o relato
N/A: Essa é a primeira vez que escrevo sobre esse casal. E que tento ser tão fiel ao livro. Esse capítulo ficou meio pesado, mas achei interessante. Agradecimentos especiais a Ca, que me ajudou a pensar em muitos dos fatos que estão aqui, e outros que ainda estão por vir. ^^ Have fun.
capítulo dois – o relato
Draco deitara-se a um canto da cela, sentindo o chão gelado ultrapassar as roupas rotas de prisioneiro. Sentia frio, muito frio. E fome. Há alguns anos, ele nem saberia o que era aquela sensação de impotência. Mas o que mais o incomodava era a luz vinda do corredor, que rasgava a escuridão da cela, machucando-lhe os olhos. Aquilo não era comum ali em Azkaban, visto que não havia janelas na prisão e raramente ligavam-se as luzes dos corredores. Talvez apenas à noite. Que horas seriam? Que dia da semana? O louro começara a sentir falta do que nunca sequer notara antes, como o barulho das folhas das árvores, ao serem gentilmente tocadas pelo vento, ou a própria brisa do mar, morna e salgada. Aquilo lhe dava uma sensação de liberdade, mas quanto mais lembrava-se, mais desejava esquecer, Talvez jamais voltasse a sentir o vento bagunçar-lhe carinhosamente os cabelos, sendo então preferível esquecer de que já o fizera, para que não sentisse tanto a falta.
Ontem – embora ele não tivesse muita noção do tempo -, Edward Jones, o seu advogado, fizera-lhe uma visita inesperada. Dissera-lhe que Harry Potter deporia sexta-feira sobre ele, Draco Malfoy. As últimas esperanças do louro morreram ali.
Suspirou irritado enquanto ouvia um burburinho vindo do corredor.
Malditos sejam, infelizes, pensou, referindo-se aos guardas. Eventualmente, eles conversavam a plenos pulmões sobre assunto fúteis e estúpidos, enquanto o ex-sonserino tentava apenas dormir, sem ter muita consciência se já era dia ou permanecia a noite. Desta vez, porém, ele notou interessado, uma voz suave falava-lhe firmemente, como se discutisse sobre alguma coisa em que obviamente tinha razão. Enfim, ecoaram-se passos pelo corredor e Draco ouviu-os aproximarem-se. Não demorou muito, pararam em frente à porta e, dali a alguns instantes, ele captou o já – infelizmente - familiar creque.
- Leve o tempo que quiser. – disse o guarda entre dentes, claramente a contragosto. A porta fora aberta e a luz do corredor inundou a pequena sala, chocando-se violentamente contra os olhos cinzentos do louro, forçando-o a cerrá-los urgentemente. Pouco tempo depois, ouvira a porta sendo fechada ruidosamente, e arriscou abrir um de seus olhos. Uma figura trocava o óleo do lampião, que reascendera-se e voltou a iluminar a sala. Então, ele a reconheceu: os ondulados e fartos cabelos castanhos caindo-lhe pelos ombros, os olhos avelãs firmes e decididos, a pele levemente bronzeada e um ar de ódio reprimido. Era Hermione Granger quem trajava o belo vestigo negro, que ajustava-se deliciosamente bem ao seu corpo, e trazia uma bolsa grande debaixo do braço.
Ele ergueu-se e se sentou no chão gelado, olhando-a, emudecido. Sentia-se ligeiramente envergonhado por parecer tão deplorável à frente da garota – logo ele, que sempre caçoara dela pelas suas condições -, mas logo livrou-se desse sentimento, trocando-o por raiva, quando ela lhe concedeu um meio sorriso e murmurou:
- Não vai me convidar para sentar? – depois, retomou a sua expressão séria e, sem esperar resposta, dirigiu-se à cadeira vazia próxima à porta e sentou-se. Draco sentou à sua própria, contrariado.
- Hermione Granger, do Departamento de Execução das Leis, do Ministério da Magia. – apresentou-se. Em seguida, tirou de sua bolsa um rolo de pergaminho, uma pena de repetição rápida e um frasco de nanquim. – Estou aqui para transcrever o seu testemunho sobre o seu envolvimento com Tom Riddle, que será examinado para o seu julgamento.
Um silêncio quase que imortal caiu sobre eles.
- Eu não estou permitido a falar nada sem a presença do meu advogado. – disse o louro e Hermione sorriu, desagradável.
- Tenho um mandado, Sr Malfoy, e quem o manda está acima de seu advogado, portanto...
- Não interessa! Não direi nada a você, Granger! – bufou ele e a morena olhou-o ameaçadoramente. Examinou o rapaz à sua frente dos pés a cabeça, analizou as correntes, a sua altura, o seu estado deplorável e o seu orgulho sem fundamentos, que extravasava.
