A semente e a paixão instantân
Vontades
II.A semente e a paixão instantânea
Nunca consegui classificar aqueles tempos como bons ou ruins.
Época que eu era inocente, imatura, imprudente, irresponsável. Além disso, fútil e sentimental. Minha vida era Lúcio, paixonite platônica que eu nunca pude superar. Mesmo depois de tudo que me aconteceu depois que ele me trocou por Narcisa, minha prima.
Todos apoiaram-no na troca. Ela era mais bonita, mais inteligente, mais esperta. Tudo muito acima do que eu era. Quebraram a cara quando constataram que eu havia mudado, não precisava mais deles. Era uma mulher independente. E só me tornei por causa dela, e dele é claro.
Vendo por esse lado não foi tão ruim o casamento dos dois... foi praticamente um impulso para que eu me tornasse mais forte, motivada, e leal a um só objetivo. Um só ideal, e um único mestre que merecesse toda minha determinação, lealdade e vontade de me tornar melhor que aqueles que nunca acreditaram na minha força. No meu poder.
Mas como nada vem do acaso, do vácuo, houve um precedente. Assim como uma árvore que não brota florida e como uma fênix que não renasce sem as cinzas. Como uma cobra que não nasce sem o ovo, como um livro que não é escrito sem a idéia. E, também, como vários outros exemplos banais que eu poderia colocar aqui, meu caro leitor, antes que essa lealdade pudesse brotar em meu peito, houve uma semente.
Na mesma tarde que Bellatriz “tomou as dores” de Severo para duelar com Sirius, descobri do que se tratava o tal livro que, até então, era apenas um livro em branco e destitulado; realmente, um livro de feitiços. E realmente não eram todos os bruxos que se dispunham a praticá-los. Um livro de complexos feitiços extremamente potentes que faziam de tudo de uma forma muito mais rápida. Um livro de artes das trevas.
Depois de ler e praticar alguns feitiços do livro, Bella me emprestou mais alguns. E logo já os dominava tão bem quanto ela.
Meu sexto ano foi baseado nesses livros e em longas conversas com Bella. Logo descobri que ela participava de reuniões de um grupo de pessoas que, como eu dominava vários feitiços negros e, se autodenominavam Comensais da Morte; prestavam pequenos, médios e grandes serviços para um chefe, que eles chamavam de Lord das Trevas. Tudo contra o Ministério da Magia e seus simpatizantes.
Os ideais deles baseavam-se nos mesmos ideais da minha família. Basicamente, uma idéia principal: o mundo bruxo deveria ser limpo dessa raça de mestiços e sangues-ruins.
No começo me senti intimidada. Não sabia se isso era certo, se eu deveria me envolver. Mas quanto mais livros eu lia, mais feitiços eu aprendia. E quanto mais feitiços eu tomava conhecimento, mais uma vontade involuntária crescia dentro de mim. Vontade de colocá-los em prática.
Com o passar do tempo, eu me vi cada dia mais envolvida com isso. Vontades desconhecidas surgiam dentro de mim, e eu já não me reconhecia mais. Havia me tornado um “clone loiro” de Bella.
Passava tanto tempo com ela que já falava como ela, me sentava como ela, ria como ela. Não demorou muito, e eu já pensava como ela.
Sentia-me mais confiante, mais forte. Esperta.
Quando comecei a freqüentar as reuniões, mais ouvia do que falava. Era muito divertido. E ouvir sobre mortes de trouxas, que eram passatempos, já não me despertava aquele sentimento de terror. Não sentia mais piedade. Eu ria. Junto com os outros.
Lúcio, meu irmão Rodolfo e Régulo, irmão de Sirius, também participavam dessas reuniões. Nós, estudantes, éramos menos ativos no grupo. Bruxos maiores de idade (alguns nomes famosos por trabalharem no Ministério, fiéis a Dumbledore, todos de famílias ricas, como a minha) prestavam grandes serviços. Investigações. A maioria das investigações eram dentro da própria sede do Ministério da Magia. Os Comensais da Morte se disfarçavam, ou às vezes, dissimulavam e traziam várias informações valiosíssimas.
No meu sétimo ano, passei a ser mais influente. Não tanto quanto Bella, que dizia estar tão satisfeita em “tirar tudo” o que a incomodava do seu caminho, mas influente. Investigava dentro de Hogwarts. Sempre que podia, me metia na sala de Dumbledore em busca de alguma coisa, peculiar.
