Quase uma Despedida



Cap. 01 – Quase uma Despedida

Draco desceu as escadas dos dormitórios para o Salão Comunal, era tarde e achou que estivesse vazio. Mas para seu engano ele viu uma pessoa sentada na mesinha de mármore, que estava entre dois longos sofás de couro. A pessoa estava sentada na ponta, a mais próxima da lareira a quase dois metros de distância. Quando chegou perto viu os cabelos excessivamente negros e curtos de sua namorada, Pansy Parkinson. Estava meio curvada, como se chorasse.
-Pansy?!
Ela não respondeu, mas a voz dele pareceu a perturbar. Agora ela começara a chorar mais, como se estivesse desesperada, como se alguém a machucasse. Draco sentou-se no sofá ao seu lado e colocou a mão nas costas da garota.
- Pansy o que foi?! Fala comigo.
Ela olhou para ele, estava com o rosto todo molhado, os olhos vermelhos, o rosto inchado por causa do choro, provavelmente já estava ali a um bom tempo. Draco nunca a vira chorando, ela nunca deixara ele a ver chorando e depois de se conhecerem a seis anos, ele acabou de acostumando com a idéia de que Pansy Parkinson nunca chorava. Vê-la naquele estado, ver aquelas lágrimas escorrendo de seu rosto alvo, que se assemelhava ao de uma boneca de porcelana, era como se cravejassem uma faca em seu corpo a cada lágrima derramada. Ela tinha em suas mãos, tão alvas quanto seu rosto, a aliança que ele havia dado a ela nas férias de verão, quando ele e sua mãe foram fazer uma visita à família dela. Ela não se contivera de tanta alegria, Draco fizera um pedido formal como sempre sonhou e isso a deixou com mais esperanças para um futuro casamento.
- O que está acontecendo?
- Draco... – Ela sorriu, sorriso angelical em meio de um rosto banhado de lágrimas e sofrimento. – Ando pensado muito em algo que você disse no começo desse ano letivo, no Expresso.
- E o que foi? Não me lembro, disse tantas coisas naquele dia.
- Disse... Disse que tinha outros planos para o próximo ano letivo e que eles não incluíam Hogwarts, eram maiores e melhores.
Se fez silencio, Draco se lembrou daquele dia. O dia em que havia pegado Potter o espionado e que quebrou seu nariz. Estava deitado no colo de Pansy quando dissera isso e ela realmente não gostou da idéia, mas ele não conseguia entender o por que do choro agora, só agora.
- Bom na hora eu fiquei brava – ela continuou. – Mas acabei não dando tanta importância como agora, pois pensei que eu também estaria incluída nesses planos e que depois você me colocaria a par das coisas. Afinal você tinha ido a minha casa e feito o pedido de namoro tão formalmente, que eu até pensei... – ela deu uma risada descrente – que a gente se casaria.
- Casamento? Bem eu já pensei nisso, mas não agora mais futuramente.
- Que seja, os dias passaram e você estava cada vez mais misterioso e não me contou o que tinha em mente. E eu entendi parcialmente seu plano no mês passado, quando a gente tinha brigado e eu peguei no seu braço... No seu braço esquerdo e você simplesmente gritou de dor. Na hora pensei que fosse por causa do quadribol, mas você não tinha jogado quadribol. Então Ele me veio à cabeça, só Ele pode ser o motivo da sua dor no braço esquerdo e dos seus sumiços diários e do seu stress sem causa.
Draco a olhou, ela tinha descoberto seu segredo, pelo jeito que as coisas andavam foi em um bom momento assim ele poderia preveni-la sobre os acontecimentos, sem criar maiores suspeitas. Levantou a manga esquerda das suas vestes e mostrou a Marca Negra a ela. Que segurou seu braço com a mão esquerda e com a direita passou o dedo indicador suavemente sobre a marca.
- Mas onde é que está a sua... – ele começou.
Fingindo não ter visto a aliança antes na mão dela.