- Seria uma pena se você continuasse nessa, não acha? – perguntou-lhe, e sorriu divertida, evidenciando a sua ironia. Draco sabia que o único lugar que ela desejaria que o louro estivesse mais do que em Azkaban seria em um zoológico, onde ela poderia apontar e rir livremente. – Mas sem o seu testemunho, não tenho escolha... – e ameaçou levantar-se.
- Que quer saber? – indagou entre dentes, e o sorriso dela tomou um ar de triunfo.
- Tudo. – especificou, nada objetiva. Deu ordem para que a pena mergulhasse no nanquim e esperasse sobre o pergaminho. Virou sua atenção a ele novamente, o qual controlava-se ao máximo, tentando reprimir a vontade de esganá-la até a morte, e acrescentou: - Desde o início, por favor.
- Do início...? – ele repetiu. Quando, exatamente, fora o início de seu envolvimento com o Lorde das Trevas? – Bem, acho que o início corresponde às férias de verão do fim do quarto ano, quando Voldemort, de fato, retornou. Lucius, meu pai, era um Death Eater, como você bem sabe, e esteve no tal cemitério em que o Lorde reapareceu... Doravante, ele passou a seguir as ordens de Voldemort, e então eu ouvia parte de seus planos em casa.
- Seu pai falava dos planos de Tom Riddle na Mansão Malfoy? – perguntou Hermione, parecendo surpresa, ainda perguntando-se também quando ele teria começado a chamar Riddle de Voldemort, ao invés de Você-Sabe-Quem.
- Bem, sim. O Lorde, pelo o que eu sabia, proibira seus Death Eaters de falarem sobre os planos, mas meu pai nunca fora um sujeito muito inteligente e, volta e meia, discutia minha mãe sobre coisas confidenciais. – Draco fez uma pausa, pensando em como seu pai fora realmente idiota. Poderiam ter grampeado a casa... Depois, continuou: - De qualquer forma, houve então o ocorrido no Ministério durante o quinto ano, que até aí não tinha absolutamente nada a ver comigo, e Lucius fora trazido para Azkaban.
- Certo. – comentou a garota, distraída, enquanto tirava outro pergaminho da bolsa e largando-o próximo ao outro, que a pena riscava vorazmente. – Continue, por favor.
- Isso aconteceu já no fim do quinto ano que nós cursávamos em Hogwarts. Ahn... Aquela não foi a primeira vez que Lucius fizera algo de que Voldemort não gostara e, enfurecido com o desleixo dele, tomou-me como Death Eater, para reparar os erros de Lucius. – ele evidenciou uma expressão amarga e dolorida, que ela notou facilmente. Hermione também perguntava-se por que Draco chamava o pai de Lucius, ao invés de pai.
- Você nem tentou ir contra a vontade dele? – as suas palavras soaram mais casuais que em interrogatório, mas mesmo assim ele sentiu-se ofendido.
- Por mais que você queira acreditar que eu adoraria assumir um cargo desse tipo, Granger, eu não queria, não. – retrucou, a voz arrastada. – A verdade é que não tentei mesmo contrariá-lo, porque eu não sou idiota. Minha mãe implorou a ele que reconsiderasse, mas ele negou. E contraria Voldemort, na minha posição, seria desejar uma vida consideravelmente curta!
- Como assim, na sua posição? – Hermione quis saber, arqueando uma das sobrancelhas.
- Não se faça de burra! – bradou o louro. Novamente o silêncio apoderou-se deles, em que até mesmo a pena parou de rabiscar. A morena olhava-o, em curiosidade e expectativa. Ele, então, decidiu continuar: - Eu nunca tive grande importância para Voldemort e Lucius já o havia irritado o suficiente pelas próximas três gerações da família. Nada o impediria de me matar, a não ser a minha utilidade naquele planinho miserável que ele tinha bolado para mim como Death Eater.
- Então, você aceitou. – ela deduziu.
- Infernos, Granger, é claro que aceitei! – disse e largou-se na cadeira, uma leve dor de cabeça começando a incomodá-lo. – Eu estava lá, à sua frente, à mercê de todos os Death Eaters, e minha mãe estava entre nós dois, implorando para ele não tomar-me. Voldemort já estava prestes a amaldiçoá-la quando aceitei...
- Oh, então você não fez isso só por você, mas por sua mãe também. Que heróico. – a morena disse em ironia, desacreditando nas palavras dele. Draco agarrou a borda da mesa e apertou-a com força. Ela certamente estava tentando provocá-lo, mas ele não poderia perder a cabeça naquele momento.
- Acho que você acreditaria mais em mim se eu dissesse que fiz aquilo por medo de perder a única pessoa que via em mim algo de bom, e que por isso eu sempre teria dela o que eu quisesse. – disse secamente.
- Duvido que exista alguém assim. – murmurou simplesmente, observando a pena passar para o segundo pergaminho. – Prossiga. Diga o que ele queria com você.
