A casa abandonada



Neville e a avó moravam numa casa afastada dos demais vizinhos. Os tetrálios já tinham ido embora. Harry, Rony e Hermione foram até a porta e bateram nela suavemente, uma voz ecoou assustando Rony:
_ Senha?_ Uma cabeça encolhida brotou do concreto vertical.
_ Papaver somniferum_ respondeu Hermione.
A porta cedeu.
_ Isso lá é senha?_ Inquiriu Rony pensando em como Neville decoraria isso.
_ Nome de planta. A especialidade dele.
Entraram e a porta bateu, trancando-se novamente.
_ Vamos só usar a lareira_ impôs Harry temendo deixar qualquer rastro de que alguém esteve na casa.
_ Certo, Harry_ Hermione abriu sua mochila vermelho-berrante, tirou uma sacola com pó-de-flu de dentro e despejou um punhado na mão de Harry_ Tome. Basta falar "casa de Hermione Granger."
Harry esfregou os olhos e pegou seu punhado. Quando ditou o nome necessário viu as chamas o encobrirem.
..................

Quando Harry voltou a pisar em chão firme estava num cubículo escuro e cheio de teias de aranha. O pó cobriu as lentes de seu óculos causando um desconforto. Sorte que Rony caiu à sua frente segundos depois.
_ Ainda bem _ falou Harry sem conseguir ver Rony direito_ Não sei como é a casa de Hermione. Como posso aparatar?
_ Tá. Segura meu braço.
Aquela sensação de compressão desagradável passou num piscar de olhos e logo o rapaz se viu na sala de Hermione. Era uma casa comum, de altos e baixos, com sofás confortáveis e maquetes de dentição espalhadas pelas estantes. Hermione aparatou segundos depois, esbanjando um grande sorriso de satisfação.
_ Lar doce lar! Deu certo!
_ Seus pais não estão aqui?_Perguntou Rony mordendo o lábio inferior
_ Não. Eles viajaram para uma especialização_ argumentou adimirada_ Sentem-se. Eu vou ver o que tem na geladeira.
Harry sentou-se no sofá e passou a limpar os óculos. Rony sentou-se ao seu lado.
_ Agua? Suco? Refrigerante?_ Ofereceu a garota.
_ Se refrigerante for aquela bebida borbulhante então eu quero.
_ Eu quero água_ pediu Harry.
_ Certo.
Rony inclinou a cabeça para trás e fechou os olhos. Harry passou a se deitar no braço do sofá. Suas palpebras pesavam de sono e seus cílios pareciam maiores. Fechou os olhos e a visão de Gina apareceu sobre a escuridão. Não queria ter deixado-a chateada. Queria ter defendido-a de Rony, mas naquele momento não conseguiu pensar diferente do amigo.
_ Já contou para Hermione sobre a animagação?_ Rony puxou assunto enquanto abria os olhos lentamente. Também parecia cansado.
_ Vou falar.
_ Pronto. Aqui está _ Hermione vinha com uma bandeja apoiando três copos e se sentou no meio dos dois_ Sirvam-se.
_ Valeu_ agradeceram em coro.
_ Vocês podem ficar no quarto de hóspides. Eu andei pensando e acho que conheço uma linha que passa por Godric's Hollow. Se partimos bem cedo poderemos chegar ainda amanhã.
