Dúvidas Cruéis
-Foi melhor assim Vítor.-Consolou Poliakoff, dando palmadinhas no ombro do amigo.
-Eu non sei o que deu em mim Ian.-Disse Vítor, penalizado.Ele se levantou de sua cama d’água e passou a caminhar pela cabine.-Eu prraticamente a forrçei virr comigo parra a sua festa.
-Ora Vítor!-Exclamou Poliakoff impaciente.-Isso já faz semanas!
-Pode fazerr semanas, Ian.Mas, e se ela está namorrando o tal Harry Potter, de verdade?E se aquele jorrnal que Karrkarrff esfrregou na minha carra, estiverr relatando a verrdade dos fatos?E se...?
-Calma, Vítor!-Impacientou-se de vez Poliakoff.-Você fica ai, se remoendo com estas perguntas e não tem coragem de tirar as suas dúvidas com ela.Quem se importa que a repórter tenha descoberto, de alguma forma, a sua declaração, no dia da segunda tarefa?Se você gosta da garota de verdade, deve esclarecer tudo com ela.
-Mas ela tem me evitado.Non fai à biblioteca e, non sai mais de perrto daquele Potter.Como eu fou conseguirr falarr com ela, decste jeito?-Poliakoff coçou o seu queixo, procurando alguma resposta para a pergunta de Vítor.Mas quando tornou a falar, mudou de assunto, radicalmente.
-A Scarlett está te dando a maior bola, Vítor.Por que você não investe nela?Você viu o jeito que ela se insinuou para você, na minha festa?
-Eu non querro a Scarrlett!Eu querro é a Hermi-ô-nini!-Gritou Vítor, salpicando Poliakoff com cuspe.-Será que é tão difícil você entender, Ian?-Ao ver que Poliakoff não respondia, Vítor bufou e saiu da cabine, batendo fortemente a porta, ao passar.
Vítor não conseguia entender o comportamento não só de Poliakoff, mas o de todo mundo.Afinal, não era bom encontrar alguma pessoa para compartilhar os seus sentimentos, a sua vida?Independentemente do que ela seja, mestiça, trouxa ou puro sangue, o amor é que conta.Agora todos opinam mal,sobre a sua escolha.É ele quem gosta de Hermione e isso não vai mudar apenas por que ela é descendente de trouxas.
Outra coisa que o incomodava, era o artigo que uma repórter chamada Rita Skeeter publicara em fevereiro, denunciando a sua posição, em relação ao que sentia por Hermione e o que confessara para ela, no dia da segunda tarefa.Como ela tinha descoberto, Vítor não fazia idéia e nem queria saber, pois quando pensava na notícia, tinha vontade de desaparecer do mapa.E o pior; Vítor não tinha suficiente coragem para procurar Hermione para discutirem sobre o assunto.E sem contar também, que se as pessoas os vissem juntos, o céu ia terminar de cair.O rapaz não parava de pensar o que estaria acontecendo com Hermione agora, se estaria mesmo com Harry Potter, se o iludira daquele jeito, se estava sendo caçoada por causa do artigo, ou se estaria desmentindo tudo que eles falaram na beira do lago.Isso, mais do que qualquer outra coisa, o chatearia profundamente.
Ao entrar em contato com o ar seco de Março no rosto, Vítor tratou de vestir as luvas de couro, guardadas no interior do seu casaco de peles.Estava decidido, iria procurar Hermione para conversarem sobre os acontecimentos recentes e se pudessem, encontrarem juntos, uma solução para este problema.
Vítor desceu do pranchão e começou a subir a encosta, em direção aos jardins do castelo.Não havia ninguém aos arredores; naturalmente, os estudantes estariam aproveitando o fim de semana no aconchego de suas salas comunais.Mas ele não ia desistir, procuraria Hermione por todo o castelo e se fosse preciso, a obrigaria falar com ele.Não agüentava as suas fugidas, queria conversar com ela, pois era a única pessoa que o fazia se sentir melhor.
Vítor subiu toda a encosta, para os jardins próximo as portas de carvalho e procurou um banco de pedra, para se sentar e refletir o que tinha que fazer, mas não tinha muita coragem de fazer.Se sentou em um banco distante dos estudantes que ali passavam, colocou os palmos das mãos no rosto e apoiou os cotovelos na coxa.Estava totalmente perdido, precisava de Hermione; nunca se dera conta do tamanho de sua importância para ele.Tinha que esclarecer o artigo da repórter, isto estava reprimido em sua garganta.E se Hermione estivesse mesmo namorando Harry Potter, Vítor não conseguiria suportar.Todas aquelas insinuações que Rita Skeeter apontou, em Hermione, Vítor tinha quase certeza de que era mentira.A garota não podia ter preparado poções do amor, isto era muito claro; porque Vítor nunca chegara a beber algo oferecido por ela, e toda vez que via Hermione com Harry, ele parecia completamente são.Mesmo com todas estas suposições, o rapaz se sentia inquieto.Sabia perfeitamente do mal que causara ao dizer a verdade, naquele dia perto do lago, não só para ele, mas também para Hermione.Vítor sentia os olhares das pessoas do castelo e até de seus amigos; um olhar diferente do que qualquer outro que já lhe lançaram, contudo, devido a sua grande falta de espontaneidade, as pessoas acabavam por cochichar cada vez que Vítor passava por um corredor, ou pelos jardins.Até Karkaroff estava mais distante dele.
