Lembranças Sombrias e Lágrimas



Capítulo 5
*LEMBRANÇAS SOMBRIAS E LÁGRIMAS DE DOR*
Hermione pôs o vestido que separara após o banho e desceu.

Todos estavam sentados, parecia que apenas a esperavam. Hermione sentou-se na ponta da mesa retangular, já que as demais cadeiras estavam ocupadas.

A direita de Hermione, estavam Juan e Rose. A sua esquerda estavam Ulisses, numa cadeira especial para crianças, e Martha, tentando alimentá-lo. Na ponta oposta, Marco estava sentado.

Na mesa havia uma travessa com Boubilabaise, pudim de carne, macarrão e pizza. Hermione achou engraçada aquela diversidade cultural culinária.

-Resolvi fazer um pouquinho de tudo, já que Rose é inglesa e pode estranhar um pouco a culinária francesa. -Martha explicou com um sorriso, como se tivesse adivinhado os pensamentos de Mione- Juan, você faz a oração?

Juan corou ao ser chamado e sua expressão dizia que não queria fazer a tal oração, porém sob o olhar imperativo da tia, ele levantou-se de seu lugar.

-Meu bom Deus, abençoe essa comida, tão maravilhosa e tão sagrada. -Ele disse em um tom entediado, parecia ter decorado aquilo, pois não sentia emoção alguma em recitar tais palavras- Que todas as pessoas no mundo possam ter tanto para comer quanto nós.

-Amém. -disseram todos em uníssono.

Hermione pegou um pouquinho de cada coisa. Enquanto comia, ouvia a conversa entre Marco e Rose.

-Juan é um bruxo formado. -Marco dizia a Rose com o peito estufando de orgulho- Formou-se em junho do ano passado em Beauxbatons. Está trabalhando no Ministério da Magia, apesar de estar fazendo testes para o quadribol. Ele é um excelente artilheiro, não é filho?

-Eu não diria excelente, pois ainda tenho muito para aprender. -Juan disse corando, porém assumindo uma frieza da qual Hermione não sabia de onde vinha- Existem muitos jogadores melhor que eu.

-Eu conheci o melhor apanhador que já existiu. -Hermione disse para Juan num tom forçadamente calmo- Ele jogou pela seleção da Inglaterra, porém teve uma curta carreira, pois resolveu trabalhar com coisas que ele considerava mais importante.

-Quem é esse jogador? -Juan perguntou tentando esconder sua curiosidade sem sucesso.

-Harry Potter. -Hermione respondeu com um tom um pouco mais alto do que pretendera. Desviou o olhar de Juan e voltou a encarar o prato. Tinha plena consciência de que todos a olhavam, com a exceção de Ulisses, que fazia uma bela bagunça com sua papinha. Ela respirou fundo e voltou a encarar Juan- Bons tempos, o da escola. Harry, Rony e eu, juntos nos metíamos nas maiores confusões. E foi assim que fomos parar no covil de Voldemort, durante o nosso sétimo ano. -Hermione disse tentando sustentar seu ar digno. Nunca havia comentado nada sobre isso a não ser com Harry e Rony. Via a curiosidade queimando nos olhos de cada um naquela mesa. Não tinha como fugir. Iria contar, precisava desabafar depois de tantos anos. Às vezes, Hermione ainda tinha pesadelos com todos os horrores que experimentara. Ela respirou fundo mais uma vez, e começou.

"Era nosso sétimos ano. Época de NIEM's, e os professores estavam cobrando demais de suas turmas especiais, pois aqueles exames decidiriam nossas vidas. E eu, como meus amigos, decidi ser auror. A verdade é que em todos os exames que eu prestei para os NOM's eu obtive as notas máximas, então poderia escolher qualquer profissão que eu quisesse. Mas em meio a tantas confusões em que eu me metia, acabei tomando um certo gosto pelo perigo.

Dumbledore sabia que era impossível nos afastar de confusões, ainda mais depois que Harry soubera da tal profecia. Você a conhecem, não é? Vários livros de História da Magia depois da morte de Voldemort revelaram-na aos bruxos. -Todos menearam a cabeça em sinal positivo- Então o Prof. Dumbledore resolveu que nós três deveríamos ter aulas extras de Defesa Contra as Artes das Trevas. Todas as noites de terça e quinta-feira, nós recebíamos a visita de um auror especializado em um dos diversos campos da magia. Por vezes, o próprio Dumbledore nos dava aulas. A Armada de Dumbledore voltou com força total com a ajuda dos professores, ao entardecer de todas as sextas-feiras. Mas ainda assim nós três ajudávamos Lupin e Flitwick a dar as aulas, pois sabíamos o que esperava esses alunos lá fora.

Aquele ritmo era bastante desgastante, se fosse somado as tarefas que os professores nos passavam e aos meus deveres de Monitora Chefe. Eu nunca fui tão pressionada antes. Somente Harry parecia estar mais sobrecarregado que eu, pois ainda tinha o treino de Quadribol, já que era o capitão do time, às quartas e sábados. Ele sim, parecia que ia pirar. Porém ele não reclamava, pois pensava que daquela forma ele jamais teria pesadelos, já que chegava muito cansado para tal. Só que a coisa não foi bem assim. Apesar de Dumbledore estar dando-nos aulas de oclumência, Harry, às vezes, tinha contato com a mente de Voldemort.

Em meados de Abril, alunos sumiam. Nós sabíamos que tinha um grupo de Comensais da Morte infiltrados na escola, só que não podíamos provar quem eram. Todos na escola suspeitavam que Malfoy era o líder desse grupo, mas todas as vítimas sumiam sem deixar qualquer pista. Ou melhor, apenas uma pista, a Marca Negra sobre os locais onde desapareciam. Sempre próximas aos arredores da Floresta Proibida.

Nós três, resolvemos procurar Firenze, o centauro que dividia o cargo de professor de Adivinhação com Trelawney. Imaginamos que talvez ele soubesse algo, esse só dizia que Marte estava brilhante e que o embate final estava próximo. Harry ficou bastante nervoso com essas últimas palavras, mas sentia-se preparado. Harry estava quase tão poderoso quanto Dumbledore, era estranho ver tanto poder emanando do meu melhor amigo, ele não parecia mais o antigo Harry que eu conheci, ele estava mais decidido e obstinado. Ele havia se transformado, depois da morte do padrinho.

Pensamos que Aragogue ou mesmo Groupe, o irmão do guarda-caças Hagrid, tivessem visto algo. Então nos dirigimos até a cabana de Hagrid. Ele disse que havia perguntado a Aragogue, e ele apenas disse para que Hagrid não insistisse nessa história, pois seus filhos disseram que escutaram homens encapuzados levando as pessoas sob capas da invisibilidade para dentro da árvore. -Hermione tomara o cuidado de não revelar o que era Aragogue, pois não queria meter Hagrid em apuros- Groupe não falava muito bem o inglês, mas ficou claro que ele encontrara um Comensal, já que uma capa negra de Comensal estava pendurada em uma árvore próxima. -Hermione também omitiu o fato da capa estar rasgada e que apenas jazia um esqueleto perto de Groupe, mostrando que ele tivera um belo jantar- Quando voltávamos para o Salão Comunal, a Profª McGonnagall, atual diretora de Hogwarts, chamou Harry e contou-o que Cho Chang (que ficara na escola para fazer um estágio em transformações), nam

Harry não dizia nada. Era incrível a capacidade que ele possuía de sofrer calado. Ele se sufocava com tanta dor. Nós tentávamos conversar com ele, porém com a pouca abertura que tínhamos em relação a sentimentos, muitas vezes ele saía de perto da gente, para não tocar no assunto.

