Quando as trevas começam...

Quando as trevas começam...



A casa estava extremamente silenciosa aquele dia. Emily nem ouvia os elfos trabalhando na cozinha e Draco ainda não havia chegado do trabalho. Emily estava muito cansada e o que ela mais queria era esquecer dos problemas que estavam rondando a sua vida. Estava acumulando trabalho para ajudar Fred a tentar tirar Charlotte do Saint Mungus. E isso sem contar as brigas constantes que estava tendo com o marido. Aquilo não fazia sentido! Por anos eles conseguiram se acertar, mas ultimamente as coisas estavam fugindo do controle de ambos!

Draco estava recebendo muitos processos por parte de bruxas que esperavam que ele fizesse um milagre com seus rostos, e aquilo estava o deixando maluco. E ela também sentia uma falta enorme dos filhos, já que agora eles estavam em Hogwarts. E parecia que esses pequenos problemas, que antes eram tirados de letra, agora afetavam os dois de uma maneira absurda!

Emily ouviu passos no andar inferior e desceu, tentando se acalmar para não brigar novamente.

- Boa noite – Draco disse assim que viu Emily descendo as escadas.

- Boa noite – ela disse e se aproximou para beija-lo, como sempre fazia. Como se nem tivesse visto o gesto da esposa, Draco virou-se, pendurou o casaco no cabide e dirigiu-se para a sala de jantar, chamando um elfo para servi-lo.

Ainda paralisada pelo o que acabara de acontecer, Emily balançou a cabeça. Ele não tinha feito aquilo! Dirigiu-se até a sala de jantar e Draco estava sentado à mesa, esperando pacientemente seu jantar.

- O que foi isso? – Emily parou na porta, mostrando-se magoada. Draco pareceu não perceber.

- Isso o que? – Draco nem levantou os olhos da mesa.

- Porque me evitou? – ela aproximou-se e sentou-se do lado dele.

- Evitar? – ele a olhou agora e balançou os ombros, indiferente – Não sei do que está falando, querida.

- O que? – Emily segurou a raiva e o choro. - Você só pode estar brincando, Draco.

- Brincando? Você está ficando maluca, Emily. Eu não fiz nada. Agora estou com fome. Lopy! Vamos logo com isso seu elfo inútil! – o elfo entrou correndo na sala, e foi colocando os pratos em cima da mesa para Draco, que comia vorazmente. Emily levantou-se rapidamente e subiu as escadas, entrando no primeiro quarto que viu, desabando em lágrimas. Porque Draco estava agindo daquele jeito? O que estava acontecendo com eles? Depois de alguns minutos soltou o travesseiro que estava segurando e percebeu que estava no quarto de Gregory. Resolveu ir tomar um banho e ver se melhorava um pouco.
Quando voltou para o quarto, encontrou Draco sentado na cama, com os braços cruzados e olhos atentos nela. Fingindo que não notou os olhos devoradores do marido, deitou-se ao lado dele e o encarou.

- O que? – Emily quase gritou, não agüentando mais o silencio.

- Eu que pergunto... O que deu em você hoje? – Draco parecia extremamente calmo e aquilo irritou Emily mais do que nunca.

- Como assim? Você me evitou lá embaixo! Foi frio comigo! – Ela abaixou a cabeça, controlando as lágrimas insistentes. Draco se aproximou, abraçando-a.

- Me desculpe, Emily. Mas eu estou com tantos problemas que...

- E isso lhe dá o direito de descontar em mim? Eu não tenho culpa se as suas clientes não estão satisfeitas! – ela soltou-se do abraço e o encarou novamente.

- Ah, não tem? – Draco levantou-se, furioso – Pois você deveria me apoiar, não ficar achando motivos para brigas!

Emily estava indignada agora, e levantou-se também.

- Ah! Agora seus problemas são culpa minha! Que coisa mais infantil, Draco!

- Como se fosse só isso, não é? – Draco virou-se de costas para ela.

- Demorou, não é? Quantas vezes vou ter que te dizer que não é minha culpa se o Gregory não te chama de pai! E mais quantas vezes que eu e Fred NÃO temos um caso! – Emily foi até Draco, virando o marido para encara-la.

- Olha aí! – ele gritou e os dois ficaram cara a cara – De novo falando nesse Weasley!

- Por merlin, Draco! Para de ser paranóico! Se você está com problemas, seja adulto e os enfrente, não fique achando chifre em cabeça de centauro!

