Falta de coragem e neve lilás

Falta de coragem e neve lilás



Desde o baile, Remo e Julie começaram a ter um pouco mais de comunicação (Julie adorou isso), embora Remo nunca olhasse diretamente para ela quando falava (ela supôs que isso era pura timidez). Mas quanto mais ele se aproximava de Julie, mais amigo de Lílian ele parecia virar. Julie absolutamente tinha que admitir que sentia uma pontinha de ciúme ao ver os dois juntos, mas não falou nada para a amiga.
Lílian, por sua vez, obstinou-se em não implicar com todas as brincadeirinhas que Tiago fazia com ela (o que exigia um esforço imenso dela, por causa da sua pouca paciência) e viu que assim a convivência dos dois se tornava muito, muito mais fácil. Tiago também começou a levar menos a sério quando Lílian explodia ou dizia alguma besteira não-pensada para ele. Simplesmente levaram a trégua a sério. Os dois não viraram amigos, mas descobriram uma maneira de coexistir pacificamente (e os mais próximos a eles agradeceram).
Conseqüentemente, a relação entre Lílian e Sirius também melhorou. Desde que se convenceu de que Lílian não os odiava, ele se aproximou mais da garota. Também não viraram amigos, mas o fato de que Sirius estava sempre por perto de Julie e Erica sempre fazia com que Lílian estivesse perto dele também e começasse a agir com mais simpatia.
Após o natal e o ano-novo, os poucos alunos que haviam deixado a escola começaram a voltar, e o que era o jogo mais esperado da temporada se aproximava: Grifinória versus Sonserina. O time todo treinava incansavelmente para o jogo, e ficou mais do que comum ver Tiago e Erica cobertos de lama na maior parte do tempo. Até mesmo Grant parecia mais humilde e nervosa com a proximidade do jogo.
No dia do jogo, o clima no salão principal estava tão pesado que os burburinhos normais haviam sido trocados por um silêncio mortal. Erica estava muito pálida; a mão que segurava a colher do mingau de aveia tremia ligeiramente. Tiago não fez as piadinhas de sempre. No ano passado, o único jogo perdido havia sido justamente para a Sonserina. Era uma questão de honra ganhar.
Quando Grant se levantou (com cara de quem poderia vomitar a qualquer momento) e os outros do time fizeram o mesmo, a maioria dos alunos no salão os aplaudiu fortemente.
- Boa sorte – Berrou Julie a Tiago e Erica, sem parar de bater palmas. – Sonserina tá no papo! – E inclinou-se por cima da mesa para abraçar os dois.
- Boa sorte – Disse Lílian, dando um sorrisinho fraco. Também se inclinou por cima da mesa para abraçar Erica e ia fazer o mesmo com Tiago, mas desistiu no meio do caminho; acabou perdendo o equilíbrio e enfiando a mão dentro de uma tigela de cereais vazia. Tiago riu e estendeu a mão. Lílian a apertou, formalmente.
Quando as portas do campo se abriram, os grifinórios correram para se amontoar na primeira fila. Julie conseguira se infiltrar na primeira fileira com Lílian e acabaram do lado de um grupo do sétimo ano que gritava os nomes de Mario e Vanessa. As garotas quase se emocionaram ao ver que ¾ das arquibancadas estavam cobertas com as cores da Grifinória. Era quase como se fosse a final do campeonato; a Sonserina jogara tão sujo nesse ano que todos queriam vê-la eliminada.
O barulho foi ensurdecedor quando o time de vermelho entrou no campo.
- Grifinória vem aí! Stebbins, Mollman, Potter, Grant, Hale, Stebbins e Dunckley! – Falou o locutor do jogo, um garoto baixinho da Lufa-Lufa. – E agora a Sonserina – o entusiasmo em sua voz diminuiu e ele não anunciou os nomes. Não precisava. Hogwarts toda os conhecia.
Mal o jogo começara e um batedor da Sonserina atirou um balaço para cima de Erica, que conseguiu escapar espetacularmente, arrancando muitos gritos da torcida. O primeiro gol veio de uma jogada sincronizada e no mínimo linda de Tiago e Mario: ele atirou um balaço para perto de Rosier, sem atingi-lo, e aproveitando a distração, Tiago jogou a goles para dentro de um dos aros.
- Deeeeez a zeroooooo para a Grifinória!
Vítor Mollman atirou a goles por cima do ombro e acertou.
- Viiiiiinte a zeroooo! Uma jogada de mestre de Mollman!
Tiago se desviou de um artilheiro particularmente truculento, jogou a goles e aproveitou para dar um sorrisinho enquanto Rosier se esticava para alcançá-la.
- Triiiiiinta a zeroooo!
Pênalti no goleiro Robert Dunckley: um balaço atirado pelo outro batedor o atingira no estômago. Vanessa cobrou e acertou.