Eu pensei um pouco mais sobre o que Hagrid nos contara. E lembrei-me da passagem do Salgueiro Lutador.

Tentei contar a Harry, contudo das poucas vezes que ficávamos a sós com ele, algo interferia. Pensei em falar com Rony, num dia enquanto namorávamos em uma sala vaga. Tentei dizer a ele, entretanto ele queria apenas aproveitar o momento em que ficávamos a sós. E eu briguei com ele por isso. Lembro-me de ter-lhe dito que se quisesse uma namorada que não pensasse e não soubesse falar, que procurasse um trasgo. Já passava das onze e meia de sábado. Eu corria pelos corredores, sem medo de ser pega por Filch ou aquela gata nojenta. Só que eu acabei esbarrando em alguém no corredor. Vi uma mão estendida para me ajudar e dei de cara com Harry, nas suas vestes de quadribol, pingando suor por todos os lados. Eu aceitei a ajuda dele, não o tinha visto durante todo o sábado, já que passei ele todo enfurnada na biblioteca. E a noite eu apenas entrei no salão Comunal e me afundei em um livro sobre legilimência, pois estava determinada a aprender aquilo.

Ele me disse que me procurou durante todo o dia.

-Porque não me procurou na biblioteca? -Eu perguntei encarando-o séria.

-Como eu sou tonto! -Ele apenas respondeu.

-O que há de tão urgente que você quer me dizer? -A curiosidade àquela hora já estava me consumindo.

-Aqui não! -Ele respondeu e me puxou até o sétimo andar, na sala precisa. Enquanto andamos ele não disse nada, apenas me olhava preocupado.

A sala tomou a forma do salão comunal da Grifinória, só que com um ar muito mais reservado, já que não havia aluno algum.

-Eu tive mais uma visão. -Ele me disse de repente. Eu fiquei preocupada, pois a muito tempo que ele não tinha essas visões.

-E o que era? -Eu perguntei temerosa, mas ainda assim, curiosa.

-Eles estão atrás de você! -Harry me disse sem olhar nos meus olhos.

-O quê?! -perguntei sem entender. Olhei para Harry pensando que era brincadeira, pelo seu semblante eu vi que não tinha nada de brincadeira- Por quê eu?

-Eles ficaram bastante irritados quando eu não fui atrás de Cho. -Harry respondeu com uma fúria contida em seus olhos. Se eu não o conhecesse tão bem, jamais teria identificado aquele brilho- E eles pensam que você seria a isca perfeita, por ser minha melhor amiga. Eles têm planos para você, mas eu não sei quais são…

-Eu não sou. -Eu simplesmente disse me lembrando do quanto ele era fechado.

-Como disse? -ele perguntou-me parecendo não entender.

-Eu não sou sua melhor amiga. -eu disse me sentindo mal. Eu tinha acabado de brigar com Rony e agora Harry vinha me dizer que eu era uma isca perfeita por ser sua suposta melhor amiga. Sendo que mal dizia-me quando algo ia bem ou mal- Melhores amigos confiam uns nos outros, melhores amigos contam para o outro o que o aflige. E sinceramente, isso não vem acontecendo conosco. Eu sou simplesmente uma colega que te ajuda nos deveres, em aventuras e na A D. Não sei como alguém pode definir uma relação tão estritamente profissional a uma coisa tão maravilhosa, que é o papel de melhor amigo. E quer saber de uma coisa, se eu sumir, não precisa ir atrás. Nem você, nem o Rony. Os dois são farinha do mesmo saco.

Eu me levantei e quase sai, se Harry não tivesse me impedido". -Hermione parou e suspirou. Olhou para Ulisses. Esse parecia querer chamar atenção para si, pois jogou sua papinha toda na parede. Hermione pegou-o no colo e começou a limpá-lo. Os outros na mesa, pareciam desligados, queriam apenas ouvir mais sobre a história. Hermione lembrou-se do que seguiu. Porém jamais contaria aquilo para aquele público. Harry tinha puxado-a e beijado-a. Foi o primeiro beijo deles. Ela não havia traído Rony, já que terminara com ele a cinco minutos antes. Lembrou-se do quanto fora maravilhoso. E lembrou-se de Harry dizendo que concordava com ela, já que sempre ouve algo maior que amizade entre eles. Hermione soltou-se dele e disse que aquilo não podia existir, já que amava Rony. E saiu correndo. Lembrou-se de como aquele beijo maravilhoso, ficou em sua mente durante dias. Porém, quando voltou com Rony se esquecera completamente de tudo o que Harry lhe dissera e vivera absolutamente f

Então olhou novamente para seu público, que aguardava impaciente, que ela terminasse de limpar Ulisses. Ela pensou em inventar o que poderia ter acontecido se Harry não a tivesse beijado- "Ele disse que talvez eu estivesse certa, e que ele passaria a nos contar mais sobre ele. Mas eu estava irritada demais, e o meu lado psicológico estava balançado, por brigar tanto e saber que eu seria a próxima vítima.

Corri o máximo que pude e acho que tive sorte por não ser pega. Entrei na torre ofegante, todavia nem por isso deixei de correr. Subi as escadas do dormitório e tentei dormir. A verdade é que eu acabei virando a noite, estava muito preocupada. Eu era a única que sabia que tinha algo no Salgueiro Lutador. E eu teria que verificar aquilo sozinha. Mas como? Se eu fosse, sei que seria pega. Eu teria que tomar cuidado.

Foi quando outra idéia me ocorreu, contudo inegavelmente eu precisava da ajuda de Rony e Harry.

Pensei um pouco e decidi que os esperaria vir me pedir desculpas. Então finalmente, perto das quatro horas da manhã, eu fui sentindo meu corpo pesar e acabei por dormi.

Acordei às oito, com o barulho de movimento no dormitório ou talvez pela dor no meu braço direito. Pessoas pareciam me cercar. Eu ouvia burburinhos de vozes femininas ao meu redor. Eu ainda estava de olhos fechados. Eu os abri, e imediatamente senti-me tonta. Levantei a cabeça ligeiramente e olhei para o meu braço. Tinha um corte bem profundo e feio. O sangue ainda escorria. Minha cama estava toda suja. Tentei gritar, mas não encontrei nem ao menos um fio de voz. Como eu não senti aquilo eu nunca soube, mas doía muito. O dossel estava rasgado. As meninas ainda de pijamas me cercavam. Todas horrorizadas. Eu podia ouvir apenas murmúrios ao longe, ninguém se aproximava para me ajudar. Tentei ficar em pé. E consegui, só que o que eu vi no chão, não me animou. Havia símbolos estranhos, em uma língua estranha, ao redor da minha cama. Mais uma vez eu não consegui gritar. Lágrimas de dor escorriam pelos meus olhos. Minha visão estava turva e minha cabeça girava. Então não vi mais

Acordei na enfermaria. Meu braço estava perfeito de novo. McGonnagall, Dumbledore, Rony e Harry estavam ao redor da minha cama. Eu tentava falar, mas minha voz não saía. Eu apenas mexia os lábios, como se me fosse impossível formar palavras. Todos me olhavam como se eu fosse louca. Vi que era inútil falar. Então dei alguns toques em minha garganta, tentando demonstrar que eu não conseguia falar. Dumbledore pareceu entender. Então ele conjurou um pergaminho, tinteiro e pena e perguntou-me se eu podia escrever o que aconteceu. Eu acenei positivamente.

