Perguntas sem respostas

Perguntas sem respostas



Vítor recobrou os sentidos, abriu os olhos e viu Alvo Dumbledore o encarando gentilmente.Ás suas costas, Harry se mantinha por perto.Fez menção de se levantar, constrangido, mas o diretor colocou a mão em seu ombro, lhe fazendo deitar de novo.De repente, a sua cabeça começou a latejar dolorosamente, como se estivesse batido em uma quina de ferro.Sem saber o que dizer ou fazer, Vítor procurou entender o que estava acontecendo.
-Ele me atacou!-Disse ele em voz baixa.Sua cabeça deu uma forte pontada, que o fez levar as mãos no cocoruto.Ao ver que Dumbledore não alterou a sua expressão calma, Vítor sentiu segurança de continuar a falar.
-O velho doido me atacou!Eu estava olhando parra os lados parra verr onde Potter tinha ido e ele me atacou pelas costas!
-Fique deitado um pouco.-Ordenou Dumbledore, mantendo as mãos em seu ombro.-Nesse momento, um barulho de passadas cortou a noite, e o meio-gigante, Hagrid apareceu entre as árvores, acompanhado por um cão de caçar javalis.Por algum motivo, ele trazia um arco com aparência nada amistosa.
-Prof. Dumbledore!Harry... que dia...?
-Hagrid, preciso que você vá buscar o prof. Karkaroff.-Pediu Dumbledore, interrompendo o gigante pasmado.-O aluno dele foi atacado.Quando terminar, por favor, alerte o prof. Moody...
-Não é necessário Dumbledore, já estou aqui.-Vítor se virou, assim como os demais e o homem cheio de cicatrizes e com um olho maior que o outro, que Vítor viu no salão, na sua primeira noite no castelo, vinha mancando lentamente, em direção ao grupo, com a sua bengala e a sua varinha acendida.-Porcaria de perna!Teria chegado mais rápido... que foi que houve?Snape me disse alguma coisa sobre Crouch... –Quando Moody mencionou aquele nome, o meio-gigante pareceu sair de um transe.
-Crouch?-Perguntou, confuso.
-Karkaroff, por favor, Hagrid!-Pediu Dumbledore, mais uma vez, embora sua voz parecesse mais ativa.
-Ah sim, certo, professor...-Hagrid saiu com seus longos passos, e com o seu cão o seguindo, até ser engolido pelo breu.Então Dumbledore se dirigiu a Moody.
-Não sei aonde foi parar Bartô Crouch, mas é essencial que o encontremos.
-Já estou indo.-Disse Moody e depois, se embrenhou na floresta, coma varinha em punho.
Á partir daí, ninguém mais falou.Harry não parava de olhar para Dumbledore, e este, para Vítor, ainda deitado.Não estava se sentindo nada bem, queria sair dali e ir para o navio, tomar um bom banho quente, e sair daquele lugar, onde provavelmente, o velho louco ainda estava rondando.Só não entrava em sua cabeça, o fato de que o sr. Crouch esperou Harry se afastar para atacá-lo.Por que não atacou os dois?Vítor parou de tentar achar uma resposta para esse problema, pois a sua cabeça agora latejava muito dolorosamente, o dando ânsia de vomitar.Mais uma vez, o barulho de passadas chegou a seus ouvidos, denunciando a volta de Hagrid com Karkaroff ao seu lado, parecendo extremamente apreensivo.
-Que é isso?-Perguntou muito pálido, vendo Vítor no chão, e Harry e Dumbledore ao seu lado.-Que é que está acontecendo?-Antes que Dumbledore pudesse responder por ele, Vítor se sentou e disse depressa:
-Fui atacado!-Respondeu, massageando a cabeça.-O sr. Crrouch ou que nome tenha... –Mas Vítor foi interrompido por Karkaroff, agitado.
-Crouch o atacou?Crouch atacou você?O juiz do Tribruxo?
-Igor.-Dumbledore começou a falar, mas Karkaroff se içou e puxou as vestes prateadas para perto, a cara tremendo de fúria, deixara a palidez.
-Traição!-Berrou Karkaroff, apontando para Dumbledore.Se Vítor estivesse em pé, com certeza ia tombar nas raízes no chão, de tamanho susto.-É uma conspiração!Você e o seu Ministro da Magia me atraíram até aqui sob falsos pretextos, Dumbledore!Isto não é uma competição honesta!Primeiro você sorrateiramente inscreve Potter no torneio, embora ele seja menor de idade!Agora um dos seus amigos do Ministério tenta pôr o meu campeão fora de ação!Estou farejando falsidade e corrupção nesse torneio todo e você, Dumbledore, você com a sua conversa de estreitar os vínculos entre bruxos estrangeiros, de refazer velhos laços, de esquecer as velhas diferenças, isto é o que eu penso de você!
Karlaroff falou muito rapidamente.Arfando furiosamente, cuspiu no chão, aos pés do diretor de Hogwarts.Com um segundo susto, ainda maior do que o primeiro, Vítor acompanhou o meio-gigante pegar o seu diretor pelas golas de suas belas vestes, e o imprensar contra uma árvore próxima.Os pés de Karkaroff balançavam no ar; tentando respirar, mas o gigante Hagrid apenas o imprensou mais.
