SOBRE AVALON E O AMOR

SOBRE AVALON E O AMOR



N/A: Mil desculpas pela demora!!!! Estive bastante ocupada... sem dizer q estou escrevendo três fanfics: Amor Por Acaso, Herança Ofídia (nome ainda naum confirmado - em Breve por aqui!) e a continuação da Mystic!

Camille: Muitíssimo obrigada pelas reviews!!! Que bom q vc tá gostando!! =)

Eu gosto mto da Mystic, pq ela foi a minha primeira idéia realmente boa. Esse capítulo é grandinho, e acho q, pelo conteúdo, compensa a demora!
As atualizações estão mais lentas pq eu quero ver se, quando postar o último capítulo dela, já consigo postar o primeiro da continuação... será? hihihi
Pessoas, continuem mandando as reviews, blz? =)

CAPÍTULO 7:
SOBRE AVALON E O AMOR

Gina acordou no dia seguinte sorrindo. Estava feliz por ter o seu melhor amigo de volta. Rony, Harry e Hermione notaram a diferença de humor, mas perceberam como ela estava agitada e sabiam que ela não iria responder. Estavam certos, pois ela chegou saltitando na mesa da Grifinória, olhou rapidamente para eles com um sorriso e saiu saltitando para o lado de fora do castelo, com um pedaço de pão na mão.

Aproveitaria o sábado. Gina ficou ainda mais empolgada quando soube que haveria visita a Hogsmeade no próximo fim de semana. Poderia comprar os presentes de Natal para Harry, Rony, Mione e Alex, e uma lembrancinha para seus pais, também. Já estava juntando suas economias há algum tempo e faltavam três semanas para o Natal.

Essa semana ela havia prometido a si mesma que iria começar o trabalho de Snape junto com Alex, e isso com certeza ocuparia bastante tempo, junto com as aulas extras de Sianna.

A tarde de sábado foi muito divertida para Virgínia Weasley e Alexander Brandon. O tempo esfriava e eles relembraram o outro ano, montando bonecos e jogando bolas de neve.

- Olha a bola!! – ele gritava, atirando um monte de neve no rosto dela.

- Olha o que você fez... Seu... Espera que eu vou te pegar!

Gina se divertia tanto que nem reparou quando Harry e Cho passaram por eles. Se reparou, não reagiu da maneira que Alex imaginava.

O garoto também estava muito feliz. Tinha um carinho todo especial por Gina, ela sabia disso só pelo olhar dele. Quando estavam juntos, Gina tinha a sensação de que nada mais estava lá. Ela não entendia muito bem essa sensação, mas não queria que ela acabasse nunca... Sempre acreditara que seria assim com seu grande amor, Harry Potter, mas ele parecia muito bem com a chinesinha, e ela não se importava de Alex estar tomando o lugar dele.

“O que?... Será?”, ela se perguntava enquanto corria de mais uma chuva de bolas de neve do garoto. “Não. Alex é meu amigo. Gina, não confunda as coisas! Já basta o que você aprontou ano passado!”


Enfim, chegou a noite. Apesar de não sentir o tempo passar, Gina estava ansiosa para a primeira aula com Sianna. Não comera nada desde o almoço, por recomendações da professora. Alex esperou Sianna chegar na sala para voltar ao castelo. Não queria deixar Gina sozinha.

- Então, Virgínia, fez como eu pedi? - perguntou a professora, enquanto acendia uma vela azul.

- Claro... - a menina não conseguia encontrar muitas palavras. Sentia uma energia diferente em Sianna e ainda não sabia muito bem como lidar com isso. Era algo forte e intimidador, porém, ao mesmo tempo atraente e curioso. Sianna acendia agora uma vela roxa.

- Bom - ela sorriu, enquanto colocava água em um cálice. - No nosso último encontro, pude perceber que você tem um dom poderoso. Vou ensiná-la a controlar seu dom, mas será um processo demorado. Você precisa aprender a meditar e a abrir sua consciência antes. Tome um gole dessa água. - disse ela, entregando o cálice a Gina. - O trabalho que farei com você hoje poderá ser útil mais à frente também.

Gina não respondia, não dizia nada; só olhava para Sianna e prestava muita atenção no que ela dizia e fazia. A professora deixou a sala iluminada apenas pelas velas, que agora colocava no chão, em cima de uma toalha prateada. Pegou um pequeno cristal e deu um leve toque de varinha nele. Colocou-o entre as duas velas sobre a toalha e disse:

- Sente-se, agora, de frente para a toalha. - Gina a obedeceu, sentando devagar, sem entender muito bem o que acontecia.

