Hogwarts
Vontades
IX. Hogwarts
Com certeza foi a pior tarefa que Milorde me já me passou. Isso mesmo.
A pior.
Não pela tarefa em si, não me importo em lidar com tarefas difíceis e trabalhosas. O que me incomodou foi o fato de ter que espionar junto com a pessoa mais insuportável do mundo.
Inteligente, porém antipático, arrogante, prepotente, estúpido! Outros mil adjetivos que eu poderia lhe dar não exprimiram a verdadeira repulsa que eu tenho por ele, nem a intensidade de todas essas suas qualidades poderiam ser descritas em um milhão de palavras.
Dizem que para bom entendedor, meia palavra basta. Mas é simplesmente impossível controlar a vontade de descrevê-lo em um milhão de adjetivos apropriados.
Deixando minha indignação de lado, volto à história. (Mesmo ainda sem entender o porquê de Milorde não me ter deixado agir sozinha, mas quem sou eu para contestar uma ordem de meu Mestre...)
Num belo domingo de folga, fui convocada à sede. Obviamente, dirigi-me até ela o mais rápido que pude. Como na maioria das vezes, estava vazia. A sala do Mestre, porém, não estava.
Meu anseio de poder, finalmente, receber uma tarefa de importância onde somente eu, Loraine Lestrange, receberia os créditos pelo êxito quebrou-se como um copo de cristal que escorrega de mãos ensaboadas. Dentro da sala estava o meu estimado colega de trabalho: Severo Snape.
Pigarreei ao cruzar o portal e fiz uma breve reverência.
- Tenho uma tarefa para os dois. – disse Milorde pausadamente.
“Não preciso da ajuda dele para matar alguém”.Pensei desgostosa.
- Você não precisará matar ninguém por enquanto. – disse-me Milorde, eu ruborizei intensamente e cravei os olhos no piso de madeira. – Como eu dizia, antes da interrupção inconveniente de Lestrange, tenho uma tarefa aos dois: chegaram-me informações de que Alvo Dumbledore organiza um grupo de bruxos para nos investigar. Denominam-se a Ordem da Fênix. Como vocês, obviamente, já sabem. – ambos confirmamos com a cabeça, sem dizer uma palavra. – Quero que o sigam para todos os lados. Escutem todas as conversas e tragam-me informações mais decentes do que nosso inútil espião é capaz de me trazer.
- Não sem por que ainda o mantém por perto, Mestre. – disse Severo. – É um inútil, incapaz de executar um simples feitiço sem ajuda.
- Eu tenho meus motivos, Severo. – Milorde pigarreou e voltou-se para mim. – Não questione minhas ordens, Lestrange. Eu sei muito bem que seria capaz de seguir Dumbledore sem ser vista, sozinha. – ele pausou. – Mas creio que não é hora de seu emprego dentro do Ministério ser perdido.
- Longe de mim questionar uma ordem sua, Milorde. Sua palavra é lei.
- Ótimo, vão e não me decepcionem.
Reverenciei-o novamente e saí da sala.
- Não precisa se dar ao trabalho de me ajudar, Lestrange. Posso muito bem cuidar disso sozinho. O crédito com certeza viria para ambos. – disse Severo.
- Não me venha com galanteios. – retruquei ainda de costas. – Estou longe de querer aceitar favores seus.
- Estou indo para Hogsmeade amanhã. – abri a boca para dizer-lhe que estaria indo para Hogsmeade hoje, mas ele interrompeu-me. – E já que não quer minha ajuda, não reclame da porção que será dada a você.
- Não se julgue melhor ator antes que se inicie o espetáculo, Severo. – saí da sede e sem ouvir uma só palavra.
Decidi trabalhar sozinha e não encará-lo como parceiro mas como adversário.
Eu precisava pensar. Com certeza Snape já tinha uma idéia.
Dumbledore era astuto o suficiente para perceber que estava sendo seguido. Eu não poderia simplesmente me vestir com uma roupa colada e brincar de me esconder sob as sombras.
Respirei fundo e sentei num dos sofás da minha casa, as luzes estavam todas apagadas e a única claridade era a dos fracos raios solares que entravam pelas frestas da janela. Pude ver o Profeta Diário jogado em cima da mesa de centro; estava remexido e aberto ao meio.
