A Ordem da Fênix



Capítulo 19



A Ordem da Fênix



Mel e Danna seguiram direto para a Sala de Estudos, já que Mel se negava a sequer passar pela porta da biblioteca. A curiosidade de Mel sobre o pacote que Danna recebera do pai naquela manhã, no entanto, varreu momentaneamente de sua cabeça o que Hector, Josh e Andy iam fazer. Mas apesar dos seus esforços, ela não conseguiu arrancar muito mais da menina do que esta já havia lhe dito. A amiga deixou claro que não falaria nada até que os cinco estivessem juntos. Isso fez com que Mel esquecesse sua preocupação com o que ia acontecer com as colegas de quarto e passasse apenas a desejar que os meninos voltassem logo.

Na Sala de Estudos, as duas se dirigiram para a mesa do canto em que costumavam sentar. O fato do grupo de amigos pertencer a três casas diferentes havia tornado a Sala de Estudos o principal ponto de encontro deles, ainda mais quando as chuvas incessantes do outono impediam a ida ao pátio. O único problema era quando havia professores vistoriando a sala para impedir conversas, coisa que fazia com que os cinco fossem repreendidos constantemente. Mel ergueu a cabeça para localizar a “vítima” do dia. Era assim que os alunos chamavam o professor que guardava a Sala de Estudos. Todo mundo sabia que não havia um só deles que não odiasse a tarefa e, naquela manhã, era um mal-humorado Prof. Troop que olhava os alunos, estava sentado a uma mesa alta que ficava sobre o tablado que existia próximo ao grande quadro-negro. Tudo bem, pensou a garota, se ela conhecia bem o professor de DCAT, ele não era muito de ficar circulando entre os alunos, logo, eles teriam bastante liberdade para conversarem.

Danna não parecia preocupada com nada disso. Passou os quinze minutos seguintes analisando atentamente o conteúdo do pacote que o pai lhe enviara. E mesmo com Mel pendurada no seu ombro o tempo inteiro, sabia que a brasileira não conseguiria ler uma única palavra das que estavam escritas no caderno velho e amarelado que ela manuseava com cuidado.

– Que língua é essa? – Perguntou Mel, sem se conter.

– Gaélico irlandês*.

– Ah! – Mel fez uma expressão meio decepcionada. Pelo jeito não ia conseguir saber nada mesmo, antes que os garotos chegassem.

Pegou seu Livro Padrão de Feitiços 1ª série, para se distrair enquanto esperava, mas não adiantou muito. Seus olhos voavam para a porta a cada duas linhas lidas e ao final da página, ela já tinha se perdido umas quatro ou cinco vezes na seqüência do texto. Assim, quando os garotos apareceram à porta, ela fechou o livro com entusiasmo. Mas no segundo seguinte seu sorriso evaporou. Hector e Josh vinham vindo em direção a elas com caras imensamente satisfeitas, enquanto Andrew os seguia, parecendo bastante contrariado.

Uma sensação ruim flutuou na boca do seu estômago e as colegas de quarto voltaram a ocupar a sua mente. Tá certo, as garotas tinham resolvido que não queriam ser amigas dela e também tinham feito chacota de sua ave-correio, a enorme Harpia usada por seus pais para lhe mandar coisas do Brasil. Tinham espalhado para boa parte da escola que Mel “se achava”, só porque a tia era Auror e cunhada de Rony Weasley e que ela só tinha vindo para Hogwarts por influência da tia. A última parte era verdade, refletiu a menina com tristeza, mas ela não tinha culpa da tia Ana ter convencido os pais dela a mandá-la para a Inglaterra. Claro que ela quis vir... quis vir mais que qualquer coisa. Quem não gostaria de poder estudar em Hogwarts? Ela até que estava acostumada a ser escanteada pelos colegas. Afinal, a “CDF” da Mel, como a chamavam na escola, nunca fora muito habilidosa em fazer amigos mesmo**, mas era muito ruim ficar sendo apontada por uma coisa que não era sua culpa. O que ela não estava acostumada era a ter amigos que tomassem as dores dela e quisessem protegê-la e defendê-la. Varreu o último pensamento antes que acabasse desculpando os meninos.

– Afinal, o que foi que vocês fizeram? – Interrogou de cara amarrada assim que os três se acomodaram na mesa, sentando-se à frente delas.

– Relaxa Mel – disse Josh tirando livros, pergaminho e tinteiro da mochila – suas colegas de quarto são bruxas, lembra? Elas sabem se defender.

Mas Mel não lhe deu muita atenção, estava com os olhos fixos em Hector que irritantemente a ignorava. Ele era o planejador. O culpado dela ficar se sentindo mal. Ela queria que ele explicasse o que tinham feito.

– Você azarou elas, não foi? Vai, me diz. Azarou?

– Eu já falei – disse ele com uma calma ainda mais irritante – eu não costumo ser tão óbvio.

– Ele não as azarou, Mel – respondeu Andrew, que parecia ter medo de ver a garota pular no pescoço do amigo.

– E por que seu cabelo está cheio de folhinhas e galhinhos? – Ela perguntou ainda se dirigindo a Hector e fazendo um gesto para tirar uma das folhas que pendia entre os cachos curtos do garoto.

Hector afastou a mão dela e passou os dedos várias vezes pelos cabelos para eliminar o que Mel achava serem os vestígios do crime.

– Ah é... isso deve ter sido quando eu peguei as aranhas.

– Pegou o quê? – A voz de Mel ecoou alto na sala e vários colegas viraram irritados fazendo shsss. Ela afundou na cadeira fugindo do olhar duro que o professor Troop lançava para a mesa deles.

Andrew se curvou para frente e baixou a voz.

– Não se preocupe, Mel. O Hector não pegou aranhas venenosas – disse o garoto como se aquelas palavras tivessem algo de calmante.

– Ééé – confirmou Josh fazendo uma careta de monstro enquanto imitava aranhas com as mãos e fazia uma voz cavernosa – só cheias de pernas e de ovos...

Mel escondeu o rosto nas mãos sentindo-se pior do que nunca e sem querer saber onde aquilo ia acabar.

– O que vocês fizeram com as aranhas? – Perguntou Danna, finalmente entrando na conversa.

– Eu abri a janela da biblioteca – respondeu Andy meio envergonhado, mas Mel já estava ficando com raiva dele também porque, afinal, ele não só tinha acompanhado como tinha ajudado aos outros dois – e o Hector e o Josh levitaram quatro aranhas, daquelas cheias de ovos nas costas, para dentro das mochilas das corvinais.

– E um feiticinho adesivo básico também ajudou – completou Josh que, ao contrário do amigo, parecia estar se divertindo muito. O olhar furioso de Mel, porém, o fez tentar mudar de tom. – Elas não vão fazer mal às garotas, é mais provável que as garotas façam mal a elas, sabe? Provavelmente, vão matá-las e tudo... Só que, bem... quando os ovos eclodirem vai ser uma gritaria e... – ele e Hector trocaram um olhar e não agüentaram, começaram a rir descontroladamente.

– Sem falar – continuou Hector se dobrando em gargalhadas silenciosas – que as bichinhas são tão pequenininhas que elas provavelmente vão catar aranhas do material escolar pelo resto do ano.

Mel mal se continha de indignação.

– Isso... isso foi malvado e idiota!

– E daí? – Hector finalmente controlou o riso e ergueu o queixo em desafio.

– E daí que isso é errado, Hector Lupin!

– Olha – ele tinha amarrado a cara de vez, e Josh também parou de rir ao ver que tempo ia fechar entre os dois. – Elas também foram malvadas e idiotas e o que estão fazendo com você também é errado, tá? Pra mim, elas bem que estavam merecendo uma liçãozinha, ok?

A menina sacudia a cabeça violentamente, o pescoço e as faces ficando cada vez mais vermelhos.