- Agora - continuou - feche os olhos... respire fundo... devagar... imagine-se bem leve... - Sianna quase sussurrava, falando bem devagar. - Com o dedo indicador, toque o cristal, de olhos fechados.

Gina percebeu que o cristal estava anormalmente gelado. “Deve ter sido o toque da varinha”. Entrava em um estado alterado de consciência. Obedecia as palavras de Sianna, que falava em uma língua diferente; Gina não sabia como, mas entendia tudo o que a professora falava. Poucos minutos depois, imagens vieram à cabeça de Gina.

A ilha outra vez... aquele sonho... agora, ela estava no centro de um círculo de pedras. Tinha certeza de que conhecia aquele lugar... havia muitas pessoas ali. Ela não podia ver seus rostos, mas conhecia aquelas almas. Sentia frio... estava nua. Viu que seu corpo estava mais desenvolvido; poderia ser um futuro próximo... “Ou um passado”, disse uma voz na sua cabeça.

Olhou para o lado oposto ao nascente. A lua estava no meio do céu, cheia, prateada; havia três mulheres ali. Mas não era um poder humano que ela sentia; era um poder divino...


Uma voz sussurrava outra vez, naquela língua desconhecida e familiar. As imagens saíam de foco, tudo escureceu... voltou à consciência e percebeu que estava deitada. Abriu os olhos, viu Sianna sentada ao seu lado, com o cálice na mão.

- O que aconteceu? - perguntou, sentando-se.

- Você tocou um cristal de Avalon - respondeu a professora. - É um cristal antigo. Com o toque da minha varinha, intensifiquei as vibrações para que você as pudesse sentir melhor. Tome, - ela disse, entregando o cálice à garota. - beba todo o conteúdo do cálice. Esse tipo de exercício consome muita energia. Vai te revigorar.

Gina tomou a água e se levantou, junto com a professora.

- Me conte, Virgínia - ela pediu, colocando o cálice em cima da mesa. - O que você viu?

Sianna tinha resolvido não interferir na primeira visão de Gina. Poderia atrapalhar sua concentração.

- Eu estava... hum... estava nua... num círculo... várias pessoas... não me lembro direito. - Ela não encontrava palavras para descrever sua visão. Estava confusa, queria saber o que era aquilo...

- É normal se sentir assim - Sianna falou, como se lesse os pensamentos da menina. - Logo você vai entender todas as imagens que verá. Algumas provavelmente virão sem que você peça, mas você vai aprender a controlá-las. - Olhou para a janela e viu que a lua já estava alta. - Já está tarde, você precisa voltar para o castelo. Hagrid deve estar esperando na porta para te acompanhar.

- Olá, Hagrid - cumprimentou Gina, ao ver o professor.

- Muito obrigada por vir, Rúbeo - agradeceu Sianna, e completou, olhando para Gina: - Não se esqueça de comer alguma coisa, Virgínia. Precisa repor suas energias.

Gina sorriu para ela e seguiu para o castelo, em silêncio. Pensava nas imagens que viu... queria compartillhá-las com Alex, mas achou melhor guardar para si. Na porta do castelo, despediu-se de Hagrid com um aceno e seguiu para a torre da Grifinória.

Enquanto caminhava pelos corredores, uma sensação diferente cresceu dentro dela. Virou para trás várias vezes e, em duas ocasiões, teve a nítida impressão de que alguém a seguia.

Seu coração começou a bater forte. Quem estaria atrás dela? Aumentou a velocidade e, à altura do retrato da Mulher Gorda, estava ofegante. Virou-se uma última vez para o corredor e vislumbrou o que lhe pareceu um lampejo dourado. Franziu a testa. Esperou, porém o que quer que fosse não apareceu mais.

- Você vai ficar aí parada até quando, mocinha? – o retrato perguntou, impaciente.

- Chifre de unicórnio – Gina disse em voz baixa, como a garantir que só seria ouvida pela Mulher Gorda. Quando o buraco abriu-se, ela disparou para dentro, subiu a escada para o dormitório como um foguete. Demorou bastante a dormir naquela noite.


- Gina, eu posso falar com você?

A ruiva levantou os olhos do dever de Estudo dos Trouxas. Estava se divertindo, descrevendo a primeira vez que viu alguém falar num aparelho de telefone (‘O bruxo desavisado gritava como se estivesse do outro lado de um campo de quadribol’, ela escrevia.), na tarde fria do domingo.