Contei que virei a noite e que senti sono apenas quando o dia se aproximava e contei que eu acordei naquele estado e que não havia sentido nada.

Dumbledore disse que o rastro do meu sangue ia até a janela, e que Hagrid vira uma vassoura pairando sozinha em uma das janelas da torre por volta das cinco da manhã.

Eu perguntei, pelo pergaminho, como ninguém ouviu meu grito? Ele respondeu que talvez o atacante tenha colocado esse feitiço de perda de voz justamente por isso. E disse que eu tinha fortes vestígios de magia negra. Eu estava assustada e pensei mesmo em me matar. Seria um tormento conviver com aquilo. Não gostava de ser caçada com a um animal indefeso.

Eu perguntei se ficaria boa de novo. Dumbledore disse que talvez eu tivesse uma chance, mas que não era muito certo. E eu, sem pudor algum, chorei na frente deles. Estava desesperada. Dumbledore pediu que eu me acalmasse e depois pediu para que os meninos ficassem comigo.

Eles me pediram desculpas. Eu as aceitei e comecei a escrever no papel o que sabia sobre o salgueiro. Tinha que superar aquilo, ser forte e pôr meu plano em prática.

-E o que nós vamos fazer? -Rony perguntou parecendo tão perdido quanto eu.

Eu voltei a rabiscar meu plano no papel. Escrevi que podíamos usar Veritasserium em Malfoy e forçá-lo a falar. E para que não fôssemos denunciados, que poderíamos usar a poção Polissuco. Eles me olharam incrédulos, eu apenas dei de ombros.

-Poderíamos ir até o Salgueiro na capa de invisibilidade do meu pai. -Harry disse em um sussurro para nós.

'Vai, seu maluco! E se tiver um lobisomem guardando a casa dos gritos? Você vai para o território inimigo sem saber o que vai enfrentar?' -Eu escrevi descrente para Harry.

-A Mione está certa. -Rony disse concordando comigo.

-Mas como você vai fazer a poção presa aqui dentro? -Harry me questionou.

'Façam vocês mesmos, vocês estão no sétimo ano. E Hermione não vai estar sempre disponível para ajudar vocês. Estão pensando o quê?'

Harry e Rony ficaram sem graça.

-Está certo! -Harry disse um tanto contrafeito- E cuido da poção e Rony vai cuidar de pegar os ingredientes.

'E o Veritasserium.' -acrescentei.

-Mas e quanto ao livro da seção reservada? -Rony lembrou-se.

'Eu anotei a fórmula na minha agenda, pois sabia que um dia ia precisar. Está dentro da minha mochila' -escrevi rapidamente.

-Podemos pedir a Gina para pegar para gente. -Rony disse levantando e despedindo-se de mim."

Hermione suspirou novamente. O que se seguira era mais uma vez a sua história com Harry. Harry dissera que não pediria desculpas por amá-la. E ela sugeriu que os dois esquecessem o beijo e que agissem apenas como amigos. Ele concordara, mas com uma condição: Que ela lhe desse um último beijo. Só que ele concluiu dizendo que não cobraria agora. Hermione viu que a historia estava se estendendo demais. Resolveu terminar de contar logo essa parte de preparação e contar como tudo terminou.

"Eles pegaram a minha agenda, e até hoje desconfio que eles leram mais do que era para ler. Rony freqüentemente me perguntava se ele beijava melhor do que Vitor Krum. Eu respondia que não, pois era sempre engraçado vê-lo irritado.

Os aurores descobriram uma forma de retirar aquele maldito feitiço de mim. E eu saí de lá, cerca de vinte dias depois. Fui procurar os meninos no banheiro da Murta, e os encontrei lá. Assumi o trabalho e terminei a poção com Harry me passando as instruções, sobre o que já havia sido feito.

Ao fim de uma semana tudo já estava pronto. Nós tínhamos o Veritasserium em mãos e já podíamos agir.

Eu andei maquinando uma boa oportunidade e a achei. No café da manhã de sábado seria perfeito, pois teria visita a Hogsmead e poderíamos conversar com ele mais reservadamente. Eu tive a idéia de fazer como Bartô Crouch Júnior fazia, levar a poção dentro de nossos bolsos, cerca de mais duas doses para cada.

Eu consegui uns fios de cabelo de Parkinson, vocês já devem ter ouvido falar no ataque a uma igreja trouxa feito por ela, não? -Eles confirmaram. Não foi difícil, eu só tive que grudar um chiclete no cabelos dela e fingir que tentava ajudá-la a tirar, por ser algo que uma Monitora Chefe deveria fazer.

Harry e Rony tiveram mais facilidade, pois estuporaram Crabble e Goyle pelas costas depois do jantar de sexta-feira e o levarão até o armário que some, pegando os fios de cabelos deles. Se eles tivessem sorte, Crabble e Goyle só sairiam daquele armário daqui a um mês.

Nós tomamos a poção antes da visita, e eu dei uma poção do sono para Pansy Parkinson. Ela achou um chocolate que imitava um batom no corredor das masmorras e o comeu. Eu a prendi dentro de uma armadura, com um feitiço para que a armadura ficasse colada e não desmontasse sob o peso dela, ainda tive o trabalho de colocar um feitiço de isolamento acústico, para que ninguém a soltasse antes do tempo.

E nós três saímos atrás de Malfoy. O achamos no Três Vassouras. Ele esperava a Crabble (o Rony) e Goyle (o Harry), mas não a mim.

-O que quer comigo, Parkinson? -Ele me perguntou quando sentamos, sem cerimônia na mesa dele, tentando parecer muito natural- Já fiz a minha parte no plano! O mestre está satisfeito comigo.

O que eu diria? Eu precisava dizer algo, então lembrei do livro que eu vinha lendo. Essa era a hora de praticar legilimência.

-Legilimens! -Eu sussurrei para minha varinha debaixo da mesa, apontada para os joelhos de Malfoy.

Via cenas e mais cenas de sua infância, então me concentrei, pedindo para ver mais sobre a associação com o mau. Eu o vi com Voldemort, porém esse não fizera a Marca Negra em nenhum dos presentes: Parkinson, Malfoy, Crabble, Goyle, Zabine, Flint e um jovem Borgin. Perto de Voldemort, havia uma jovem que eu não pude identificar.

Em outra cena vi Malfoy discutindo com Parkinson, pois recusara-se a entrar na Torre da Grifinória e me silenciar. Vi Parkinson dizendo a ele que eu sabia demais, pois ouvira uma conversa minha com Harry.

Eu os vi tramando pegar Luna Lovegood, naquela noite. O trabalho seria feito por Borgin, para que mostrasse seu valor ao mestre, já que tinha apenas 13 anos. Também os vi falando sobre a minha recuperação e que o plano fora frustrado. E que da próxima seria pra valer. Desfiz o feitiço, pois Malfoy me perceberia em sua mente.

-Não, Malfoy. -Eu respondi tentado não parecer tão chocada e apenas fria- Vim saber sobre o que devemos fazer. O mestre não me mandou instrução alguma. A não ser pelo serviço com Lovegood.

-Vocês sabem, esperaremos Borgin aparecer com Lovegood no Salgueiro Lutador, como fizemos com os outros. -Draco disse parecendo entediado- Depois é só esperar Pettigrew e a Nojentinha, já que eles sempre vem buscar as vítimas. Dessa vez Hogwarts vai fechar e muitos Sangues-Ruins e amantes de trouxas vão sofrer as conseqüências. E a Granger vai estar vulnerável. Ela não vai escapar da gente depois do susto que a Nojentinha deu nela.