– Vingança, Hector? Isso é a coisa mais...

– Quem falou em vingança? Foi só um aviso. Da próxima vez, elas vão pensar duas vezes antes de ficarem de risinhos e trocinhas e fazerem uma amiga minha chorar.

A réplica raivosa de Mel morreu na boca assim que ele pronunciou as últimas palavras e cruzou os braços muito ofendido. Os outros ficaram esperando que ela reagisse, mas Mel estava sem ação. Jogou-se para trás no banco e também cruzou os braços com um muxoxo. Garoto idiota! Não sabia se batia nele ou... garoto idiota!

Demorou alguns minutos antes que alguém quebrasse o silêncio.

– Bem – falou Danna empurrando sutilmente o caderno velho tirado do pacote amassado que tinha recebido do pai para o centro da mesa – se vocês dois já tiverem terminado de brigar por hoje, poderíamos falar de ajudar Harry Potter?

Ela certamente conseguiu conquistar a imediata atenção dos amigos. Os quatro fixaram os olhos nos papéis velhos que a garota empurrara para o meio deles.

– O que é isso? – Perguntou Josh, curioso.

Danna abriu o caderno antes de responder.

– São anotações da minha avó. De quando ela estudou em Hogwarts.

– Um diário? – Andrew arregalou os olhos muito azuis.

– Na verdade, não – respondeu Danna timidamente – minha avó não gostava muito de diários. Dizia que achava esquisito conversar com folhas de papel. – Ela deu de ombros como se não concordasse. – Este é o seu caderno de investigações. Minha avó adorava anotar coisas que se referissem a mistérios e lendas.

Quase sem querer, todos olharam para Hector que sorria triunfante, como se alguém o houvesse elogiado. Danna retribuiu o sorriso e Mel não pode deixar de pensar que as Selkies (Danna explicara que este era o nome das focas de quem descendia), deviam ter parentesco com as Veelas, embora sua beleza fosse mais sutil. Danna, porém, não parecia perceber isso e Mel teve de abafar um risinho ao observar o queixo dos três garotos cair por um instante, antes da menina recomeçar a falar.

– Bem – continuou Danna – minha avó anotou muita coisa sobre os mistérios que existiam em Hogwarts. Pesquisou em livros e jornais antigos. E, muitas vezes, pelo que ela escreveu aqui, ela discutiu suas descobertas com o seu professor favorito. – Danna parou esperando que algum deles completasse a frase – Alvo Dumbledore, é claro.

– Uau! – Admirou-se Josh.

– E tem muitos mistérios anotados aí? – Perguntou Hector que agora olhava fixamente o caderno, certamente tentando decifrar as palavras escritas em gaélico irlandês.

Danna pareceu achar divertida a forma afoita com que o amigo encarava as anotações da sua avó.

– Digamos que temos coisas para investigar pelos próximos seis anos, se você quiser... Minha avó só anotava, como curiosidades, sabe... Ela nunca foi atrás de nada. Ela apenas colecionava as lendas.

– Amei a sua avó!

As meninas riram da felicidade com que Hector disse isso. Andrew revirou os olhos.

– Continua, Danna, antes que o Hector tenha um treco.

– Tá. Bem, quando o Hagrid nos falou do Livro de Fausto eu achei que já tinha lido ou visto esse nome em algum lugar. Aí lembrei do caderno de anotações da minha avó. Ela me deu ele pouco antes de morrer. Disse que eu poderia continuá-lo, já que minha mãe não tinha se interessado em fazer isso.

– Por quê? – Hector parecia achar que a mãe dela devia ter algum problema.

– Sei lá... acho que ela não era do tipo curiosa.

– E o que ela fala sobre o Fausto? – Mel puxou o caderno tentando identificar o nome conhecido em meio ao festival de palavras cuja pronuncia ela não conseguia nem intuir.

– Basicamente, ela escreve o que nós descobrimos na biblioteca durante esta última semana. Toda aquela coisa sobre como Fausto escreveu o livro e os rituais das trevas que poderiam existir ali, mas que ninguém conhece, e também a indicação de que ele teria feito um pacto com os beusclainh.

– Não gostei nada dessa parte – comentou Josh com um arrepio. – Lembro que meu pai ficava furioso quando meu tio-avô Apolônio contava histórias sobre os beusclainh para nos assustar. Papai não gostava nem que a gente ficasse dizendo o nome deles.

– Mas eles não vêm se a gente não chamar pelo nome próprio, não é? – Quis saber Mel um pouco assustada.

Por ser nascida e criada entre trouxas, ela fora a que ficara mais impressionada em existir de verdade uma criatura que fosse tão parecida com o que os trouxas achavam ser um demônio. E ela que sempre pensara que não poderia haver nada pior no mundo que um dementador.

– A coisa do nome próprio só funciona se for dito no meio de uns rituais complicados – respondeu Hector, a briga dos dois já tinha sido totalmente esquecida. – Não se preocupe, Mel, a Ordem de Mérlin fez feitiços durante séculos para garantir que eles não pudessem se aproximar dos humanos sem muito esforço de ambos os lados. Foi meu pai que me disse isso. – Completou como se aquilo fosse a maior das garantias, e, na verdade, para Mel a palavra de Remo Lupin era sim.

– Bem, a minha avó escreveu – prosseguiu Danna – que ela ainda tentou arrancar alguma coisa de Dumbledore sobre o assunto. Vocês sabem, na época, ele tinha derrotado Grundelwald há bem pouco tempo e todo mundo sabia que o tal bruxo das trevas tinha usado o Livro de Fausto. Mas ela não conseguiu muita coisa. Ela até propôs ensinar serêiaco para ele, se ele lhe contasse mais algumas coisas sobre Fausto. Mas Dumbledore não se deixou convencer.

Andrew franziu a testa.

– Mas o Hagrid falou que ela ensinou o serêaico para ele, não falou?

– Ela ensinou sim... mas, bem, não foi dessa vez...

Mel achou que a amiga tinha ficado meio embaraçada e sua cabeçinha já se encheu de idéias extravagantes a respeito de como isso acontecera, mas ia deixar para perguntar a Danna quando estivessem sozinhas. A tia Ana ia adorar saber como fora isso, pensou marota. A mente de Hector, porém, funcionava para outro lado.

– Tá. E o que você achou aí que pode nos interessar... digo, para ajudar o Harry?

Em resposta, Danna puxou o caderno e leu em voz baixa.

– “Estou muita impressionada com as histórias sobre Fausto e seu pacto com o beusclainh chamado Mefistófeles. Algumas fontes dizem que o fim da amizade dos dois não foi nada pacífico, já que Fausto não quis cumprir sua parte no pacto, mas nenhum dos livros que consultei dá uma idéia do que seria o tal pacto”. Aí, mais adiante – Danna folheou o caderno – ela escreve isso: “Em As Artes das Trevas e seus seguidores de outras Épocas, o autor fala que a forma mais provável de Fausto ter se livrado do pacto com Mefistófeles foi prendendo-o no interior de um objeto, utilizando recursos mágicos para enfraquecer seus poderes ao encarcerá-lo num espaço limitado. Pela tradição, diz o autor, o objeto poderia ser uma garrafa, um espelho, ou como preferem os bruxos do Oriente próximo, uma lâmpada”.

– “Poderes cósmicos inimagináveis, dentro de uma lampadazinha”... – a frase e a voz falsete que Mel usou para dizê-la fizeram os quatro amigos franzirem as testas. A menina deu uma risadinha. – Desculpem, lembrei de um desenho animado... – a expressão confusa dos meninos bruxos continuou e Mel, pela primeira vez, realmente lamentou algo sobre a vida das crianças bruxas. – Puxa, vocês não sabem o que é desenho animado? Tadinhos... Tá, deixa pra lá... é melhor eu nem explicar pra vocês. Segue Danna.

