O plano de Hermione



A semana correu agitada. Todos os professores se empenhavam em fazer revisões para os exames pendentes no ano letivo passado. Harry ficou satisfeito por um lado já que quase não se encontrava com Gina, por outro lado toda vez que a via ela estava na conpanhia de Colin Creeve para o horror do Potter. Rony e Hermione não tocaram mais no assunto da noite anterior.
A aula de poções foi a primeira da quarta-feira. É claro que sem o Príncipe Mestiço Harry precisava se empenhar mais para fazer a Veritasserum exigida pelo professor, entretanto não se importava mais em ser o favorito ou o melhor. Na verdade qualquer coisa que não o prendesse em Hogwarts era muito bem vinda.
_ As semana pós-NEOM'S vai ser facultativa_ Avisou Harry enquanto cortava sua erva-daninha_ Podemos aproveitar e ir logo para Godric's Hollow. Hum... Ainda querem ir comigo?
_ Que pergunta_ sibilou Rony abrindo o frasco de pêlo de unicórnio_ Claro, né?
_ Já pensou em como iremos para lá, Harry?_ Indagou Hermione.
_ Não... Acho que o Noitibus não pára aqui.
_ Não. Não pára. Na verdade qualquer outro meio de transporte, senão o Expresso, pode passar pelo escudo de Hogwarts sem a permissão do diretor.
_ Isso tira noventa e nove por cento das nossas escolhas_ ironizou Rony.
_ Não se você não resumir as coisas. Planejei uma estratégia... Pode dar certo.
Harry sempre se surpreendera com o fato de Hermione estar sempre pronta, quase deixara seu nabo silvestre escapar pelas mãos.
_ Não tem como irmos direto para Godric's Hollow despercebidos_ começou ela_ Precisamos evitar magia, então viajaremos por meios trouxas até lá. Antes podemos parar na minha casa.
_ Sua casa!_ Rony exclamou ferindo o seu dedo sem querer, enquanto cortava seu nabo silvestre_ Ai!
_ Cuidado.
_ Como vamos para a sua casa?_ Perguntou ele chupando o polegar.
_ Bem, eu tenho pó de flu então...
_ Não deixam entrar pó de flu aqui!
_ ...Podemos ir para lá_ concluiu ela como se nada a tivesse interrompido. Em seguida sorriu orgulhosa para Harry e Rony_ Eu trouxe dentro do saco de areia do Bichano. Filch jamais iria desconfiar_ E se virou para Rony_ E antes que você diga que minha casa não tem lareira eu digo que tem sim, mas foi tapada por concreto. Basta irmos para lá e aparatarmos para dentro da minha sala.
Harry e Rony se entreolharam surpresos. Não havia mais dúvidas que a amiga estava decidida a ajudá-los.O que era uma boa coisa, pois sem Hermione as chances de Harry sobreviver eram bem menores.
_ O único problema é qual lareira vamos usar e como faremos para sair de Hogwarts. Pensei em usarmos Bicuço, mas vai ser difícil convencer Hagrid a nos deixar usá-lo.
_ A gente dá um jeito_ afirmou Harry abismado com a sua poção acinzentada_ Logo vamos ter uma idéia.
Hermione continuou atenta ao livro e sua poção ganhava os aspecto de lágrima enquanto as de Harry e Rony mais pareciam água suja.
_ Vocês estão indo bem_ falou ela sem encará-los_ mas se esqueceram sobre o que Slughorn disse sobre a crosta de centauro.
_ O que ele falou?_ Indagou Rony.
_ Se eu falar você promete que não vai mais esquecer?
_ Prometo.
_ Tem que mergulhá-la em uma solução de água e pó de ébano para ter mais eficácia.
_ Valeu. Vou pegar um frasco.
_ Traz um pra mim, Rony_ Pediu Harry enquanto mexia a sua poção.
Enquanto Rony se dirigia ao ármário de mantimentos Harry se aproximou mais de Hermione:
_ Escuta, eu vou passar na sala precisa. O Príncipe Mestiço ainda deve estar lá.
_ Vai pegar o príncipe depois de tudo!_ ralhou Hermione muito parecida com a senhora Weasley quando está braba_ Harry, não comece...
_ Calma, calma. Não vai ser para usar nas aulas. Querendo ou não o Príncipe tem muitas dicas e elas poderão nos ajudar.