_ "Cedo" mais ou menos quando?_ Inquiriu Harry reprimindo um bocejo.
_ Seis da manhã.
_ Então é melhor dormirmos.
_ Ah, claro. Eu vou mostrar o quarto. Venham.
Hermione parecia feliz por voltar para casa, mesmo que não tenha passado um ano fora. No segundo andar a garota abriu um quarto em desuso e os hospedou lá. Harry não fez muitas perguntas já que Rony parecia familiarizado, apenas jogou sua mochila no beliche de cima antes que o amigo o pegasse.
_ Que beleza. Eu tô morto de sono_ Rony jogou-se ca mada de baixo sem reclamar_ Hermione, pode deixar que daqui a gente se vira.
_ Certo. Deixa só eu pegar um colchão.
_ Colchão? Porque?
Hermione corou:
_ Bem, é que eu não quero dormir sozinha. Não na situação que estamos, comcomensaisa solta... Posso dormir aqui com vocês?
_ A casa é sua e eu não me incomodo. Mas pode deitar aqui se quiser. Eu durmo no colchão.
_ Ou aqui _ Harry se ofereceu _ Também não me importo em dormir no chão. Sério.
_ Esqueçam. Tem uma pequena armação embaixo da cama do Rony. Eu só vou trazer o colchão pra cá.
Hermione puxou debaixo da cama inferior uma armação muito pequena apoiada por roldanas. Nesse meio tempo Harry e Rony pularam da cama.
_ Só diga onde está ele_ disse Harry abrindo a porta.
_ No meu quarto, próxima porta, debaixo da cama.
_ Então deixa que eu pego. Rony, você fica caso algum comensal apareça_ gracejou.
Decerto a casa da amiga àquela hora parecia muito com as de terror que Duda e os amigos costumavam assistir na companhia de garotas (Muito feias na maioria das vezes) e acompanhada à situação que os três estavam passando ficava pior. Se perguntou quantas vezes Hermione conseguira dormir ao saber do reaparecimento de Voldemort e de sua total falta de proteção uma vez que morava com trouxas.
Abriu a porta referida e entrou lá. Estava arrumado e o colchão estava no mesmo lugar em que Hermione dizia estar. Enrolou-o e saiu do quarto rapidamente quando as cenas dos filmes de Duda lhe apareceram repentinamente na cabeça. Deveria ter dito para Rony fazer isso. Apertou o passo e abriu a porta do quarto de hópides, sentindo um alívio ao ver Rony e Hermione sentados na cama inferior esperando pelo amigo.
_ E aí? Pegou?_ Indagou Rony se levantando.
_ Claro. Isso é um rocambole por acaso?
_ Um o quê?!
_ Esquece. Tem lençol aí, Mione?
_ Tem sim.
Hermione fez sua cama e nenhum dos três sequer trocaram de roupa para se deitarem.
_ Ufa! _ Rony se aconchegou no travesseiro_ Parece até que eu não durmo há séculos.
_ Boa noite, Harry. Durma bem, Rony.
Rony respondeu tão baixo que foi difícil saber se ele ainda estava acordado. Hermione desligou a luz e fechou a porta
.....................