Draco abriu a boca e fechou rapidamente.

- Você me chamou de paranóico, Potter? – Draco sussurrou tão irônico que Emily sentiu vontade de chuta-lo. Mas começou a chorar antes dessa reação.

Draco parou e pareceu pensar no que tinha feito. Emily estava quase soluçando agora.

- Emily... me desculpe... eu...

- Saia já da minha casa – ela virou de costas para Draco e continuou chorando.

- Emily, por favor... vamos conversar... – Draco abraçou-a por trás, mas Emily se desvencilhou dele.

- SAIA! – Emily gritou e olhou para ele de novo – Qual das quatro letras você não entendeu?

Draco respirou fundo, com um olhar triste e, com um aceno da varinha, uma mala desceu de cima do guarda-roupa, abrindo-se, e então ele começou a jogar suas roupas de qualquer jeito na mala. Quando terminou, aproximou-se dela de novo.

- Emily...

Ela saiu do caminho dele e desceu as escadas, abrindo a porta e apontando para fora. - Eu disse SAIA! – ela gritou e então olhou pra porta – Fred? Fred estava com a mão levantada, como se fosse bater na porta, e com Selene em seu colo. Por um instante Emily achou que estava tendo visões.
- Me desculpe, Emily. Eu juro que não foi minha culpa, aquele vaso lá trás... é que a Selene quis jogar o dragão dela em cima e eu fui tentar pegar e então...
Emily olhou para Fred, não entendo do que ele estava falando, e Draco passou bufando por eles, sem nem olhar para trás. Ela recomeçou a chorar.
- Emily, não chore. Eu vou pagar o vaso, é só...
- Pare, Fred – uma outra voz veio de trás dele e Emily levantou os olhos – Vocês brigaram? - Lune? – Emily olhou pros três – Mas o que estão fazendo aqui? - Emily, viemos trazer a Selene. Charlotte foi internada há pouco, e ela ficará na sua guarda. Lembra?
Emily olhou para a menina, que mordia a orelha de seu dragão, e limpou as lágrimas.
- Claro. Venha cá Selene.
A menina esticou os braços e Emily pegou-a no colo. Fred olhou-a.
- Espere. O Malfoy saiu de casa? – Fred parecia assustado. Lune revirou os olhos.
- Fred, não vamos mais incomodá-la com isso. Emily, as coisas da Selene estão aqui fora.
Emily pegou sua varinha e colocou as coisas de Selene para dentro. Fred beijou a filha e disse:
- Por favor, Selene, não põe fogo na casa da tia, ok:? Prometo que sua mãe vira busca-la logo, logo.
A menina concordou baixando a cabeça e voltando a morder seu dragãozinho.
- Qualquer coisa sabe que estamos aqui para ajuda-la – Lune suspirou – Tem certeza que vai ficar bem? - Tenho sim – ela murmurou e olhou para a menina loirinha em seu colo – E Charlotte, como reagiu? - Foi de “boa vontade”, podemos dizer. Mas agora não quer mais falar com ninguém, nem com os próprios filhos. Emily suspirou.
- Obrigada, Lune.
Lune fez um aceno com a cabeça e saiu. Emily encostou a porta e olhou para Selene, que mordia a orelha do seu dragão. Em menos de meia hora, toda sua vida tinha virado de cabeça para baixo. Precisava urgentemente de férias... mas como abandonar todos quando mais precisam de ajuda?