_ Mas... Harry, naquele dia você quase partiu Malfoy ao meio.
_ Nós três vamos ter acesso ao livro e eu prometo usá-lo com responsabilidade, mas Hermione... É preciso e você sabe.
Hermione deixou escapar um suspiro preocupado e voltou-se para a sua poção, Harry entendera aquele gesto como um "tudo bem". Rony chegou com um vidro de pó de ébano e despejou um pouco em uma bacia, passando o resto do vidro para Harry. Pela primeira vez os três conseguiram fazer a poção perfeitamente, arrancando elogios de Slughorn (Principalmente Harry e Hermione).
A próxima disciplina, segundo o horário, era Defesa Contra as Artes das Trevas, talvez a sala relativamente mais cheia. Hermione sentou-se numa das primeiras cadeiras com Harry e Rony. Talvez porque os três tinham a mesma idéia em mente: Vigiar Cerulian.
O professor chegou ás pressas, com sua varinha em uma mão e uma urna em outra. Enquanto os alunos se sentavam pôs a urna em cima da mesa.
Houve um silêncio.
_ Bom dia_ se apresentou o professor_ como sabem sou o novo professor de Defesa Contra as Artes das Trevas de vocês e me chamo Augusto Cerulian.
E desenhou seu nome no ar, com letras douradas, usando a varinha.
_ Alguma pergunta?
Lilá levantou o braço.
_ Pois não, senhorita?
_ O Profeta falou do senhor. O que tem a dizer sobre o orfanato e o ataque à sua colega de trabalho?
_ Minha cara, todos sabemos que o Profeta Diário é tão verdadeiro quanto uma varinha de borracha e tão exato quanto a raíz quadrada de dois. Não vai adiantar eu dizer a verdade se não tenho como prová-la_ rematou_ Mais alguma pergunta?
A vontade de Harry era, definitivamente, dar um fim naquela prepotência toda.
_ Então vamos à aula. Como estamos na semana das revisões vamos dar uma olhada em azarações silenciosas e no Patrono.
Uma maré de murmurios desgostosos preencheu o ambiente.
_ Ora, não têm porque reclamarem. Magia não-verbal é algo que vocês já faziam antes de entrarem na escola e antes de adiquirirem as próprias varinhas. Antes de virem pra cá manifestaram magia, e não usaram nenhuma palavra mágica até onde eu sei.
Alguns se entreolharam.
_ Como vocês vêem, é algo que vocês fazem sem problemas. É claro que a emoção influencia o resultado dos feitiços. Uma pessoa jamais poderar usar um impedimenta se não quiser mesmo acertar a pessoa. Isso explica o experlliarmus ser um feitiço tão fácil. Quando pensar no feitiço deve imaginar as consequências dele.
Harry lembrou-se do resultado do seu cruciatus desastroso.
_ Agora vamos ao demetador. Uma criatura, como todos sabem, capaz de sugar tudo o que há de bom de você. Suas lembranças felizes, suas esperanças... Até a sua alma_ (Nesse momento, Parvati soltou um gemido)_ A única forma de repeli-los é com o Patrono. Uma energia em forma de animal.

" Normalmente o animal está de acordo com a sua pessoa, que alimenta tanto o dementador que é capaz de afugentá-lo. Como vocês sabem, para fazer um Patrono precisa-se de lembranças felizes. Pegue a mais feliz que tiver e concentre-se unicamente nela"

Harry fechou os olhos para se concentrar. A primeira coisa que veio na sua cabeça foi Gina ("Não. Gina não") e o primeiro beijo que deu nela após terem ganhado a copa de quadribol ( Não posso pensar em Gina! Não posso...).
_ Prontos?_ Perguntou o professor.
Harry gelou. Gina e quadribol juntos era a única coisa que lhe passava pela cabeça. Mas não podia...
_ Silêncio!_ O professor apontou a varinha para Harry e logo sua voz sumiu. Em seguida fez isso com o resto dos alunos_ Tentem lançar um patrono não-verbal, certo?
E antes que Harry pudesse gritar em silêncio, Cerulian abriu a urna e uma espessa nuvem cinza saiu de lá, tomando a forma de um dementador. Se todos pudessem falar a sala se encheria de gritos.Harry arregalou os olhos e o dementador voou em sua direção primeiramente. "Expecto Patronus!" pensou, mas nada saiu de sua varinha.