Os outros quatro ainda trocaram olhares aturdidos, mas Hector e Andrew também fizeram sinais para que Danna prosseguisse.

– Ok. Ela escreveu ainda que muita gente, geralmente os bruxos das trevas que procuravam o livro, procuraram também encontrar Mefistófeles, pois muitos achavam que alguns dos rituais descritos por Fausto só teriam eficácia com a ajuda do beusclainh que os ensinou. Mesmo que não soubessem como se poderia libertá-lo. De acordo com aos livros oficiais ninguém jamais encontrou o objeto onde Mefistófeles teria sido feito prisioneiro.

A menina voltou a remexer no pacote em que o caderno estava e eles perceberam que havia uma grande quantidade de papéis soltos, que tinham sido dobrados e colocados entre as últimas folhas e a contra capa das anotações da avó de Danna.

– Mas a minha avó andou mexendo nas coleções antigas de jornais que existem em Hogwarts. Vocês sabem, lá naquela salinha à direita da mesa da Madame Pince tem uma coleção do Profeta Diário que vem desde o século XIX. E... olhem isso aqui.

Ela estendeu diante do grupo o que parecia ser uma página de jornal muito antiga, algumas letras estavam até meio rasuradas nas partes em que o papel ficara dobrado, mas pelo menos estava escrita em inglês. Era uma notícia que datava não do século XIX, mas do início do século XX, 1919 para ser mais preciso.

“Encontrado, na Escócia, um corpo que pode ter pertencido ao famigerado bruxo das trevas Erasmus de Salpetrière, conhecido por suas terríveis ações no continente. Procurado pelas autoridades bruxas de toda a Europa, Salpetrière, que muitos acreditam ter encontrado a lendária garrafa onde Fausto prendeu o beusclainh Mefistófeles, estava desaparecido à quase um ano. Ainda não há provas de que o corpo seja realmente de Erasmus, mas fontes não oficiais acreditam que ele possa ter estado foragido na Grã-Bretanha auxiliado por amigos e simpatizantes das Artes das Trevas. Apesar da antiga e conhecida amizade entre Erasmus e o atual diretor de Hogwarts, Fineus Nigellus Black, tanto o chefe dos Aurores, Dionísio Gamp (cunhado do filho do Diretor Black), quanto o Ministro da Magia, Childeberto Widenprice (tio materno da esposa do Diretor), descartam qualquer possibilidade deste ter escondido o foragido.
“É um absurdo, lançar esse tipo de suspeita contra um membro destacado da nossa sociedade como o Diretor Black”, comentou o Ministro na noite de ontem. “Certamente, essas pessoas não estão sugerindo que ele tenha escondido um elemento da periculosidade de Erasmus de Salpetrière em Hogwarts, junto com nossas crianças. Esta é a calúnia mais maldosa e sem fundamento que já ouvi”.


Danna ergueu os olhos esperando a reação dos amigos. Hector tinha a expressão de quem tinha sido avisado que Natal, aniversário e Páscoa seriam uma vez por semana. Mel estava dividida, achava que aquilo tudo podia ser muito perigoso, mas ela não podia negar que a perspectiva a deixava tremendamente empolgada. Afinal, um certo clima de perigo é o que se espera ao estudar em Hogwarts, mas ela jamais ia admitir isso na frente do Hector.

– Uau! Sinistro! – Disse Josh assombrado.

Andrew, porém, não achou que a notícia fosse assim tão definitiva.

– Espera, gente! Não tem nada nessa notícia que seja uma certeza. Não sabem se era o cara, se ele tinha a tal garrafa e muito menos se ele esteve ou não em Hogwartos e deixou a garrafa por aqui. Desculpe, Danna, eu não acho que...

Ele parou no meio. Mel achou que o amigo tinha acabado de ficar na linha de frente de um dos sorrisos de selkie de Danna.

– Minha avó pensava o mesmo que você, Andy – disse a menina com aquele tom de voz baixo e firme que eles aprenderam a identificar como a hora em que ela dizia coisas importantes. – Na verdade, eu mesma só achei que poderia haver um fundo de verdade na pesquisa da minha avó, depois de uma conversa que tive com a Mel.

– Comigo? – Admirou-se a amiga.

– É... você me disse um nome que eu lembrava de ter lido aqui, mas eu não sabia de quem era o nome até você me dizer, porque eu não sabia o nome dele de verdade, só o outro. O que ele usou quando ficou poderoso.

– De quem e do que você está falando? – Disse Hector dando voz à confusão dos outros quatro.

Danna folheou mais uma vez o caderno e fechou um pouco mais o círculo para ler em voz muito baixa o que a avó havia escrito há mais de 50 anos atrás.

– “Mostrei o jornal ao Prof. Dumbledore. Achei a reação dele muito estranha. Ficou muito tempo quieto e depois perguntou se eu havia comentado aquilo com mais alguém. Respondi que apenas com a minha amiga Griselda Marchbanks, da Corvinal, que é monitora como eu. Ele ficou quieto por longos minutos de novo e aí perguntou se podia confiar em mim. Ora, ele é o diretor da minha casa, meu professor favorito e meu amigo, é claro que ele pode confiar em mim. Então, ele me fez um pedido estranhíssimo. Pediu que eu não comentasse sobre isso com mais ninguém, em hipótese alguma. Fiquei com uma pulga atrás da orelha e me arrisquei a perguntar se havia alguém em especial que ele não queria que soubesse dessa notícia de jornal. Ele não respondeu imediatamente, mas quando me disse não fiquei surpresa como outros ficariam por ele se referir justamente ao monitor-chefe. Na verdade, concordei imediatamente. Embora todos o admirem, especialmente alguns professores como o Slughorn, acho que sou muito grifinória para gostar de um sonserino e muito selkie para confiar em Tom Riddle”.

– UAUU!!! – Resumiu Josh, mais uma vez.




***********************


Harry tinha muitos sentimentos confusos em relação à casa do Largo Grimmauld. Por vezes, simplesmente a detestava. Afinal, este era o sentimento do seu padrinho em relação àquele lugar e ele se recriminava por, ao ter assumido a direção da Ordem da Fênix, não ter transferido a sede. Mas outras vezes, ele achava que a casa era sua única lembrança material de Sirius e que continuar usando-a como quartel-general de um grupo que enfrentava às Artes das Trevas era uma homenagem a ele. Sem falar que era uma afronta aos Black, coisa que, provavelmente, Sirius gostaria ainda mais.

A casa havia sido limpa das tralhas, objetos das trevas e parasitas em sua maior parte. Mesmo assim, muitos das coisas que estavam na casa não puderam ser removidas e, provavelmente, jamais seriam pelos tipos de feitiços que as protegiam. O quadro da Sra. Black, por exemplo. Sempre souberam que este era, possivelmente, o maior problema para a utilização da casa. A velha continuava a gritar injurias e ofensas contra os novos habitantes e seus visitantes a cada vez que acordava. Tentaram vários feitiços silenciadores e nada. Eles duravam muito pouco e, em geral, só podiam ser aplicados depois da mãe de Sirius começar a berrar. Quem achou a solução, no fim, foi a mãe do outro Sirius. Hermione se deu conta de que a Sra. Black não berraria se não ouvisse. Logo, um feitiço de surdez permanente matinha o quadro silencioso e adormecido a maior parte do tempo, embora, por vezes, ela ainda acordasse e chamasse pelo Monstro, mas este já não a atendia mais. Tinha morrido alguns meses após o fim da guerra, Harry achava que de tristeza, pela “morte” daquela que julgava ser a sua senhora de fato: Bellatrix Lestrange.

