Esclarecimentos
Vítor correu além do que suas pernas podiam suportar.Correu como nunca correra na vida, em direção ao campo de quadribol.Assim que chegou em um trecho de grama lisa, próximo de onde a terceira tarefa estava acontecendo, o rapaz pôde escutar uma série de gritos; e pelo som, pareciam gritos assustados.
Arrepios invadiram o corpo do rapaz.Sua respiração era ofegante.Havia movimento demais para os lados de lá.Seu cérebro estava dando instruções desordenadas, queria continuar correndo, queria saber o que estava se passando ali, mas seus pés recusavam a se mexer.De repente, um barulho de grama sendo pisada invadiu os ouvidos de Vítor, o qual se virou, guiado pelos passos abafados.
Duas sombras cruzavam a escuridão rapidamente.Uma, estava atrás; segurava a segunda sombra firmemente.Parecia estar mancando e sussurrando algo no ouvido da outra sombra, a qual arfava e caminhava a mando de sua acompanhante.Vítor tentou visualizar os vultos que subiam a encosta, rumo para o castelo de Hogwarts, mas estava muito escuro, embora a noite estivesse estrelada.
E agora?Deveria segui-los?Vítor mexeu o pé direito para frente, mas uma voz alta e búlgara lhe chamou:
-Vítor!-Vítor olhou mais adiante, e viu que seus pais corriam para ele.Nesse segundo de distração, o rapaz perdeu os vultos de vista.Embora não soubesse quem eram ou por quê estariam correndo para o castelo quando a terceira tarefa do Torneio Tribruxo estava sendo sediada, Vítor sentiu uma fisgada no peito, como um aviso de catástrofes do tipo, bastante sérias.Ele continuou observando os pais se aproximarem correndo, até ficarem frente à frente.
-Vítor, meu filho, o que está acontecendo?-Perguntou a sra. Krum, em grandes pausas para tentar recuperar o fôlego.
-Por que arrumou essa corredeira?-Quis saber o sr. Krum, que estava tão arfante quanto sua esposa.-E por que parou de correr?Viu alguma coisa?
-Ai!-Exclamou Vítor, batendo a mão esquerda na cabeça cabeluda.Com aquelas sombras atravessando a escuridão e seus pais chegando correndo, o rapaz tinha se esquecido do que ia fazer.-Desculpe, mas pai, é muito importante, eu preciso ver o diretor de Hogwarts, o professor Dumbledore!-Vítor já tinha começado a correr, quando seu pai agarrou o seu braço.
-Mas que raios você quer com esse senhor?!
-Filho, explique para nós.Talvez possamos ajudar...
--Não pode mãe!Vocês não entendem!A Fleur Delacour ser atacada, eu ser estuporado, o sinal enviado para me ajudarem, as minhas visões, o meu sonho, a voz..., tudo isso teve um motivo para acontecer!Tudo!E eu preciso alertar tudo que eu lembrei para o diretor!Alguma coisa vai acontecer naquele labirinto!Depois nós conversamos... me solte pai!-Vítor se desvencilhou do aperto do pai e afastou um pouco.A sra. Krum o olhava, confusa e assustada.Ao seu lado, o sr. Krum estava inexpressivo, como se botasse a mente para funcionar e elaborar uma boa resposta para o filho.Mas Vítor não tinha tempo, cada minuto era precioso e já perdera muitos deles.
-Escutem.-Pediu, pacientemente.-<.i>Eu explico tudo para vocês, mas mais tarde.Os alunos do Dumbledore estão naquele labirinto agora; e podem estar em grande perigo.Por favor, voltem para o navio...
-Não filho, vamos com você.-Falou o sr. Krum, num tom decidido.A sra. Krum olhou para o marido, perplexa, mas o outro a ignorou.-Vamos, depressa!-Vítor deu um sorrisinho nervoso e logo recomeçou a correr, com os pais no seu alcance, rumo ao campo de quadribol, onde momentos lamentáveis foram presenciados.
-Sentem-se, por favor.-Pediu Dumbledore, para os alunos de Durmstrang.Estes, obedeceram sem demora, acomodando-se folgadamente, no banco de alvenaria da cabine ‘‘1’’.