-Mas por quê tanta implicância com a Granger? -Goyle (Harry) perguntou tentando fazer a cara mais idiota do mundo. Eu me esforcei para não rir.

- Você é mesmo muito lento, Goyle. -Malfoy respondeu olhando-o com um ar de desprezo- Você sabe que Pansy ouviu a conversa do Potter e a Granger outro dia na Sala Precisa. Lembra-se que ela estava esperando por nós e quando os viu entrar, foi transformada em uma poltrona? O Mestre agora sabe que Potter e Granger são grandes 'amigos', e isso explica o porquê de Potter não ter ido atrás da namoradinha. O Mestre já a queria antes, já que aquela Sangue-ruim é tão esperta. Ela poderia ajudar, se fosse controlada. Mas depois que Pansy relatou o que ouviu e viu, o Mestre mostrou-se mais interessado em trocar Granger pela Nojentinha, pois poderia manipular Potter.

Eu acho que doeria menos se tivesse levado um soco. Rony olhou para mim sem compreender, porém eu me sentia culpada. Ainda mais depois de termos voltado e Rony me pedido em casamento.

-Odiei ser poltrona. -eu disse tentando parecer engraçada, para desviar a atenção de Harry e Rony daquilo- Eu não gosto de ficar nem a dez milhas de Sangues-ruins, e depois que a Granger sentou em mim tive que me desinfetar.

Malfoy riu.

-Vamos pegá-la em breve. -Malfoy disse sorrindo- É só aguardar as ordens do Mestre. A Nojentinha faz questão de torturá-la pessoalmente. Não me surpreenderia se ela mesma viesse fazer o serviço.

Nós nos entreolhamos. Quem era a tal 'Nojentinha'? Nós tomamos um pouco mais da poção, pois o efeito terminava.

Malfoy puxou sua cadeira para mais perto de mim, e passou o braço pelas minhas costas me abraçando. Crabble (Rony) o olhou com uma fúria mal-contida, que, por sorte, Malfoy não percebeu.

-E então Pansy, porque não vamos para aquele quarto do Salgueiro comemorar a ruína da Granger? -Malfoy perguntou-me, eu fiquei vermelha e levantei sem me controlar.

-O quê você pensa que sou?! -eu disse furiosa- Você nunca vai me tocar, entendeu? -E saí furiosa. Ainda pude ouvir Malfoy perguntando a Harry e Rony:

-O quê deu nela? Ela nunca se recusou a um pedido meu!

Eu tive a idéia brilhante de gravar a conversa, com meu gravado portátil. Ele não funcionava em Hogwarts, mas funcionava perfeitamente em Hogsmead.

Pensei em torná-lo encantado, já que dessa forma poderia funcionar, por ter se tornado um artefato mágico. E foi o que fiz, mesmo sabendo que era proibido. Agora ele não precisa mais de pilha.

Esperei Rony e Harry saírem para que pudéssemos voltar para a escola. Depois de cerca de quinze minutos, eu os encontrei nos portões da escola.

-Conseguiram arrancar mais alguma coisa dele? -perguntei curiosa.

-Mais nada. -Rony disse fazendo uma careta no rosto de Crabble- Ele ficou falando das suas conquistas no campo afetivo. Só mesmo aqueles idiotas para acreditarem em tantas mentiras.

-O quê faremos? -Harry perguntou parecendo perdido.

-Comunicar ao Prof. Dumbledore sobre o que ouvimos. -Eu disse caminhando rumo a escola.

-Mas não temos provas do que dissemos… -Rony disse-me parecendo bastante chateado- Não vão acreditar na gente.

-Claro que temos. -Eu disse mostrando o gravador.

Harry me olhou numa mistura de alegria e incredulidade.

-Mione, você é um gênio. -Harry me disse. Por um instante pareceu pensativo, para depois me disparar uma pergunta- Mas como você sabia do rapto de Luna?

-Não contem a ninguém, -Eu disse baixando a voz- mas eu andei praticando legilimência e usei em Malfoy hoje.

Harry me olhava incrédulo. Parecia querer me abraçar.

-Escutem, o que vocês disseram a Malfoy para sumirem de perto dele? -perguntei preocupada, pois havia esquecido de explicar uma parte do plano.

-Nós dissemos que íamos até a Dedos-de-Mel. -Rony respondeu, com uma expressão interrogativa.

-Ótimo! -respondi satisfeita- Crabble e Goyle, poderiam ser um problema para nós. Vamos mandar um recado avisando Malfoy que Crabble e Goyle não vão aparecer no Salgueiro, pois estão na ala-hospitalar, com problemas intestinais. Mas eu preciso de uma desculpa convincente para Parkinson, porque se Malfoy se encontrar com ela, e Parkinson disser que nunca esteve no Três Vassouras, o nosso plano acaba.

-Por que não nos disse que esse plano tinha tantos furos assim? -Rony perguntou-me mal-humorado.

-Porque se contasse vocês não aceitariam. -Eu disse sorrindo ironicamente para Rony, subitamente tendo uma idéia- Parkinson vai.

-Como?! -Harry e Rony me perguntaram céticos.

-Nós poderíamos alterar a memória dela, mas parcialmente e colocarmos em sua cabeça que ela esteve no Três Vassouras e brigou com Malfoy. Também diremos que foi ela quem levou Crabble e Goyle até a enfermaria. -eu disse com uma expressão neutra.

-Mas você sabe como aplicar esse feitiço? -Rony me perguntou.

-Claro, ou você não se lembra quando usei em você, quando você esqueceu o dia do nosso aniversário de um ano de namoro? -Eu perguntei com um sorriso maroto.

-Então é por isso que o dia 17 de dezembro não me sai da cabeça. -Rony disse com uma expressão engraçada no rosto de Crabble. Eu ri maliciosamente.

Nós fomos até o local onde eu escondera Pansy, e eu retirei-a de dentro da armadura. Ela quase gritou quando me viu, pois eu ainda estava como ela. Eu usei o feitiço e relatei tudo o que tinha acontecido. Eu disse que era sua consciência e a boba acreditou. Rony e Harry morreram de rir do lugar onde estavam escondidos.

Só deu tempo de sair de perto da Pansy, para que o efeito passasse.

Rony e Harry ficaram comentando o quanto Pansy era tonta por ter acreditado em tudo. Eu não agüentei e ri com eles.

Fomos a sala da Profª Minerva e pedimos para ver Dumbledore urgentemente, pois o destino de outro aluno estava em risco.

A Profª Minerva nem contestou e nos levou até ele.

Logo estávamos no escritório do Prof. Dumbledore.

-Professor, temos provas de que tentarão capturar Luna Lovegood essa noite. -Harry disparou sobre o olhar atento do professor. Este, se mostrou bastante preocupado.- Também temos provas de que tem pessoas a serviço de Voldemort na escola.

-Eu preciso ver e averiguar isso, Harry. -O Prof. Dumbledore respondeu com seus olhos azuis faiscando.

Eu peguei o gravador e voltei a fita. Logo, liguei para Dumbledore ouvir.

Depois que terminou, ele ficou ainda mais sério e olhou para a Profª McGonnagall.

-As vozes são de Malfoy, Parkinson, Crabble e Goyle, professor. -Eu disse deixando meu gravador sobre a mesa.

-Eu não vou perguntar como vocês conseguiram essas provas, pois tenho certeza de que passaram por umas cem regras do regulamento. -Dumbledore disse sob um olhar inquisitivo e ao mesmo tempo divertido- Entretanto isso deve ser comunicado aos aurores agora.