Harry acordou sobre o barulho irritante do despertador. Virou de bruços e colocou o travesseiro em cima da cabeça para ver se amenizava o barulho. Hermione o desligou e abriu as cortinas. A janela estava embaçada e o céu mal clareara.
_ Acordem, os dois_ mandou ela puxando o lençol de Rony_ Vamos, acordem. Vão logo escovar os dentes.
Harry ainda tentou segurar o próprio lençol, mas Hermione parecia mais forte. Um frio cortou sua pele e ele foi obrigado a se levantar. Os dois amigos escovaram os dentes de modo quase automático e a sensação era que o sono os fariam dormir na pia mesmo. Quando desceu as escadas Harry sentiu um cheiro forte de café que o fez despertar um pouco mais.
_ Sentem-se. Temos sorte, a geladeira está cheia_ avisava a garota enquanto Harry e Rony se sentavam aos bocejos _ Tome, Rony. São antigas roupas do meu primo, mamãe o hospedava aqui antes dele viajar para o Peru. Você é mais alto, mas acho que vão ficar bem em você. Biscoito?
_ Obrigado.
Rony abriu um pacote de biscoitos e serviu-se de alguns. Hermione sentou-se à mesa e saboreou o café da manhã ao lado dos amigos.
_ Pegaremos o ônibus e chegaremos ainda hoje lá. Fiz alguns sanduíches pra viagem. Sei que o estômago de Rony não tem tamanho.
_ Ótimo. Vamos ter tempo suficiente para treinar_sibilou Harry para a amiga.
_ Treinar? Treinar o quê?
_ Transfiguração avançada, página 234.
_ Quê!_ Hermione bateu a xícara no pires, para o espanto de Rony_ Animagação?
_ Você decorou a página do livro!?_Inquiriu Rony
_ Harry, isso não é tão simples! Requer registro...
_ Sim, eu sei_ interveio ao lembrar da conversa que teve com Rony_ Vamos fazer conforme as regras. Não se preocupe. Trouxe o seu livro, não trouxe?
_ Bem, sim. Eu planejei estudar durante a viagem.
_ Ótimo.
O café da manhã não demorou muito para ser digerido. O trio teve que arrumar tudo antes de sair para não deixar vestígios de que alguém esteve lá. Quando saíram caminharam até a rodoviária, entretanto Hermione fez uma parada antes.
_ Onde estamos?_ Indagou Rony ao pararem na janela de uma casa comum.
_ Como acha que vamos pagar nossas despesas? Com dinheiro bruxo?_ salientou Hermione batendo no vidro da janela_ É aqui que fazemos câmbio.
_ Eu tenho bastante dinheiro_ Harry tirou sua sacola de galeões da mochila e deu para Hermione.
_ Sorte minha que você é previnido.
O vidro se abriu e Rony tirava da sua mochila amarelo-vivo uma pequena sacola de couro e entregava um pouco constrangido para Hermione. De repente uma moça loura, alta e magra abriu a janela puxando as três bolsas, depois de algum tempo entregou três carteiras pretas na mesma ordem que as bolsas foram deixadas. Harry pegou a sua se espantou com o volume capaz de encher os olhos dos Dusleys.
_ Onde compramos as passagens e quanto é? _ Perguntou Rony um tanto alienado (e interessado) no terminal trouxa.
_ Eu compro as passagens de ida_ se ofereceu Harry_ E pago o hotel. O resto das despesas nós rachamos.
Cada um colocou suas mochilas no ombro e compraram as passagens, pegaram o ônibus e começaram a viagem. Não demorou muito para as palpebras de Harry voltarem a ficar novamente pesadas. O sono ainda marcava presença. Fechou os olhos e deixou a escuridão fluir.
Viu-se montado em tetrálios e Gina, vestida de princesa, chamar por ele enquanto Colin tentava alcançá-la. Harry então dava meia volta para resgatá-la, mas Rony e Hermione o agarravam pelo braço. O chão então se transformou num tabuleiro de xadrez, Luna e Neville estavam entre os peões, Gina aparecia caída no chão e olhava com raiva para Harry, o rapaz lutava com Dino enquanto os peões brancos levavam a ruiva. Quando Harry conseguiu vencê-lo ela tinha sumido e Colin gargalhava dizendo que iria ficar com ela. A paisagem mudou. Harry estava no casamento de Fleur e no lugar da noiva estava Gina, Rony e Hermione não prestavam a atenção em nada e Harry os odiava por isso. Não dava para ver o noivo e o rapaz gritava para que Gina não se casasse. A garota se virava furiosa e replicava dizendo: "Você acha que eu sou um bebezinho?" ,"Não!" Respondeu Harry, "Então por que não me defendeu?", "Eu não queria que se machucasse!".
Gina beijava o noivo sem rosto e Harry era levado por Dumbledore e Sírius para fora do local da cerimônia...
_ ...Harry?
_ ÃH!_ Harry acordou assustado e chegou a olhar para os lados procurando Gina_ Mione?
Hermione estava no banco da frente com Rony, que dormia com o rosto colado no vidro da janela.
_ Já estamos chegando. Só quis avisar.
_ Ah... Já passou tanto tempo assim?