A escuridão começou a pairar sobre a sala, o frio também, e a sensação de medo começou a correr nas suas veias. Harry não tinha escolha. Levantou-se fraco enquanto todos os alunos corriam e Cerulian permanecia calmo e de braços cruzados. Sentiu uma raiva do professor. "Não... Não posso ter raiva", pensava e insistia, enquanto apertava a varinha com força. Não tinha escolha. Tinha que pensar em Gina. Somente em Gina.

" Expecto Patronus!"

O veado prateado e reluzente surgiu como uma estrela da varinha, arrancando olhares adimirados de Cerulian, e avançou para cima do dementador, mas não conseguiu dar conta do recado. O monstro recuou e logo passou a atacar Neville, só não o fez porque a Lontra de Hermione interveio, protegendo o garoto. Dino tentou aflito, falando desesperado e sem emitir som, mas tudo que conseguiu foi um minúsculo disparo prateado.
A criatura continuou resistindo e causando uma sensação de náusea em Harry, que parecia querer desmaiar novamente. Tentou resistir, mas seus joelhos cederam. Finalmente um outro patrono veio para ajudar, menor que os outros dois, em forma de cachorro corriqueiro e curioso. Vinha de Rony.
Como se recorresse ás ultimas forças, Neville teve que pensar o mais rápido que pôde. Apertou firmemente a varinha e dela saiu um enorme urso prateado juntando-se a lontra. Os animais de lá cercaram a ameaça e ela se desfez novamente em núvem negra e se escondeu na urna. Lilá correu rapidamente para colocar a tampa de volta.
_ Muito bem! Finite Incantate!_ Bradou o professor e todos voltaram a falar_ Muito bem mesmo! Estou impressionad...
_ O senhor quis nos matar! _ Gritaram Harry, Rony e Dino apontando imediatamente a varinha para ele.
_ Clama gente. Abaixem as varinhas. Eu posso explicar.
Cerulian se voltou para a urna e todos gritaram ameaçando azará-lo, mas quando ele a abriu não saiu nenhum dementador de lá, e sim, uma criatura amarela, redonda e gosmenta, com pequenos olhos negros que mais pareciam caroços. Lembrava um balaço gelatinoso.
_ Antes de mais nada, isso é um adaptano_ Avisou o professor erguendo a criatura na palma da mão_ Mais eficaz e dócil que um bicho papão. O verdadeiro dementador não provocaria quatro patronos silenciosos. Seria muita garra_ riu_ O nome desta criaturinha é Quincas_ apresentou-o colocando-o na mesa e limpando os óculos.
Para o alívio de Cerulian Harry, Rony e Dino abaixaram as varinhas e o silêncio converteu-se em conversas paralelas enquanto o professor passeava pelos patronos que desapareciam.
_ Viram? Quando se concentram no objetivo fica tudo mais fácil. Estudem bastante esses pontos, eles contam muitos NEOM'S. Hum... É. Agora podem ir.
Os alunos receberam bem a notícia e foram embora chocados pela aula, exceto Lilá e Simas que ficaram tirando dúvidas com o professor. Harry começava a discutir a pessoa dele. Assustar a turma não foi muito bom e aquele olhar de superior só perdia para o de Snap. Na aula comentou isso com os amigos para ouvir a opinião deles sobre o assunto.
_ Não. Não acho que ele seja mal-caráter_ falou Hermione enquanto prendia um caco-turco na mão, uma espécie de beringela relutante, e cortava-o ao meio para extrair a seiva gradativamente_ mas é alguém digno de ser vigiado. Ele não aceitou trabalhar em Hogwarts a toa, não foi azarado a toa e a professora Minerva não o contratou a toa.
_ Não podemos vigiar ele agora. Temos exames_ avisou Rony pegando um caco-turco ágil, que tentava se soltar de seus dedos_ e depois disso vamos viajar.
_ Fique tranquilo. Eu vou dar um jeito.
_ Posso pedir para Dobby e Monstro o vigiarem_ sugeriu Harry enquanto batia com a adaga na casca dura da planta.
_ Não Harry. Monstro é evasivo demais e Dobby costuma obedecer suas ordens ao pé da letra. Não. Deixe que eu cuido disso... Rony, não!
