Quando A Fome Bate Em Sua Port



CAPÍTULO ONZE
QUANDO A FOME BATE EM SUA PORTA?


- Eu mereço, eu mereço, eu mereço – Kain repetia isso a cada passo que dava até os campos para a sua primeira aula de Tratos de Criaturas Mágicas.
Os campos estavam ensolarados e calmos, cheios de crianças conversando alegremente, sentados na grama.
Se não fosse a perda do almoço, Kain estaria de bom humor, mas como o perdeu...
Ele sentou perto da arvore mais próxima da cabana, e ficou lá.
- Kain! – o garoto ouviu uma voz gritar pelo seu nome. Era Jack.
- Seu burro, como você pôde dormir no meio do almoço?
- Porquê você não me acordaram?
- E você acha que a gente não tentou? – disse Julia que acabara de chegar.
- Sorte que você tem amigos – disse Jack tirando um sanduíche do bolso – sei que não vai adiantar muito, mas dá pra enganar a boca do estômago.
Kain comeu o sanduíche com facilidade, mas era estranho, enquanto ele comia, sentia que estava sendo observado.
Apesar de estar comendo, uma sombra enorme o observava também, mas não era só ele, mas todos alunos olhavam para a sombra enorme.
Kain olhou bem lentamente para o grande corpo, não, enorme corpo que estava em sua frente.
Era enorme, era um gigante, era aquele que todos chamavam de Rubeo Hagrid.
- Bom dia turma – disse Hagrid – sou o seu professor de Trato de Criaturas Mágicas.
Todos se levantaram. Kain já acabara de comer seu sanduíche, mas ele estava ciente de que isso iria até o final da aula.
- Bom pessoal – disse o gigante – hoje iremos ver a os vermes de todas as cores.
“Vermes de todas a cores?” Se perguntara Kain, ele olhou para o chão e começou a fechar os olhos de novo.
- Sigam me – disse Hagrid – vamos até as poças.
Todos seguiram Hagrid, há uma caminhada tranqüila.
Estava uma tarde muito ensolarada. Haviam alunas olhavam para Hagrid e falavam alguma coisa e começavam a rir.
Era gente como essa que Kain olhava torto. Eles pararam em um terreno que não havia gramado, apenas lama e várias poças com uma grande quantidade de vermes de várias cores.
- Bom, aqui estamos – disse Hagrid – peguem suas luvas de couro de dragão, ao menos que vocês queiram sujar suas mãos de lama.
Havia um grupo de três garotas (as mesmas que comentavam sobre Hagrid) que quase gritaram “não” para o gigante.
Kain vestiu suas luvas e se agachou no chão esperando pela ordem de Hagrid.
- Bom – disse o gigante vestindo suas luvas – há uns baldes ao lado da cerca, peguem eles.
Todos pegaram os baldes e colocaram aos seus lados.
- Enfiem suas mãos nas poças – disse o gigante – quem conseguir pegar um verme azul, a casa respectiva ao aluno vai ganhar dez pontos! Então se preparem.
Todos olharam firmes as suas poças.
- JÁ!
Kain enfiou sua mão no poço procurando por algum verme. Ele achara cinco, mas nenhum deles eram azuis, eram vermelhos e verdes.
Minutos depois Hagrid mandou todos pararem...
- Muito bem – disse ele – chega...
Todos se levantaram, Kain estava tentando achar uma posição pra ajeitar a sua coluna.
- O verme azul que eu mandei vocês procurarem é venenoso – disse o gigante – por isso que eu capturei todos.
- Eles envenenam o quê? – perguntou Kain ao gigante.
- Eles colocam uma célula dentro do seu estômago, e reproduzem lá – disse Hagrid sorrindo ao garoto – em segundos!
- Isso já ocorreu com alguém aqui em Hogwarts? – perguntou o garoto ao gigante – ou não?
- Já – respondeu ele – mas foi a base de azaração, porque se fosse á base do verme, ele estaria até hoje parindo vermes pela boca.
- Quem era – Jack perguntara – o “felizardo” de ser azarado por essa magia? O senhor conhecia?
- Conhecia – respondeu – o nome dele era Ronald Weasley.

Era final da tarde, todos os alunos, cansados, voltavam para o salão comunal para tomar banho e ir jantar.
Durante esse processo, cansado e com fome, Kain voltava para o salão comunal, mas sabia que estava faltando alguma coisa.
E ele estava certo, jogou suas coisas em cima de Jack e saiu “correndo” para o campo de Quadribol.
Ele chegara lá, já haviam jogadores no campo. Todos olharam para ele quando ele se aproximou para falar com Andrews.
- Cheguei atrasado? – perguntou Kain a Andrews.
- Não, é o pessoal que chega cedo mesmo.
O capitão fez um tipo de gesto com a mão, e todos os membros vieram até eles.
- Bom galera – disse ele - esse é o apanhador que eu estava falando.
Todos olharam para ele, já que ele era baixinho em comparação com os outros membros.
- Bom – Andrews falou – vou lhe apresentar o resto da equipe.
- Nosso Goleiro – Daryl Evans.
Evans era um garoto alto e moreno, deveria ter 1.90 de altura.
- Batedores – Camila Hooch e Julio Waters.
Camila era a mesma garota que Kain sentou ao lado nessa manhã, Julio era um garoto branquelo, corcunda e loiro.
- Artilheiros – Eu, Rei Lee, Luna Silverbolt.
Rei era um garoto chinês, mediano, tinha olhos negros e cabelos tão negros, que eram quase azuis, Luna era uma garota ruiva, olhos verdes, uma verdadeira Albina.
- Bom – disse Andrews – vamos começar?
Todos subiram com suas vassouras, e Andrews trouxe uma para Kain.
Kain olhou para o alto, o céu estava dourado pelos últimos raios de sol, parecia que estava pegando fogo.
- Andrews – disse Kain – o que vamos treinar hoje?
- Não importa o que vamos treinar – disse ele – é o que você vai treinar!
Ele mostrara uma caixinha de vidro para Kain, lá havia a esfera pequena nomeada de Pomo de Ouro.
Kain pensou “de novo não...” e olhou cabisbaixo para o pomo e montou em sua vassoura.
Subiu até onde Andrews mandou e ficou esperando pela ordem. Mas algo estava errado, ele sentia vibrações em seu estômago. Kain estava com fome de novo e ele sabia que agora era sério.
Agora ele estava fraco, quase não conseguia olhar para frente, e não segurava a vassoura com força.
Nessa hora ele ouvira algo parecido como “Vai”.
Ele viu um vulto dourado passando por seu rosto e zumbindo no seu ouvido, ele olhara para o vulto que estava longe.
- VAI KAIN, QUE TU TÁ ESPERANDO?
Kain ouvira o capitão, e avançou até o facho de luz dourada, porém, sua mão estava cansada, ele pouco respirava.
- Ah, desculpe Andrews, mas num vai dar não!
Todos olharam para o garoto.
Ele caía como uma pedra até o chão.
Kain sentia o vento passar pelo seu rosto, e o chão se aproximando.
E tudo ficara escuro e sem som.

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