-Peça desculpas!-Disse Hagrid, as mãos tremendo de fúria.
-Hagrid, não!-Gritou Dumbledore.O gigante soltou Karkaroff, que parecia ter corrido quilômetros, ao chão, bufando e puxando grandes golfadas de ar.
-Tenha bondade de acompanhar Harry até o castelo, Hagrid.Pediu, mais uma vez, Dumbledore, para o meio-gigante, que continuava observando Karkaroff no chão.
-Talvez seja melhor eu ficar aqui, diretor...
-Você vai levar Harry de volta ao castelo, Hagrid.Leve-o diretamente à Torre da Grifinória.E Harry, quero que fique lá.Qualquer coisa que queira fazer, corujas que queira despachar, pode esperar até amanhã, está me entendendo bem?-Falou Dumbledore, embora a sua voz, fosse calma.
-Hum, sim, senhor.-Concordou Harry e Vítor percebeu, que ele pareceu perturbado.
-Vou deixar Canino com o senhor, diretor.-Informou Hagrid, ainda observando Karkaroff no pé da árvore, ameaçadoramente.-Parado Canino.Vamos Harry.
O gigante Hagrid e Harry Potter, caminharam em direção ao castelo.Assim que eles se afastaram, Karkaroff se pôs rapidamente de pé e com um gesto quase desesperado, ajudou Vítor a se levantar.
-Você está bem, filho?Está doendo alguma coisa?-Vítor acenou negativamente com a cabeça, esfregou a mão na testa, e olhou para Dumbledore, a sua frente e de Karkaroff.Ele o encarava com aqueles olhos muitos azuis e os oclinhos de meia-lua.Karkaroff, agora abanava com a mão, os seus cabelos, tirando os gravetos e folhas que ali estavam agarrados, devido ao inesperado ataque do meio-gigante Hagrid.
-Bom, Vítor, nós não temos mais nada para fazer aqui.-Disse Karkaroff, olhando feio para o outro diretor.-Então voltemos para o navio.-Eles começaram a andar, quando Dumbledore os fez parar.
-Não, Igor.Tenho ainda, uma coisa para tratar com o sr. Krum.Se não se importa, gostaria de que me acompanhasse.-Vítor jamais esperara este convite do diretor de Hogwarts.E pela expressão de Karkaroff, ele também não estava esperando.Se Dumbledore realmente queria que Vítor o acompanhasse, era para, naturalmente falarem do que aconteceu.Isso devia ser de máxima importância, onde qualquer detalhe, qualquer coisa, poderia ajudar o diretor.Vítor apenas não sabia o que o interessava, sendo que fora estuporado, e deixara o homem fugir.Era realmente intrigante e curioso.
-Mas é claro que ele não vai com você, Dumbledore!Era só o que faltava!
-Se quiser, Igor, pode vir também.Com certeza, não vai interferir em nada.-Mais uma vez, Karkaroff demonstrou surpresa.Para Vítor, tudo foi minuciosamente planejado pelo diretor de Hogwarts, com o pretexto de deixá-lo a sós.
-Ora, eu... eu não vou seguir você!Não venha com este papinho de amizade para mim!Nada vai mudar agora, Dumbledore!Agora, se me der licença, vamos voltar para o navio.Vamos Vítor.-Karkaroff recomeçou a caminhar, mas para sua surpresa, Vítor nem se moveu.Mirou Dumbledore, sorridente, e depois se voltou para o seu diretor.
-Dirretorr, eu vou.
-Vai?Vai para onde, rapaz?-Perguntou Karkaroff, sem entender, virando para encarar o campeão.
-Eu vou com o senhorr.-Desta vez, Vítor se dirigiu á Dumbledore.Nem ele sabia exatamente, porque e onde queria acompanhar o bruxo, mas algo lhe dizia, que essa era uma ótima oportunidade, para encontrar Hermione, e talvez, até ajudar Dumbledore em alguma coisa que não tenha dado importância, alguma pista do paradeiro do sr. Crouch, antes de ser estuporado.Contudo, o primeiro motivo, o motivava mais a acompanhá-lo; ir ao castelo com esta desculpa, era uma chance única.
-Excelente!-Exclamou Dumbledore, satisfeito.-Vamos então.-O diretor começou a subir, pelo mesmo caminho em que passaram Harry e Hagrid.Vítor olhou para Karkaroff, o rosto ficando num tom arroxeado, mas sem se mexer; então, seguiu-o.
Vítor foi seguido pelos olhares de alguns poucos estudantes que seguiam para os seus dormitórios, parando para observar Dumbledore abrir passagem pelo saguão, e subir a escada de mármore com o campeão no seu encalço.Eles caminharam sem parar, o diretor sempre á frente; e para a decepção de Vítor, não havia sinal algum de Hermione.Já devia estar no seu dormitório.De repente, Dumbledore parou em frente a uma grande gárgula de pedra, no fim do corredor.
-Torrão de batata.-Anunciou Dumbledore e Vítor ficou pasmo em saber que o diretor se dirigiu à gárgula de pedra.Em Durmstrang, ele nunca vira isso.
Para a sua surpresa, a gárgula criou vida.Saltou para o lado, permitindo que uma escada circular surgisse.E foi por ela que Dumbledore continuou o seu misterioso caminho.Ainda inseguro do que ia acontecer, Vítor o imitou.
