O Sonho Eterno



CAPITULO DOZE
O SONHO ETERNO

Estava escuro, úmido, e aterrorizante. Kain estava na mesma sala que estivera em seus sonhos estranhos.
- Onde, mas o quê? – Kain acordara no chão da sala – eu estava no campo de Quadribol e agora eu to aqui?
Ele ouviu passos, passos grossos, era como estivessem correndo. Vinha da parede mais próxima de Kain.
Ele se levantara e encostara o ouvido na parede de mármore e tijolos verdes.
“Gina, por favor acorde!” – ele ouvira do outro lado da parede.
- Ela não vai acordar – uma outra voz falou.
“Mas que diabos é isso?” Dizia sussurrando Kain a si mesmo.
- Tom... Tom Riddle? – dizia a outra voz, jovem e rouca – Que você quer dizer com “ela não vai acordar”? – Kain aproximou mais seu ouvido – Ela não está... Não está...?
- Ainda está viva – disse Riddle – Mas por um fio.
Kain olhou para a parede e retrucou algo como “não tem buraco?”. E voltara para a parede, para escutar novamente.
- Você é um fantasma? – disse a voz rouca.
- Uma lembrança – disse o outro
Kain sentiu uma vibração em seu peito, parecia que estava sendo observado.
E estava.
Havia um homem vestido de negro no final da sala.
- Interessante não? – perguntara o homem de negro.
- Quem é você? – perguntou Kain.
O homem aparecera atrás dele, como uma sombra se arrastando no escuro.
- Você me conhece – disse á ele – me conhece tanto, que até me teme!
Kain olhara para trás, mas ele não estava mais lá.
A cabeça de Kain começara a doer, doer tanto que não ouvia nada, apenas a voz do homem nela.
- Não há como escapar deste sonho Rellen – disse ele – você vai viver nele até o fim de sua vida!
Kain abriu os seus olhos e vira um garoto sendo atacado.
Uma grande luz ofuscante o cegara, e agora só ouvia vozes conhecidas.

KAIN... KAIN... Kain... As vozes ecoavam em sua cabeça, o trazendo para a consciência de novo.
Ele abrira os olhos, estava na enfermaria, nunca esteve lá, mas sempre há uma vez pra tudo na vida.
- Kain, ce ta legal? – perguntara Andrews.
- Poderia estar melhor – respondeu.
Ele levantara, sua cabeça doía mais que nunca, parecia que ela ia explodir, jorrando sangue pra todo lado.
- E o treino Andrews? – perguntou Kain
- Esquece – disse ele com uma cara preocupada – o campeonato começa daqui á duas semanas, deixa pra outra hora.
Nesta hora a porta da enfermaria se abrira, era Madame Pomfrey.
- Vamos garotos, deixem-no descansar – ela disse.
Todos saíram tristes, e mandaram tchau para Kain. Quando todos foram embora, dois professores do segundo ano, um era loiro e outro era ruivo, entraram na enfermaria carregando um corpo.
- Pomfrey – disse o professor de cabelos ruivos – temos um problema aqui!
Deitaram o garoto inconsciente na cama mais próxima.
- O que houve com ele? – ela perguntara.
- Envenenado – disse o loiro – talvez seja a criatura que quase matara a garota, há um mês atrás!
Pomfrey fez uma cara de concordância, e pegou no pulso do menino.
- Volte a descansar senhor Rellen – disse Pomfrey sem olhar á Kain.
O garoto virou-se e fechou os olhos, agora só restara o ouvido para prestar atenção no que eles falavam.
- Este colégio está ficando perigoso Rufus! – disse uma voz que Kain concordara que fosse á do loiro, já que Kain conseguia distinguir as vozes.
- Concordo, disso eu tenho certeza – disse Rufus – teoricamente o ministério pode vir á qualquer momento, temos que falar com Professor Auronel.
E Kain ouviu os passos de alguém se movimentar rapidamente.
- Pomfrey – disse o loiro.
- O quê – ela respondeu.
- Comunique á Auronel que chamaremos os Aurores para investigar o colégio.
- Mas Aurores são do ministério! – disse ela – eles podem fechar o castelo, que quase aconteceu em 1992.
- Não temos escolha – disse Rufus – é pelo bem dos alunos.
Todos fizeram um silêncio amargo, Kain conseguia sentir o peso da conversa naquela hora.
- Muito bem – Pomfrey disse – irei informar agora mesmo.
- Ótimo – disse Rufus – acompanharemos você.
E passos foram se se aproximando da porta, até ecoarem pelo corredor.
- Cara – disse Kain á si mesmo – preciso fazer alguma coisa.
Kain se levantou rapidamente da cama e deu uma espiada em seu relógio. Eram 20:30 ainda, devia estar na hora do jantar.
Kain vestira seu uniforme e seus sapatos, e correra para o grande salão.
Ele vinha se esgueirando pelas paredes do castelo, nenhum professor poderia vê-lo, senão seria uma detenção OU uma passagem de volta para a enfermaria.
De repente os corredores ficaram escuros, dando luzes apenas nas tochas com fogo fraco.
- Mas que diabos – disse Kain – que ta acontecendo aqui?
O corredor começara a ficar rodando para todo o lado, seria a imaginação de Kain, ou realmente aquilo estaria acontecendo?
- Olá menino nós encontramos novamente! – disse as duas luzes flutuantes que Kain vira á um mês atrás.
- Você de novo! – disse ele as duas luzes.
- Não tenho tempo para conversar contigo – disse ele – outra hora conversaremos calmamente.
E o corredor estava lá, tochas acesas, sem presença de luzes flutuantes que falam.
Kain levantou-se e espiou atrás dele, não havia ninguém.
- É melhor eu voltar – disse á si mesmo.


Estava tão frio naquela manhã, era um sábado ótimo para ficar na cama, mas seu sono seria interrompido por um grito: KAAAAAAAAAAAAAIIIINNNNNN!
Kain pulou da cama, deu um salto mortal triplo e parou no chão com uma pose de kung-fu.
Bom na verdade, Kain imaginou essa cena, ele só levantou aos berros da cama.
Era Julia, ela estava com o uniforme de Hogwarts e uma luva estranha.
- Aí dá pra pelo menos me acordar normalmente – reclamou Kain.
- Mas assim não teria graça – disse Julia.
Pomfrey colocou a ficha de alta em Kain e o liberou, o garoto correra para o salão comunal, havia várias crianças correndo pro lado e pro outro.
- Que diabos... – disse Kain.
E ele olhou para o calendário de aulas, era Dia Das Bruxas.
Kain correra para o banheiro masculino e tomara banho rapidamente, seria seu primeiro feriado em Hogwarts em toda a sua vida.

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