Dumbledore escrevia algo rapidamente, depois despachou Fawkes.

Em pouco tempo,vários aurores estavam ali.

-O que temos, Alvo? -Olho-Tonto Moody perguntou parecendo-me bastante sagaz.

-Uma informação muito importante. -Dumbledore disse pegando o gravador de cima de sua mesa- Ouçam.

Depois de alguns minutos, eles pareciam bastante extasiados.

-Quem conseguiu tamanha preciosidade? -Olho-Tonto perguntou parecendo muito feliz.

-Os Srs Potter, Weasley e Srtª Granger. -Dumbledore respondeu nos apontando, e eles finalmente pareceram nos notar.

-Como vocês conseguiram essa prova tão importante? -Tonks perguntou-nos parecendo curiosa.

-Com inteligência. -respondi, recebendo um grande sorriso de Moody e Tonks.

-Sei que optou por ser auror, Granger. -Olho-Tonto me disse e eu confirmei com a cabeça- Parabéns a vocês três, um bom auror nunca revela todas as suas cartas.

Nós sorrimos.

-Moody, porque não os chamamos para participar da missão? -Quim perguntou, fitando-nos- Eles começaram a investigação e já estamos dando aulas a eles desde o começo do ano. Eles tem praticamente o treinamento de um auror.

-É sempre bom termos mais homens para nos ajudar. -Olho-Tonto respondeu olhando para Dumbledore- Mas é claro que somente se Dumbledore consentir.

-Acho que Harry, Rony e Hermione estão grandes o bastante e já podem participar de uma missão. -Dumbledore respondeu. Porém Harry levantou-se.

-Hermione não pode ir! -Ele disse e eu me revoltei. Os aurores olharam para ele, parecendo surpresos.

-Por quê não? -a Profª Minerva perguntou.

-Todos ouvimos que Voldemort a quer para algum plano macabro e mesmo assim vão pô-la em risco? -Harry disse para todos os presentes.

-Eu tive todo o trabalho de inventar um plano bom e você me diz que não posso participar da ação? -Eu perguntei brava a Harry.

-Se for para a sua segurança, é claro que você não vai. -Harry me disse. Nós não tínhamos noção de que estávamos discutindo na frente de tanta gente. Todos os quinze aurores deviam estar nos olhando.

-Eu não vou obedecer. -Eu disse mortificada- Se não for participando da missão oficialmente, vou como intrometida, quando vocês estiverem distraídos.

-Hermione, você sabe que isso pode ser perigoso e que você pode ser pega, não sabe? -Rony respondeu antes de que Harry se pronunciasse. Eu parecia realmente ter irritado Harry.

-Eu sei, só que eu não quero ficar aqui, enquanto vocês estão fazendo algo tão importante. -Eu disse ainda brava- Eu realmente não me importo em levar crédito ou não por algo, mas quero ser útil, quero ver de perto se meu plano vai funcionar.

-Hermione, -Tonks disse como se fosse uma irmã mais velha- é melhor você ficar aqui e poderemos te contar como tudo procedeu.

-Mas Tonks, eu… -Eu comecei, parecendo que iria explodir. Só que idéias e planos não me faltavam nunca. E tive outra idéia. Esbocei um sorriso- Tudo bem. Eu fico. Sei que vocês querem o meu bem, não vou entrar na toca do lobo.

As pessoas ao meu redor pareciam estar aliviadas, pois, no mínimo, esperavam uma explosão de minha parte.

-Muito bem, Mione. -Rony veio me abraçar, como se me consolasse.

-Sugiro que vocês vão e fiquem de tocaia. -Eu disse num sorriso, abrindo a porta e saindo.

Corri até o banheiro da Murta-que-Geme, sabia que tinha restado poção polissuco lá. E o Veritasserium não havia sido necessário, já que Malfoy revelou tudo a nós de bom grado. Eu poderia utilizá-lo, mas… Para quê?

Eu não soube responder, mas senti que deveria levá-lo comigo.

Peguei o frasco e os poucos fios de cabelo de Parkinson que ainda restavam comigo. Corri até a torre da Grifinória, ainda como mim mesma.

Eu joguei todas as minhas roupas para fora do meu malão, até achar o que eu queria: Uma capa azul, semelhante a de um Comensal da Morte, que eu comprara a alguns anos atrás. Modifiquei a cor de azul para preto.

Levei-a comigo e corri para o Salão Principal. Escondi-me em um armário de vassouras, o mesmo que há quatro anos me escondi com Harry para podermos salvar Sirius.

Aguardei os aurores passarem com Harry e Rony. Passados cinco minutos, vi Malfoy passar com seus escudeiros: Crabbe e Goyle. Pelo jeito, o armário não sumira com eles por muito tempo.

Tomei a poção e saí depois, com a capa no braços, já que despertaria a atenção dos alunos que passavam por ali, se me vestisse de Comensal.

Esperei Malfoy, Crabbe e Goyle entrarem no Salgueiro. Suspirei, pois sabia que o que eu estava fazendo poria minha vida em risco. Desejei ter deixado Parkinson na armadura e ter um plano melhor. E se descobrissem que eu não era Pansy? E se descobrissem que eu era quem sou? Acho que me matariam. Lamentei-me em não ter pensado em Emília Bulstrode. Mas consolei-me pelo fato de que nunca conseguiria um pedacinho dela em tão pouco tempo. Pensei em desistir, era muito arriscado. E caminhei para o castelo, mas o jovem Borgin apareceu e veio até mim.

-Lovegood está a caminho. -Ele me disse com uma voz seca e esperançosa- Fiz tudo como me mandou. Envie a coruja para ela em nome de Potter, marcando um encontro com ela aqui no lago, às nove horas.

-Ótimo. -respondi meio perdida- Vá até seu posto e faça tudo como o combinado. Eu vou te esperar no Salgueiro, junto dos outros.

Não tinha mais jeito, sabia que ele estava me observando. Então peguei do chão um galho qualquer de arvore e apertei o nó do Salgueiro Lutador. Quando ele se imobilizou, eu entrei e caminhei por aquele escuro túnel.

Vesti-me com a capa e continuei andando pelo corredor, às escuras, pois estava tão nervosa que esqueci-me de acender a varinha. O medo tomava conta de todo o meu ser.

Bati em uma parede sólida, então estiquei minhas mãos para o alto, empurrando o alçapão. A pouca luz do ambiente, penetrou nos meus olhos segando-me por um momento. Pisquei algumas vezes, desnorteada.

Mas vi claramente um vulto vindo em minha direção. Este, estava encapuzado e estendeu-me sua mão para ajudar-me, apesar de amedrontada, sabia que tinha que agir naturalmente, portanto aceitei-a.

Tinha que parecer eficiente, então resolvi falar algo sobre o plano.

-Vi Borgin, -Disse impaciente ao ser encapuzado que encarava-me tentado descobrir quem eu era. Por sorte, o capuz tornava-me invisível naquele ambiente mal-iluminado, mas ainda assim, mais claro do que o túnel que eu acabara de percorrer- Ele já está a postos e disse que Lovegood já estava a caminho.

-Perfeito! -Exclamou uma voz feminina, me surpreendendo. Eu lembrei-me vagamente daquela voz, mas não sabia a quem pertencia- Então é questão de minutos até ele chegar aqui.

-Sim. -Respondi sem saber como parecer-me mais informada e apta. A verdade é que eu estava tentando me controlar. O nervosismo, a essa hora, só vinha para me atrapalhar, pois precisava ser mais natural que nunca.

