperava arrumar tudo antes de você sair do banho, para lhe fazer uma surpresa... Estou arrumando seu malão.

- Ah, obrigado tia, mas eu já havia arrumado...

- Sim, mas não posso deixar que continue usando isto – e dizendo isso, ergueu uma camiseta preta tão desbotada que chegava a ser cinza.

- Desculpa, mas a senhora nunca ligou para o que eu vestia ou deixava de vestir. – disse Harry corando de leve.

- Sim, mas isso é passado! Não posso deixar meu afi...hum! Ah, meu sobrinho usar mais esses trapos – disse Petúnia, agora corando ferozmente.

E com um movimento da velha colher de pau, conjurou grandes sacos de lixo e jogou todas as roupas antigas dentro dele.

Minutos depois Harry já descia para sala com seu malão á mão e com tia petúnia aos seus calcanhares trazendo a gaiola vazia de Edwiges.

- Obrigado tia – disse Harry, amarrando a gaiola ao malão.

- Se cuide querido! – grossas lágrimas rolavam pelo seu rosto ossudo – Se cuide e boa sorte na escola.

- Obrigado... – disse Harry, ainda desconcertado pelo gesto da tia.

- Espero que algum dia você me entenda e me perdoe. Agora vá!

Sem entender muito bem, Harry resolveu não contrariar. Mentalizou a casa dos Weasley e aparatou.

Após o que lhe pareceu uma eternidade, sentiu seus pés baterem com força no chão e seus joelhos cederem ao peso do malão.

Ao abrir o olho, percebeu que oito cabeças com cabelos cor de fogo estavam a sua volta olhando-o intrigados. Intrigados porém felizes.

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