A sala comunal estava quase vazia, exceto por Rony e Simas, que disputavam uma partida de xadrez, e Hermione, que estava assistindo. Harry saíra para encontrar a namorada.

- Claro, Mione. O que é?

- Você poderia ir comigo até a biblioteca? – era receio que percebia na voz dela? – É que eu estou fazendo uma pesquisa e acho que você me ajudaria.

- Estou lisonjeada. – brincou a garota. – Hermione Granger me pedindo ajuda numa pesquisa? Isso é inédito!

- Ora, Gina! Não é nada disso! É que – ela baixou um pouco a voz e olhou para o canto onde Rony e Simas discutiam, tendo certeza que não seriam ouvidas. – é sobre a Profa. Lake.

- O que tem ela? – Gina franziu a testa.

- Bem, ela vem de Avalon, não é? – Gina assentiu. – Eu estou me perguntando porque, depois de tantos séculos, alguém viria da Ilha Sagrada para Hogwarts. Deve haver alguma coisa na biblioteca.

- Mas você não precisa de mim para procurar, Mione.

- Você tem passado muito tempo com ela, não é verdade? – novamente uma concordância. – Alex disse que você é ajudante dela agora. Então, talvez possa me ajudar. E, afinal, você não está curiosa?

- Para ser sincera, estou sim. – Gina olhou a pilha de deveres que tinha que terminar até o fim do dia. “Pare de arrumar desculpas para escapar das responsabilidades, garota!” – Bom, ok. Eu vou com você. Mas não vamos demorar, certo? Tenho alguns metros de pergaminho para escrever ainda.



A biblioteca estava cheia. Dezenas de retardatários de deveres atulhavam as mesas de livros pesados, pergaminhos, penas e tinteiros. Se não fosse a vigilância constante de Madame Pince, o lugar pareceria mais uma feira, mas o olhar severo da senhora garantia um silêncio de cemitério ao lugar.

Logo na entrada, Gina viu a cabeleira loira de Malfoy num canto, rodeado por várias garotas da Sonserina. “Eles se merecem.” Mais adiante, Colin e Neville se esforçavam num feitiço complexo. Os dois acenaram para ela. No fundo, perto das estantes de Ancestral Geografia Bruxa, ela distinguiu a voz baixa de Alex. Como se um imã o atraísse, ele levantou a cabeça do livro e sorriu para ela, em seguida levantou-se e foi ao seu encontro.

- Olá. Resolveu descer um pouquinho da torre?

- Hermione pediu que eu viesse com ela. – a ruiva apontou a amiga, que procurava determinado volume na sessão de História Mágica.

- Ela quer sua ajuda em uma pesquisa? – Alex parecia estranhar tanto quanto ela.

- É sobre Avalon. A Mione é assim mesmo. Sempre gostou de saber o que acontece ao redor, então, quando descobriu que a Profa. Lake é de lá, resolveu investigar.

- Posso ajudar também?

- Por mim. – Gina deu de ombros e varreu as mesas, procurando uma vazia. – Acho que teremos que sentar com você. – ela sorriu porque a idéia lhe agradava.

- Tudo bem. – ele também sorriu, fazendo o coração da ruiva se aquecer.
Logo Hermione voltou com três grandes livros de capa vermelha: “Lugares de Magia Antiga – Guia Turístico”, “Quem são e o qual a utilidade de Druidas” e “Os Adoradores da Deusa – Estudo Avançado”. A linguagem deles era um tanto arcaica, mas depois de um tempo, eles puderam entender que todos contavam a história de Avalon desde a sua fundação.

- Vejam, aqui está escrito que a ilha era um refúgio dos druidas depois que os romanos invadiram a Bretanha. – Mione apontava um parágrafo longo, ladeado por iluminuras de carvalhos e ramos entrelaçados. - Qualquer um podia ter acesso às sete ilhas que formam Avalon. Mas então, aconteceu um tragédia...

- Os padres do mosteiro vizinho denunciaram Gawen como desertor da legião romana e ele teve que lutar com os soldados que invadiram a ilha. – as garotas arregalaram os olhos para Alex. Ele falava com reverência. - Foi morto, mas ele, juntamente com a Senhora Cailean e a Senhora Sianna, não a professora, claro, fizeram o feitiço que ocultou o Tor e a Ilha do Dragão para sempre.

