Décimo Terceiro Dia
"É... As coisas não podem ficar piores... Você é mesmo uma idiota, Gina", pensou a garota enquanto sentava-se na mesa da Sonserina e encarava o cartão perto com as iniciais LM em prateado.
"Draco, alguém tinha que contar para o seu pai o que você estava fazendo com o nome dos Malfoys...", disse Pansy que parecia claramente constrangida.
"E obviamente que esse alguém foi você, não é, Parkison? Sabe, eu fui um idiota de achar que alguém como você poderia entender o que eu sinto pela Weas... Gina! Sabe, você é tão egoísta que não consegue olhar nem um palmo no seu nariz! Diz que me ama, mas se me amasse de verdade, estaria contente por mim!", berrou Gina, pegando a carta nas mãos e olhando feio para Pansy.
"Mas, Draco..."
"Hunph! Não fale mais comigo!", berrou, se pôs de pé em um salto e saiu sem nem mesmo olhar para trás.
No corredor, esbarrou com Draco que, pela cara, também não tinha tido uma noite muito boa.
"Gina, eu acho que..."
"A Pansy contou pro seu pai!"
"O quê?!?!"
Gina esticou o envelope para o garoto que arregalou os olhos e o pegou incrédulo.
Depois, ele bateu com o envelope na cabeça de Gina.
"Por que você fez isso?", perguntou ela, nervosa.
"Você que zicou a gente! Você que disse o 'não pode ficar pior'!"
"Tá, mas foi sem querer!"
Draco abriu a carta e leu em voz alta:
"Me espere no jardim, depois das dez. Vamos conversar. Traga sua namorada"
"Isso significa que fudeu?"
"Sim, significa"
"Huhuhuhuhuhu... Emocionante!"
XxXxX
Draco mal conseguia pensar direito. Tudo parecia ter sido programado para dar errado, sem contar os estranhos sentimentos que estava começando a nutrir pela garota.
"Qual é, não é como se você estivesse apaixonado por ela... ou é?", pensou ele, atônito.
"Gin...", murmurou uma voz atrás dele.
Draco se virou para encarar Harry Potter.
"Ah... oi", disse, com um pouco de desprezo.
"A gente não tem se falado muito, não é mesmo?"
"É...", murmurou Draco, decidido a não olhar na cara dele.
"Você tá assim por causa do soco, não é?"
"Você não devia ter feito aquilo. Além do mais, eu saio com quem eu quiser, você não podia ter tirado ele de perto da gente assim. Eu quero saber o que você falaram".
No entanto, Draco sabia que se o Potter tivesse coragem de se declarar na cara dura, teria de agir como Gina.
"Eu disse para ele que... eu... não ia aceitar que ele te machucasse", disse Harry, escondendo a verdade.
"Hum... Sabe, vocês não deviam se meter nisso, Harry... Eu e o Draco nos amamos de verdade, não há ninguém entre nós e nunca terá, porque é ele quem eu amo...", Draco se interrompeu.
Não acreditava que estava fazendo isso.
"Eu sei, Gina, eu..."
Draco respirou fundo, esticou a mão e puxou Harry pela golas da blusa para mais perto.
"Pela Gina...", respirou fundo e beijou o moreno de olhos verdes.
Harry sentiu-se estranho. Embora beijando Gina, parecia que não era ela a quem estava beijando. Isso fez com que Harry se afastasse.
“Olha, eu não sei o que ta acontecendo...mas essa não é você”
“Harry, escuta...”
“Depois a gente se fala... Eu tenho que ajudar a Hermione” e saiu se sentindo confuso.
Draco bateu com a testa na mesa.
“Ótimo, beijei um cara e nem mesmo alcancei meu propósito”
“Onde você vai, Harry?”, perguntou, forçando-se a tentar parar o moreno de algum jeito.
“Ajudar Hermione com a... poção... polissuco”
Harry saiu, confuso, mas não percebeu o sorriso vitorioso nos lábios de Draco.
XxXxX
“Gina”, chamou Draco, puxando-a para um corredor vazio.
“Draco, que foi?”
“Eu tive uma idéia! Bem, não fui eu... quero dizer, fui eu... mas eu só tive a idéia por causa do Potter”
“Você anda conversando com o Harry? Achei que você detestasse ele”, resmungou Gina, franzindo o cenho.