Harry jogou a cabeça para trás batendo forte com ela na parede do quarto da mãe de Sirius, onde tinha se refugiado antes da reunião com a Ordem. Estava sentado no chão num canto próximo a porta, nunca conseguia entrar muito para dentro no aposento, mas achava que podia sentir o padrinho mais fortemente quando estava lá e isso, estranhamente, o consolava. Hermione dizia que o quarto havia se tornado seu “lugar de depressão”, como fora para Sirius. Mas Harry não estava deprimido. Estava com raiva. A mente dele ia e vinha enumerando cada um dos problemas que acabavam com a sua paz: Lucius Malfoy, beusclaihns, Draco, BELLATRIX... A culpa que carregara durante anos por tê-la “matado”, agora se transformara num desejo horrível e violento de que isso realmente tivesse acontecido. Mas não foi. Ao invés disso, ele e Neville tinham, involuntariamente, matado a mãe do Draco. Ele sabia que Draco não precisava deste motivo para odiá-lo, só que agora, até mesmo Harry lhe dava razão.

A porta do quarto abriu lentamente, mas ele nem chegou a olhar para ver quem estava entrando e falar com maus modos.

– Já vou descer, Mione. Só quero ficar mais um pouco sozinho, ok? – Era sempre a amiga que se dispunha a resgatá-lo dali.

– Achei que gostaria de saber que a Tonks chegou – falou Gina suavemente, enquanto se ajoelhava no chão ao lado dele.

Harry a olhou meio envergonhado.

– Desculpa amor, eu pensei que fosse...

– Eu entendi – ela cortou com o mesmo tom suave. – Você acha que vai melhorar se ficar aqui se deprimindo, Harry?

– Não estou me deprimindo, acho que já me afundei nisso o mais que podia. Eu estou é... frustrado! – A palavra saiu cheia de fúria mal contida.

– Bem – disse Gina – lembro que uma vez, você me contou de uma conversa que teve com Dumbledore – Harry buscou os olhos dela, mas Gina tinha os seus fixos em um ponto à frente dela. – E de que ele disse como era importante lutar até o fim e depois recomeçar a lutar e não parar nunca. Que o mal podia ser vencido sim, mas que isso não queria dizer que ele ia acabar. – Ela finalmente olhou para ele. – Pense assim: estamos fazendo o que sabemos fazer melhor. É isso que Harry Potter e seus amigos fazem. Nós lutamos contra o mal! Se tirar a parte babaca da frase, pode até soar divertido.

Harry não pode deixar de rir. Gina tinha o dom de dar simplicidade a coisas que, para ele, pareciam tão complicadas. Harry já perdera a conta de quantas vezes quisera deixar de ser ele mesmo, que quisera ser outra pessoa. Gina, não. Ela parecia sempre à vontade em sua própria pele. Era inteligente, teimosa, voluntariosa, lutar pelo o que queria era seu jeito de se expressar. Pelo tempo que ela esperara por ele, Harry sabia que “desistir” não era uma palavra que constasse no vocabulário da ruiva.

– Eu só queria... – ele disse fazendo uma carinha de quem pede colo e colocando a mão na barriga dela que agora parecia crescer dia a dia – que eles estivessem fora disso tudo.

Gina riu.

– Esses dois? Ah, não se preocupe tanto. Pelo que tenho sentido, acho que esses baixinhos vão ser tão bons de briga quanto os pais deles – falou cheia de confiança.

Harry lhe lançou um olhar de um jeito tão apaixonado que teria feito Rony incomodá-lo por uma semana se o visse.

– Como você consegue ser tão maravilhosa, heim?

– Anos de prática, meu bem! – Respondeu bem-humorada. – Vamos descer? – Harry concordou. – Bem, então levante e me ajude. Acho que minha agilidade emperrou definitivamente com esse peso todo na minha barriga.

Harry levantou rápido e a ajudou a se erguer sorrindo.

– Bom – disse ele enquanto saíam do quarto e desciam as escadas de mãos dadas – se você acha que os baixinhos não nos trarão problemas, espere até começarmos a pensar nos nomes.

– Os nomes vão ser moleza em comparação com a outra decisão. – Harry ergueu a sobrancelha, inquisitivo. – Os padrinhos.

– Padrinhos? Nós já decidimos quem serão os padrinhos?

– Na verdade, não. A escolha óbvia seria o Rony e a Mione. Mas como temos dois, as possibilidades se ampliam, não é? Pensei no Lupin e na Tonks ou no Carlinhos e na Ana, mas sei que Jorge e Fred vão ficar furiosos se não forem padrinhos dos gêmeos.

Harry riu da cara trágica que ela fazia.

– Queria que estes fossem todos os nossos problemas. Nomes e padrinhos.

– Fale por você – caçoou Gina – prefiro um bando de Comensais da Morte a ter de enfrentar os Weasley em peso.

Os dois chegaram ao primeiro andar e já iam em direção à cozinha quando a campainha de som esquisito da mansão Black tocou.

– Estava faltando alguém ainda? – Perguntou Harry indo até a porta e a abrindo para um homem magro, vestido completamente de negro, antes que Gina respondesse.

– Potter – cumprimentou com desagrado o visitante.

– Snape – devolveu Harry se afastando para o ex-professor entrar, mas não conseguiu evitar que a voz saísse com uma enorme dose de surpresa. Snape parecia diferente. Harry o analisou atentamente enquanto ele entrava. Apesar do ar entediado e aborrecido, ele parecia estar com mais energia que da última vez que o vira. Não parecia tão envelhecido. Na verdade, se não estivesse ainda mancando, Harry juraria estar olhando para o velho Snape. Para o homem que ele era antes do fim da guerra. Ficou se perguntando o que teria causado a mudança.

Snape pareceu registrar vagamente a presença de Gina na sala, mas não lhe dirigiu a palavra, ao invés disso, virou-se para Harry.

– Tonks já chegou? Tem notícias do Draco?

– Chegou – respondeu Harry. – Mas, eu ainda não falei com ela. Poderemos começar a reunião agora que você está aqui.

– Ótimo. Quanto mais rápido melhor.

Harry fez um gesto apontando a cozinha para que Snape seguisse na frente, o que ele apressou-se, como pode, em fazer. No entanto, para a surpresa de Harry ele se deteve em frente à Gina que o olhava com tal curiosidade, que o rapaz teve certeza de que ela tivera a mesma impressão que ele sobre a impressionante mudança na aparência do ex-professor.

– Hã... – Snape contorceu o rosto como se as palavras saíssem com muita dificuldade. – São dois, então! – Seus olhos correram rapidamente pela barriga de Gina, antes que ele completasse com desdém. – Presumo que a palavra de praxe seja... parabéns!

Se Harry tentou disfarçar o espanto diante do cumprimento, Gina o recebeu de forma escandalosa. Deixou o queixo cair e arregalou os olhos como se estivesse diante de algo a que contrariasse as leis da natureza. Quando ela achou que já tinha deixado Snape constrangido o suficiente, simulou um ar preocupado.

– Por Mérlin! Acho que os anos o estão amolecendo, professor – a última palavra parecia não dizer exatamente o que dizia. – Espero sinceramente que haja tratamento.

E virou-se indo em direção a cozinha, deixando para trás um Harry tentando engolir as gargalhadas a todo custo e, para a surpresa do garoto, um Snape cujos cantos dos lábios não disfarçavam um tremor igualmente suspeito. Levou alguns segundos antes que este pigarreasse e sem dizer nada caminhasse em direção à cozinha. Harry começou segui-lo, mas já sorrindo abertamente da tirada de Gina, quando Rony o chamou.

– Hei! Quem chegou? – Perguntou o amigo descendo as escadas acompanhado de Hermione.

– O Snape. O que vocês dois estavam fazendo aí em cima?

– Colocando o Sirius para dormir – respondeu Hermione rapidamente. – Hã... eu preciso falar com Alícia antes da reunião – e seguiu apressada para a cozinha.

Harry olhou para Rony, que por algum motivo parecia mais alto.

– Colocando o Sirius para dormir? Mudou de nome, é?