O diretor de Hogwarts porém, permaneceu de pé, no centro do recinto.Sua expressão era séria e reflexiva.Não havia sorriso bondoso em seus lábios, nem um olhar cintilante em seus olhos; ao contrário chegavam a ser profundos e frios.Enquanto os seus colegas se sentavam, Vítor já se acomodara do lado de Poliakoff e na ponta do banco, mais próxima da porta da saída.A mensagem transmitida por Plum, informando a hora, o local e a data dessa ‘‘reunião’’, ainda não fora esclarecida, e todos demonstravam ar de curiosidade, ao olhar para Dumbledore.Vítor sabia o motivo do encontro deles.A noite passada, foi uma das piores noites que Vítor já teve em toda a sua vida.Ainda o corpo sem vida de Cedrico estava fresco em sua memória.Quando o rapaz chegou com os seus pais no campo de quadribol, já tinha acontecido o desastre que Vítor previra, tudo já tinha sido posto a prova, e começado de maneira mais pesarosa e difícil.Pessoas gritando e soluçando, os pais de Cedrico Diggory, atirados sob o corpo morto do filho, professores tentando manter a multidão, tudo isso provocou em Vítor, um desejo árduo de gritar, mas na frente daquelas pessoas desconsoladas, não ia dar certo.Chegara tarde demais para avisar Dumbledore sobre o comensal disfarçado de Alastor Moody (uma surpresa), que agora se encontrava morto, segundo Cornélio Fudge; mas, naquele momento desesperador, não foi tarde para retroceder e se trancar em sua cabine, mesmo com seus pais batendo na porta e o obrigando a abri-la.
-Muito bem, agora que estão todos satisfeitos com o almoço que tivemos poucos minutos antes, tenho o dever e a obrigação de por todos vocês, a par de acontecimentos da noite passada que lhe dizem respeito.-Começou Dumbledore, assim que o último aluno se sentou.
-Antes, eu gostaria de esclarecer alguns assuntos.Pois bem, todos os que estão presentes, receberam um comunicado pelo sr. Plum, informando a data, a hora e o local desse agrupamento, dessa reunião, e estou certo de que todos, sem exceção, se encontram neste recinto, agora.
Ouve uma rodada de acenos afirmativos com a cabeça, mas Dumbledore pareceu prever as respostas dos estudantes de Durmstrang, afinal, eram muitas as perguntas que não foram esclarecidas para deixar alguém sedento da verdade.
-Excelente.-Falou o diretor; e respirou fundo antes de prosseguir.-Continuando; todos sabem que, o que aconteceu com Cedrico Diggory, foi lastimável.Sua perda foi muito significativa e arrisco dizer, que alguns de vocês, já tiveram contato direto com Diggory, pois ele era muito querido pelas pessoas, e muito espontâneo, também.-Duas meninas ao lado de Scarllet soluçavam baixinho. Inclusive Vítor ficou triste com a morte do rapaz.
-Pois bem, esse assunto eu quero falar na frente de toda a escola.Um assunto que eu quero esclarecer para vocês, e principalmente, para o sr. Krum.-Dumbledore voltou-se para Vítor.-Seu ex-campeão, foi dominado pela maldição imperius.E quero lhes informar, praticamente todos os atos cometidos pelo sr. Krum, não podem serem julgados, pois a culpa não foi dele.O sr. Krum, aqui presente, foi mandado para afastar os outros campeões da taça, e deixar o caminho livre para Harry Potter...-Se da última vez, nem todos olharam para Vítor, desta vez, até ele se sentiu uma peça de exposição muito interessante.-... e para que ele pudesse pegar a taça, uma chava de portal, com o objetivo de ser transportado para um lugar, onde todos esses acontecimentos, aconteceram.Sei que Cornélio Fudge não poupou os detalhes desta História, então, sem mais delongas, vocês já devem ter percebido que seu diretor, Igor Karkaroff, desapareceu ontem à noite, durante a terceira tarefa.-Dumbledore olhou para os alunos por trás daqueles oclinhos de meia-lua, e notou que seus corpos se inclinaram significamente para frente, demonstrando a ansiedade em saberem sobre o sumiço do Karkaroff.Vítor aguçou os ouvidos.-Então, eu tenho que lhes informar que, seu diretor saiu do navio na hora em que o sr. Krum ainda estava se recuperando.Mecanicamente, várias cabeças se viraram novamente para Vítor, inclusive a de Dumbledore.Esse esperado movimento, constrangeu o rapaz intensamente, contudo, seus olhos não pararam de encarar os olhos azuis de Dumbledore.Pareceu que se passou muito tempo, antes de Dumbledore readquirir toda as atenções dos alunos.
-Igor Karkaroff saiu da escola, ou melhor, ele fugiu do seu passado sombrio que eu creio, vocês já o conhecem.-O diretor caminhou lentamente para a porta que dava acesso ao convés externo do navio.