A principio, ninguém desconfiou que eu trilhava os passos de Bella. Tá. Eu me portava simetricamente. Mas, por um bom tempo, acharam que não passava apenas de duas primas, muito unidas, muito amigas.
Na metade do sétimo ano, Sirius tentou se aproximar de mim. Fiquei arredia no principio, porque fazia quase dois anos que não conversávamos. Mas depois cheguei à conclusão que talvez só estivesse tentando me cortejar... Enfim. Minha conclusão estava totalmente equivocada, ele realmente me investigava.
Descobri num domingo que fomos até Hogsmeade. Combinei de encontrar Bella no Cabeça de Javali. Sirius quis ir comigo. Então, com a idéia de que ele estava tentando se reintegrar a família, fomos ao bar. No caminho, me contou que havia discutido com Tiago e que mal se olhavam agora. Disse-me que foi a melhor coisa que já havia lhe ocorrido, porque o amigo estava mudado. Com idéias de apoio que Sirius já não via tanta graça como antes.
Bella me esperava no canto reservado que normalmente conversávamos. Não que eu gostasse daquele lugar, era nojento. Mas o melhor lugar para conversar sem ser interrompida, ou até ouvida por quem não deve ouvir; era lá.
Assustou-se quando me viu entrar com Sirius. Eu sorri.
- O que ele está fazendo aqui? – perguntou ríspida.
- Ofereceu-se para me acompanhar, Bella.
- Como vai, Bellinha? – perguntou.
- Bem. – respondeu seca. – Eu te disse na carta, que precisava conversar com você, Loraine. - Movi os lábios em direção de Bella formando alguma coisa parecida com “Ele está do nosso lado”.
- Você só pode estar brincando! – bradou Bella. – Sua inocente! Como você é capaz de enganar uma pessoa como ela para descobrir coisa sobre... sobre... coisas que não existem! – disse a Sirius.
- Calma Bella! – disse-lhe quase num sussurro. – Em primeiro lugar eu não sou tão inocente como você pensa. Conversei com Sirius antes de trazê-lo aqui... e ele realmente não está como... como era!
- Está bem. – confirmou sarcástica.
- Acalmem-se, meninas. Não briguem – disse sorrindo. – Só estou aqui por que queria te ver, Bellinha. E como Lore me disse que conversaria com você hoje à tarde, resolvi vir.
- Resolvi vir, resolvi vir. – remendou Bella com raiva. – Mas eu não quero vê-lo!
- Agora já viu. – disse sorrindo. – Lore me disse que ia se casar com o idiota do Rodolfo, é verdade? – perguntou sentando-se.
- Tão verdade quanto você é um idiota como ele. – os olhos dela faiscaram.
- Hum. Não entendi. É mentira ou você acabou de demonstrar queda por idiotas?
- Acalmem-se. – disse-lhes rindo. – Não quero que meu querido irmão seja corno antes do próprio casamento...
- Já basta. Vou-me embora, porque já vi que hoje não vou conseguir falar com você, Loraine. E da próxima vez – lançou-me um olhar mortal. – me avise antes de trazer qualquer amigo. – e levantou-se.
- Não se incomode com a minha presença – disse Sirius também se levantando. – irei embora. Pensei que com você pudesse conseguir alguma coisa. Mas ao contrário do que eu pensava, vai ser a última a tentar me ajudar. – e pôs-se a sair.
- Te ajudar? – perguntou Bellatriz alto o suficiente para que ele se virasse.
- Sim. – concordou.
- Volte aqui. – resmungou ela voltando a se sentar. – Ajudar em que, Sirius?
- Tantas vezes me chamando de... de traidor. Eu sempre achei que se eu quisesse, você me ajudaria.
- Ajudar em que? – agora conversavam em quase sussurros, esquecendo-me por completo.
- Reconquistar... minha... família. – disse, hesitando a cada palavra. Ele já havia me dito isso antes, portanto não me surpreendi tanto quanto Bella. – Sabe como é Bella, eles te adoram. Quase idolatram. Não só minha mãe, como meu pai e até... o Monstro.
- Mas, Sirius. Sua família? Você sempre os odiou!