– Harry, vai a m...

– Quero dizer – interrompeu Harry, achando que o espírito gozador de Gina o tinha possuído e no fundo agradecendo que isso tivesse acontecido, era como respirar novamente – achei que esse fosse o trabalho da Winky, agora.

– O Sirius gosta de dormir com a mãe dele – respondeu Rony. As orelhas assumindo um rosa particularmente chamativo.

– Só o Sirius?

Rony deu um passo à frente e abriu a porta da cozinha para os dois entrarem antes de responder com um sorriso que lembrava o dos gêmeos.

– Se você estiver falando em dormir... sim.

Harry só parou de rir quando notou os olhares chocados dos vários membros da Ordem que se encontravam na cozinha quando ele e Rony entraram. Certamente, ninguém esperava ver aquela demonstração de bom humor, quando todos tinham certeza de terem sido chamados para discutir assuntos graves e preocupantes. Harry registrou rapidamente o olhar repressivo da profa. McGonagall e o sorriso aliviado de Gina em vê-lo mais solto antes de perguntar em voz alta.

– Podemos começar?

– Num minuto, Harry querido – falou a Sra. Weasley, que não o tinha visto entrar com Rony. Ela manipulava ao mesmo tempo com a varinha três enormes bules de latão. – Deixe-me apenas servir uma xícara de chá para cada um de nós.

Gui e Cátia se levantaram para ajudá-la. Cada um passou a controlar um dos bules flutuantes que se entornavam cuidadosamente servindo o chá fumegante e cheiroso nas inúmeras xícaras dispostas sobre a mesa da cozinha. Fleur os seguia levitando uma enorme bandeja com bolinhos de gengibre e passas. Harry aproveitou para cumprimentar rapidamente as pessoas que estavam ali. A Ordem não estava representada por completo, Harry chamara somente os mais próximos dele, mas ainda assim era uma quantidade de pessoas nada desprezível. Os Weasley sem a presença de Percy e contando as esposas, mais ele e Gina, eram quatorze. Lupin, Tonks, Quin, Minerva, Neville, Olho-Tonto, que mesmo aposentado novamente, participava de todas as reuniões, agora sempre acompanhado da esposa Agatha, tia de Ana. Hagrid também comparecera e isso dava a impressão de que um número ainda maior de pessoas estava na sala. Ele ainda se divertiu vendo a cara de Ana que observava tudo com um entusiasmo quase infantil. Não precisava ser Legilimens para saber o que se passava mente da amiga que, pelo seu rosto, parecia cantar algo como: estou numa reunião da Ordem, estou numa reunião da Ordem. Rony também tinha notado e revirou os olhos, divertido.

Seu olhar, no entanto, acabou sendo atraído para o canto mais distante da mesa, onde Snape estava sentado. Diante dele, em pé e parecendo muito nervosa, estava Alícia acompanhada de Hermione. Harry fez uma pergunta muda a Rony apontando a cena com a cabeça, mas o amigo apenas deu de ombros enquanto se acomodava em uma cadeira próxima. Buscou Jorge, mas este parecia igualmente confuso como movimento inusitado da esposa. Como sempre acontecia com Harry, a curiosidade falou mais alto. E, enquanto todos pegavam suas xícaras de chá e se serviam dos bolinhos, ele aproveitou o pretexto de pegar uns pergaminhos para anotações no armário que estava atrás de Snape e ouvir o que eles estavam falando.

– Bom – a voz de Alícia soou trêmula às suas costas, no momento em que ele abriu o armário. Ao que parecia, a jovem ainda não perdera o pânico que Snape costumava causar nos alunos. – Eh, o senhor sabe que eu... eu sou curandeira no St. Mungus e, bem... nós temos pesquisado há algum tempo... quero dizer, as pesquisas começaram um ano antes de eu entrar lá e...

– Será mais rápido e menos indolor para todos nós, se for direto ao ponto, Spinnet – atalhou Snape entre os dentes. Ele parecia se recusar a chamar as esposas dos garotos Weasley pelos nomes de casadas. Tratava todas, quando se dignava a dirigir-se a uma delas, pelos nomes de solteiras.

Alícia deu um gemidinho e olhou para Hermione. A cunhada, no entanto, fez sinal para que ela continuasse.

– Temos pesquisado o veneno da cobra de você-sabe-quem – Alícia falou rápido como que para sair logo dali. – Quando o senhor foi mordido, tudo o que tínhamos era o que tinha sido desenvolvido na época em que o Sr. Weasley foi mordido. E, bem, não era muita coisa... Mas ficamos com amostras do veneno e o Neville – Harry a viu fazer um gesto em direção ao rapaz de rosto redondo e pálido que os observava apreensivo do outro lado da sala. – Ele é nosso herborista, sabe? E, ele descobriu uma planta amazônica que, bem... não lembro o nome agora, mas ela funcionou muito bem nos nossos testes com poções e ungüentos.

Harry fez um movimento para frente para poder olhar a expressão de Snape. Ele parecia francamente interessado nas palavras de Alícia. Céus, o que será que estava acontecendo com o Ranhoso? A garota, no entanto, pareceu animada a continuar e tirou dois frascos de dentro das vestes, colocando-os em frente de Snape.

– Só que as pessoas que tiveram esse tipo de mordida ou tiveram pouquíssimas seqüelas, como o meu sogro, ou morreram, a não ser, claro, o senhor, então...

Snape olhou os frascos, pegou um deles que continha um líquido azul escuro e de aparência espessa e examinou.

– Nós achamos – falou Hermione saindo detrás de Alícia – quero dizer, a equipe da Alícia achou que você se interessaria em testar a poção e o ungüento no seu ferimento. E talvez... bem, todos sabem do seu talento com poções... talvez, você pudesse até melhorar a poção. Neville está cultivando a Acaliacea mantiniosae e pode fornecê-la e aos outros ingredientes, caso você queira...

– Tem as indicações da feitura da poção e do ungüento, Spinnet? – Perguntou Snape, ignorando Hermione.

Alícia novamente buscou o olhar da cunhada. Harry viu Hermione mais uma vez incentivá-la com a cabeça, embora parecesse um pouco aborrecida. As grosserias de Snape pareciam ainda incomodá-la. Harry pensou que preferia francamente que ela já tivesse se acostumado. Alícia tirou um pergaminho do bolso interno das vestes e entregou a Snape que leu com atenção antes de encarar as duas moças, mais uma vez.

– Farei os testes – disse por fim. – E comunicarei os resultados ao St. Mungus. Acredito que isso possa ser feito através de você, Spinnet? – Alicia confirmou rápido. – Ótimo. Diga ao Longbotton (e esse pedaço da sua história realmente me deixou abismado, mas...), diga para que ele mande essas ervas para a minha casa para que eu possa repensar a poção.

Alícia confirmou novamente com a cabeça. A resposta positiva de Snape parecia estar a assustando mais do que se ele tivesse corrido com ela dali.

– Smith... digo, a outra Sra. Weasley... – Smith afinal não era o nome de solteira da esposa de Carlinhos, mas da mãe dela***, e era assim que Snape insistia em chamá-la, por isso talvez tenha se irritado com a expressão confusa de Alícia. – Por Mérlin, como posso chamá-las pelos nomes de casadas se vocês são praticamente uma legião! Como vão saber quem é uma e quem é outra.

– Ele está se referindo à Ana, Alícia – explicou Hermione calmamente. Ao contrário do jeito assustado de Alícia, o fato de Snape ter aceitado a oferta parecia ter deixado Hermione muito satisfeita.

Harry tinha voltado com a cabeça para dentro do armário, mas pode ouvir a voz gelada de Snape responder.

– Ela saberá para onde mandar os ingredientes.

– Certo – falou Alícia e meio sem saber mais o que dizer, ela se virou e foi sentar ao lado de Jorge.