-Eu quero que vocês entendam.-Falou, se virando mais uma vez para o rebanho de alunos curiosos.-Eu não estou aqui para subjugar nem criticar Karkaroff.Não; foi um caminho que ele escolheu e não vou mentir; não me agrada o seu destino e nem quero imaginar o que poderá acontecer com o pobre Igor.Mas espero que consigam um bom diretor para vocês e que possam voltar para suas casas com segurança.
Vítor suspirou.Talvez fosse por causa do Torneio Tribruxo, ele havia se esquecido de que esse era o seu último ano em Durmstrang.Um ano repleto de mudanças e acontecimentos incríveis.
-Bom, todos estão convidados para o banquete do fim do trimestre, no final dessa semana, onde porei a par de tudo, todos lá presentes.Por favor, não se sintam envergonhados com o que aconteceu.Não se culpem pelo que o seu diretor fez.Garanto a vocês que nenhum aluno irá importuná-los com perguntas indiscretas.Uma boa tarde para todos.-E no momento que bateu a porta ao sair, as conversas tinham começado.
-Vamos sair daqui.-Sugeriu Poliakoff, e Vítor concordou plenamente.Os dois se levantaram e saíram o mais depressa da cabine, para evitar os olhares dos outros.
Enquanto caminhavam pelos corredores do navio, Vítor relembrava amargamente, os fatos dos quais ele nunca imaginara que iria passar.
-Acabou que você nem falou com o diretor Dumbledore, não é.-Comentou Poliakoff, olhando para o amigo.Vítor meramente afirmou com um aceno com a cabeça.Era verdade.Quando viu o corpo jazido de Cedrico na grama, sabia que tinha chegado tarde demais e não valeria mais, contar a Dumbledore o que sabia.E acabou que teve razão.O assassino era Alastor Moody, ou melhor, um comensal se fazendo passar pelo auror e, embora Vítor não soubesse dos detalhes da história, ele e seus colegas sabiam muito bem, que tudo fora planejado, para Harry chegar à taça primeiro, a qual era uma chave do portal, onde o levou para algum lugar e foi aí, quando Cedrico morreu.Mas, depois disso, os boatos sobre a morte do rapaz e o que acontecera fora do labirinto, ou melhor, fora da escola, eram os mais absurdos.O grande bruxo das trevas, aquele quem ninguém ousa nomear; aquele quem Harry enfrentou no passado, quando ainda era um bebê, ressuscitou na frente de seu inimigo.Assim como a maioria dos estudantes, Vítor não achou esses argumentos válidos, quando Cornélio Fudge, o Ministro da Magia, declarou para a multidão abalada, ao sair do Hospital, que tudo que iam falar, não era real, e já os estavam alertando e contando essa história de ressurreição, falando como se estivessem discutindo algo simples de se resolver.
Agora, depois da confusão daquele dia, ali, com Poliakoff caminhando ao seu lado, Vítor refletia muitas e muitas vezes, e sempre chegava a conclusão de que Fudge não fora coerente o bastante, ao explicar que a causa da morte de Cedrico, foi um acidente vindo da tarefa e que Harry não vira seu inimigo ressurgir das chamas.Passou a acreditar mais na história que o Ministro da Magia considerou motivo de piada.Talvez fosse para transportá-lo a um lugar onde a morte o aguardava, já que Moody era um comensal disfarçado e, naturalmente, sentia ódio de Potter; Vítor não fazia idéia, mas a história da chave de portal acabou criando sérias dúvidas em muita gente.
Os dois amigos chegaram na cabine juntos, mas cada um foi para sua cama.Vítor começou a catar suas coisas do chão, e arrumá-las dentro das malas.Poliakoff, pra variar, começou a se admirar em frente a um espelho pequeno que acabara de tirar do bolso.
-Vítor.
-Hum?
-Você acha que alguma coisa vai acontecer com o Karkaroff?
Vítor deu de ombros.Embora Karkaroff tenha feito o que ele fez, seus pensamentos vagavam muito longe dali.Vítor procurou por um par de meias pretas, e as achou em cima da cadeira em forma de barris.Quando foi pegar, viu um envelope amarelado, em cima da mesinha xadrez.Ele o pegou e a leu nas suas costas:
Para Vítor Krum, de seu pai.
O rapaz estranhou a carta.Afinal de contas, seus pais ainda estavam aqui, ele os viu ir dormir em uma cabine desabrigada, esteve com eles ontem à noite, depois do discurso abstruso de Fudge.Só não os viu esta manhã, mas poderiam muito bem estar dormindo ainda, por isso, Vítor não quis incomodá-los.
-O que você tem aí, Vítor?-Perguntou Poliakoff curioso, olhando através do espelhinho.
-Um carrta parra mim.-Respondeu o outro, ainda olhando o envelope lacrado.-É dos meus pais.