Rony feriu o caco com a faca ao invés de usara a adaga e um jato de seiva espirrou em seu rosto.
_ Malditos cacos-turcos!_ praguejou o ruivo derramando oresto da seiva em sua tigela e enxugando o rosto com uma flanela.
_ Seu rosto!_ Alertou Harry_ Está vermelho!
_ Claro! Esse negócio queima!
O rosto de Rony ganhara instataneamente bolhas de queimadura, fazendo-o com que tirasse os óculos de proteção agoniado. Só não saiu correndo por que a professora Sprout o impediu. Esta carregava uma expressão de alegria fulminante:
_ Muito bem, senhor Weasley! Conseguiu encher sua tigela sem partir seu caco-turco ao meio! E como essas plantas se regeneram quando sofre ferimentos não nos deu prejuízo! _ Adimirava emocionada_ Bravo! Bravo! Vinte pontos para a Grifinória pela praticidade!
Todos, menos Rony, Harry e Hermione, comemoraram.O ruivo empurrou a professora desesperado e saiu correndo, tapando o rosto.

A semana dos exames foi a mais corrida de todas, pois, mesmo que Harry afirmasse que não ligava para Hogwarts, ainda ambicionava o cargo de auror e isso o fazia esquecer completamente a idéia de sair da escola. Sorte que Rony e Hermione relembravam o assunto toda vez que o trio se juntava na biblioteca.
_ Falei com o Neville_ avisou Hermione enquanto folheava o Príncipe Mestiço_ Falei que precisávamos ir a Godric's Hollow.
_ Falou pra ele sobre as horcruxes?_ Indagou Harry assustado.
_ Não. Contei que precisávamos pesquisar sobre a vida e os segredos de Voldemort e ele falou que podia nos ajudar.
_ Podia?
_ Sim. A avó dele participa da Ordem e foi mandada à França. A casa tem lareira e está vazia. Neville me deu a bússula que ele usa para localizar a casa e também deixou a senha comigo.
Harry achou estranho que alguém tão esquecido como Neville morasse em uma casa aberta por senha. Um tratamento de choque dado pela avó.
_ Ótimo, mas como vamos para a casa de Neville?_ Harry achou demais perguntar, já que não tinha feito nada para ajudar.
Foi a vez de Rony falar:
_ Eu contei com a ajuda da Luna_ falou o ruivo orgulhoso, fechando o seu Livro padrão de feitiços_ Ela é ótima, você nem acreditaria.
_ Contou nosso segredo para ela?_ Indagou Hermione pronta para explodir caso Rony dissesse "sim".
_ Não exatamente. Falei que precisávamos sair da escola e ela me sugeriu a coisa mais óbvia de todas. Tetrálios! Como não pensamos nisso antes!
Hermione ficou sem fala e abaixou a cabeça, talvez surpresa por não ter pensado nisso ou pensando o que Luna e Rony estiveram fazendo para ele deixar escapar que precisavam sair, em seguida olhou para Harry com aquele ar hemionesco.
_ Tudo pronto então, Harry. No último dia dos exames sairemos. E não se esqueçade levar o mapa.
_ E ponha o Príncipe na sua mochila_ lembrou Rony_ Aquelas coloridonas que mandamos buscar na loja do Fred e do Jorge. Vai ser nossa única bagagem.
Quando voltaram a estudar Harry agradeceu por ter Rony e Hermione consigo, já que antes sentia-se perdido.
Os últimos exames foram de poções, feitiços e transfiguração. Em Defesa contra as artes das trevas Harry se saiu muito bem com as questões teóricas, o patrono e até que aprendeu alguns feitiços não-verbais. Se tirasse um E já estaria dentro. Na hora do exame de Poções Slughorn o tratou com mimo perto do examinador, para o desgosto e desconforto de Harry. Cada vez que precisava responder uma das perguntas orais Slughorn o elogiava por ser filho de Lílian, fazendo com que o rapaz desejasse nunca ter sido o melhor aluno da disciplina. Contudo tal problema não persistiu em Feitiços, uma matéria em que Harry se saiu razoavelmente bem.
Mal acabaram de almoçar e tiveram logo que se dirigir à sala de transfiguração, prontos para uma série de perguntas orais e de uma prova prática por parte da examinadora. Harry se saiu bem, exceto na parte de transfiguração humana. Na hora de mudar a cor dos cabelos para azul Harry acabou tendo o seu manchado de amarelo, vermelho e verde, como seu uma criança o tivesse pintado.