No fim da escada em espiral, o diretor passou por uma porta de carvalho, e a manteve aberta, indicando para Vítor entrar.E entrou.
Era sem dúvida, uma bela sala circular.Havia vários instrumentos de prata, muito estranhos, que soltavam baforadas de fumaça e faziam zunidos engraçados, sustentados por mesinhas de pernas finas de madeira.Uma escrivaninha estava um pouco mais à frente, de onde Vítor estava parado, abismado, contemplando os retratos de bruxos e bruxas, ao longo das paredes.Naturalmente, os ex-diretores de Hogwarts.Dumbledore se sentou na escrivaninha, de frente para a porta e ajeitou educadamente a capa.
-Sente-se.-Sugeriu Dumbledore, indicando a mão em uma cadeira de frente para a parede atrás da escrivaninha, onde uma reluzente espada, cintilava em sua redoma, e um chapéu muito sujo e remendado apontava para Vítor, como se o estudasse.O rapaz se sentou e encarou Dumbledore, encabulado, ao ver que o diretor sorria para ele de mãos juntas, sobre a escrivaninha.
-Muito bem.-Começou, avaliando Vítor através daqueles oclinhos de meia lua.-Sr. Krum, eu tenho conhecimento, tanto quanto você, de que não nos conhecemos devidamente necessário.-Vítor concordou rapidamente com a cabeça, e passou a olhar para os pés da escrivaninha.-Mas, eu gostaria de que me contasse, nos mínimos detalhes, o que o senhor e o Harry estavam fazendo naquela parte da propriedade e, como foi o encontro entre vocês, e o sr. Crouch.Por favor, é de muita importância, que você me conte tudo.Obviamente, o que conseguir se lembrar.
Agora estava explicado, embora Vítor não soubesse qual era a importância de um velho doido estar perambulando pela propriedade, exceto ter esperado o Harry sair para poder atacá-lo, devia ser muito importante para o velho que o encarava atentamente.Respirou profundamente, e começou a contar.
Dumbledore franzia a testa a cada palavra.Tudo que Vítor conseguia se lembrar, ele parecia absorver isso e mais um pouco.O céu lá fora estava muito escuro.As estrelas não estavam á vista, devido a grande quantidade de nuvens flutuando lentamente naquela imensidão negra.Era muito estranho estar falando com o diretor.É como se estivesse recompondo todo o tempo perdido, sem conversar, quase o ano inteiro.Não se sentia tímido, ao contrário, Dumbledore lhe passava mais segurança do que o próprio Karkaroff.
-... e aí, eu o ouvi grritarr o feitiço.Depois eu caí, estuporrado.-Vítor terminou, mas Dumbledore continuou o observando por um tempo, antes de se levantar e caminhar para um grande armário negro as suas costas.
-Muito indagador.-Falou Dumbledore de repente, abrindo o armário negro.Assim que ele o abriu totalmente, uma luz branco-prateada, refletiu na figura de Dumbledore.De sua cadeira, Vítor contemplou, horrorizado, o diretor levar a sua varinha na têmpora e puxar, colada em sua ponta, uma grossa linha perolada, de aparência indefinida.Ele depositou a linha grossa, dentro de algum recipiente e passou a contemplar o que estava dentro do armário.
O rapaz não sabia se já podia se retirar.Queria uma explicação mais clara do que acontecera, se ajudara em alguma coisa, ou se não fora de nenhuma serventia.Vítor ia se levantar, quando Dumbledore falou, ainda de costas para ele.
-Muito bem, sr. Krum.O senhor e Harry, acabaram ficando para trás, enquanto a srta. Delacour e Cedrico, rumaram para o castelo, junto com o sr. Bagman.Então viram o sr. Crouch saindo da floresta.É só isso?
Vítor congelou.Mas é claro que ele não contara a sua verdadeira conversa com Harry, pois não ia dividir, nem dar motivos para Hermione ganhar mais berradores e acabar se machucando mais seriamente.E refletindo mais um pouco, o campeão sentiu um aperto no coração, só de imaginar, se Harry revelasse a conversa que tinham tido para todos da escola, e pior, para Hermione.Seria totalmente catastrófico, se Hermione chegasse para ele, procurando saber se era verdade o que dissera para Harry.Não estava preparado para isso, não mesmo.
-Sim senhorr, nós fomos chamados parra serrmos avisados sobrre a última tarrefa, e na volta, eu e o Potter acabamos ficando parra trás.
Dumbledore ergueu a cabeça, se afastou do armário, e o fechou, com um estalido.Depois contornou Vítor e voltou a se sentar na escrivaninha.
-Certo, bom, creio que Igor não vai gostar de que o senhor chegue ao navio, tão tarde.Obrigado sr. Krum.-Dumbledore sorriu.Vítor deu um sorrisinho rápido, se levantou e caminhou devagar, para a porta de carvalho.