“Com muito pesar deixo Hogwarts. [...] Creio que os cargos do Ministério nunca mais serão ocupados com tanta perfeição”.Era a manchete da página aberta.
Sorrindo alegre, Horário Slughorn.
“BINGO”.
***
“Caro professor Alvo Dumbledore,
Não me convém desperdiçar seu precioso tempo com bobagens e formalidades. Irei direto ao assunto: soube que, infelizmente, o Professor Slughorn resolveu aposentar-se. Acredito que é uma perda quase que irreparável para Hogwarts. Mas receio que posso ajudá-lo.
Venho sem modéstia através dessa, oferecer-me ao cargo de professora de Poções. Meus antecedentes na matéria são ótimos; o próprio Slughorn poderá lhe dar uma carta referencial.
Desculpe-me pela objetividade da carta. Espero, porém, que me reserve um tempo em sua agenda para podermos conversar pessoalmente.
Agradeço-lhe desde já,
Loraine Lestrange”
Nunca fui boa em formalidades, como podem perceber. Direta e sem rodeios, era assim que eu era. Enviei a carta a Dumbledore. Plano perfeito. Um lugar melhor que Hogwarts para espionar Dumbledore, talvez não exista!
Três dias se passaram sem resposta.
Mas ao final do quarto dia, recebi uma pequena resposta de uma coruja igualmente pequena. Uma letra miúda e caprichosa dizia-me para comparecer a Hogwarts na manhã do dia vinte e dois próximo das dez horas.
Sentia-me orgulhosa da minha própria destreza em bolar um plano tão simples e adequado. Severo Snape nunca seria um bom professor, impaciente e grosso como ele, não suportaria uma semana.
***
No dia vinte e dois, aparatei em Hogsmeade e hospedei-me no Três Vassouras. Era um belo quarto; paredes brancas cercavam duas camas de solteiro forradas com lençóis igualmente brancos, um criado-mudo de madeira e um guarda-roupa antigo.
Exalava um cheiro agradável e íntimo. Simples e muito confortável.
Parecia enfeitiçado para realizar alguns desejos simples de quem se hospedava ali. No momento em que pensei procurar um banheiro para checar meu cabelo, um espelho redondo apareceu sobre o criado-mudo juntamente com um pente de madeira muito bonito, com adornos em pedras preciosas. Pedras falsas, creio eu.
Impecavelmente penteada, roupa impecavelmente limpa e sem dobras, desci as escadas que levavam ao bar e saí.
Hogwarts estava, como sempre, ao do fundo do vilarejo. Um enorme castelo cheio de segredos e histórias. Segredos e histórias minhas e de praticamente todos os bruxos da Inglaterra. Por mais que desejemos concluir logo nossos estudos, é impossível fazer uma visita sem lembrar-se com saudade de pelo menos um fato marcante.
Eu, que tenho o sobrenome “nostalgia”, recebi um turbilhão de lembranças fazendo meu cérebro implorar urgentemente por uma penseira. Bons dias passaram-se ali.
Enquanto caminhava, lembrei dos dias em que passeava de madrugada pelos corredores, das aulas que fugia para me encontrar as escondidas com Lúcio em alguma sala vazia, das detenções, das noites em claro que eu passava tentando recuperar o tempo perdido por não assistir as aulas...
Lúcio era meu relógio, minha vida girava em torno dele.
Cruzei o portal do Salão Principal e mais uma brisa nostálgica me abateu. Quantos cafés, almoços, e jantares? E as festas do dia das bruxas?
Perfeitas!
Lembro-me perfeitamente do meu primeiro dia em Hogwarts, quando cruzei o portal pela primeira vez não cabia em mim de tanta felicidade! O saguão de entrada era tão grande que me senti menor do que eu costumava ser (já que minha estatura sempre foi menor do que as crianças da minha idade). A professora Minerva McGonagall nos levou a uma sala e nos apresentou o nome das casas, estávamos todos muito animados.
“- As quatro casas chamam-se Grifinória, Lufa-Lufa, Corvinal e Sonserina. Cada casa tem sua história honrosa e cada uma produziu bruxos e bruxas extraordinários...”