Às seis e meia da noite todos os alunos haviam encerrado as provas e se reuniram no refeitório exaustos, esperando o jantar.
_ Ai, Harry!_ Hermione chegava despejando o livro pequeno que lia na Toca_ Harry, acho que não fui bem! Feitiços parecia tão fácil, mas eu...
_ Hermione... Você foi bem, sabe_ disse Harry tapando o rosto com as mãos cansado.
_ O que é isso em seu cabelo?
_ Minha nota em transfiguração.
_ Deixa eu ajeitar isso.
A garota puxou a varinha do bolso interno das vestes e apontou para a cabeça de Harry fazendo toda aquela mistura de cores sumir. Logo depois chegou Rony trazendo o cabelo com mechas azuis que o faziam parecer uma cebola. Agoniado, sentou-se ao lado de Hermione.
_ Dá para ajeitar isso?_ Pediu apontando para o próprio cabelo.
_ Pelo menos saiu azul_ Disse ela apontando para a cabeça de Rony.
_ Se eu depender de um disfarse desses para me esconder de V... Vol... Você-sabe-quem estarei morto.
_ Acho que me dei bem em feitiços_ sibilou Harry encarando Rony_ ainda mais no encanto de mudar a cor dos animais, e você?
_ Sei lá. Usei o feitiço na forma não-verbal. Ainda bem, porque Píchi ficou roxo ao invés de azul. Pelo menos ninguém ouviu a cor.
Uma coruja negra passou voando rasteiro e pousou na mesa, virando-se unicamente para Rony.
_ Encomenda pra você?_ Indagou Harry.
_ Não conheço essa coruja.
Rony tirou o pergaminho enrolado na pata da coruja e, ao ler o nome do remetente, fechou os olhos, respirou fundo e passou o pergaminho para Hermione.
_ Krum_ Rony respondeu e contraiu o punho como se fosse um Lobisomen querendo evitar a transformação_ e é pra você.
Hermione corou e puxou o pergaminho. Deu uma olhada e sorriu fraquinho.
_ Ele está avisando que é o mais novo membro da Ordem_ Ela levantou o olhar para Rony e Harry_ Significa que deve estar na Inglaterra agora.
_ Pena que não temos tempo pra visitá-lo, não é? Quero dizer... Nem sabemos onde é a nova sede da Ordem e temos que nos concentrar nas horcruxes. Unicamente nas horcruxes.
Harry se segurou para não rir do ciúme embutido de Rony, tinha que parabenizar o amigo pelo esforço.
_ Eu concordo com você_ afirmou Hermione enrolando o pergaminho_ Vou escrever para ele parabenizando-o, mas não vou contar nosso plano. Vítor é muito protetor. Não gosta da idéia d'eu me arriscar_ Hermione se levantou e passou a mão pelos cabelos afastando-os para trás_ Boa noite então. Até a madrugada. Uma hora, heim?
_ Boa noite _ Harry e Rony disseram em coro.
Foi difícil para Harry dormir ás seis e quarenta e sete da noite, então ficou horas arrumando a sua mochila. Era uma azul clara magicamente aumentada internamente, para que coubesse mais do que deveria. Harry levou o básico: Quatro mudas de roupas, agasalhos, meias, a capa da invisibilidade, o Príncipe mestiço, o livro de Transfiguração do sexto ano e, a pedido de Hermione, o mapa do maroto. Foi dormir umas oito horas da noite com a mochila do lado e só acordou e cima do horário pedido porque programou o despertador de corda para despert´-lo. Rony não estava mais lá.
Harry vestiu o casaco por cima do pijama e desceu as escadas rapidamente.
_ Hei! Hei,acorda! Preciso sair!_Falou batendo no quadro da mulher gorda, que cedeu.
_ O que pensa que faz acordado a essa hora?
Harry não respondeu. Cobriu-se com a capa da invisibilidade e correu até o jardim, onde Rony e Hermione estavam sentados na grama, um se apoiando nas costas do outro, esperando por ele. Ao lado deles uma carne coberta de sangue e uns três ou quatro tetrálios.
_ Desculpem o atraso. Rony, por que não me acordou?