Hermione também não disse nada. Apenas lançou ao antigo professor um olhar superior, que ele deve ter odiado, pensou Harry enquanto fechava o armário. Mas assim que a amiga se afastou em direção à Rony, ele se curvou sobre o ombro de Severo e falou em voz baixa.

– A palavra de praxe, nesse caso Snape, é: obrigado!

Harry ergueu o corpo sem esperar a reação dele e alteou a voz.

– Podemos começar agora, Molly?

A Sra. Weasley acenou positivamente com a cabeça e Harry se encaminhou para a ponta da mesa. Resolveu começar fazendo um resumo geral do que estavam enfrentando, desde as visões de Gina e os raptos das crianças trouxas, até a fuga dos Comensais e a descoberta de que Bellatrix Lestrange estava viva. Esta última parte foi confirmada por Snape. Harry o havia alertado de sua suspeita – quase certeza – e Severo tinha aproveitado quando Draco o procurara para sondar se era verdade. Logo, não havia mais nenhuma dúvida de que quem morrera na noite fatídica que antecedeu a batalha final contra Voldemort, fora Narcisa Malfoy.

Nesta parte, Harry buscou Neville com os olhos. Eles já haviam falado sobre o assunto há alguns dias, mas Neville não reagira nada bem. O amigo sustentou seu olhar, mas Harry notou que ele tremia violentamente, apesar do enorme esforço para não demonstrar isso. Hermione trocou um olhar mudo e cheio de preocupação com Rony e Gina, mas antes que ela se mexesse, a Sra. Weasley saiu de sua cadeira e foi sentar-se ao lado de Neville, passando o braço protetoramente sobre os ombros do rapaz.

Harry resolveu que seria melhor, antes de prosseguir, tirar o assunto Draco do caminho. O relato de Tonks sobre o encontro, no entanto, foi recebido com ceticismo por quase todos os presentes.

– Como pode ter certeza de que ele não desconfiou quem você era, Tonks? Afinal, o cara sabia mexer com Legilimência e tal... – Perguntou Rony.

– De fato – Snape alteou a voz – Draco conseguiu ser um bom Oclumente, mas não um Legilimens. Você sabe que se tratam de duas coisas muito diferentes? Ou seria pedir muito de você, Weasley?

As orelhas de Rony ficaram perigosamente vermelhas, mas não foram as únicas. Afrontar um Weasley quando eles estão em bando não era exatamente um gesto de coragem, mas uma temeridade. Ana seguiu o olhar de Harry e resolveu manter o foco no assunto.

– E você acha realmente que ele ainda não fez contato com o pai, Tonks?

A Auror confirmou.

– E nós vamos ficar aqui sentados esperando que ele faça? – Indignou-se Jorge. – Por mim, já que a gente sabe onde o sebosinho está, informava logo ao Ministério – ele se virou para Quin – e mandava ele ocupar a cela do paizinho dele em Azkaban.

– Eu já falei que não existem mais acusações contra ele, Jorge – argumentou Quin. – Embora seja fato que ele tenha sido um Comensal da Morte, não se conseguiu implicá-lo sequer no uso de uma maldição imperdoável. Além disso, sendo tão garoto na época, ele se beneficiou do fato de se querer dar uma segunda chance aos jovens que tinham sido cooptados por hum... Voldemort. O garoto só não foi ainda totalmente inocentado porque não se mostrou arrependido para o Ministério. Se levarmos ele até lá, ele vai acabar tomando chá com o Ministro e perdemos a nossa isca. Lucius não fará contato com o filho se suspeitar que ele saiu da clandestinidade e que estamos de olho nele.

– Isso não modifica o fato de que não podemos ter certeza se o Draco já procurou a “família” ou não. – Falou Gui, dando apoio a Jorge.

– E ele quase matou a Cátia e o Rony – argumentou Fred, abraçando a mulher. – Não vejo porque ele mereça essa tal segunda chance.

– Todos merecem Fred – disse Ana.

– Nem começa, Ana – disse Jorge vindo em auxílio do irmão. – Às vezes você parece que acha que todo mundo é nobre e bom, ou tem isso escondido em algum lugar.

– Eu não disse isso, Jorge, eu só...

– Crianças – o Sr. Weasley chamou a atenção deles e os três pararam.

– Os rapazes têm razão – afirmo Moody. – Nós já subestimamos esse garoto uma vez e pagamos com Dumbledore.

Uma espécie de movimento conjunto de desconforto fez os presentes se mexerem em suas cadeiras, afinal, o assassino de Dumbledore estava agora sentado entre eles.

– Acho que por enquanto – a Profa. McGonagall rompeu com o embaraço – a melhor política é não perdermos o jovem Malfoy de vista.

– Eu concordo com a Minerva – disse Hagrid, no que foi apoiado por Aghata e Ana.

Harry achava que concordava mais com Fred, Jorge e Gui, mas a verdade é que não conseguia mais pensar em Draco sem se sentir culpado.

– Você que o conhece melhor – disse o Sr. Weasley chamando a atenção de todos. – O que acha, Snape?

Severo arqueou a sobrancelha um pouco surpreso. Voltara a freqüentar as reuniões da Ordem por poder fornecer informações que Potter e os outros precisavam, mas certamente não esperava que o consultassem ou quisessem saber a sua opinião sobre outras coisas. Ainda mais quando todos faziam questão de dizer que não haviam esquecido do que ele fizera. Mas assim como apareceu, a expressão de surpresa sumiu do seu rosto.

– Acho que Draco ainda não decidiu se quer ou não se juntar ao pai e à tia – respondeu seco.

– Ele está com muita raiva da Bellatrix, isso eu posso afirmar – interrompeu Tonks.

Snape lhe lançou um olhar gelado que ela enfrentou imitando a postura arrogante dos sonserinos, mas depois ele lhe fez um breve aceno com a cabeça.

– Acho que se estivermos atentos poderemos usar isso – continuou o ex-professor. –Draco é um menino mimado. Ele me pareceu muito ressentido com a vida que tem levado. Acho que ele gostaria de voltar a ser rico, ter poder, ser respeitado apenas por ser um Malfoy.

Um sorriso se desenhou na mente de Harry. Aquela era uma interessante visão sobre o que movia as ações de um sonserino. Ele não concordava absolutamente, mas conseguia entender, tanto o que Snape estava sugerindo, quanto o que Malfoy devia sentir. O comentário de Snape fez com que todos os membros da Ordem começassem a falar ao mesmo tempo.

– É, mas uma coisa é o Malfoy se voltar para o lado deles, outra bem diferente é acreditarmos que ele possa vir para o nosso lado – argumentou Gina fazendo sua voz se sobressair.

– Acho que o Snape quis dizer, Gina – a explicou Hermione sem dar atenção ao olhar de desagrado que Snape lhe dirigiu – foi que o Malfoy pode ser persuadido de que há mais vantagens em colaborar conosco do que em se juntar novamente aos Comensais.

– Pois eu concordo com a Gina – disse Rony. – Vocês estão querendo algo completamente fora da realidade.

A sala novamente estourou com todos falando ao mesmo tempo. Rony e Mione discutindo diretamente um com o outro.

– GENTE! – Harry chamou a atenção. – Acho que, por enquanto, não podemos fazer muita coisa e sendo assim, o Quin e a Profa. McGonagall têm razão. Você pode dar conta de vigiá-lo o tempo todo, Quin?

– Certamente – trovejou o chefe dos Aurores. – Acho que Tonks, eu e se você permitir, Gerard Griffin, que também está na Ordem, podemos dar conta.

– Eu também posso ajudar nisso – dispôs-se Ana.

– Ok.