- É o que mais me preocupa, o nosso relacionamento. Sabe eu te amo, e não é mais aquela paixonite infantil. Agora eu sei o que eu sinto por você, eu amo você. E agora que você se aliou a ele, corre perigo de vida, e não adianta dizer que não, pois eu sei que corre. Sei o quanto de aurores correm atrás Dele e dos seus seguidores.
Pansy fez um aceno com a cabeça indicando o braço de Draco.
- E logo vai chegar a vez de Potter o encarar frente a frente, e sabe que por mais remotas que as chances sejam ele pode derrotá-lo. E então os comensais ficarão a mercê do Ministério e sem a proteção do seu Lorde. E ai, o que você vai fazer se isso realmente acontecer? Você vai se esconder não é mesmo? Vai se esconder eternamente, pois duvido que você vá realmente se entregar ao Ministério. E é essa a vida que eu não quero pra mim se estivermos juntos, ficar fugindo mundo a fora. Sabe Draco, por mais má que possa ser e tudo mais eu tenho sonhos e eles não são fugir!
- Pansy, eu sei que você não quer isso pra você, mas tudo pode ser diferente. E se ele vencer? Eu serei muito bem recompensado e nós poderemos ter uma família juntos.
- Draco, acabou! Sinto muito, mas é o único caminho que vejo para a felicidade.
Pansy pegou a mão dele e colocou a aliança.
- Desculpa, mas não é isso o que eu quero pra mim. Quero ter certeza das coisas, por mais que elas possam mudar. Quero ter pensamentos alegres quando deitar minha cabeça sob o meu travesseiro e não pensar que amanhã eu posso precisar ir buscar o seu corpo em algum lugar ou ter que ir até Askaban pra poder olhar nos seus olhos e dizer que te amo.
Pela primeira vez Draco não queria olhar para Pansy, tudo o que ela dizia era verdade, e como diziam a verdade doía. Ele também gostava dela, mais do que imaginaria poder gostar de uma pessoa, mas gostava. E se tê-la em seus braços não era o jeito de poder ver o sorriso em seu rosto ele a deixaria ir.
- É... É melhor a gente terminar mesmo... – ele fechou a mão e segurou firme a aliança.
- Sei que isso dói em você, mas também dói em mim. É o melhor que podemos fazer para que possamos ser felizes algum dia.
Pansy se levantou e ia em direção ao dormitório feminino.
- Pansy, calma ai...
Ela olhou para trás, Draco mantinha a cabeça erguida, mas não a olhava.
- Hoje eu descobri um jeito de trazer pessoas até a escola, e acho que amanhã elas venham pra cá. E como você já deve imaginar elas não vão ser gentis e muito menos piedosas com os alunos, se bem que elas tem um afeto com os Sonserinos. Mas eu quero evitar acidentes, então eu quero te pedir para que fique aqui a noite toda amanhã, que depois do jantar venha para cá e que fique aqui até o café da manhã do outro dia. Será que você pode fazer isso por mim?
Ela não respondeu, não acenou com a cabeça nem nada apenas se virou e continuou a andar.
- Saiba que eu te amo, e que gostaria que a gente pudesse ficar juntos por muito mais tempo, que pudéssemos até formar uma... Uma família juntos.
- Boa noite Draco. Boa sorte amanhã!!!
Pansy foi fria com essas palavras, fria de um jeito que só ela conseguia ser. Ela era muito mimada, e isso criou uma característica nela muito pertinente. Tudo o que ela queria e não conseguia obter ela usava a sua indução, fazia isso com muito talento. Já induzira muitas pessoas dentre elas Draco. Mas dessa vez foi diferente, ela se portou como uma pessoa que tem sentimentos, mas no final das contas foi fria dando o seu toque a conversa. Ela sempre era fria quando não conseguia obter sucesso em sua indução.
Draco não se demorou muito, pensou um pouco sobre a conversa e foi dormir o dia seria longo.

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