Fred foi levado por um curandeiro até uma área restrita do hospital St. Mungus. Não havia moviment ali como nos outros lugares do prédio e a iluminação era mais fraca. Os quadros eram no geral de bruxos com olhares desconfiados e um ar perturbado.
- É aqui – informou o curandeiro diante de uam porta onde esta uma placa dizendo paciente perigoso e mantido sobre encantamentos. Não entre! – Por favor, não demore. Visitar só piora a situação dela perante o ministério. - Só preciso conversar – disse Fred. - Hum, boa sorte então. Nós não conseguimos essa façanha ainda. Ela não diz uma palavra.
O curandeiro desfez o encantamento que mantinha a porta fechada e ela abriu rangendo. Parecia um quarto normal do hospital, mas a proteção e encantamentos eram tantos que, de uma certa forama, podiam ser sentidos. Charlotte estava recostada na cama e, apesar de parecer tranqüila e serena, ela estava sendo mantida acorrentada. Fred entrou e a porta fechou logo me seguida.
- Oi. – ele disse veno que a esposa não parecia ter notado a sua presença e continuava olhando atentamente para um quadro de uma bruxa velha e enrugada – Só me deixaram vir agora. Charlotte permaneceu impassível e ele aproximou-se da cama, com um pouco de receio:
- Charlotte, me desculpe, mas está acima denós poder tira-la daqui. Emily está trabalhando feito louca para conseguir convencer o ministro e o Chefe-WIB que vcê é inocente. Harry está tentando usar a sua influência, mas sem sucesso... Acho que teremos que esperar aaté que resolvam isso e comprovem que você é inocente... Charlotte? Está me ouvindo?
Ela deixou de olhar para ao quadro e passou a dar atenção a sua própria mão que permanecia imóvel, presa na cama.
- Eu sei que você está magoada... magoada, não, sei que você está furiosa por ter sido presa dessa maneira e com a aautorização minha e dos seus pais, mas eu...
- Quando eu era pequena, ficava horas presa no meu próprio quarto... como agora. – ela disse sem desfazer sua pose de total alheiamento – Tom, meu pai, mandava que me deixassem lá e se precisava de mim me chamava. Minha vida era essa. Eu apenas obdecia e tinha a obrigação de aprender tudo o que me ensinavam. E eu aceitava, porque as coisas sempre foram assim. Eu não tinha outra escolha. E não vu mentir dizendo que eu não gostava da idéia de que um dia ocuparia o mesmo lugar que ele... Então eu fui para Hogwarts e tudo mudou. Conheci a Emily, conheci você, descobri toda a verdade, e vi que eu tinha escolha: eu poderia ser terrível, como era esperado que eu fosse... ou eu poderia ser simplesmente a Charlotte, ficar com você e viver... eu eu escolhi vocês. Decidi aagar o que eu tinah sido até então e passei a ser uma bruxa normal . Não me arrependo disso, Fred. Não me arrependo por três motivos: Meggy, Gareth e Selene. – ela encarou o marido e disse bruscamente – Olha pra mim, Fred! Ele, que não tinha feito outra coisa até então, a encarou, esmo tendo a estranha sensação de que faíscas estalavam em volta dela.
- Como eu seria capaz de dar para os meus filhos a vida que eu tive?! – ela aprtou com força as cobertas da sua cama, mas não conseguia se mexer além disso – Acha que eu seria capaz de fazer qualquer coisa que os prejudicasse?! - Não, Charlotte, eu...
- Pois não é o que parece! Todos vocês naquela maldita reunião decidiram me manter presa aqui enquanto laguem lá fora está querendo reviver os passos de Voldemort! O próprio está velho e ranzinza demais para ajudar em qualquer coisa e, ao invés de pedirem a minha ajuda, vocês me jogam trancafiada neste hospital! SERÁ QUE VOCÊS NÃO PERCEBEM QUE SÓ VÃO PIORAR AS COISAS ASSIM?! SE TUDO O QUE AQUELA LUPINA DISSE FOR VERDADE TODOS VOCÊS CORREM PERIGO! E EU ESTOU PRESA AQUI NESSA CAMA E NÃO POSSO FAZER NADA!!!
Charlotte agora tentavam com todas as suas forças livrar-se do encantamento e estava quase conseguindo. Fred tentava em vão acalma-la, mas ele sabia que de nada adiantava. Curandeiro e mais duas bruxas entraram no quarto e imediatamente reofrçaram os encantamentos, enquanto uma terceira bruxa entrou com uma poção e a forçava a beber. Charlotte porém continuava gritando:
- ... E ESSES WIBS NÃO PODEM PENSAR QUE CONSEGUEM RESOLVER TUDO! NÓS PODIAMOS TER MORRIDO AQUELA VEZ NO INTERCÂMBIO TROUXA POR CAUSA DELES! E... e... – a poção estava começando a dar efeito, percebendo que logo não falaria mais nada por horas, ela reuniu todas as forças que ainda tinha e continuou – As crianças, Fred... cuide da Selene!... E se cuida você também. _ e desabou desacordada. - É uma poção calmante, sr. Weasley, não se preocupe, não fará nenhum mala ela. Agora vamos, ela ficará assim no mínimo até amanhã.
E Fred saiu sendo guiado pelo curandeiro, tentando não olhar para trás onde Charlotte parecia novamente tranqüila e serena.

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