-Vamos ver se Rabicho precisa de algo. -Ela disse indicando o aposento seguinte.

Vi um Comensal baixo, sem o capuz, era careca e bastante gordo. Sua mão estava normal, como se nunca houvesse sido decepada para o ritual macabro do ressurgimento de Voldemort. Sim, era Rabicho.

Ao entrar na dependência, senti um cheiro adocicado, similar ao odor da sala da minha antiga professora de adivinhação, a Profª Sibila. Envolveu-me de tal jeito que fui sentindo minhas pálpebras pesando, assumi um ar modorrento. Sabia que acabaria dormindo se não saísse daquele aposento.

-Onde está Malfoy? -Perguntei tentado não demonstrar o torpor que tomava conta de mim, mas a verdade é que estava me esforçando para dizer aquilo, tamanho era o meu sono.

-Ele foi certificar se está tudo preparado. -Rabicho disse olhando-me estranhamente. Eu não consegui identificar aquele olhar- Se quiser espere-o. Sei que você gosta muito dele.

-Farei isso! -Eu disse e sem perder tempo fui até o aposento por onde cheguei.

Ouvi o alçapão se abrir e me sobressaltei, pensando que poderiam ser os aurores ou mesmo Borgin com Luna. Mas quem surgiu foi apenas Malfoy, com o capuz nos braços. Ainda estava com o uniforme da escola.

-Pansy? - Malfoy perguntou-me hesitante.

-Não! -respondi com sarcasmo- Cho Chang.

-Então você veio?! -Malfoy disse admirado, ele parecia não ter notado o meu tom sarcástico.

-Por favor Draquinho, não me compare a ela! -Disse tentado soar como a Parkinson, e também brincar com ele.

-Não me chame de Draquinho! -Ele me ordenou, pensando que eu realmente fosse a Parkinson.

-Não enche, Malfoy! -respondi numa atitude tipicamente minha.

-O que há com você, Parkinson? -Ele perguntou-me aproximando-se.

-Como assim 'o que há com você'? -Perguntei me fazendo de desentendida- Estou como sempre fui!

-Não Parkinson, você está diferente… -Ele me disse com um sorriso."

Hermione abriu os olhos voltando ao presente. Malfoy tinha dito mais, porém por motivos tão pessoais quanto os anteriores, omitiria os fatos.

Ele dissera que gostava mais dela daquela forma e a beijara, sem ao menos dar tempo para que ela pensasse. Ela não se rendeu. Pegou sua varinha e transformou-o em uma doninha, como Olho-Tonto, ou melhor, Bartô Crouch, fizera quando estavam no quarto ano.

Voltou ao seu relato, precisava dizer tudo enquanto ainda tinha forças.

Discuti com ele e o transformei em uma doninha.

Passaram-se meia-hora até eu ouvir o alçapão abrir-se novamente, meu coração acelerou-se, o medo voltara a me fazer companhia. Podia sentir sua respiração rápida e fria, pairando sobre mim.

O jovem Borgin apareceu, parecendo cansado mas com um ar vitorioso. Em seguida, Luna apareceu flutuando, inconsciente.

-Consegui!!! -Ele disse com um sorriso sagaz e maníaco. Não demorou muito para que Rabicho, a mulher, Crabbe e Goyle aparecessem. Apesar de só ter visto Crabbe e Goyle passarem com Malfoy, eles estavam ali. Se não estivesse escondida sob a capa, eles me veriam tremendo tanto quanto um bambu sobre o vento incessante.

-Agora vamos levá-la até o mestre. -A mulher disse, subitamente olhando para mim- Parkinson, faz as honras?

-O quê? -Eu respondi me afligindo ainda mais- Eu?!

-Claro. -Rabicho respondeu olhando-me de novo daquela forma macabra- Você sempre faz as honras.

-Cadê o Malfoy? -Borgin questionou olhando para os lados- Tenho certeza de que o vi entrando de novo.

Inconscientemente, fui me afastando deles, até que senti-me esbarrando na parede. Eles me olhavam, meu medo era palpável e acho que eles podiam sentir isso.

A mulher se aproximou de mim e retirou-me o capuz, porém vi a expressão de decepção e deduzi que eu ainda era Parkinson.

-Não sei, não! -Borgin disse parecendo-me desconfiado. A essa altura, para mim, qualquer olhar diferente vindo da parte deles, era para me preocupar- Mas a Pansy está diferente…

-Você repararam que eu tirei um pouco da minha sobrancelha? -Hermione perguntou tentando ser o mais 'Parkinson' possível.

-Não é esse tipo de diferença que ele quer dizer… -A mulher disse se aproximando de mim. Eu já estava completamente contra a parede e não sabia o que fazer.

-Não? -perguntei me fazendo de inocente- De que raio vocês estão falando?

-Reviste-a! -Rabicho ordenou a mulher.

A mulher começou a verificar o meu bolso e achou o frasco reserva que eu levara da poção polissuco. E por último minha varinha.

O alçapão abriu-se novamente e as atenções foram desviadas. Era a minha única chance de fugir. Comecei a sair dali vagarosamente. Sabia que todas as janelas estavam cobertas por tábuas e a única saída que tinha era o alçapão. Estava sem varinha e teria que sair de qualquer forma.

-Desculpem-me pelo atraso… -Eu ouvi a voz de Parkinson. Droga! Eu havia me esquecido desse detalhe importante. Senti ódio de mim mesma por esquecer de sumir com a verdadeira Parkinson- Tive problemas grandes hoje. Acreditam que não me lembrava o que tinha acontecido hoje?

Instantaneamente olharam em minha direção. Eu já estava próxima ao alçapão.

Parkinson gritou assustada. Estavam todos sem ação.

Eu aproveitei e pulei no alçapão ainda aberto. Infelizmente caí de mal-jeito, ouvi o som de algo se partindo e meu pé começou a doer. Mas eu tentava correr, pulando com minha perna direita. Já que a minha esquerda, só de tocar no chão, doía violentamente. Parecia que eu nunca mais seria capaz de sentir o chão sem soltar um urro de dor. Mesmo assim eu pulava. Mas como não tinha o hábito de fazer exercícios logo me cansei. No entanto, não parei. Uma força sobre-humana me fazia seguir. Só que o cansaço ia minando essa força e, num passo em falso, tropecei em uma pedra e caí.

Vi meus cabelos lanzudos caírem no rosto e percebi, para meu horror, que eu voltara ao normal.

Senti mãos me erguendo e gritei. Esse som agudo e estridente, ecoou por todo o túnel, e provavelmente pelos terrenos de Hogwarts. Minha última esperança era que os aurores tivessem ouvido esse grito.

Alguém conjurara cordas ao redor de mim. Elas me apertavam de tal forma, que eu podia sentir meus ossos estalarem, em protesto. Se apertassem mais um pouco, algum osso se partiria. Senti o ar me faltar.

Parecia que era uma cobra que enlaçava-me. Eu abria a boca e ofegava, não ia agüentar muito tempo sem respirar. Estava perdendo a consciência quando ouvi passos firmes em minha direção.

-Estupefaça! -Bradaram várias vozes. As cordas se afrouxaram, ao mesmo tempo em que alguém caía ao meu lado, provavelmente desacordado.

-Lumos! -Ouvi alguém falar e avistei Olho-tonto, Harry, Rony e mais quatro homens.

-Teimosa! -Harry disse ao me ver caída no chão naquele estado- Por quê não ficou em Hogwarts?

