Décimo Quarto Dia
Quando Draco acordou naquela manhã, sentiu uma dor de cabeça incrível e demorou alguns segundos para que flashes da noite passada. Ele beijando Gina.
“Isso não aconteceu... Não pode ter acontecido...”
Interrompendo seus pensamentos, a porta do banheiro se abriu e ele viu a si mesmo, saindo de lá com os cabelos molhados e enrolado em uma toalha.
“Bom dia, Draco”, resmungou Gina, enquanto ia até o armário e buscava por uma roupa que a aquecesse.
Draco se olhou no espelho e não se surpreendeu ao constatar que ainda estava no corpo da ruiva. Usava uma calça e uma blusa que pertenciam a Draco, o que significava que, no corpo de Gina, ele estava usando um vestido largo e a calça nem estava mais sendo usada, já que era tão larga que escorregou quando Draco adormeceu.
“Gina... Aconteceu alguma coisa ontem à noite que você acha que eu deva me lembrar?”, perguntou Draco, realmente confuso, embora tivesse flashes claros, não sabia distinguir se eram flashes de algo real ou se de um sonho.
“Não, nada. Por quê?”, perguntou ela, parecendo na defensiva.
“Ah, não... Deve ter sido alguma coisa que eu sonhei...”
“Draco, olha, não é por nada, mas eu agradeceria se você fosse embora”, disse Gina pegando o uniforme da Grifinória e entregando-o para Draco.
“Calma, eu acabei de acordar. To tentando processar...”
“NÃO ACONTECEU NADA!”, berrou Gina, sentando-se na cama.
“Gina, calma...”
“Olha, o que aconteceu ontem à noite, Draco...”
“O que aconteceu ontem à noite?”, perguntou Draco, puxando Gina para perto, mas lógico que não esperava que quando o ombro de Gina – que agora estava largo e musculoso – esbarrasse em seu peito fosse doer tanto “Hey, isso dói!”
Gina ficou séria olhando para os olhos castanhos que a encaravam, tentando procurar alguma coisa em “seu” rosto que lhe lembrasse o Draco Malfoy da noite passada.
“Draco...”
Então, ele a beijou.
Gina ficou em silêncio, depois correspondeu, mas logo empurrou-o gentilmente para trás.
“Draco, acho que nós não devemos continuar”
“Quê?”
“Olha, não entenda mal... Eu gosto de você... Mas não quero que fique ‘assim’...”
“ ‘Assim’ como?”
“Draco... Olha... Isso não vai dar certo”
“O quê?!? Como assim?”
“Nós não temos como dar certo! Temos que ficar só como amigos...”
“Mas...”
“Olha, eu realmente gostei de ficar com você... mas não podemos ficar um com o outro assim... eu digo, eu beijo você e olho para você e, quando eu te beijo, eu sei que você é o Draco, mas quando eu te olho, parece que eu to beijando um espelho e eu me sinto um pouco... estranha”
“Constrangida?”, sugeriu Draco.
“Lésbica”, retrucou Gina, envergonhada “Quero dizer, eu não quero beijar você e olhar uma mulher, por mais que essa mulher seja eu”
Draco sentiu uma dor absurda em pensar que a Gina não queria mais nada com ele, mesmo que ela dissesse que gostava dele e o que a atrapalhava era o fato de ele estar ocupando o corpo dela.
“Mas, nós poderíamos continuar...”
“Draco... Eu não acho justo que você abra a mão de sua família, sua fortuna...”
Num momento, a frase de seu pai veio a sua cabeça, e quando deu por si, já tinha soltado:
“Você não me quer por que eu fiquei sem dinheiro?”
E, de repente, ele começou a acreditar nisso.
“O quê...?”
“É por isso, não é? Porque agora eu to pobre! Então, saiba desde já que eu não quero nunca mais ver você nem pintada de ouro!”, berrou Draco, levantando-se e saindo, fechando a porta atrás de si com força.
Gina sentou-se na cama, pasma, enquanto observava seu reflexo no espelho.
O que Draco Malfoy tinha que os demais não tinham?
A porta se abriu e ele entrou vermelho.
“Eu vou me trocar e depois nunca mais quero te ver na minha vida!”, disse ele, vestindo o uniforme de Gina.
“Mas você está no meu corpo...”
“Dane-se”, Draco vestiu a saia e abotoou rapidamente a blusa social, calçou os sapatos e antes que Gina desse por si, ele já estava fora do quarto de novo, batendo a porta com força.
Gina ainda não tinha processado tudo o que havia acontecido, mas, aparentemente, Draco Malfoy estava estourado.
Pior do que isso: o corpo de Gina estava em TPM.
Alguém ia ser dá muito mal amanhã de manhã.
Bom, não era ela mesmo.
E estavam brigados.
“Como ele pode não entender que as coisas não são tão fáceis?”, perguntou-se Gina, morrendo de raiva.
Deitou-se na cama e não saiu de lá.
Draco não conseguia creditar que Gina não queria ficar com ele só porque ele estava pobre!
Na verdade, não sabia como não tinha visto isso antes!
Estava tão óbvio!
Deitou-se na cama e dormiu, estava puto de raiva.
A Weasley não podia fazer isso com ele.
Não mesmo.
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