“Deixa isso quieto, eu tive uma idéia, Virgínia!”
“Qual?”
“Vamos fazer uma poção Polissuco!”
Gina sorriu e abraçou Draco com força.
“Você é um gênio!!! Podemos ficar tomando e voltamos pro nosso corpo...”
“É, é... Vamos”, disse ele, sentindo-se ligeiramente chateado, mas... por quê?
Gina se esgueirou para dentro da sala de Snape, olhando para os lados. Pegou a lista que Draco havia rabiscado enquanto procurava pelos ingredientes, guardava-os em um potinho que havia pego na cozinha enquanto olhava para a porta entreaberta, rezando para que Snape não entrasse.
Quando colocou o último ingrediente dentro do pote, estava rosqueando quando ouviu a voz de Snape.
“Não me encha o saco, Weasley! Não vou te explicar a matéria, você tirou nota máxima na minha última prova!”
“Não é verdade!”, Gina ouviu sua voz reclamando “VOCÊ NÃO PODE ENTRAR NESSA SALA!”
Ouviu-se a risada seca de Snape seca se prolongando pelo corredor.
“HAHAHAHAHAHAHAHAHA... Está achando que manda em mim, Weasley?”
“Não... Mas eu acho que nós...”, Draco olhou por cima do ombro de Snape e viu Gina se enfiando em baixo de uma mesa “preciso falar com o senhor...”
Quando Gina já tinha se enfiado em baixo da mesa, Draco respirou fundo e empurrou Snape para dentro da sala dele e beijou-o. Abriu um dos olhos e viu a cara de espanto do professor, quando depois ele fechou os olhos e correspondeu o beijo.
“Credoooooo... Vai embora logo, Gin!”, pensou Draco, desesperado.
Foi então que se ouviu um barulho:
“Que é isso daqui?”
Snape abriu o olho e empurrou Draco para longe, limpando a boca com a manga.
“Draco!”, berrou Draco, fazendo uma ceninha “Não é o que você está imaginando...”
“Ah, não???”, perguntou Gina, rindo-se por dentro.
Mesmo que Draco tivesse fazendo dela uma putinha, aquela situação estava cômica demais.
“Eu... Estava tentando...”
“Olha, Malfoy, eu agradeceria se isso não saísse daqui...”, resmungou Snape, pálido.
“Não vai sair, quem vai sair é você!”, ordenou Gina, se controlando para não rir.
Como um cachorrinho, Snape obedeceu.
Se por medo, ou porque ele respeitava muito os Malfoy, os dois nunca souberam.
Gina começou a rir e Draco também.
“Bom, agora eu to com fama de puta”, resmungou ela.
“E eu de corno... mas deixa isso de lado”, replicou ele, pegando o pote das mãos de Gina enquanto trancava a porta e usava o caldeirão do professor para misturá-lo.
“Que horas são? Vamos conseguir arrumar isso em... três horas?”
“Acho que sim”, disse Draco, mexendo a poção.
9:30
“Já ta pronto?”
Eles estavam no quarto de Draco, Draco terminou de mexer e colocou um pouco da poção em cada copo.
“Sim”
Cada um tirou um fio de cabelo da cabeça e enfiou na poção.
Tomaram e em poucos minutos se sentiram zonzos.
Em poucos segundos, Gina se levantou e sorriu.
Estava em seu corpo, as roupas de Draco estavam largas nela e quando ela olhou para Draco, teve que rir. Ele estava parecendo uma traveca nos uniformes justos de Gina.
“Ria agora... Bom, eu vo me trocar, se feche no banheiro e eu já vo lá!”
“Ta bom...”
Gina se fechou no banheiro enquanto esperava que Draco tirasse sua roupa.
Toc
Gina abriu a porta e pegou a roupa sem olhar para fora, para não correr o risco de ver o tanquinho bem definido do loiro.
TLANC.
Gina fechou a porta e tirou as vestes imensas de Draco, colocando a sua saia e depois a sua blusa – xingando-se por ter esquecido de trazer as roupas de baixo – mas então viu uma troca de calcinha e um sutiã.
“Oh... Ele se lembrou”
Vestiu-se e quando tava abotoando os últimos botões, viu uma barata imensa na parede e soltou um berro:
“AHHHHHHHHH”
“AHHHHHHHHH”
Draco caiu no chão de susto, terminou de vestir a calça e correu para lá. Com a varinha, ele abriu a porta para encontrar Gina, com os primeiros botões da camisa social aberto, deixando um tipo de decote.