-Por quê você sempre se mete em confusão? -Redargúi tentando me levantar com dignidade. Apoiei-me na parede, mas ao sentir meu pé tocar o chão abafei um gemido. Não queria que me achassem fraca.

Harry se aproximou e olhou-me furioso. Devolvi o mesmo olhar.

-Vamos te levar de volta ao castelo. -Harry disse fitando meus olhos.

-Nem pensar! -Eu disse tentando andar, mas me desequilibrei. Harry me segurou.- Eles estão com a Luna e a mandarão para Voldemort a qualquer instante. Não há tempo para voltar.

-Ela tem razão! -Olho-Tonto disse seguindo em frente.

-Mas você fica aqui! -Rony disse ajudando-me a sentar-se- Está com a sua varinha?

-Droga! -Falei ao lembrar-me que a mulher ficara com ela- Não! Eles pegaram.

-Rony, você fica com a Mione. -Harry disse seguindo em frente, junto aos outros- Não deixe ninguém se aproximar de vocês.

O som dos passos deles fora morrendo a medida em que se afastavam. Rony me abraçou.

-Por quê veio? -ele me perguntou, porém senti sua hesitação- Por quê não ficou no castelo?

-Porque eu tinha um plano muito bom para distraí-los, enquanto vocês chegavam… -Eu suspirei ainda resignada.

-Mas pelo visto não deu muito certo… -Rony completou num tom um tanto provocativo.

-Infelizmente eu havia me esquecido do detalhe mais importante… -Eu disse me sentindo subitamente cansada.

-Mione, você não deveria ter feito isso. -Rony disse censurando-me, estava mais sério do que nunca- Você sabe que é perigoso você se expor a eles.

Eu não agüentei. Meu orgulho fora ferido por um plano fracassado e eu ainda tinha de ouvir um sermão do meu namorado? Ah, não!

-Rony, escute aqui! -Eu comecei impaciente e um tanto irritada- Se eu fiz isso foi porque eu julguei necessário. Talvez se você e o Harry fossem menos machistas e tivessem me deixado participar, eu não estaria toda machucada!

-Você está culpando ao Harry e a mim pelos seus atos?! -Ele perguntou incrédulo. Eu sabia que eles não tinham culpa, mas às vezes os seres humanos tem que achar um motivo para ter feito algo impensado. E como boa representante dessas espécie, me agarrei a primeira explicação que me ocorreu, mesmo que fosse absurda.

-Não os estou culpando pelos meus atos. -Eu respondi, ninguém nunca ganhou de mim com argumentos- Mas sim pelos atos machistas de vocês, que me levaram a isso.

A discussão estava tão acalorada que ambos fomos incapazes de ouvir o ruído de passos pelo túnel da parte que vinha da casa dos gritos. Lembro-me de ter ouvido alguém proferindo feitiços em nossa direção."

Hermione parou de novo. Agora começaria a parte com a qual tivera pesadelos por muitos anos de sua vida. Sentira na pele o que fora estar em contato com o mau. Sentira o que era ser torturada. E sentira o que era a traição na sua forma mais pura e infeliz.

Ela sentia os olhos arderem. Não podia chorar. Tinha que ser forte e terminar a história sem derramar uma única lágrima. Respirou profundamente. Com esse ato, a coragem parecia ter-lhe voltado. Então continuou:

"Acordei acorrentada a um lugar escuro e gélido. Devia ser uma masmorra. Eu estava a com os pulsos preso por uma corrente quase tão grossa quanto os galhos do Salgueiro Lutador. Minha perna esquerda não estava acorrentada, porém uma dor incrivelmente fustigante tomava conta de toda a sua extensão. Não iria me esforçar para me soltar da corrente, pois sabia que seria uma perda de tempo e energia. E eu realmente não tinha energia para sequer mover um braço.

Não sabia onde estava, porém tinha uma certeza. Eles haviam conseguido me capturar. E naquele momento eu percebi que as preocupações de Harry e Rony tinham fundamentos e que eu fora uma tola por não tê-los ouvido. O ódio que senti de mim mesma foi quase que incontrolável.

Eu tinha que pensar em algo, eu sempre fui esperta e não seria agora que minhas idéias me abandonariam.

Comecei a olhar minuciosamente para o local. Via corujas no peitoril da única janela do local, por onde entrava aquele ar gélido. Eu tremia, mas não pelo frio ou por aquela noite estar mais fria do que o comum, e sim pelo medo crescente que me açoitava. Eu estava no território do inimigo.

O lugar fedia a excrementos e a putrefação das caças que as corujas traziam. Naquele cômodo, não havia absolutamente nada a não ser instrumentos de tortura e a porta de ferro, aparentemente maciça.

Aquelas corujas me deram uma idéia, porém primeiro, eu precisava saber onde me encontrava.

A noite continuava seu cadenciado caminho, a névoa entrando lentamente pela janela da torre, como se fosse um denso véu de noivas, porém sua algidez era quase que insuportável. Eu tremia ainda mais, com a mistura de meu horror e com o frio que começava a fustigar-me. Ruim era saber que não podia me mover para me esquentar, pois não sabia se era pior o frio ou a dor. Optei por ficar com frio, pois se sem que eu me movesse minha perna já doía, imagine se eu fizesse algo.

Passei a noite em claro, com frio e aflita. De longe, aquela foi a pior noite que já passei na vida.

Quando os primeiros raios de sol atingiram a torre, senti que o frio se dissipando bem devagar. Apesar de alguns raios já atingirem meu corpo, ainda tremia. O sol não parecia ser capaz de me esquentar de novo. Eu estava consciente, mas meu corpo estava modorrento. Recusava-se a fazer qualquer movimento, por mais patético que fosse.

Reparei em um pontinho azul no alto da torre. Por um instante pensei que o teto estava com buracos, contudo olhando mais detalhadamente reparei que era uma coruja. Com uma cor muito curiosa, que eu jamais havia visto em uma coruja antes: azul celeste. Esta, tinha a cara amassada era pouco maior que um palmo. No mínimo era uma coruja de hábitos diurnos, já que de noite devia ficar bem visível, assustando assim a sua caça, eu deduzi. No entanto, de dia devia ter uma grande facilidade para tal fim, já que se confundia com o céu claro.

Eu fiquei a observar aquela coruja, ela também parecia prestar muita atenção em mim. Ela alçou vôo e veio até meus ombros, porém eu já não conseguia sentir exatamente o local onde ela pousara, tamanha era dormência do meu corpo. Tentei dizer alguma coisa, mas a minha garganta parecia se recusar a expressar algum som. Meu corpo estava em péssimas condições. Meu músculos estavam dormentes, de tal forma que eu perdia a sensibilidade. Imaginem passar a noite toda em pé, algemada em dois archotes, com os braços para o alto, sem poder se mexer.

A coruja pareceu perceber a minha situação. E seus olhos verdes (eram estranhos para uma coruja, mas como aquela coruja já era estranha, então não pode-se dizer nada) pareciam pedir que eu não falasse nada, pois ela compreendia perfeitamente. Ela parecia ser gente.

Depois ela voou de meu braço e saiu pela janela, ganhando altitude. Ela parecia ter adivinhado o que seguiria. Pois a porta se escancarou e um Comensal completamente encapuzado entrou.

-Passou uma noite confortável, espero… -Imediatamente reconheci a voz feminina. Era a mesma do Salgueiro Lutador. Seu sarcasmo era tão evidente, que nem mesmo a pessoa mais obtusa do mundo deixaria de notar.