Draco suspirou, tentando manter a calma.
- O que ele me mandou fazer foi... Trazer os Death Eaters para dentro de Hogwarts. O plano dele era, claramente via-se, matar alguém. Mas até aquele ponto, ele não tinha me dito que era, e não ousei perguntar. Só muito depois, ele me disse que seria Albus Dumbledore. E eu tive certeza de que falharia. – ele agora massageava as têmporas. – Bem, acho que você sabe que utilizei a Sala Precisa. O Armário Sumidouro. Havia um par na Borgin & Burkes e ele se deslocava entre os dois pontos. Os Death Eaters tiveram de usá-lo para adentrar Hogwarts.
- Como eles sabiam que teriam de usá-lo? Quer dizer, você fala com eles de Hogwarts? – ela já não estava surpresa, mas espantada. Tantos feitiços foram postos em Hogwarts e mesmo assim ele conseguira ultrapassá-los?
- Moedas. Moedas encantadas. – Draco falou, e ela lembrou-se de que Harry falara do uso delas pelo louro no sexto ano, para se comunicar-se com Madame Rosmerta. Bem poderia comunicar-se com outros também. – Bem, na noite em que Dumbledore saiu, eles vieram e começamos a duelar. Você se lembra, certamente. Então, eu fui a torre que Gibbon havia conjurado a Marca Negra e lá estava ele, Albus Dumbledore, sozinho. Eu o desarmei e ele ficou vulnerável, como um velho trouxa.
Dessa vez fora Hermione quem tivera de se controlar para não bater nele. Ela respirou fundo e passou a contar números mentalmente. Ele continuou no seu infindável relato.
- Bom, naquela época eu era muito jovem... Talvez o mais jovem dos Death Eaters de todos os tempos. – dizia, um estado de quase inconsciência. Era doloroso reviver aquilo, o dia em que perdera o rumo de toda a sua vida. – Eu não conseguia matá-lo, eu não queria matá-lo, mas não tinha escolha, e ele sabia. Dumbledore disse que eu poderia voltar atrás. Não matara ninguém até ali e eles, da Ordem, protegeriam a mim e a minha família...
- E você negou, de certo. – Hermione parecia muito interessada em tentar prever as suas ações e o modo como ele pensava, mas aquilo era apenas o seu trabalho. Ele virou os olhos em sua direção, parecendo sair de um transe.
- Não, eu não neguei... – a voz soou fraca e distante. – Eu aceitaria, acho. Nunca cheguei a ter a chance, de qualquer forma, porque os Death Eaters surgiram da porta e já era tarde demais. – ele suspirou novamente, organizando os pensamentos. – Queriam que eu o matasse, mas não pude fazê-lo. Talvez ainda esperasse que Dumbledore me tirasse de tudo aquilo, de alguma forma; talvez apenas não estivesse preparado para matar. – Draco dizia mais para si que para ela. Suspirou. – Então Snape o matou. E me tirou de Hogwarts, para sempre.
Hermione tinha o rosto apoiado numa das mãos, observando-o relatar, interessada. Ela já ouvira a breve versão de Harry – porque ele não gostava muito de lembrar aquilo – certa vez e agora comparava-a com a de Draco. Sentiu-se infeliz, de uma maneira nada ética, em constatar que elas, de certa forma, encaixavam-se. Mas ela não acreditava que Draco Malfoy era inocente. Não acreditava mesmo. Quando ele calou-se, ela examinou a pena, que registrava tudo corretamente.
- Certo. Então, ele o levou. – ela disse, e olhou-o nos olhos, vendo sua reação. – Para onde, exatamente?
- Primeiro, nós fomos para um lugar enorme, uma Mansão velha e empoeirada. Bem, Voldemort ficara satisfeito com o meu trabalho e me presenteara com uma corrente com a Marca Negra. Não sei se ele achava que eu usaria-o algum dia, afinal, era horrível, aquele crânio e tal. Mas você devia ter visto a cara de Snape! E de Bellatrix! Ah, eles ficaram furiosos! – ele puxava pela memória, e parecia divertir-se ao imaginar a face de ambos, provavelmente enciumados. Draco retomou o seu ar sério e continuou: - Depois de um tempo, e dos três primeiros ataques aos trouxas, Voldemort decidiu que já estava na hora de deixarmos o lugar.
- Por que? – quis saber a morena.
- Disseram que não poderíamos ficar ali por muito tempo... Nos mudamos três vezes, durante três anos e meio. Da Mansão para uma gruta, um lugar estranho e imundo. Dali, para um prédio antigo. O Lorde disse que poucos sabiam daquele lugar. De qualquer maneira, eles decidiram pôr em prática o plano. Puseram Shacklebolt sob a maldição Império e ele nos levaria para dentro do Ministério. E foi, de fato, o que ele fez.