_ Você dormiu a viagem toda.
_ Foi?
Hermione sorriu e voltou ao seu lugar. Balançou Rony, que acordou com cara de quem estava em sono profundo.
Quando desembarcaram pegaram o ônibus convencional para ir a Godric's Hollow usando o método das perguntas. Rony olhava tudo fascinado deixando Hermione entretida. Os carros passavam toda a hora e a primeira necessidade de Harry, em plena 17:40 era achar um hotel. E um bom hotel já que queria aproveitar o estado de sua nova carteira. O primeiro (e bonito) que encontrou apresentava bastante movimento e um letreiro dourado o marcava como "Garden City hotel".
_ Vamos entrar nesse aqui mesmo.
Ao entrarem a atendente logo espichou o pescoço, talvez procurando algum adulto por lá. Hermione segurava o braço de Rony e andava na ponta dos pés sussurrando algo em torno de "discreto" para o amigo enquanto Harry parava perto do balcão de atendimento.
_ Com licença. Ainda restam quartos aqui?
_ D$ 50,00 a diária, rapaz.
_ Tá legal. Eu quero um com três camas.
Harry abriu a carteira e tirou o suficiente para duas diárias. A recepcionista levantou uma das sobrancelhas desconfiada, mas entregou uma chave e fez sinal para o carregador pegar as mochilas. Rony hesitou em entregar a sua fazendo o homem levantar suspeitas.
_ Pode entregar sem problemas, Rony_ avisou Hermione mordendo o lábio inferior.
Rony entregou de vez enquanto Harry se segurava para não rir. O quarto em que se hospedaram ficava no sétimo andar. Era amplo, ventilado e com vista para a rua. Tudo cheirando a limpo. Rony puxou sua mochila e correu imediatamente para a despensa e depois para o banheiro enquanto Hermione aguardou a entrega da sua com educação e passou a apreciar o lugar.
_ Isso é ótimo!_ Dizia Rony do banheiro _ Tem uma banheira aqui!
_ Rony, francamente..._ Hermione ía ao seu encontro antes que o amigo falasse mais alguma coisa.
O carregador espichou um pouco o pescoço curioso,mas Harry pegou sua mochila desviando propositalmente sua atenção.
_ Hum... E então? Vieram para turismo?_ Perguntou o homem.
_ Mais ou menos.
_ São do interior?
_ Sim. Somos sim_ mentiu _ E já que você conhece as bandas... Sabe onde fica o cemitério mais próximo?
_ Em Godric's Hollow só há um. Fica daqui há dois quarteirões.
_ Obrigado. Hum... Aqui está a gorjeta.
Harry não esperou ele sair formalmente para fechar a porta. Quando deu meia volta, Hermione trazia Rony se segurando para não brigar com o amigo.
_ Discretos, Rony. Temos que ser discretos.
Rony fechou a cara..
_ Eu vou ao cemitério_ avisou Harry antes que começasse uma discussão_ Passo aqui para jantarmos ou vocês vão comigo?
_ Odeio gente morta_ resmungou Rony_ Mas vou com você, caso apareça algum comensal...Nunca se sabe. E além do mais se eu ficar aqui aquela geladeirinha vai ficar vazia. Vai ser uma grande despesa.
_ Eu não vou ficar aqui sozinha_ rematou Hermione.
_ Ótimo. Vamos.
Os amigos saíram agasalhados e munidos das mochilas. Fazia um frio de noite e o céu continuava tristonho com algumas núvens borradas e vazias. Talvez o cemitério tivesse o ajudado a pintar a paisagem assim. Hermione encolheu-se enquanto Harry procurava entre tantas lápides, munido de um pequeno ramalhete.
_ Como vou achar a de meus pais?
_ Cada coisa estranha escrita aqui_ murmurava Rony pálido, lendo os epitáfios.
Harry continuou andando sem notar que o amigo se agachara perto de uma das lápides de repente e Hermione parou de andar. Acabou se afastando dos dois então.
Andou olhando paratodos os cantos certo de que não acharia as lápides dos seus pais tão rápido. Haviam muitas por lá, mas ele não desistiria assim tão fácil. Precisava encontrar ao menos uma das lápides para deixar o ramalhete e quem sabe pedir forças. A mesma força que seu pai lhe deu ao conjurar um patrono e salvar Sirius.
De repente uma sobra o envolveu e Harry viu que pertenciaa um velho munido de uma pá. Harry logo deduziu que se tratava do coveiro.
_ Procurando alguma coisa, rapaz?
_ A... Sim. Lílian e Tiago Potter. Sabem onde foram enterrados?
_ Depende. Há quanto tempo morreram?
Harry baixou a cabeça desgostoso por ter que responder uma pergunta dessas.
_ Há quinze anos.
_ Entendo_ o velho largou a enxada e enxugou a testa_ Venha. Venha comigo. Acho que sei de quem se trata.
Caminharam sobre a terra verde tentando aguentar o frio, o coveiro mostrava ter certeza de onde ía de modo queHarry não sentiu anecessidade de desconfiar. Quando pararam de andar o velho apontou para duas lápides quase unidas onde estava grafado osnomes:

"Thiago Potter"
"Lílian Potter"
"Nobres pessoas, grandes pais e louváveis amigos"

Harry ajoelhou-se e deixou o ramalhete na frente da lápide de Lílian. Não chorou, apenas abaixou a cabeça em sinal de respeito.
_ É algum parente se?
_ Mais ou menos.
_ Lílian e Tiago... Morreram com um tiro na cabeça, não foi?
_ Foi_ mentiu Harry certo de que o Ministério se encarregara de alterar a memória de todas as testemunhas do incidente
_ Eu lembro deles. Moraram um tempo naquela casa quando eram casados.
Harry levantou a cabeça para olhar por onde o coveiro apontava. Seus olhos verdes mesclaram mágoa e indignação.

...................................

Harry correu para procurar os amigos. Não demorou muito para encontrá-los perto de uma das lápides.
_ Hei, vocês dois!
_ Os dois voltaram a atenção para Harry como se ele fosse um defunto que brotou da terra
_ O que estão fazendo?
_ Lendo os epitáfios e..._respondeu Rony recuperando-se do susto.
_ Não importa. Achei a antiga casa dos meus pais.
_ Achou? E você não herdou ela?
_ Herdei, mas Dumbledore não tocou no assunto porque... Bem vocês vão ver_ acrescentou desapontado.
Tratava-se de uma casa destruída por mãos humanas e pelo tempo. Harry passou as mãos pelos cabelos como se aquilo fosse uma pessoa morta e os amigos o acompanharam em silêncio. Tudo estava destruído e um coletivo de teias de aranhas haviam se formado pelo teto e pela mobília, além de um tapete de pó cobrir o chão.
Subiram as escada lentamente, Rony mais atrás cuidando para as aranhas não caírem em sua cabeça, e encontraram, no andar de cima, três quartos. Um deles com uma plaqueta de madeira grafada "Harry James Potter." 0s dedos de Harry deslizaram suavemente na madeira até chegarem na marçaneta imunda. Girou-a e abriu a porta.
Um pequeno berço se encontrava junto com alguns objetos quebrados e um grande guarda-roupa com a última gaveta inexistente. Harry abaixou acabeça e sentiu as mãos de Hermione tocarem seus ombros.
_ Meu quarto_ falou ele baixinho.
Rony olhou com tristeza para o amigo, mas deixou as palavras de consolo para Hermione. Olhou para o espelho do guarda-roupa e o esfregou como se aliviasse a quantidade de pó. Nesse momento o bico de seu tênis encostou em algo sólido.
_ Vamos vingar a morte deles, Harry_ Hermione consolava o amigo_ Não se preocupe.
Harry balançou a cabeça positivamente como se já estivesse acostumado a esse tipo de lamento, mas seu olhar parou em Rony, que chutava alguma coisa na vaga da gaveta sem forçar. Desconfiado o ruivo agachou-se e puxou uma caixa de madeira completamente empoeirada. Harry ignorou o pó que se espalhou.
_ Atchim! _ Rony espirrou.
_ Saúde. O que é isso?
_ Sei lá. Só abrindo.
Rony esfregou o nariz, respirou pela boca e tentou abrir a tranca com magia, mas nada aconteceu.
_ Que ótimo_ ironizou o ruivo guardando a varinha na mochila_ Alguma idéia?
_ Deixe comigo _ Hermione puxou a caixa para junto de si e apontou a varinha _ Revele seus segredos.
Uma luz vermelha foi disparada pelo baú e acertou Hermione, segundos depois a tranca abriu-se.
_ Tudo bem, Mione?_ Indagou Harry.
_ Sim. Não foi nada.
_ Foi sim!_ Exclamou Rony maravilhado_ Thesaurium! Um feitiço reconhecedor... Pra ver se Hermione era confiável_ e levantou os olhos para fitar Harry_ Sua mãe era mesmo incrível.
_ Como você sabe que isso pertenceu a minha mãe?
_ Normalmente só as mulheres usam esse feitiço. Nos diários, sabe. Gina usou antes de entrar no quarto ano. Fred e Jorge queria mexer nele e acabaram ganhando um parde galos.
Hermione amarrou os cabelos inquieta e abriu o baú. Tratava-se de uma espécie de capsula do tempo, com fotos, pergaminhos, insígneas e lembrancinhas feitas a mão. A bruxa abriu um dos pergaminhos enquanto Rony fuçava as insígneas e Harry mirava as fotos. Sua mãe e tia Petúnia na infância, Lílian e algumas amigas, Lílian Evans e Tiago Potter, a Ordem da Fênix reunida...
_ Estranho _ A voz de Hermione parece soar longe.
_ Que foi?_ Perguntou Rony enquanto analisava um pequeno anel.
_ Leiam essa carta.
Harry e Rony juntaram as cabeças para lerem o pergaminho:


"Minha querida Katherine

Apesar dos oponentes nossos negócios estão indo muito bem, mas eu gostaria de manter-la informada do que está acontecendo. Encontramos um grande homem, muito esperto, que criou um modo de acabarmos com o dono da empresa rival de uma vez por todas. Trata-se de um novo produto muito curioso. Segundos boatos é um objeto de platina que vai ser sucesso de vendas.Como funciona eu não sei, mas o Macguire me avisou que vai tirar tanto a força do mercenário que ele vai se tornar um "mortal" quanto qualquer um de nós.
Em breve estarei aí para ver nosso filho.

Com amor
Thomas Possible."


_ Não entendi nada_ confessou Rony largando o pergaminho na mão de Harry_ Katherine... Nunca ouvi falar. Será que era o nome da sua avó, Harry?
_ Só se minha avó tinha um amante_ Harry sorriu ao pensar na possibilidade_ O sobrenome de solteira da minha mãe é Evans e o de casada é Potter. Na carta ele diz "Com amor" e o sobrenome é "Possible". E eu nunca soube de uma empresa ou coisa parecida. Ainda mais que venda platina. Não da minha família.
_Tem outra aqui, olhem _ Hermione ofereceu outro pergaminho.


"Querida Katherine

Que bom que você e Thomas saíram temporariamente do negócio, os dois correm risco de ser demitido. Tudo bem, ninguém denunciará vocês. Conseguimos derrotar dois concorrentes, e mais, o mapa de platina existe! Amanhã vamos falar com o tio do meu marido.

Um abraço
Mary Macguire."


_ Tem certeza que esse baú é da mãe do Harry?_ Questionou o ruivo voltando-se para a caixa_ Fotos dela tem.
_Talvez sejam dos antigos donos.
_ Do baú de sua mãe?_ questionou Hermione_ Impossível.
Ouviu-se um barulho oriundo de moleques atirando pedras numa das poucas janelas inteiras, quebrando-lhe o vidro. Hermione levantou-se e pôs a varinha na mochila.
_ Vamos embora. E levem essa caixa.
_ Não vou não!_ esbravejou Harry ao ver um dos moleques pela fresta da madeira_ É minha casa!
_ Não podemos fazer nada. Vamos!
_ Eu não vou ficar aqui até aqueles moleques destruírem ela!
_ Você vai poder reconstruí-la. Agora vamos.
A contra-gosto o rapaz foi puxado por Hermione para a saída dos fundos. Enquanto isso, perto do hotel, uma corujinha voava afoita a procura de seu dono.





CONTINUA...



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meio grandinho???? Espero que não =(

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