- Eu sei. – disse ressentido, como pude descobri mais tarde, um falso ressentimento. – Mas, andei pensando. Tiago foi contra e... ah, Bella. Estou arrependido. Percebi que a minha família, sua tradição... faz parte de mim. Eu não posso esquecer disso tudo.
- Como eu posso saber que você não está me enganando?
- Enganando?! A troco de quê?
- Seus amigos, sua tão querida honra. Seus princípios. Abandonou-os de repente? Difícil de acreditar.
- Se a minha palavra não basta; não tenho mais como argumentar. – levantou-se.
- Calma Sirius. – eu disse. – Nós vamos ajudá-lo. Mas, quase sete anos convivendo com você cuspindo nas tradições de nossa família... é realmente difícil.
- Está bem, eu entendo. Tentarei por mim mesmo, correndo o risco de mamãe tentar me matar quando eu cruzar a porta...
- Sirius, senta. – disse Bella. – Eu dou-lhe minha palavra que tent...
- Boa tarde, família. – disse um Malfoy sorridente parado a nossa mesa. Acompanhado por meu irmão Rodolfo, Severo Snape, Régulo Black e Narcisa, irmã de Bellatriz. – Benditos sejam os filhos únicos. – ele e Severo riram idiotamente.
- Refém? – perguntou Rodolfo se referindo a Sirius, os outros riram.
- Não. Cheguei aqui com minhas próprias pernas. – disse Sirius sorrindo, um sorriso desafiante.
- Meu pé, Régulo! – gritou Narcisa. Com sua tradicional voz fresca e fanhosa.
- Mas eu nem me mexi... – falou Régulo.
- Alguém pisou no meu pé! – disse, quando percebemos que Narcisa estava “isolada”. A mais próxima dela, era Bella que estava sentada.
Todos sacaram as varinhas e apontavam em volta de Narcisa. Onde, aparentemente, não havia ninguém.
- Potter. – murmurou Snape.
- Potter? – perguntamos uníssonos.
- Você disse que... estavam brigados! – sussurrei irritada para Sirius que deu os ombros, como se não soubesse de nada.
- Apareça, Potter. – disse Snape tateando o ar em volta de Narcisa. – E nos diga porque estava espionando a conversa do Clube da Luluzinha.
Quando finalmente, Snape agarrou alguma coisa invisível. Pareceu feliz com isso. Puxou um pano invisível, e realmente era Potter. Mantinha uma expressão de seriedade, encarando todos os Comensais e Sirius.
- Ora, ora Potter. – disse Bella. – Enfim nos reencontramos. Está ai há muito tempo? – ele não respondeu, apenas mantinha a varinha em punho.- Sabe onde estamos Potter?
- Cabeça de Javali. – respondeu secamente.
- Exatamente. Sabe que se, de repente, nos der a súbita vontade de atacá-lo... ninguém ficará sabendo, e muito menos poderão te socorrer a tempo. – seus olhos faiscaram.
- Está com medo, Potter? – perguntou Lúcio.
- Medo de vocês? – ele gargalhou. – Não, obrigado. – nesse momento, numa mesa oposta, levantaram-se, com varinha em punho, Remo Lupin, Pedro Pettigrew, Lílian Evans, Frank Longbotton e duas meninas do sétimo ano que eu não conhecia; uma grifinória de cabelos pretos e escorridos, e a outra uma corvinal de olhos puxados e cabelos ondulados.
- Estão aqui por causa dele, não é? – Bella, que tinha a expressão de nojo no rosto, indicou Sirius com a cabeça.
- Estavam nos espionando? – perguntei, tentando disfarçar o tom de desapontamento na voz.
- Não sei o que eles estão fazendo aqui. – falou Sirius.
- Aaaah. Eu sei BEM o que todos vocês estão fazendo aqui. – falou Bella. – Se metendo aonde não deviam! – ela gargalhou acompanhada pelos outros. – Nunca tente abocanhar mais do que sua boca pode agüentar, Sirius! – bradou e levantou a varinha.
- Expelliarmus! - gritou a garota da corvinal lançando a varinha de Bella para trás do balcão.
- Accio varinha! – gritei e em seguida aparei a varinha de Bella em minhas mãos.
- Quem é essa, que ousa se intrometer numa discussão de família? – perguntou Bella levantando-se e indo em direção a japonesa.