_ Tudo bem, você não está atrasado_ tranquilizou Hermione se levantando- nós é que ainda não dormimos.
_ Estavamos treinando azarações_ disse Rony entre um longo bocejo_ Agora diz, quantos tetrálios tem aqui?
_ Hum...Quatro. É. Quatro.
_ Bastante.
Harry reparou que Rony trajava um sobretudo preto, um tanto diferente de seus casacos. O fazia parecer estranho.
_ Gostei da roupa_ brincou Harry.
_ Presente do Fred e do Jorge_ resmungou Rony indignado_ Eu acabo com eles. Simplesmente acabaram com todos os meus agasalhos, pode?
_ Típico desses dois_ a voz de Gina cortou o escuro. Estava acompanhada de Neville e Luna.
_ O que... O que você está fazendo aqui?_ Rony pendurou a mochila em um dos ombros e se aproximou da irmã, como se quisesse ver se era uma miragem.
Hermione interveio:
_ Fui eu que chamei eles. Vamos ficar fora por um tempo e eu quero ter certeza que pessoas de confiança vão investigar, bisbilhotar... Enfim, fazer o nosso trabalho aqui em Hogwarts_ Ah, resolvi contar de vez sobre as horcruxes. Eles merecem.
_ Você está induzindo minha irmã a quebrar as regras que você tanto venera?!
_ Não liga pra ele, Hermione_ aconselhou Gina ignorando o rosto incrédulo do irmão e o olhar de censura de Harry_ Pode contar com a gente.
Hermione puxou do bolso interno o mapa do maroto e entregou-o a Gina.
_ Toma, Gina, isso fica com você. Sabe como se usa, não?
_ Peraí!_ Rony abriu a boca como se não conseguisse respirar_ Vai dar o Mapa do Maroto pra ela trambém?
_ Claro. Gina, Neville e Luna tentarão entrar na sala do diretor e descobrir se ele escondia alguma coisa que não sabemos. Também vigiarão Cerulian e os outros.
_ Como! Hermione, você não pode estar falando sério!
_ Qual é o problema?_Desafiou Gina _ Acha que não dou conta? Que vou deixar esse mapa largado por aí?_ Insistiu ela com seus olhares escapando para ver Harry, como se pedisse ajuda ao rapaz. Entretanto ele nada falou fazendo Gina chatear-se.
_ Eu sei que você não é uma irresponsável, eu sei_ falou Rony ganhando novamente a atenção de Gina_ Mas... É que...
_ O que foi? Ainda me acha um bebezinho indefeso?
_ Não! Bebezinho você já me provou que não é! Indefesa, menos ainda! Mas o que está em jogo é a sua situação em Hogwarts! E também é a sua vida!
Após as últimas palavras houve um silêncio e Gina riu perplexa:
_ O que foi?
_ Rony, você parece a mamãe falando.
_ Quê!?
_ Diga. Você confia ou não em mim?
_ Claro que confio!_ Falou seriamente.
_ E eu confiaria minha vida a você, seu idiota. Você sempre será o meu irmão mais velho, mas não quero que você e os outros sempre me vejam como a caçula Weasley.
Rony pareceu vencido e não falou mais porque Luna o pegou pelo braço (Harry reparou que Hermione virou o rosto como se tentasse esconder alguma coisa).
_ Vem, Ronald. Eu lhe ajudo a montar nesse aqui.
Neville ajudou Hermione enquanto Gina olhava o mapa e puxava a varinha.
_ Escreva-nos para nós, Gina_ pediu Hermione montando em seu Tetrálio_ Conte-nos o que está acontecendo e se descobriram alguma coisa na sala de Dumbledore.
_ Pode deixar. Luna e Neville ajudarão.
Harry e Rony não aparentavam gostar da idéia, mas já que a caçula Weasley parecia imbatível, Rony meramente disse:
_ Quando for nos escrever use Píchi.
_ Pode deixar. Eu não vou identificar a carta porque você conhece a minha letra. Não identifique a sua também.
_ Tá certo.
_ Boa sorte com a bússola, Hermione_ desejou Neville recuando para os Tetrálios poderem alçar vôo.
As criaturas galoparam contra o vento, alçando vôo. Harry sentiu o frio da noite cortar o seu rosto, mas estava relativamente feliz. Sentia-se bem em começar sua missão.





CONTINUA...

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