- Sim. – Mione confirmou, achando a história no livro. – Desde então, a Ilha Sagrada separou-se desse mundo. É impressionante!

- Só um habitante de Avalon, sacerdotisa ou druida, pode encontrar o caminho para lá. – Alex novamente interrompeu, olhando sério as garotas. - Caso contrário, você verá apenas o mosteiro cristão, Glastonbury. – ele apontou no mapa a bolinha correspondente a Ynys Wydryn.

- Isso está dito aqui no segundo livro. – Gina confirmou, e olhou espantada para o amigo. – Vejam, aqui diz que muitos druidas abandonaram a ilha quando ela se distanciou mais do nosso mundo.

- Alguns acreditam que várias famílias de bruxos são originárias de Avalon, Virgínia. –ele olhava para ela. – As famílias de sangue puro, especificamente. Há algumas gerações, houve um grupo de dissidentes que argumentou ser inútil preservar a magia apenas em Avalon. Ela deveria se espalhar, disseram eles, como a luz do sol. E assim atravessaram as brumas e poucos ouviram falar deles, mas quase certamente se tornaram os bruxos de agora.

- Isso é uma bela teoria. – concordou Mione. – Lembro de ter ouvido uma lenda sobre como os bruxos chegaram a adotar as varinhas mágicas. Todos sabem que podemos fazer mágica sem elas, mas é melhor canalizar o poder, e um galho de árvore não chamaria tanto a atenção.

- É uma teoria. – Alex sorriu. – Cada grupo arrumou maneiras de sobreviver. Com o tempo, surgiram as diferenças. Por isso hoje é impossível fazer qualquer conexão entre o dormitório feminino da Grifinória e a Casa das Donzelas em Avalon.

- Aqui também estamos escondidos dos trouxas, em um tipo de mundo paralelo, não é? – Mione questionou, franzindo a testa.

- Sim, mas o contato com os não-bruxos é infinitamente maior. Desde a Grande Separação, nenhum trouxa pisou em Avalon.

- Hermione, acho que você deveria largar esses livros e fazer uma entrevista com Alexander Brandon aqui. – Gina zombou. – Ele sabe tudo da Ilha Sagrada!
- Ah, Gina! – o garoto enrubesceu. – Eu me interesso por lugares mágicos antigos, só isso.

- Ou será que é por causa da Profa. Lake? – a monitora da Grifinória piscou para ele. – Ela tem atraído a atenção dos garotos.

- Não, Hermione! – ele pareceu chocado com a sugestão, deixando a garota desconfortável. Gina também não gostou e fechou a cara. – Eu nunca pensaria em algo assim! Não mesmo!

- Está bem. Não está mais aqui quem falou... Na verdade, acho que achei os livros certos. – ela estava envergonhada pela brincadeira. – Olha, eu tenho ir. Vou levar os livros. Gina, você vem?

- Não, pode ir. – A ruiva nem dignou-se a olhar para ela quando respondeu. A atenção toda no rosto cada vez mais vermelho do amigo. - Vou ficar um pouco mais. Tenho umas coisas para conversar com o Alex.

- Tudo bem. Até mais. Ah, e obrigada pela ajuda, Alex. – ele apenas acenou com a cabeça.

- É verdade o que ela disse? – a ruiva perguntou baixo, depois de Mione ter ido. O garoto olhava para as próprias mãos, muito interessado na linha da vida. Demorou para criar coragem, levantar o rosto e encarar a pequena fera à sua frente.

- Não, não é... E como poderia ser? – Gina franziu a testa. – Eu jamais poderia estar interessado em Sianna Lake, por dois simples motivos.

O silêncio caiu pesado ao redor deles. Estavam tão entretidos um com o outro que os zumbidos das conversas nas mesas desapareceu.

- Quais? – ela perguntou quando ele não explicou. A resposta nem começara a se formar na mente de Alex quando eles ouviram um baque e um tombo.

Olhando assustados, eles viram um grupo na porta da biblioteca rodeando alguma coisa. Correram para ver o que era. Malfoy e Harry socavam-se, estapeavam-se, pulavam um no outro. Sem pensar, Alex empurrou dois alunos e, pedindo ajuda do monitor da Lufa-Lufa, conseguiu separar os dois encrenqueiros. Ele segurou Harry pelos braços e Ernie McMillan agarrou Malfoy pela cintura.