- Quareeeeenta a zeroooo!
O jogo começou a ficar mais difícil; Sonserina começara a usar seus truques sujos. Após o gol de Vanessa, o batedor invadiu a área e atingiu a cabeça de Robert. Dois pênaltis seguidos; Vítor cobrou o primeiro.
- Cinqüeeeeenta a zeroooo!
Vanessa cobrou o segundo, mas o goleiro rebateu a goles com a vassoura; a bola voltou para as mãos de Vanessa e ela atirou novamente.
- Sesseeeeenta a zeroooo!
Agora, decididamente, os jogadores da Sonserina começaram a marcar Vanessa de perto. Os dois batedores vieram para cima dela com os bastões erguidos. Alex Hale mandou um balaço diretamente na cabeça de um, mas o outro acertou diretamente as costelas de Vanessa com o bastão, fazendo-a cair da vassoura e aterrissar diretamente na areia que rodeava o campo. Madame Hooch interrompeu o jogo para que Vanessa fosse retirada do campo, e assim que ela saiu, a selvageria continuou. Ficara muito mais fácil marcar para os artilheiros da Sonserina. O maior dos três sonserinos tomou a goles de Tiago e foi trombando com todas as vassouras que encontrava. Atirou. A goles passou longe das mãos de Robert.
Foi tudo muito rápido: a torcida da Sonserina urrou, suas bandeiras erguendo-se no ar. Mal começaram a comemorar, e Erica apanhou o pomo em cima da arquibancada da Lufa-Lufa. Os gritos da Sonserina foram abafados pelos da enorme torcida da Grifinória. O jogo acabara em 210 a 10.




A Grifinória toda estava no salão comunal, comemorando com cervejas amanteigadas. Lílian, Erica e Julie conversavam alegremente sentadas enquanto várias pessoas ainda cumprimentavam o time (Um garoto do primeiro ano pediu o autógrafo de Erica). Enquanto Erica e Julie se distraíam conversando com Mario, Lílian percebeu Sirius e Tiago saindo sorrateiramente pelo buraco do retrato. Decidiu segui-los.
Os dois desceram até o terceiro andar, sem perceber – ou pelo menos fingindo não perceber – que Lílian o seguia de perto. Chegaram até a estátua de uma bruxa corcunda e Sirius puxou um pergaminho velho do bolso: Lílian o identificou imediatamente como o que lera no dormitório. Tiago murmurou e apontou alguma coisa no pergaminho. Saiu de perto da estátua e foi até a parede onde Lílian se escondera.
- Oi, Evans! – Falou ele, casualmente, apoiando o braço na parede. – Nos seguindo desde quando?
- Desde a torre da Grifinória. O que exatamente vocês pretendem fazer? – Ela falou, lentamente.
- Buscar suprimentos para a festinha da Grifinória – Respondeu Sirius, também se aproximando, enquanto dava um toque no pergaminho com a varinha.
- Vamos? – Tiago sorriu para ela. Lílian ergueu as sobrancelhas.
- Como assim, vamos? – Sirius franziu a testa para ele. – Você está pensando em levar a Evans?
O ruído de passos vindo pelo corredor tornou-se audível aos poucos.
- Entrem na sala – Sirius correu até a estátua, proferiu algum feitiço que fez com que ela se abrisse e escorregou para dentro do buraco. Tiago puxou Lílian para dentro da sala de aula mais próxima, e quando fecharam a porta, ele inesperadamente passou um braço pela cintura dela e puxou-a para mais perto de si. Ela não teve tempo de perguntá-lo o porque daquilo, pois Filch escancarou a porta.
- Ah, peguei vocês! – E apontou um dedo ameaçadoramente na direção dos dois. – O que estão fazendo por aqui?
- Nada – Lílian deu de ombros, tentando parecer o mais natural possível. - Somos monitores, temos permissão para vagar pelo castelo de vez em quando.
- Deviam estar comemorando na sala comunal, não? – Os olhos de Filch brilharam, na esperança de incriminar alguém de alguma coisa.
- Estávamos comemorando até você chegar, Filch – Falou Tiago num tom displicente, passando a mão pelos cabelos. – Mas fica mais difícil com pessoas por perto, sabe.
Lílian se espantou com a velocidade de Tiago para criar uma desculpa, e não sabia se gostara ou não dela, mas o fato foi que surtira efeito: essa deveria ser a primeira e a última vez que se vira Argus Filch constrangido. Ele murmurou alguma coisa, consternado, e saiu, batendo a porta.
- Muito bom, Potter – Ela disse, antes que pudesse se deter.
- Íamos ter problemas se ele encontrasse eu e Sirius juntos por aqui – Explicou Tiago, sem fazer menção de soltá-la. – Ele desconfia da passagem, já nos viu por aqui outras vezes.