Senti meu estômago dar cambalhotas: agora era a hora da verdade. Se não ficasse na Sonserina nem sei o que poderia acontecer comigo! Talvez fosse deserdada, expulsa de casa ou sei-lá-o-quê mais a mente doentia dos meus pais poderia inventar.
Quando entrei no Salão Principal estava tão receosa e enjoada que mal percebi como era bonito teto enfeitiçado. Vi minhas primas, Bellatriz e Andrômeda, e meu irmão Rodolfo sentados à mesa da Sonserina. Andrômeda acenou gentilmente para mim. Senti meu estômago remexer e um súbito calor subir pela garganta, estava a ponto de vomitar.
Lúcio, ao meu lado, tinha no rosto uma expressão serena e despreocupada; ele já tinha certeza de que ficaria na Sonserina. Sirius estava um pouco à frente, parecia ansioso. O chapéu seletor foi posto em um banquinho tripé a nossa frente e cantou uma bela canção sobre as casas e suas qualidades. “Se você tem grande ambição, astúcia e sede de poder, com certeza Slytherin o irá escolher”.
- Black, Sirius! – chamou o chapéu.
Sirius tomou a frente, sentou-se no banco e colocou o chapéu na cabeça. Um minuto inteiro se passou e não se ouviu um ruído sequer no salão.
- Grifinória! – Sirius, para o meu espanto, levantou-se do banquinho com um sorriso que não cabia em si. Ovacionado pela mesa da Grifinória, sentou-se. Como ele poderia ficar feliz sabendo que seria considerado escória pela família?
- Lestrange, Loraine! - Comecei a suar frio.
Cambaleante, dirigi-me ao banquinho e sentei-me.
- Está bem dividido por aqui, hein? – disse-me o chapéu. – Raramente encontro qualidades tão distintas numa mesma pessoa. Está nervosa? Acalme-se minha querida!
“Então termine logo!” pensei irritada.
- Inteligência, ambição, ousadia... difícil!
“Ande logo, não posso ficar a noite inteira com você na cabeça!”
- Vejo que você é guiada pelas suas ambições, mas sua fidelidade também se destaca. – ele parou por alguns segundos, que me pareceram horas. – Garotinha confusa assim como seu primo! Isso poderá mudar a direção das trilhas que você irá percorrer, mas... SONSERINA!
“Muito obrigada.” Pensei e saí correndo em direção a mesa que me ovacionava.
- Por que demorou tanto? – perguntou-me Rodolfo.- Ele não encontrou nenhuma qualidade, não é? Então resolveu te classificar pelas da família. – disse arrogante.
- É isso que você pensa. – retruquei.
- Malfoy, Lúcio! – o chapéu mal tocara sua cabeça quando anunciou: - Sonserina!
Senti uma felicidade intensa quando ele sentou-se ao meu lado, satisfeito.
Pisquei várias vezes e retornei ao salão principal. A minha frente, Alvo Dumbledore.
- Não quis interrompê-la. – disse-me serenamente.
- Desculpe-me, Professor Dumbledore! – pedi. – Impossível entrar nesse salão e não me lembrar de uma época tão boa!
- Sei como é. – disse-me. – Eu mesmo me perco em lembranças quando estou por aqui. – ele sorriu. – Queira me acompanhar, por favor.
- Agradeço-lhe desde já pela oportunidade, professor.
- Tenho recebido muitas cartas, evidentemente. Mas só aceitei entrevistar aqueles que o próprio Professor Slughorn me recomendou, agradeça a ele. – sua resposta poderia ser interpretada como grosseria, mas com a suavidade da voz de Dumbledore, poderia ser interpretada como um conselho.
- Farei isso assim que possível.
Entramos em sua sala circular e não pude conter a expressão de surpresa. Por mais que eu já tivesse me esgueirado em seu escritório várias vezes, era sempre uma surpresa entrar ali. Objetos que emitiam ruídos estranhos, quadros ressonando, fileiras intermináveis de livros e, é claro, a mais surpreendente, a fênix. Era uma bela fênix de penas avermelhadas, tinha uma aparência saudável e próspera.