Ela recuava, até que ela pisou numa dobra do tapete do banheiro e caiu, batendo com a cabeça na parede.
“Hey, isso dói”
“Ai!”, resmungou Gina.
Draco tentou levantá-la, mas ela estava meio mole, então pegou-a no colo e sentou-a na cama.
“Gina?”, deu uns tapinhas na cara dela.
“Ai...”, resmungou ela “Não bate na minha cara...”
“Ta tudo bem? O que foi que você viu?”, perguntou ele, preocupada, já imaginando que algum comensal havia tentando pegá-la.
“Uma barata...”
Draco deu um suspiro aliviado.
“Sua cabeça ta bem?”
“Não, ta doendo...”
Draco colocou a mão no local onde tinha ficado vermelho.
“É aqui que dói?”
Gina ficou olhando para ele. Ele era bem mais bonito quando visto daquele jeito. Era muito mais bonito vê-lo por fora, do que ver ele no espelho todos os dias.
“É...”, respondeu, abobada.
Então, Draco se lembrou de algo que sua mãe lhe fazia quando se machucava.
Quando deu por si, tinha beijado de leve a região vermelha e uma Gina de olhos arregalados o fitava, incrédula.
“Draco...?”
Mas antes que ele pudesse responder, os dois estavam se beijando.
Draco colocou alguma pressão no beijo, de maneira que Gina se deitou, os dois continuaram se beijando até que a porta do quarto se escancarou.
“Ora, ora, ora... Você abre mão de uma reunião familiar para isso, meu filho?”
Draco parou, incrédulo, estava beijando a Weasley!
E pior:
1- ele tinha começado
2- estava gostando
3- queria meter um sopapo no pai por tê-lo interrompido
XxXxX
“Pai...?”
“Sr. Malfoy, nós...”
“Não quero ouvir desculpas esfarrapadas, Weasley.”, disse Malfoy secamente “Acho que nós dois sabemos o que você quer do meu filho”
“Não fale assim com ela, pai!”, replicou Draco.
“Ela está te cegando, filho!”
“Não, ela não está!”. Replicou Draco, abraçando Gina e, para sua surpresa, percebeu que estava mesmo bravo pelo pai tê-la ofendido.
“Então é isso? Depois de 17 anos, você vai jogar nosso nome na lama?”
Draco deu um risada longa e seca.
“Nosso nome está na lama há anos!”
Lucius se aproximou e levantou Draco com um puxão.
Gina ficou apenas olhando a cena.
“Eu não vou permitir que você faça essa loucura!”
“Eu não vou me separar da Gina, pai, esqueça isso!”
Gina ainda estava confusa em relação ao beijo e então percebeu algo: Draco estava realmente brigando com o pai dele.
Aquilo não era uma cena.
Era real.
“Draco...”, começou ela, em pânico.
“Fique quieta, Gina! Eu não acredito em nada do que o meu pai diz”.
“Mas, Draco...”
“É isso, então?”, perguntou Lucius, incrédulo “Você acha que ela te ama? Então, vamos ver se ama mesmo. Você está deserdado, Draco Malfoy, até que largue dessa piranha!”
Draco deu um soco na cara do pai.
“Nunca mais a chame desse modo!”
Com um sorriso de desprezo, ele aparatou.
“Draco...Olha o que você fez, eu...”
Draco se virou e Gina nunca vira nada igual.
Ele estava muito mais bonito daquele jeito, com raiva.
Então, ele arrancou um fio do próprio cabelo e tomou mais uma dose da poção.
Sentou-se na cama, enlaçou ela nos braços.
“Draco... Você acabou de socar seu pai...por mim...”
Draco passou as mãos no cabelo, sua expressão agora era confusa.
“Por que você fez isso?”
“Eu... não gostei... das coisas que o meu pai disse...”
Gina ficou em silêncio, ouvindo as batidas fortes do coração do garoto.
Caminhou até a escrivaninha, arrancou um fio do cabelo enfiou na poção e tomou.
Mais uma hora como ela.
“Gina, o quê...?”
Então, ela o beijou.
“Gin...?”
“Obrigada por ter me defendido, Draco”, disse ela, corada.
Então ele sorriu e a beijou.
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