Eu estava tentando fazer um esforço para falar, entretanto as palavras não queriam sair de minha boca. Era como em um pesadelo, onde você quer dizer algo a alguém, porém se vê sempre sem sua voz. Tentei limpar a garganta, o que ajudou um pouco.

-Por quê… trouxeram-me… para cá? -Ouvi apenas um fio de minha voz. Completamente rouca, como se tivesse tossido a noite toda.

-Não seja ingênua! -A mulher respondeu aproximando-se de mim- Você sabe que o mestre tem planos para você.

-Que tipo… de planos? -perguntei insistente, me esforçando ao máximo para falar.

-Você é a isca para um confronto com Harry… -A mulher disse-me de forma que me fazia parecer o ser mais débil do mundo. Estranhei o fato da mulher chamar Harry pelo primeiro nome. Comecei a buscar em sua mente alguma lembrança sobre alguém com a voz parecida com a daquela mulher. Mas para tal, eu precisava mantê-la falando- Além do mais, você vai servir como sacrifício do mestre em busca de mais poderes e aliados.

-Por quê…a mim? -Perguntei fazendo-me de inocente, parecia se divertir com aquilo, pelo tom de sua voz.

-Quanto ingenuidade… - Ela disse se aproximando de meu rosto, que estava banhado pelas gotas de suor, quase tão salgadas quanto a água do mar. O sol estava ficando mais quente. Sabia que poderia ficar doente se continuasse exposta daquela forma a variação climática.- O mestre sempre gostou de unir o útil ao agradável! E confesso que para mim, é muito agradável ver você dessa forma.

-O que você tem contra mim? -Perguntei incrédula. Eu nunca havia feito mau a ninguém. É verdade que os sonserinos não gostavam de mim, mas isso não devia ser apenas essa velha rixa de rivalidades."

Hermione levantou-se da mesa. As lágrimas agora, rolavam automaticamente. A voz começava a embargar.

-Desculpem-me… -Hermione pediu sem graça. As lembranças a assolavam. Ela sabia que o que seguiu, foi uma das coisas que mais doeu nela- Mas eu não posso continuar. Se me permitem vou dar uma volta.

Apesar da curiosidade açoitar cada um dos presentes, no fundo todos sabiam o quanto é doloroso reviver um momento no qual se esforçara para esquecer.

Hermione saiu da casa e começou a vagar pelo campo de Wish's Valley. Ela não conseguia acreditar que falara tanto. Por dentro, condenou-se por ter começado e não terminado. Ela odiava coisas inacabadas, por mais patéticas que fossem.

Não estava feliz de ter fugido das lembranças, pois naquela noite, precisava acabar com todos os seus fantasmas e ao menos uma vez na vida, dormir sem ter pesadelos, como lhe era tão característico.

Sentou-se na ponte de pedra e deixou seus pés penderem na água, tentando acalmar-se. Novamente viu-se como a adolescente perdida de 17 anos, dentro daquela torre maldita. Respirava fundo em busca de harmonia dentro de si.

Ouviu passos atrás de si. Não voltou-se. Devia ser Rose, querendo saber o final da história. Sabia que a amiga era curiosa e não desistiria tão fácil.

-Não se preocupe, Rose. -Hermione disse fitando o rio, não queria encarar a amiga nos olhos. Não queria que ela visse a máscara de frieza cair de seu rosto e revelar a verdadeira Hermione. -Eu vou contar o resto. Eu preciso dizer o que sufoquei por todos esses anos.

Hermione suspirou. Continuou fitando o rio. As dolorosas lembranças continuavam vindo a tona. Ela fechou os olhos e continuou:

"A mulher riu e, para o meu horror, reconheci aquela risada. Era a mesma risada, que em diversas ocasiões ouvi junto a minha. Era a pessoa que, em muitas vezes, confiei segredos meus. Era a mesma garota com quem eu passava horas estudando na biblioteca, mesmo ela sendo mais velha. Aos poucos eu havia aprendido a confiar nela. Antigamente, eu teria posto minha mão no fogo, antes de por em prova a índole dela. Ela não tinha motivo para nos trair dessa forma. Eu esperava que fosse qualquer sonserino, contudo nunca ela. Eu que sempre pensei que ela amasse Harry.

Eu chorei na mesa, porque me lembrei da decepção que tive, pois nunca pensei que ela fosse capaz disso. Eu havia percebido que aquela voz pertencia a…

...Cho Chang!"

CooKies…

Quando eu achava que não seria mais capaz de sentir dor, meu corpo me surpreende. Com o feitiço, ele pareceu despertar por inteiro. E a dor, que antes só vinha da perna, enquanto os demais músculos estavam adormecidos, vão se propagando a cada recanto de mim.

Sentia como se alguém tentasse enfiar uma faca cega em todas as partes do meu corpo. E que a cada segundo que se passava tentasse encrava-la novamente em mim. A voz finalmente saía de novo, só que para fins desnecessários, já que gritava como nunca havia feito antes. Eu sentia a morte ao meu lado, rindo de minha cara. Dizendo-me para parar de sofrer e me entregar a ela, que eu obteria o descanso eterno. [...]

Eu podia senti-la cortando o ar em direção ao meu peito. Prendi a respiração, logo todo o sofrimento acabaria e eu descansaria em paz. [...]

Fighter: Há, há, há… Desculpem-me, mas eu precisava acabar o capítulo de alguma forma e essa foi a melhor que me ocorreu. Infelizmente tive que cortar a parte que seguia e deixar para o próximo capítulo, já que estava muito grande (ninguém pode dizer que não tentei...). Mas confesso que vocês descobriram que tenho uma quedinha (Fairy- um tombo, ela quis dizer) por suspense e aventura.

Fairy: Como você é má! Tem horas que eu gostaria de ser personalidade de outra pessoa…

Fighter: Fique quieta, Fairy! Eu ainda não acabei de falar, digo, escrever. Ah, escrevi esse capítulo, porque senti que devia aos leitores a história de como Voldemort foi derrotado. Agradecimentos para a Íris, minha amiga de escola, que tem me instigado a ter novas idéias… Para os leitores que lêem, mas se esquecem de mandar e-mails… Para M^_^L@ que vêem me dando a maior força, para minha nova amiga Marina… Para a Sinistra Negra que assumiu o posto oficial de crítica!

Fairy: É melhor eu interromper esse negócio, vocês viram os agradecimentos do capítulo IV? Enorme! É melhor eu torturar vocês, é mais legal que ficar ouvindo essa chata.

Fighter : Chata, não! Olha o respeito, sua…

Fairy: Sossega aí, Fighter! Agora é minha vez! Por que Chang fez isso? O que raio vai acontecer com Mione? E o Harry, como sai dessa? Será que alguém vai morrer (dããã, essa foi ridícula. É claro que alguém vai morrer. Finjam que não viram essa pergunta.)? Mandem sua coruja (Fighter- é e-mail, sua lesada. Isso que dá ficar horas lendo fics, não é?) com a opinião de vocês e peçam a Fighter para me deixar escrever um capitulo da Gina com o Draco.

Fighter: Sem comentários… Eu disse para você não meter os leitores nas nossas discussões pessoais! E você não vai escrever coisa alguma. Papo encerrado!

Clá- pra varia as duas brigandu...

Kah-mais elas se amam lah no fundu mais bein no fundinhu...é q nem eu e a clá a gnt quase se mata mais se ama.

Clá- uhu se amamos mto...

Compartilhe!

anúncio

Comentários (0)

Não há comentários. Seja o primeiro!
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.