O grifinório tinha uma mancha roxa no olho, os óculos partidos pendurados nas orelhas e um filete de sangue na boca. O sonserino não tinha aspecto melhor. Gina levou a mão à boca, seus olhos mexendo-se nervosamente de Alex para Harry. Ela teve ânsias de correr e abraçá-lo, cuidar dele. Mas quem fez isso foi Cho Chang. Ela atirou-se nos braços do namorado, meio amparando-o, meio sendo amparada, levando-o para a enfermaria.

Gina nem sentiu as lágrimas descendo pelo seu rosto. Só quando Alex viu-se livre do fardo e olhou para ela com expressão preocupada notou que estava chorando. Sem saber como agir, saiu correndo, esbarrando no amigo.
Virou dois corredores, subiu três lances de escada e parou sem fôlego numa janela que dava para a Floresta Proibida. Escondeu o rosto nas mãos e encolheu-se num canto.

- Você não deveria ficar assim, Linda. – ela ouviu a voz dele e a sensação do corpo dele próximo ao dela. Levantou a cabeça e o viu ajoelhado a sua frente. Ele sorriu triste e estendeu a mão para acariciar-lhe os cabelos.

Sem a menor cerimônia, ela atirou-se nos braços do garoto. Ele ficou assustado, mas apertou-a junto a si. Sentia o coração dela batendo forte. Ou seria o dele?
- Sshh.... calma... Ele está bem... Foi só uma briga de garotos... – ele não acreditava que dizia aquilo.

Demorou, mas a garota conseguiu parar de soluçar e afastar-se um pouco.

- Você me acha uma boba, não é? – ela tentou sorrir. – E eu nem sei porque estou chorando.

- Não sabe? – ele perguntou, ainda com os dedos nos cabelos dela, observando atento os olhos dela, sentindo o cheiro fresco do hálito dela.

- Não, eu não sei. – ela murmurou, hipnotizada por aqueles olhos verdes e o tom hesitante da voz dele. A atração entre eles quase insuportável. – Pensei que soubesse... Mas agora nada tem importância...

Então, não era mais o seu Alex que a olhava. Era um rapaz mais velho, de pele morena e braços fortes que a seguravam e mãos macias que passeavam pelo seu rosto, desenhando-o de leve. Porém, os olhos eram os mesmos. Tinham o mesmo sentimento profundo, a mesma alegria em estar com ela.

Gina não recuou quando o rapaz se inclinou para ela, e não protestou quando os lábios dele tocaram suaves os seus, quase com medo. As mãos dele tocavam delicadamente sua nuca, como se tivessem receio da reação dela.

Ela simplesmente aumentou o contato dos lábios, entreabrindo os seus. Ele correspondeu, e logo estavam beijando-se calma e profundamente. Um beijo longo, que a fazia voar, delirar, derreter, querer mais. Ela nunca sonhara em como um beijo poderia ser tão... salvador. Emitiu um muxuxo de protesto quando as bocas se separaram e ela teve que abrir os olhos.

Encontrou um brilho de pura felicidade em Alex. Entretanto, subitamente ele ficou sério, possivelmente prevendo a briga. Para sua completa surpresa, ela acariciou-lhe o rosto, sorrindo.

- Não se preocupe. Já aprendi a lição.

O rapaz tomou as mãos dela nas suas, mas Gina o impediu de falar.

- Alex, preste atenção. Eu não sei o que está acontecendo, está bem? Tem tanta coisa acontecendo comigo. Eu... eu não quero usar você. – ele negou com a cabeça, mas ela o interrompeu de novo. - Fiz isso no ano passado. Você é meu amigo e não é justo.

- Gina, eu...

- Por favor, me escute. Até agora, a minha mente ama Harry Potter. O meu corpo sente coisas... você sabe... sentiu também... Eu preciso de um tempo, ok? Tem também as aulas com a Sianna, o trabalho do Snape...

- O que isso tem a ver com a gente, Virgínia? – ele estava sério de novo.

- Você quer ser meu amigo?

- Eu acredito ter deixado bem claro o que você significa para mim, não?
Ela suspirou.

- É só isso que tenho condições de oferecer por enquanto, Alex.

Ele levantou-se, nervoso. Gina pensou que ele iria embora, mas o loiro virou-se para a janela e fechou os olhos. Ela esperou.

Então, ele voltou-se e viu que ela ainda estava no chão. Estendeu a mão para ajudá-la.

- Eu aceito com uma condição.

- Qual? – ela sorriu com a proposta.

- Você não vai mais chorar por causa dele.

Gina abriu mais o sorriso.

- Nunca mais. Eu prometo.

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