Não sei se devo chamá-la de japonesa, pois seus traços eram sim, orientais. Porém, havia uma mistura pitoresca e peculiar em seu rosto. Pode-se dizer que era mestiça, de pai ou mãe japonês.
- Ayako Éxupery. – disse prontamente. Então, descobri. “Ayako” era japonês, “Éxupery” francês. Portanto, seu pai deveria ser francês.
- Nunca te vi, em Hogwarts... – disse Bella, rodeando a menina que mantinha a varinha em punho.
- Entrei nesse ano.
- Sangue-puro?
- Sou.
- Hum. – disse Bella num sorriso demente. – Quem você pensa que é, para se meter aonde não é chamada?
- Você iria atacá-lo, e Sirius estava sem sua varinha. Não seria corr...
- Cale a boca! Quem você pensa que é para me mostrar o que é certo e o que é errado?
- Eu só...
- Você só nada! Não sabe com quem está se metendo. E se continuar a se meter com esses daí – indicou o grupo que estava a mesa oposta a nossa – com certeza iremos nos encontrar futuramente. Acredite, você já é carta marcada.
- Não tenho medo de você. – bradou Ayako, séria. Bella riu.
- Você REALMENTE não sabe quem sou.
- Sei muito mais do que você pensa. – seus olhos faiscaram.
- Sabe é?
- SEI!
- Pára, Bella! – bradou Sirius nervoso. – Não tem porque você descontar sua raiva, nela.
- TRAÍDOR! – berrou Bella a Sirius. – Pense dez vezes antes de tentar me enganar novamente! Nós vamos nos encontrar! Esteja certo disso!
- Vamos embora, Bella. – murmurou Rodolfo puxando-a pelo braço. – Tem vezes que você fala demais.
- FALO DEMAIS? – gritou. – Tire suas mãos de mim, Rodolfo! Eu estou certa, você também estaria puto se soubesse que o traidor viado do seu primo sabe mais do que deveria.
- Sei é? – perguntou Sirius, os olhos de Bella faiscaram.
- Se você se considera traidor e viado com certeza sabe! – ela riu.
Mantive-me onde estava. Dentro de mim, mais uma daquelas sensações que eu não sabia donde vinham brotava dentro de mim. Sirius me enganou, me fez passar um papel ridículo! Queria vingança.
Depois de tanta gritaria, o dono do bar expulsou-nos de lá. O que já era de se esperar.
Saí, sozinha, nervosa e chateada até os Três Vassouras. Régulo veio atrás de mim, me perguntar o que estava acontecendo. Ele estava no sexto ano e era muito amigo de Lúcio e de meu irmão, que terminou Hogwarts junto com Bella. Era tão bonito quanto Sirius. Eram muito parecidos; porém Régulo era mais baixo e menos forte, seus cabelos eram mais curtos e seus olhos, dependendo da luz do sol, passavam de grafite para um azul muito escuro.
Respondi, com sinceridade, que estava decepcionada com Sirius. Eu realmente achava que meu primo, como de todas as outras vezes no passado, estava sendo franco e sincero comigo. Porém, me enganei totalmente com ele.
- Sirius é um idiota. – consolou-me.
- Eu que sou. – disse. – Não deveria me deixar levar tanto pelos sentimentos... ainda pareço àquela menininha de catorze anos que... – pensei em Lúcio e parei. – Ah. Isso não é pra mim. Se eu quero realmente me tornar uma... bom, você sabe. Eu tenho que me livrar de todos esses sentimentos. São para fracos.
- Concordo. – disse-me. – Mas pelo jeito que se envolveu, parece que essa, talvez, mudança de Sirius tenha lhe dado esperanças...
- Esperanças?
- É. É o que parece...
- Esperanças de quê, Régulo?
- De... ah. – ele coçou a cabeça. – De...
- De quê?
- Pelo que parece, você gosta de Sirius. – “Gosta”, que jeito infantil de dizer que eu estava interessada em uma pessoa. Não respondi na hora, me pegou de surpresa. Não, eu não estava interessada em Sirius. Só estava puta da vida por ter sido enganada por alguém que eu achava ser meu amigo.
Ri, e ele fitou-me.