Vítor estava tão contente e aliviado por descobrir que Hermione não o enganava, com Harry, que mal se preocupou mais com a conversa misteriosa que teve com o diretor de Hogwarts, na noite passada.De fato, Karkaroff o ficou esperando em sua cabine, junto com o curioso e intrometido Poliakoff.Embora Vítor estivesse de bom humor, na hora que Karkaroff começou a passar sermão e conselhos ‘‘paternais’’, ele pegou a sua toalha e a sua roupa de dormir, e foi para o banheiro, sem dizer uma palavra.E quando voltou, Karkaroff tinha voltado para a sua cabine, e Poliakoff já roncava sonoramente.
Agora Vítor se encontrava no convés externo do navio, praticando o feitiço estuporante, para a terceira tarefa e pensando em dar uma voltinha pelo castelo, para ver se conseguia encontrar Hermione e falar com ela.Poliakoff também estava no convés, servindo de alvo para os feitiços lançados por Vítor (Karkaroff o havia obrigado).Desde ontem à noite, Poliakoff não mencionara nada sobre o acontecimento na orla da floresta proibida.
-Chega, Vítor.-Suplicou Poliakoff, se levantando pela sétima vez seguida, do chão fedido de algas.-Não agüento mais.Minha cabeça já está doendo.
-Parrarria de doerr, se focê non insistisse de cair longe das almofadas.-Respondeu Vítor, girando a varinha nas mãos.
-Pois eu acho que você só quer aprender este feitiço, por causa de ontem.-Vítor mirou Poliakoff, concluindo a sua hipótese.O amigo só estava esperando que se abrisse uma brecha, para conversarem sobre a história da noite passada.
-Se focê non sabe, Ian.Eu tenho que trreinarr parra a terrceirra tarrefa.
-Eu sei.Mas Vítor, é verdade mesmo que você foi estuporado?
-É sim.-Respondeu, mirando a varinha no peito de Poliakoff.O rapaz nem notou.
-E é verdade que o meio-gigante quase matou Karkaroff, enforcando-o?-Perguntou Poliakoff, interessado.Vítor franziu a testa.A sua varinha mirando o coração do amigo.
-Como é que focê ecstá sabendo disso, Ian?
-Ora, Karkaroff reuniu todos na cabine um, para nos avisar que não nos quer convivendo com os alunos de Hogwarts.E depois, narrou o que aconteceu na floresta, para garantir que a sua ordem fosse cumprida.-Vitor descansou a mão.Sentiu uma onda de arrepios, antes de se voltar para Poliakoff.
-Hum...e ele, bem... Karrkarroff disse por que estávamos lá?
-Ele falou que vocês tinham ficado para trás, quando terminaram de saber qual era a terceira tarefa, e disso eu já sabia..Depois ele disse que um funcionário do ministério deles apareceu e te estuporou, quando o Potter se afastou.O resto, eu acho que você já sabe.-Poliakoff virou de costas, para ajeitar as almofadas no chão.Vítor o ficou observando.Sim, ele sabia do resto da história e dava graças á Deus que ela não se esvaísse.Pelo menos as pessoas não iam ficar comentando o que aconteceu naquela noite.
Aliviado, tomou grande fôlego, e lançou o feitiço nas costas de Poliakoff.O amigo foi atirado bem no meio das almofadas que estava arrumando.



Compartilhe!

anúncio

Comentários (0)

Não há comentários. Seja o primeiro!
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.