- Ele foi embora, agora nós... que tal você me soltar?
Tiago franziu a testa como se tivesse se esquecido de soltá-la. Foi até a porta, e depois de conferir que Filch não estava mais lá, foi até a estátua da bruxa corcunda, puxando Lílian pela mão. Puxou a varinha, fez a corcunda da bruxa se abrir com um feitiço e fez sinal para que Lílian entrasse. Ela hesitou.
- Eu não te livrei do Filch à toa, sabe – Falou Tiago, emburrado. – E você nos seguiu, então vai ter que ir até o final. Vamos, Evans.
- Potter, nós somos monitores. Pense no que poderia acontecer se nós...
- Não vai acontecer nada com a gente, Lílian. A não ser, é claro, que você nos dedure.
Lílian não soube se foi por Tiago chamá-la pelo nome ou por ele acalmá-la dizendo que nada de mais ia acontecer, mas sentiu uma confiança repentina nele. Lançou um último olhar a Tiago e entrou de cabeça no buraco. Começou a escorregar, e um tranco logo atrás dela indicava que Tiago vinha logo atrás.




- Dois beijos e ele não me chamou para sair! Isso é quase... desesperador, Erica!
- Ele pode estar com medo, Julie.
- Eu não mordo.
- Talvez ele morda. Lílian?
Lílian, que estivera calada até o momento, levantou a cabeça para encarar os olhos azuis de Erica.
- Você é amiga dele, deve saber coisas que a gente nem imagina. Alguma razão específica para ele não chamar Julie para sair?
- Não sei. Porque você própria não o chama para sair, Julie?
- Eu?
- Não, eu. Lógico que é você, Julie. Porque não?
- Não tenho coragem.
- Não tem? – Exclamou Erica, e Julie levou o indicador aos lábios; elas estavam no dormitório, conversando, e Alice e Laura já roncavam. – Você quase o agarrou no dia do baile!
- Não! – Sussurrou Julie, indignada.
- Mas falou claramente pra que ele te beijasse, o que dá no mesmo. – Disse Lílian, sorrindo. – Ninguém beija sozinho, Julie. É só você ter um pouco mais de paciência, Remo é um garoto tímido.
- Ou, como dizíamos, faça você mesma – Falou Erica.
Julie passou a noite toda treinando seu discurso. Não tinha paciência para esperar a boa vontade dos outros.


Final da aula de Poções do dia seguinte.
- Você vai ficar aí, Julie? É hora do almoço – Perguntou Erica, sorrindo.
- Não, já estou indo – Gritou Julie do fundo da sala. – Vou terminar de limpar algumas coisas por aqui...
Não havia sido de propósito. Julie realmente havia espalhado sua poção por todos os cantos da sua mesa, e agora a limpava com um pano já imundo. Remo Lupin estava conversando com o professor, havia apenas os três na sala. O professor deixou a sala, mas Remo continuou a arrumar seus materiais sem pressa. A poção de Julie reaparecia cada vez que ela passava o pano, e isso estava começando a cansá-la. Tentou alguns feitiços, sem resultado.
- Quer ajuda, Julie? – Disse Remo, sem desviar a atenção de seus materiais.
- Se você souber algum feitiço para limpar isso...
Ele caminhou até a frente da mesa dela, largou a mochila no chão e murmurou alguma coisa – apontando a varinha para o pano, não para a poção.
- Isso deve ajudar – E ergueu as sobrancelhas. Julie sorriu e murmurou um “obrigada”. Ele realmente não tinha pressa nenhuma de sair, pois ficou observando-a limpar com sucesso a mesa. Julie ergueu os olhos para ele ao terminar, e sentiu seu coração dar um conhecido salto ao ver que ele sorria olhando diretamente para ela.
- Posso falar com você um pouco, Julie?
- Lógico – Ela mordeu o lábio, tentando repassar o que iria falar para ele. Não conseguiu se lembrar de nada.
- O.k. – Ele pareceu hesitante, e se apressou para trancar a porta com um feitiço. – Segurança, sabe.
O coração de Julie agora estava decididamente pulando muito.
- Então?
- É complicado, Julie.
- O quê?
- Tudo.
Julie olhou para a janela mais próxima, confusa. Remo continuou vindo na direção dela. Os dois se encararam longamente. Remo chegou perto a ponto de ela poder ouvir a respiração dele.
- Bem... Eu gostaria muito de sair com você, mas eu sei que você não quer.
Julie riu.
- Você adora tirar conclusões precipitadas.
Remo abaixou os olhos e deu uma risada rouca, recuando uns dois passos e se encostando à mesa mais próxima. Julie quase o amaldiçoou.
- Às vezes é mais seguro ter apenas pensamentos pessimistas.