- Como? – agora, a garota debruçava-se sobre a mesa. Era o que mais a incomodava. – Como conseguiram fazer isso debaixo dos narizes dos aurores?
- Nós usamos o Feitiço de Desilusão, simples e eficaz. Shacklebolt nos levou para dentro pela cabine telefônica mesmo, e nós ficamos seguros. Ele nos levou até o Departamento de Mistérios, sem que nós topássemos com nenhum auror pelo caminho, e nós usamos o Fidelus numa daquelas salas, sendo o próprio Shacklebolt o fiel.
Hermione parecia pasma. Embora tão simples, funcionara. O Ministério fora facilmente invadido.
- E quanto tempo vocês ficaram infiltrados? – voltou a perguntar.
- Cerca de... Quase um ano, creio eu.
- Quase um ano? Sob os nossos pés?! – exaltou-se a garota.
- Sim. Nós entrávamos e saíamos, forjando ataques e sempre voltando... E ninguém nunca percebeu... – disse, um leve toque de realização ao vê-la, com toda a arrogância que entrara ali, chocada.
- Até o dia em que decidiram acabar com tudo? – perguntou, um tanto irritada.
- É, sim. O Lorde decidiu acabar com o átrio do mundo bruxo: o Ministério da Magia. Ordenou que arrasássemos tudo.
- Eu me lembro bem disso. – comentou com amargura. Os dois ficaram em silêncio. Hermione estivera trabalhando no andar de cima do Departamento de Mistérios, onde ficava o Departamento de Execução das Leis, e lutara bravamente contra os Death Eaters. – Para onde foi quando escapou? – perguntou finalmente.
- Nós fomos à uma caverna. O restante do plano era esperar, porque o Lorde disse que alguém sabia que ele já estivera na caverna. E deu certo. Harry Potter pareceu seguir os rastros de Voldemort e seus Death Eaters sozinho. E cometeu o erro de adentrar na caverna, isso tudo apenas alguns meses depois que nos mudamos para lá.
- Era exatamente o que o Lorde queria, então? Atraí-lo para longe, só... E conseguiu, depois de causar tamanho alvoroço no Ministério e fazendo com que os aurores tivessem muito trabalho a fazer para reforçar a segurança e entender como vocês entraram, enquanto que a sociedade bruxa se acovardava.
- É, acho que era mesmo o que ele queria, eu não. Como já disse, eu nunca fui muito importante para ele. Bem... Harry Potter, porém, parecia nada interessado com a segurança do Ministério. Talvez ele tivesse entendido que se Voldemort quisesse tê-lo destruído por inteiro, o teria feito naquele dia, mas não o fez, porque não se interessava nele. Depois de quatro anos e meio de procura pelo Lorde, talvez ele não agüentasse mais agir com cautela, e o primeiro murmúrio que ouviu sobre uma estranha movimentação próxima a uma cidadela, que ficava perto da caverna, o fez ter certeza de que éramos nós.
- E ele foi até lá. – disse Hermione, amargurada. Harry fora tão precipitado...
- É. Ele e o Lorde duelaram e Potter acabou vencendo. Vocês prenderam todo mundo e blábláblá. Fim da história. Ponto final.
E a pena obedeceu, parando de arranhar o pergaminho.
- Ei! Sou eu quem decide isso! – replicou a mulher, irritada, ajeitando-se na cadeira. – Bem, espero que algo disso realmente faça diferença no seu julgamento...
- Eu não preciso disso. Não se Potter falar a verdade... – disse simplesmente. Hermione tampou o tinteiro e o recolheu para a bolsa, junto com os dois pergaminhos e a pena de repetição rápida. Ela sorriu de leve.
- Confiante, você. – levantou-se e ajeito o belo vestido negro. – Espero que não se decepcione muito.
- Não se preocupe comigo. Não vou. – Draco olhava-a, ilegível. Hermione notara que ele estava mudado, mas não perdera tempo para perguntar-se se isso era-lhe bom ou ruim, afinal, que importava?
- Não o farei, Malfoy. – disse num meio-sorriso desagradável e deu-lhe as costas, saindo pela porta.
O louro continuou a fitar o ponto em que ela se fora durante um bom tempo. Não conseguira falar-lhe sobre o que acontecera na caverna e, de certo, Harry Potter não o faria. O fato era que nem ele mesmo entendera porque fizera aquilo, e falar no que não entendia, sem ter respostas completas e dando-lhe tantas dúvidas... Não, preferia omitir o que acontecera. Só que, dessa forma, estava enrascado. E muito.
PS: muito do que Draco diz eles, de fato, já sabem, porque Harry esteve com Dumbledore e Draco quando este fora morto pelos Death Eaters, e pode ter ficado meio cansativo de reler. Mas lembrem-se que Draco não sabia que Harry estava ali.
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