-Dos seus pais?-Poliakoff se sentou direito.-Mas eles não estão dormindo ali do lado?
-Parece que non ecstão mais.-Vítor trocou um olhar intrigante com o amigo, depois abriu a carta e leu em silêncio:
Querido Vítor,
Eu e sua mãe lamentamos muito tudo o que aconteceu na noite passada.Mas acabamos decidindo que partiríamos quando o sol raiasse.Sua mãe, na verdade, queria levá-lo conosco para casa, porém, eu sei que você não viria por causa de seu colega do torneio, e por causa de outra coisa.
Antes de você acordar e sair da cabine, desembestado para fazer alguma coisa, eu fiquei com você sozinho, durante um tempo.E nesse tempo, você começou a se inquietar na cama e a balbuciar palavras sem sentido.Combinado essas palavras, acredito que elas tinham algo haver com uma tal de Hermy-on, ou que seja...
Vítor gelou.Durante seu sono, ele havia sonhado várias vezes com Hermione.Numa dessas vezes, ele poderia ter deixado escapar algumas palavras comprometedoras.Sua mão que segurava a carta, tremeu violentamente antes de continuar a leitura.
Mas não se preocupe, porque eu não falei nada do assunto com sua mãe (sabe como ela é).E sinceramente, estou muito feliz que você tenha encontrado uma boa garota para você, pois já estava passando da hora.Por isso e pelo outro motivo que mencionei nessa carta, eu achei que devia deixá-lo sozinho, sem constrangimento, para procurar a garota e falar com ela tudo o que sente.Tenho muito orgulho de você, meu filho, e quero parabenizá-lo, por ser tão corajoso e enfrentar dragões e sereias de cabeça erguida.Nós vamos tentar falar com o diretor de Hogwarts antes de irmos para casa.Nossas condolências para com os pais do seu amigo do Tribruxo.
Um abraço,
Seu pai.
PS. Sua mãe manda um beijo e um abraço com muito carinho. Volte com segurança.
Vítor terminou de ler a carta, e se sentou, comovido.Poliakoff foi até ele e se sentou na outra cadeira.
-O que dizia a carta?
-Meus pais já voltarram parra a nossa casa.Eles sabiam que eu non ia querrer irr emborra porr causa da morrte do Diggory.
-E daí?
-Carramba, Poliakoff!-Vítor se levantou, carrancudo.-Focê acha que é assim?O rapaz morre e eu nem dou bola, vou com os meus pais enton.Clarro que non!Fou ficarr aqui, porrque eu sei que Dumbledorre vai falar alguma coisa à respeito da morte do Cedrrico.
-Sei.-Ironizou Poliakoff, se levantando também.-Fala a verdade.Você não quer sair da escola, é para poder dar uma despedida daquelas, pra sua querida garota que nem sei o nome!Não minta, Vítor.
Vítor encarou aqueles olhos azuis escuros por um tempo, depois foi até sua mala e colocou a carta em cima do par de meias pretas.Devia respeito à memória de Cedrico, por isso não pensaria em sair antes de Dumbledore pronunciar sua morte.Mas, em seu interior, além disso, a única coisa da qual o prendia naquele lugar, era de fato, Hermione.
Poliakoff continuou a observar o amigo guardando seus pertences, até que cansou, e saiu da cabine.Vítor se sentou em sua cama e colocou os palmos de suas mãos, nos olhos.Sua pele estava fria.Todas essas coisas que aconteceram ao seu redor, parecia que alguém as pregaram uma peça, como se não fosse todos estes desastres que deveriam ter acontecido.Como seu tivessem mudado o andamento das coisas.
Vítor passou a mão nos cabelos avolumados e não creu que, há alguns meses atrás, estava com dificuldade para convidar a garota de sua vida, para o Baile de Inverno.Parecia bem mais fácil, agora que os problemas de verdade haviam começado.Vítor socou a sua coxa.Por que cargas d’água, eu me inscrevi nesse bendito Torneio Tribruxo!
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E aí, pessoal?
Espero que estejam gostando da minha fan fic, pois eu tenho me esforçado o máximo para ela ser coerente com o livro 4.
Eu quero falar com vocês uma coisa; como eu busquei informações sobre se ocorreu ou não o beijo entre os protagonistas da história, e não achei nada que me motivasse a fazer um final sem o com o beijo, eu decidi apelar para dois finais alternativos.É simples, um deles, eu aplico o beijo, o outro, eu não aplico.
Vai mudar,é a visão da personagem.Só que um vai ter beijo, e o outro não.
Continuem lendo, pois em breve o final 1 chegará!
Falous!
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