Petúnia





- Tia Petúnia...? Tia...?

Mas não houve resposta. Petúnia Dursley estava branco feito giz e gelada, muito gelada; parecia um cadáver de quem fora vítima do Avada Kedavra pois tinha os olhos e a boca extremamente abertos. Harry diria que ela realmente estava morta, se não fosse por sua ofegante respiração.

- Ti-tia Petúnia, a se-senhora está bem?

Petúnia nada respondeu, fitava o exato ponto onde antes estavam aqueles olhos vermelhos, falava coisas estranhas. Harry achou que a tia realmente enlouquecera, mas ao prestar mais atenção no que a tia falava, percebeu que já ouvira aquela língua antes, só não recordava de onde.

De repente Petúnia se vira para ele e começa a falar aquela língua novamente. AS luzes da cozinha se acendem e começam a piscar, o chão começa a tremer e o copo, já vazio, que se encontrava sobra a mesa, se espatifa no chão. Harry não estava entendendo absolutamente nada, talvez aquela não fosse sua tia...

Porém, tão rápido como começou, tudo aquilo parou... Ela continuava ancarando-o, mas seus olhos estavam completamente virados, sendo que a única parte visível era o branco da córnea.
- Não pode ser, quem é você!- Harry gritava, estava desesperado.

Então ela falou:

- Aquele cujo nome não é pronunciado, aquele que muitos temem está perto – sua voz não era a mesma, estava grossa e rouca.

No mesmo instante Harry se lembrou de como a professora Sibila ficou em seu terceiro ano em Hogwarts, quando previu o retorno de Rabicho à Voldemort, mas não poderia ser... Sua tia estaria mesmo em transe?

- Ele sabe sobre a profecia – continuou – sabe tanto que agora não teme mais ser visto muito menos reconhecido, matará quem se colocar em seu caminho até O Escolhido. A batalha final está se aproximando, muito sangue será derramado!

- Sangue? Sangue de quem? Responda tia, por favor, sangue de quem?

Mas Petúnia havia desmaiado. O garoto a acordou e logo após arrumar a bagunça da cozinha, voltou ao seu quarto onde acabou adormecendo.

Seus sonhos se tornaram cada vez mais reais, se imaginou na batalha final, duelando com Voldemort.

- Muito sangue será derramado! – gritava o Lorde

Comensais da Morte aparatavam de todos os lados, alunos da AD apareciam para ajudar, mas eram terrivelmente mortos, todos: Rony, Mione, Luna, Neville, Gina, ELE!

Acordou suando frio, gritando quando, para a sua surpresa,viu tia Petúnia sentada ao pé de sua cama.

- Graças a Deus moleque, achei que você não acordaria mais. Está tudo bem? Você dormiu por quase dois dias!

- Dois dias?

- Sim, dois dias! O que está pensando da vida? Largue de ser preguiçoso e vá cortar a grama do jardim que está enorme!

- Sim senhora.. – disse se levantando – É realmente ela – pensou Harry.

Com o passar do dia, tia Petúnia demonstrava para com Harry, o mesmo carinho e afeto que daria a um monte de cocô de cachorro na porta de sua casa.

Durante o jantar, Harry desceu à cozinha para ajudar nos afazeres. Sua tia mexia uma panela de molho com uma colher de pau muito velha e desgastada e o garoto resolveu arrumar a mesa para o jantar.

Ao voltar à cozinha para pegar os pratos, Harry se deparou com uma cena que o paralisou: tia Petúnia estava equilibrada sobre uma cadeira tentando pegar uma tigela que se encontrava levitando, centímetros de seus dedos. A cadeira estava equilibrada em apenas uma das pernas.

Ele estava sem reação. Como poderia, sua tia que tanto odiava os bruxos, possuir poderes mágicos?

Harry passou mais tempo do que pretendia matutando essa idéia, pois para quem não queria ser visto, ele acabou chamando a atenção da tia, que quase caiu da cadeira.


- O-o que você quer, mo-moleque? – perguntou a mulher, assustada.

- Ti-tia, a senhora... como? Quero dizer, quando? – perguntou um muito confuso Harry – A senhora estudou em Hogwarts também?

- Não! – respondeu a tia, que já fechara a cara para o garoto.

- Eu quero saber! – gritou Harry – se a senhora faz magia...

- Cala a sua boca! Seu tio acabou de chegar com o Duda. Conversaremos outra hora!

E assim aconteceu. O jantar foi extremamente rápido e calado. Harry mal tirava os olhos de seu prato. Ao final do mesmo, todos se levantaram, tio Valter e Duda foi para sala, Harry subia para seu quarto quando...

- Moleque, me ajude a lavar a louça! – pediu tia Petúnia.

Assim fez. A louça não era muita, mas Harry achou que o prato que estava esfregando não queria ser lavado.

- Então? – começou em um tom baixo.

- Hogwarts? Não, nunca pisei naquela escola...

- Então como me explica...

- Aborto – interrompeu sua tia – Sou um aborto!

- Filch...

- Quem?

- Filch, o zelador de Hogwarts também é um aborto.

- Hum...

- Mas e os poderes? Como a senhora ...
- Peguei os livros de sua mãe, tenho todos escondidos no assoalho sob minha cama.

- E a varinha?

A dela... Olhe melhor acolher que está lavando.

Harry observou uma antiga colher de pau, muito gasta, a mesma que sua tia mexia o molho e viu em seu cabo, escrito em prata, as iniciais: L. E. P.

- Lillian Evans Potter, é a…

- Minha mãe…

- Isso, agora vá dormir, amanhã você vai para A Toca.

- Mas como a senhora sabe sobra A Toca?

- Ora, você acha que Dumbledore não me explicou sobre você e seus amigos antes de morrer? – ao dizer isso, baixou um tom em sua voz, o que chegou a ser aconchegante.

- Tudo bem, boa noite – disse Harry ainda muito confuso por receber tanta informação em tão pouco tempo.

Então tia Petúnia fez algo que nunca havia feito em dezessete anos, beijou-lhe o rosto, como uma mãe faria.

Pela primeira vez em dez dias, Harry dormiu um sono tranqüilo, sem pesadelos.






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