- Não. Eu não gosto de Sirius. – disse-lhe, com entonação que, percebi depois, parecia conversar com uma criança.
- Não?
- Não, Régulo. Existe amizade entre homem e mulher. Sabia?
- Não. Quero dizer, vindo de Sirius... não se pode esperar amizade.
- Eu achava ser amizade... mas ele só tinha interesse. – suspirei.- Que saber? Foda-se.
- Boa, Lore. – ele sorriu. – Bellatriz te contou do...
- Não. – interrompi-o. E indiquei a ele que, próximo a nós, tinha uma mesa com vários septuanistas da Corvinal e Grifinória. Com exceção de Sirius e seus amigos.
- Converse com Lúcio então, temos pressa.
- Depois você me conta. – disse.
- Hum. – fez ele. – Converse com Lúcio. – disse como se colocasse um ponto final no assunto.
- Está bem. – bebi uma pouco de cerveja amanteigada. – Conhece a tal Éxupery? – perguntei, quase num sussurro.
- Sim... ela é uma das sextanistas mais bonitas. – disse pensativo.
- Ha. – fiz eu.
- Ah sim, bom. Conheço-a de vista. Já a vi com Sirius várias e várias vezes... sabe como ele é. Carne nova...
- Hum.
- Bem, ela é bonita. Mas não tanto quanto você Lore. – ergui uma das sobrancelhas. – Lúcio é um idiota de te trocar por Narcisa...
- Ele não me trocou, porque nunca me teve. – disse rispidamente.
- Não é isso que ele diz.
- Olhe Régulo, pouco me importo com que Lúcio pensa ou diz sobre mim. Só o tolero por causa de você-sabe-o-que. – menti.
- Desculpe. Vamos dar uma volta? – propôs.
- Vamos. – levantei-me.
Fazia um dia de sol sem nuvens; fresco. Saímos do bar e andamos durante algum tempo sem conversarmos. Tive a impressão que Régulo queria me contar alguma coisa. Parecia abrir e fechar a boca de dois em dois segundos.
- Que foi Régulo? – perguntei, quando repetiu o movimento pela décima vez.
- Hum. Senta aqui. – indicou a cerca da Casa dos Gritos. – Lore eu... – fitei-o, ele ruborizou. – Bom. Faz muito tempo que eu estou tentando falar com você e... bom.
- Hum. – fiz eu.
- Há muito tempo eu, eu... ah. Lore.
- Fala! – disse rindo.
- Ta. Então não ria.
- Ok. – parei de rir instantaneamente.
- Ah Lore. Eu gosto de você.
- Ah Régulo, eu também. – dei um tapinha nas costas dele. Ele fez uma careta.
- Não, não. Não dessa forma.
- De qual, então? – perguntei, fazendo-me de desentendida. Depois de muita enrolação, Régulo me disse que estava apaixonado. Oooh. Não que fosse uma surpresa pra mim, pode me chamar de pretensiosa, mas ele sempre me lançou olhares furtivos. E sempre se demonstrou irritado com Lúcio quando ele falava de mim
- Ah, Régulo. – disse-lhe finalmente.
- Está bem, eu já entendi. – virou-me o rosto.
- Entendeu o que?
- Que você nunca ia querer nada comigo... não tendo Sirius e Lúcio aos seus pés. – ri demoradamente, ele me encarou nervoso.
- Você me põe encima de um pedestal, depois que eu acostumo... Largue de ser idiota Régulo... – eu sorri. Ele fez que não entendeu, ou realmente não entendeu. – Eles não estão aos meus pés, e, mesmo se estivessem, eu acho-o muito melhor que eles. – passou a mão em meu rosto, assim como Sirius sempre fazia.
Naquele momento, senti mais uma daquelas vontades; não sabia donde vinha, não sabia o que era. Só sabia que aquele anseio, me dava vontade de ficar ao lado de Régulo; beijá-lo, tocá-lo e ser tocada.
Segurou uma das minhas mãos e inclinou-se para mim. Eu estava sorrindo, e ele também. Estávamos tão próximos, que o beijo foi inevitável. Até hoje eu não entendo o que se passou ali. Foi tão estranho, mágico. Um beijo diferente, intenso. Senti as borboletas do meu estomago darem cambalhotas!
Pouco tempo depois, estávamos namorando. E eu tão apaixonada quanto ele.
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