- Sente-se, por favor. –Sentei-me e Dumbledore contornou sua escrivaninha e fez o mesmo. – Está cansada de seu atual emprego, Srta. Lestrange?
- Não, pelo contrário, estou muito satisfeita. Mas quando soube da vaga, reacendeu uma antiga paixão: as poções. Sempre tive um carinho especial por essa matéria.
- Entendo. Mas devo alertá-la que a profissão de Professor é muito desgastante ao contrário do que muitos pensam. Porém é, também, recompensadora. – ele sorriu. – Não há nada que me faça mais feliz do que passar adiante os meus conhecimentos.
Dumbledore não fez uma pergunta sequer do tipo: “Cite os ingredientes de Veritaserum” ou “qual a aparência de uma poção do sono”. Fiz também um esforço horroroso para manter minha mente fechada contra penetrações, totalmente em vão. Pois nem isso ele tentou.
Voltei ao Três Vassouras por volta das duas da tarde com a promessa de Dumbledore que me contataria assim que decidisse quem ficaria com a vaga. Havia uma ansiedade crescente em meu peito, se eu não conseguisse a vaga as chances de eu conseguir espionar Dumbledore sem ser notada se tornariam praticamente nulas.
Ao entardecer, escondi-me sob minha capa preta e fui até o Cabeça de Javali. Ali as bebidas eram muito mais fortes e mais baratas do que no Três Vassouras.
O bar estava lotado das pessoas mais estranhas que pode-se imaginar: desdentados, mal-vestidos, sujos! A maioria usava capas iguais ou mais surradas que as minhas e mantinham-se concentrados em seus copos.
Sentei em uma das mesas escondida sob uma das dezenas de sombras do lugar e pedi um Firewhisky. Que, literalmente, veio pegando fogo. Era uma sensação maravilhosa bebê-lo; o primeiro gole descia queimando a garganta, a partir do segundo descia com frescor.
Em poucos minutos dava-me uma sensação de felicidade e domínio sobre tudo e todos.
Pedi um segundo Firewhisky e lembrei-me da primeira vez que tomei.
Final da copa entre casas de Quadribol; Sonserina contra Grifinória pelo nono ano consecutivo. Nos oito anos passados, quatro anos a Grifinória havia levado e quatro a Sonserina. Então, era o desempate. Estavam todos muito empolgados com o jogo. Eu, particularmente, achava um saco.
Diziam que era o “ano da Grifinória” porque desde que o novo apanhador, Tiago Potter, havia entrado não perderam uma partida sequer.
Acomodei-me num ponto isolado da arquibancada e em poucos minutos começou o jogo. Evan Rosier estava lindo no uniforme. Era alto e forte, ombros largos. Cabelos escuros e olhos igualmente castanhos. Diziam ser o jogador mais bonito do time, e eu concordava efusivamente.
Não cheguei a ver o fim do jogo, pois Lúcio sentou-se ao meu lado tirando totalmente minha atenção. Trazia consigo uma garrafinha de vidro incolor com um líquido vermelho sangue dentro.
- Desde quando se interessa por Quadribol? – perguntou.
- Desde sempre. – retruquei. Minha vontade era responder: “Desde que eu descobri o quanto Rosier é bonito”.
- Tenho uma surpresa pra você. – disse-me ansioso.
- Surpresa? – perguntei interessada.
- É. Mas só te conto se você vier comigo. – ele sorriu malicioso. Na época eu nunca saberia descrever aquele sorriso. Hoje em dia, sei dizer que era o sorriso das preliminares.
- Vamos logo então. – disse levantando. Lúcio sempre soube que minha curiosidade era maior do que qualquer outro sentimento.
- Antes beba um pouco disso. – ele me ofereceu a garrafa.
Desconfiada, abri a tampa e cheirei. Um cheiro adocicado que era tudo menos uma poção. Virei aos poucos a garrafa na boca.
Era ácido e doce. Delicioso e ao mesmo tempo repugnante. Só consigo chamá-lo de pitoresco. Desceu queimando minha garganta e o pouco que me restou na boca, cuspi no chão antes que chegasse a engolir.
- Isso é HORRÍVEL! – gritei.