- Se você só tivesse tido pensamentos pessimistas, não teria vindo falar comigo – Sorriu Julie. Ela passou a mão pelos cabelos, lutando muito contra a vontade interna que tinha de pular no colo de Remo e dizer “eu esperei isso por muito tempo, sabia?”. – Você demorou muito.
- Demorei a quê? – Remo olhou tenso para ela.
- A me chamar para sair. Achei que tivesse desistido, você demorou séculos. – Julie se sentiu idiota falando isso, mas ele pareceu não ligar. Remo sorriu para os seus sapatos, os cabelos cobrindo seus olhos.
- É uma tarefa difícil. Eu demorei séculos porque passei séculos tomando coragem...
Julie fechou os olhos com força. Remo estava chamando-a para sair, depois de muito tempo tomando coragem e ela queria isso gravado para sempre como um fato memorável, porque era simplesmente a coisa mais fofa que ela já ouvira na vida. Abriu os olhos e viu Remo a espiando, intrigado.
- Ah, não importa - E sacudiu uma mão. – Sim, Remo... eu quero sair com você, não importa o que seus pensamentos pessimistas digam.
Ele soltou um suspiro de alívio e sorriu para a parede como se tivesse acabado de fazer a coisa mais difícil de sua vida; então, sorriu para ela. E esse foi o momento em que ela não se agüentou mais, subiu na ponta dos pés e deu um beijo muito rápido na boca de Remo. Os dois se encararam por uma fração de segundo, então Remo se inclinou para frente e realmente beijou Julie.
Remo parecia atordoado quando os dois se separaram, e piscou os olhos antes de olhá-la de novo. Julie se afastou.
- Slughorn vai dar uma festa no próximo sábado, é dia dos namorados e eu posso convidar alguém... se você quiser ir comigo... Sirius e Tiago foram convidados também.
- Foram? – Remo arregalou o olho.
- Algum problema?
A porta se abriu violentamente, fazendo Julie se sobressaltar. Erica entrou na sala, a varinha na mão e uma expressão de euforia.
- Desculpe atrapalhar, mas vocês têm que ver isso!
E saiu pela porta. Julie puxou Remo pela mão e a seguiu até a sala comunal da Grifinória. Assim que os dois passaram pelo buraco do retrato, viram a diferença.
Neve lilás caía do teto e o chão já estava completamente coberto dela; onde normalmente estaria o leão da Grifinória, estava um grande estandarte roxo com enormes letras floreadas e douradas, onde se lia claramente “Lílian Evans, quer ir à festa do Slughorn comigo? Espero sua resposta. Tiago Potter”. No meio da sala encontrava-se Lílian, com um punhado de neve sobre os ombros e a cabeça, totalmente aparvalhada e balançando a cabeça com incredulidade. Algumas garotas do quinto ano suspiravam, desiludidas; Mario Stebbins, sentado em uma poltrona, parecia frustrado. Mas a grande maioria ainda admirava o estandarte, admirando a atitude de Tiago.
- Eu sabia disso – Remo sussurrou no ouvido de Julie e ela sorriu, apertando a mão dele. Julie sabia que não havia outro modo de Tiago fazer com que Lílian gostasse dele – ela precisava saber que não era qualquer garota para ele.
Tiago entrou com Sirius e Pedro na sala comunal, e todas as pessoas presentes se calaram para ver no que aquilo tudo daria.
- Eu adorei a cor dessa neve, você não? – Sussurrou ele displicentemente enquanto espanava os ombros da garota para retirar a neve. – Deu um trabalhão para fazer nevar, mas para colocar cor na neve foi pior.
Ela virou a cabeça para encará-lo.
- Você é louco, Tiago.
- Só quero te levar a uma festa, é proibido?
- Porque eu e não nenhuma de suas fãs? – Murmurou ela, apontando com o queixo para o grupo de garotas do quinto ano. Tiago olhou para ela como se a resposta fosse óbvia.
- Justamente porque você não é minha fã! É ótimo correr atrás de você, Lílian. Apesar de... – ele coçou a cabeça e sorriu - ... eu sempre me dar mal. Mas eu continuo insistindo, algum dia eu serei melhor do que a lula gigante.
E girou nos calcanhares e saiu pelo buraco do retrato. Lílian sentiu todos os olhares nela e começou a corar. Precisava sair dali.
- Arrumem o que fazer, vocês todos – Disse ela num tom alto, ajustando o distintivo de monitora no peito e saindo pelo buraco do retrato atrás de Tiago.
Tiago andava lentamente no final do corredor, as mãos no bolso.
- Tiago? – Disse ela sem se mexer. Lílian não precisou gritar, sua voz ecoou pelo corredor e Tiago virou-se sorrindo.
- Você vai comigo?
- Como amiga.
Tiago correu até a janela mais próxima e deu um berro.
- Ouviu isso, lula gigante? Estou ficando melhor que você!

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