Dia que Merece um Pouco de Paz

Dia que Merece um Pouco de Paz



Cap 02 – Dia que Merece um Pouco de Paz

O dia amanhecera dublado, escuro e frio, como se soubesse que mais tarde coisas não muito boas iriam acontecer. Pansy acordou cedo teve uma terrível insônia, depois da conversa que teve com Draco era uma reação de se esperar. Levantou-se quando viu os primeiros raios de sol transparecerem pela cortina. Tomou um longo banho sem interrupções, afinal suas companheiras de quarto dormiam pesadamente. Saiu e como era sábado colocou uma calça jeans, uma blusa preta de manga comprida, com uma gola um pouco alta e bem colada no corpo e uma bota preta de salto alto. Fez uma maquiagem leve, afinal à noite além de ter chorado muito não dormira bem e isso lhe rendeu enormes olheiras. Gostava de se vestir assim, parecia um pouco trouxa, mas se sentia bem daquele jeito. Tentou não fazer barulho ao sair do quarto, para não acordar as outras que a bombardeariam de perguntas. Como, “Aonde você vai?”, “O que faz acordada a essa hora?”, “Por que está vestida tão bem?”, entre outras coisas. Às vezes odiava ter amigas que nem elas, e essas vezes era quando queria ficar sozinha ou quando precisava ver Draco, mas não podia contar pra elas. A segunda parte agora não aconteceria mais, o que lhe renderia muito menos desculpas por precisar sair muito tarde. Draco odiava que Pansy ficasse falando dos encontros deles, e ela já eliminava muitas perguntas quando dizia que não iria vê-lo. Apesar de desconfiadas elas acreditavam e preferiam discutir o assunto quando Pansy já tivesse saído.
Pansy passou pelo Salão Comunal totalmente vazio, a lareira já estava apagada. Parou um minuto olhou para o lugar onde estava sentada na noite anterior e a conversa lhe veio à mente, junto com um turbilhão de sentimentos. Não esperava ter aquela conversa com ele ontem. Continuou andando, o barulho dos saltos ecoava pelo local silencioso e então se arrependeu de ter o colocado, a escola também estaria vazia e silenciosa e os saltos fariam um barulho que poderia alertar Filch ou a sua gata ou qualquer outra pessoa. Mas mesmo assim saiu do salão comunal e foi até o hall de entrada do castelo, tentou sair para os jardins, mas as portas estavam obviamente trancadas. Tomou rumo pelo corredor ao lado da escadaria de mármore que dava para o pátio, que era um pequeno jardim. Sentou se em um dos bancos, o sol não estava aparentemente visível, o que ela por uns momentos agradeceu, odiava ficar no sol. Ficou lá até começar a ouvir os murmúrios, os alunos estavam indo tomar café. Logo sua tranqüilidade seria aniquilada pelos outros alunos que iam começar a passar rindo e falando alto. Não se enganou, algum tempo depois algumas alunas do segundo ano da Lufa-Lufa chegaram e se sentaram na grama, conversavam alto e riam como a garota “prevera”. Então ela se levantou e foi em direção novamente ao hall do castelo, pode ver as portas do castelo abertas, agora ela poderia ir até os jardins lá teria mais alguns minutos de paz antes que a escola acordasse totalmente. Estava passando na frente das portas do Salão Principal quando esbarrou com um garoto do sétimo ano também da Lufa-Lufa.
- Merda, vocês não me deixam em paz não?
Ela disse para o garoto que não entendeu muito bem o “vocês”.
- Desculpa!
Ele disse a Pansy, mas ela estava quase fora do castelo e fez um gesto obsceno quando as desculpas chegaram aos seus ouvidos. Ficou isolada até a hora do almoço que resolveu voltar para o castelo, mas não para almoçar. Há essas horas todos estavam fora da cama e ela ia para a sua, ter mais momentos de paz e se conseguisse até mesmo dormir.
Estava quase chegando à tapeçaria que levava ao Salão Comunal da Sonserina quando Draco a puxou.
- Você não tomou café da manhã, e nem almoçou não estou vendo você ir fazer isso agora. Faço questão que você coma alguma coisa!
- Você nunca tomou conta da minha vida enquanto estávamos juntos e não é agora que não estamos mais que você vai fazê-lo!
Puxou seu braço que ele segurava e passou pela tapeçaria, Draco não a seguiu. Tinha varias coisas para fazer e estava sem tempo, sabia que se a seguisse seria uma causa perdida e além de tudo ela estava certa. Ele nunca tinha mandado nela quando namoravam e não fazia o menor sentido fazer isso agora que estavam separados. Tomou seu rumo se conseguisse mais tarde tentaria falar com ela.
Pansy voltou ao seu dormitório e novamente agradeceu por ele estar vazio. Colocou uma camisola, fechou as cortinas e deitou em sua cama. Não demorou muito até ela adormecer. Sonhou com Draco, num futuro que não poderia existir de acordo com suas escolhas e seus pensamentos. Eles casavam, tinham filhos uma vida feliz em família. Estava na plataforma 9 ¾ dando tchau aos seus filhos Mary a mais velha e Alexander que estava indo pela primeira vez para Hogwarts, quando Draco a abraçava e falava que eles iam ficar bem. Acordou como se fosse um pesadelo, sentou se na cama ofegante. Olhou em volta e sentado ao lado de uma pequena mesa, Draco a observava.
- Acabei de chegar, trouxe algo para você comer...
- Como você entrou aqui?! – perguntou se levantando e indo até a mesa. – Não estou com fome.
Mas seu corpo a traiu quando sua barriga deu um pequeno ronco de fome.
- Ou está, sente-se e coma... Por favor.
Ela sentou-se contrariada e começou a comer. Draco a observava, ela odiava quando a observavam por muito tempo, a olhassem como se ela fosse um monumento.
- Pare de me olhar, sabe que não gosto disso! – disse entre uma garfada e outra nervosa.
Draco desviou o olhar rapidamente e foi até a janela.
- Quem são Mary e Alexander? Algum parente seu que não conheço.
- Não...
- Então que são? Sei que estava sonhando com eles, a ouvi chamando quando entrei.
- Pessoas que nunca vão existir!
- Por que?
- Por que são nossos filhos!
- Filhos? Você estava sonhando com nossos filhos?
- Infelizmente.
Ficaram em silêncio por um instante. Pansy até parou de comer relembrando se do sonho.
- É um sonho que tenho há muito tempo, o nosso casamento aparece de relance, depois eu grávida e então a gente está na plataforma 9 ¾ , eles estão no trem e você me abraça e diz que tudo vai dar certo.
Draco se abaixou ao seu lado com um olhar esperançoso.
- A gente podia tornar seu sonho realidade, ia ser perfeito.
Pansy riu, olhou para a janela e disse:
- É tarde, seus convidados podem chegar a qualquer hora acho melhor você ir recepcioná-los. É falta de etiqueta deixar os convidados sem um anfitrião e esperando. – Em suas voz era possível perceber um quê de graça.
Draco se levantou.
- Você sabe bem sobre etiqueta não é mesmo?
- Você sabe que sim. Aprendi tudo que sei com minha mãe, e continuo aprendendo e às vezes até ensinado!
- Ensinado? Pensei que não fosse levar isso a sério.
- E não vou Draco, não vou.
Ele a olhou sério, ela tinha um sorriso divertido em seu rosto. Então Draco saiu, realmente precisa ir, já estava atrasado.

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