Harry deu o assunto por encerrado. Por enquanto, Draco não era nem o mais urgente, nem o mais incômodo dos assuntos a serem tratados ali. O tópico seguinte da reunião era bem mais espinhoso. Harry passou a palavra para Carlinhos. E, exatamente como eles haviam previsto, as reações dos membros da Ordem não foram nada agradáveis. Tia Agatha rompeu num choro baixinho e assustado que fez Ana ir abraçá-la e Minerva lhe entregar um lenço, um pouco incomodada com o destempero da amiga. Snape se manteve impassível, não parecia surpreso, embora seus maxilares estivessem estranhamente duros. Hagrid resmungou algo como “bastardos”, Neville ficou branco como cera, enquanto o olho mágico de Moody girava enlouquecido, como se algum demônio fosse irromper na sala a qualquer momento.

– Acho que nesse caso específico temos que ser objetivos. Só poderemos combater os demônios se soubermos o que os Comensais pretendem e que tipo de pacto fizeram com eles. – Lupin fez uma tentativa de colocar a questão nos termos mais racionais possíveis.

– Remo tem razão – concordou Hermione sensatamente. – Mas para isso teremos que conseguir abrir o livro e eu não achei nada que indique como poderemos fazer isso.

– Se me permite, Granger – Snape alteou a voz de forma arrogante. – Creio que consegui descobrir como se poderá fazer isso. – Se ele queria atenção conseguiu imediatamente, Snape deu um sorriso de lado antes de continuar. – Querem a boa ou as más notícias primeiro.

– As más notícias estam no plurrall? – Perguntou Fleur chocada.

– Comece pelas más, Severo – ordenou Moody. – Assim elas saem do caminho.

Snape mexeu-se na cadeira, de vagar e sem pressa, enquanto o silêncio na sala parecia crescer.

– O livro, como costuma acontecer em feitiços de proteção muito fortes – explicou de forma didática, com o mesmo desprezo que usava com seus alunos em aula. – Somente pode ser aberto num dia específico do ano.

– Pelo amor de Deus, não me diga que esse dia já passou? – Harry sentiu novamente as entranhas se retorcendo.

– Para a sua... – ele corrigiu-se, mas parecendo achar engraçado incluir-se – para a nossa sorte, não.

– E que dia vai ser esse? – Perguntou Carlinhos.

– O Dia das Bruxas – respondeu Snape calmamente.

– Claro, o dia em que os mortos andam sobre a terra, seria perfeito para um encantamento envolvendo demônios e... – todos olharam para Hermione. A jovem sorriu meio sem jeito. – Eu li isso no Guia Avançado dos Rituais de Magia. Não sei como não me dei conta disso antes.

– Talvez tivesse conseguido perceber antes Granger, se tivesse se dado ao trabalho de ler uma obra menos colegial que esta. – Alfinetou Snape.

Harry achou melhor intervir.

– Se essa é uma das más notícias, qual é a outra? Ou outras?

– A outra é que o livro é protegido por sete feitiços diferentes – respondeu Snape desviando displicentemente a cabeça do olhar mortal que Rony lhe lançava – todos de feição demoníaca e que têm como objetivo impedir que aquele que estiver tentando ler o livro o abra. Somente vencendo os sete feitiços se poderá ler o livro.

– Espetacular! – Disse Cátia com ironia. – Tem realmente uma notícia boa depois disso?

Snape arqueou desdenhosamente a sobrancelha.

– Considero uma boa notícia já termos uma idéia sobre algo que até há pouco nem imaginávamos... mas, há outra sim. Os feitiços podem ser enfrentados por pessoas diferentes, não há necessidade de uma única pessoa se sacrificar. Só teremos de ter voluntários.

Outra vez a sala encheu-se de vozes. Era óbvio que voluntários não faltariam. Mas Harry tinha aprendido com os anos a observar as reações das pessoas. Conhecia Snape bem o suficiente para perceber que ele já havia previsto aquela reação e que provavelmente já avaliara cada um deles. Harry tinha certeza de que Snape já escolhera os sete que teriam mais chances de serem bem sucedidos. Parecia estranho pensar isso, mas Harry não lembrava de Snape ter algum dia sabotado aquele tipo de ação. Ele fez um sinal e o grupo se acalmou.

– Quem você sugere, Snape?

Harry achou que Snape não gostara de ser atalhado daquele jeito. Provavelmente ele preferia esperar que cada um se voluntariasse e ele poderia desfazer deles longamente antes de rejeitar os que não estivessem entre os sete, que ele mesmo já havia escolhido. Snape o encarou por alguns segundos antes de responder.

– Obviamente, você Potter, seus dois fieis escudeiros, a Smith e o marido, Minerva e eu.

Os gêmeos começaram imediatamente a reclamar, mas não foram os únicos. Hagrid, Tonks, Gui e Gina também acharam arbitrária a escolha de Snape.

– Achei que no seu caso – disse Snape suavemente, acentuando as últimas palavras – eu não precisaria me explicar, Sra. Potter.

Gina trocou um olhar com Harry e escorou-se na cadeira, abraçando a barriga protetoramente. Mas não falou mais nada.

– É, mas ela é a única grávida aqui – desafiou Fred.

– Potter – Snape alteou a voz novamente para se sobrepor aos gêmeos que não paravam de reclamar – explique para seus amigos que não fiz uma escolha aleatória ou pelo meu gosto pessoal, longe disso, apenas escolhi os que teriam mais chances. Vocês dois – apontou para os gêmeos – não completaram a formação como bruxos. Não creio que possam vencer estes feitiços com o seu senso de humor idiota. O lobisomem, o irmão contaminado de vocês e os dois mestiços – apontou sequencialmente para Lupin, Gui, Fleur e Hagrid – poderiam ser facilmente dominados, pois feitiços demoníacos tendem a despertar as porções animais. Dentre os outros, escolhi os mais habilidosos, ou no caso do mais jovem dos Sr.s Weasley, com um mínimo de treinamento – a frase dita com uma suavidade maldosa soou como grosseria. – Ah, claro. Acho que Moody, Quin e Tonks serão mais valiosos se ficarem na retaguarda, caso algum dos outros falhe.

– Por que você acha que é mais capaz do que a gente quando mal consegue andar? – Quis saber Jorge, numa das raras vezes que Harry o via com o rosto num perigoso tom de tomate.

– Não vamos sair em uma excursão Sr. Weasley. O que conta nesse caso não é minha agilidade física, mas a mental.

Um silêncio incômodo se instalou na sala. Era difícil dar o braço a torcer para Snape, mas Harry entendia perfeitamente as escolhas. Os gêmeos ainda olhavam beligerantes para o ex-professor, mas a maioria dos outros não pareceu discordar do que ele dissera. Lupin acenou positivamente com a cabeça para Harry e ele achou que isso era o suficiente, dando por encerrada a reunião. Estavam cansados e com os ânimos alterados. Seria melhor marcar um outro dia para discutirem o que iriam fazer no Dia das Bruxas.

Snape retirou-se logo em seguida. Molly e tia Agatha iam fazer um jantar para todos, mas ele recusou o convite para ficar feito por Ana. A simpatia da garota, porém foi vista como uma traição por Fred e Jorge e ela acabou recebendo uma chuva de aviões de papel furiosos enviados pelos gêmeos. Foi preciso Carlinhos arrancar as varinhas e dar uns cascudos nos dois para que parassem de azucrinar a cunhada.



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*Línguas gaélicas (ou goidélicas) são um família de línguas originadas pelos gaéis, um povo celta, subgrupo das línguas célticas. As cinco línguas gaélicas vivas são: o irlandês, o escocês, o galês, o córnico (falado na Cornualha) e o bretão (falado na Bretanha, região da França). http://pt.wikipedia.org/wiki/Ga%C3%A9lico

**Para entender o problema de adaptação da Mel com as colegas de casa, é melhor ler a fic da Belzinha: HP e o Segredo de Corvinal, especialmente, o capítulo 5 (Harpias). Leitura mais que recomendada para quem gosta de boas fics.