- Não desperdice! – censurou-me. – É muito difícil de conseguir uma gota disso daí!
- O que é isso?! Veneno?! Você quer me matar, Lúcio?! – indaguei aborrecida.
- Não seja ridícula. – disse baixando o tom de voz, pois meus gritos já haviam conquistado platéia. – Venha comigo.
Levou-me pela mão aos jardins, com o pretexto de me fazer respirar ar fresco. O jardim estava vazio. O céu estava limpo, sem nuvens, e o lago, plácido.
- Eu não sei o que está acontecendo comigo, Lúcio. – confidenciei-o nervosa. – Está sendo um sacrifício me manter de pé! – ele não disse nada, apenas sorriu e segurou minha mão com força. – Vamos voltar. – pedi. – Minha cabeça está doendo...
- Você só bebeu um golinho. – disse-me.
- O que era aquilo, Lúcio?
- Firewhisky. – respondeu-me finalmente. – O primeiro gole é simplesmente insuportável... mas a partir do segundo é uma maravilha.
- Estou ficando tonta. – disse apertando-lhe a mão, para que me desse equilíbrio.
- Beba mais um gole. – deu-me a garrafa. – Anda.
Com uma das mãos trêmulas, virei a garrafa na boca com cuidado. O resultado foi o mesmo do anterior. Senti a garganta queimando e os olhos encherem-se de lágrimas.
- Lúcio! – implorei em meio a tossidas.
- Tome outra, anda. – fiz o que ele mandou e a sensação foi totalmente diferente. Pode-se dizer que o conteúdo da garrafa mudou de água para vinho.
Uma bebida maravilhosa; doce com um pingo de acidez. Trouxe-me a mesma sensação de quando como chocolate: vão embora as tristezas e ficam apenas as alegrias. A sensação de que tudo vai dar certo.
Ele continuou a me puxar pela mão escola adentro. Corredores e salas vazios. Estavam todos vendo o jogo e não havia um inseto sequer voando. Abriu com cuidado uma porta no fim do corredor sem saída da torre leste e me puxou para dentro; era uma sala como as outras, cheia de mesas e cadeiras.
Percebi aonde ele queria chegar quando trancou a porta.
Sorrindo malicioso, sentou-se sobre uma das mesas. Com o ar de quem me convidada para sentar com ele.
Não tive controle sobre mim mesma naquele momento; as pernas que me levaram até ele não eram minhas. Os braços que envolveram seu pescoço, não eram meus. O tom que minha voz usava, não era meu!
- O que você quer? Me embebeda e me trás para uma sala vazia? – perguntei em tom provocativo.
Lúcio passou a mão pelos meus cabelos carinhosamente.
- Creio que não consigo mais resistir as minhas vontades, Loraine. – disse finalmente.
- Nem eu as minhas, Lúcio. – nossos corpos foram se aproximando vagarosamente e eu, inexplicavelmente, conseguia sentir meu coração batendo com uma força incrível.
Sua respiração estava acelerada, e eu sentia que estava tão nervoso quanto eu. Nossos lábios logo se encontraram ternamente, mas em poucos segundos nossas línguas travavam uma disputa de poder dentro de nossas bocas. O gosto adocicado de Firewhisky deu um quê especial ao momento, talvez se não fosse por ele eu não teria coragem de fazer o que fiz.
Ofegando, desabotoei toda a camisa de Lúcio e pude ver seu peito de menino de treze anos. Não tão forte quanto o de Evan, porém com suaves definições. Pude sentir em meus dedos finos sua pele macia e um desejo crescente de ter aquele corpo só para mim.
Antes que ele pudesse fazer o mesmo com a minha camisa, eu a desabotoei com raiva, como se fosse um empecilho abominável. Abracei-o. Senti pele contra pele. Pele macia, suave.
Excitações aos extremos; Lúcio debruçou-se sobre mim e me beijou a boca novamente. Suas mãos no primeiro momento, percorriam meu corpo intimidadas com o novo. Poucos segundos depois, com exaltação, anseio fútil de absorver tudo ao mesmo tempo.
Voltei à realidade quando ouvi a porta do bar bater. Cruzando o portal, Alvo Dumbledore.
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