***Smith é o nome de solteira da mãe da Ana, Elisabeth, que era inglesa e estudou em Hogwarts na mesma época que Snape, Lily Evans e os Marotos. Para conhecer melhor essa história é bom ler a outra excelente fic da Belzinha e que antecede a que eu citei acima: HP e o Segredo de Sonserina.

N/A: De novo, peço desculpas por ter demorado para atualizar. Acreditem, eu bem que gostaria de manter o ritmo de uma vez por semana, mas por uma série de motivos isso tem se tornado bem difícil. Além disso, não tenho mais conseguido escrever capítulos num tamanho razoável, acho que eles ficam sempre um pouco growpescos. E, quanto maiores, mais trabalho dão para escrever. Por favor, me puxem as orelhas se eu estiver passando das medidas, ok?
Espero que tenham curtido o capítulo e como sempre eu aguardo com ansiedade os COMENTÁRIOS de vocês. Ler o que vcs acharam me movimenta mais que qualquer inspiração.

Maria Luísa: :D Meu sorrisão para seus os elogios Maria Luísa. Hehe, a frase da madame Pomfrey pegou, não é? E aguarde, o tal “grupinho de 5” mal começou a dar trabalho. Espero que as sua unhas estejam inteiras, menina, não me faça me sentir culpada. Obrigada pelo carinho, querida! Beijão.

Kika: Respostas nesse e nos próximos capítulos, minha querida! Hehe, acho que hj não estou boazinha nas minhas respostas. Mas adorei as suas questões. E acho que vc não foi a única mente pervertida que ficou remoendo aquela conversinha do casal H/G, hihi. Bj!

Bernardo: Aí está, Bernardo! Será que o mistério ficou menos misterioso agora?
Já disse que amei seu último capítulo? Vou dizer de novo: AMEI! Não se preocupe, a outra fic é só refresco, esta ainda é a que consome o principal das minhas energias. Beijos!

Luna Weasley: Brigadão Luna! Vc sabe que adoro seus comentários, não é? E mesmo tendo deixado o recadinho colado com outro, eu gosto sempre de agradecer vc aparecer aqui e me dizer quais os detalhes que mais gostou. Desta vez vc ressaltou exatamente os que eu tb gostei mais de escrever, como sempre. Bjs!

MarciaM: Vou torcer para que o Papai Noel atenda o seu pedido, hihi. Espero não estar exagerando no Harry, mas acho realmente que ele é assim, né? Beijão.

Bruna Perazolo : E aí? Estou perdoada? Desculpe o suspensesinho, mas era necessário. Digamos que o Hector sabia o que ia fazer, mas ainda não tinha me dito, hehe. Também amo os Weasley. Nem poderia ser diferente, não é? E pode apostar, sempre sinto falta quando vc não comenta. Beijo enorme.

Belzinha: Ai querida, que comentário mais fofo esse seu. Que bom que curtiu a parte do Draco. Não consigo deixar de pensar no contraste entre o Draco sozinho naquele casarão frio e os Weasley amontoados n’A Toca, cheios de calor. Sim, sim, a turminha do Hector ainda vai aprontar muitas. Vc nem imagina o que ele tem reservado para a próxima vez que a Caroline incomodar a Danna. Aguarde! Beijo imenso.

Rafael Delanhese: Viu como adicionei? Que bom que gostou do capítulo. Adorei conversar “pessoalmente” no MSN com vc, hehe. Bjs.

Morgana Black: Viu que o texto tá todo bonitinho com letrinhas diferentes e tudo? Valeu, prof.!!! Vc é um doce, te adoro! Quanto ao comentário, nossa, demais. A coisa da descrição moral da casa dos Malfoy, puxa, vc pegou direitinho. Era isso que eu queria passar. Tb adorei vc dizer que consigo imaginá-los adultos de forma coerente. O menino faz o homem, não é o que o Machado de Assis dizia. Acho que a gente conhecendo a infância fica mais fácil pensá-los depois de grandes. Fiquei feliz demais! Beijão querida.

Grazi DSM: Ai lindinha, adorei os seus coments cheios de carinho. Valeu mesmo! E tb adorei conversar com vc no MSN. Achei o máximo o termo “corvichatas”, haha. Agora, acho que entreguei um pouquinho mais da Danna neste capítulo, não? O que achou? Gostou? E das armações do pestinha-mor? Quanto ao Harry, bem... ai,ai, não consigo escrever ele de outro jeito. Quanto as outras perguntas? Sorry, mas acho que não vou poder responder, mas aguarde, ok? Beijo grande!

Darla: Minha beta maravilhosa, que mesmo no dia do aniversário se propõe a corrigir os meus capítulos. Pena que dessa vez deu problema no seu PC, tomara que ele se recupere logo, viu?. Viu como eu tinha que terminar o outro naquela parte, não dava para escrever tudo de uma vez só. Brigada, brigada, brigada! Beijo imenso!

Charlotte Ravenclaw: Que bom que gostou Charlotte. Menina, eu estou louca de saudades de vc. Nem no MSN a gente tem se falado. Bem, acho que este foi um capítulo bem para os fãs da Danna, não? Espero que tenha gostado, beijão! E o seu capítulo novo, quando sai?

Paty Black:Agora quem nem sabe por onde começar sou eu rsrsr! Fico feliz que tenha curtido os pestinhas, é muito bom quando a gente consegue fazer um PO, no caso vários, e as pessoas não os acham ruins ou uma atrapalhação :D (to respondendo por mim e pela Belzinha que os criou comigo)! Quanto a coisa das meninas da Corvinal é uma parte que está ligada à fic da Belzinha – HP e o Segredo do Corvinal – que é maravilhosa! Se puder leia e a anterior tb que é O Segredo de Sonserina. Como temos personagens em comum as fics estão muito relacionadas, embora sejam independentes, além disso, a Belzinha escreve bem demais. Valeu demais pelo coment detalhado ;D e os elogios. Vc sabe que adoro as suas fics, né? Especialmente uma que é das minhas H/Gs favoritas. Seu capítulo 6 ficou demais. Beijo grande!

Trinity Skywalker: Você e a Morgana (e tb a Paty, logo aqui acima), parem com essa coisa de castigos físicos, especialmente se envolverem as mãos. Eu preciso delas para que vocês continuem escrevendo as fics que eu amo ler, ok? Trinity, como eu já te disse, amei o que vc fez com a descrição da Mansão Malfoy, me senti muito honrada. Ainda mais que, na sua fic, pude caminhar por ela no auge do esplendor e não no espaço deteriorado que eu tinha imaginado. Vc e a Morgana colocaram nos cometários esse negócio da casa refletir o caminho que os Malfoy escolheram e como falei no recado que escrevi para ela, gostei de, no capítulo anterior, compará-la com a Toca, que a gente conhece tão bem. Dá para entender a inveja que o Draco tem do Harry e do Rony, mesmo que ele não entenda. Mas não vou falar mais nada sobre o futuro da doninha albina na fic, viu? Mais uma se declarando para o Remo, pobre Tonks (hehe). Mas penso a mesma coisa sobre os dois, acho que foi por isso que imaginei o Hector. Obrigada pelo longo e maravilhoso comentário e pela referência na fic, fiquei mesmo emocionada. Beijo imenso!

Regina McGonagall: Obaaa! Adorei ver seu comentário aqui Regina. Mais uma das minhas autoras favoritas que vem aqui comentar. Brigadão pela leitura. Sim, os Weasley são o máximo e a Ana é uma sortuda ganhar o Carlinhos e essa turma maravilhosa de quebra. Beijão!

Sheil@_Potter: Só vc ter passado por aqui e lido e ainda deixado um comentário, já fez uma autora feliz. Valeu querida, bjs!

Beijos a todos os que tem lido e votado e até o próximo capítulo.
Brigadão!

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