-Vítor?-Vítor levantou a cabeça e na sua frente, estava Cedrico Diggory, de mãos dadas com uma linda garota com longos cabelos pretos e lisos.-Está sozinho, ou esperando alguém?-Vítor não esperava isso.Mesmo vindo de um rapaz tão educado como Diggory.A garota de mãos dadas com ele, parecia um pouco ansiosa e ele tinha uma idéia do por quê dessa ansiedade.
-Eu...ecstou indo parra a biblioteca.-Disse se levantando.Vítor olhou por cima do ombro de Cedrico, e mais a frente, um grupo de estudantes observava os três, ele, Cedrico e a garota, rindo e alguns, cruzando os dedos.
-É alguma coisa importante?-Vítor franziu a testa.Onde o Diggory pretendia chegar?Sem querer deixar escapar um tom grosso na voz, o rapaz apenas balançou negativamente com a cabeça.Cedrico parecia totalmente descontraído; como se estivesse conversando com um amigo de longa data.
-Ótimo!Então por quê não vem se juntar a nós?Para conversar, entende.-Vítor acabou de entender qual era a intenção de Cedrico.Ele pretendera chamá-lo para relatar detalhadamente, sobre o artigo do Semanário das Bruxas, mas ele não ia fazer papel de idiota na frente de gente que ele nem conhece.
-Desculpa, Cedrrico, mas bem, eu...sabe... –Vítor se deu conta da burrice que fizera, ao revelar onde estava indo e dizer que não era de grande importância.Agora não tinha uma desculpa satisfatória para pular fora daquela situação.
-Muito bem, então venha.-Cedrico fez um gesto com a mão, sem ser a que segurava a mão da garota, e começou a andar.Vítor continuou parado onde estava.Cedrico se virou para ele.-Ei!Pode vir Vítor!-Vítor teve um súbito acesso de andar, mas parou a meio passo, e ao invés de ficar carrancudo, ou olhar para o chão, ele disse com a voz mais firme e decidida:
-Posso te darr uma palavrrinha, Cedrrico?
-Ã...claro.-A garota fez menção de seguí-lo, mas Cedrico lançou-lhe um olhar indagador, indicando os amigos mais à frente.Ela não pareceu muito satisfeita, mas fez o que Cedrico parecia ter lhe passado.Deu as costas e foi se juntar ao bando de amigos, do outro lado do pátio.
-Então, o que houve?-Perguntou Cedrico, se sentando no banco, depois que Vítor o fez.
-Pom, non me tome como um grrosseirro, Cedrico, mas por que ecste súbito convite?
-Ora, eu pensei que, já que, estava...bom, anda sempre sozinho, entende...-Mas antes que Cedrico pudesse terminar de explicar, Vítor deixou escapar a verdadeira pergunta que queria questionar.
-É porr causa daquele noticiárrio, non é?-Disse, em tom de displicência.-Focê querr que eu diga a seus amigos se aquela reporrtagem é verrdadeirra, se eu disse tudo aquilo mesmo, non é?
-Claro que não!-Exclamou Cedrico, parecendo indignado.-Era só porque você sempre anda sozinho e não finja que não é, mas tem muita dificuldade de se enturmar.O ano está chegando ao fim, e não vi você conversando com muitas pessoas do castelo.-Vítor sentiu-se murchar.Era óbvio que ofendera Cedrico.Mesmo não o conhecendo muito bem, dava para ver através daqueles olhos cinzentos, a grande pessoa que Diggory era.Pensara o pior de uma pessoa diferente dele, e Hermione pertencia no mundo de Cedrico também.Vítor gostava muito dela, uma garota nobre de coração e super motivadora; não tinha nenhum preconceito dela, mas percebeu que estava conceituando mal, um garoto mais parecido com ela, do que ele próprio.
-Perrdão Cedrrico.-Pediu Vítor, rezando para não ter sido tão grosso quanto pensou ter sido.-Me descontrrolei, non sabe o que eu tenho passado...
-Ah, discordo com você, amigo.-Disse Cedrico, e para o alívio de Vítor, o rapaz sorria para ele.-Eu sei exatamente o que você está passando.Esqueceu que eu vivo no castelo?E...convivo perto da Granger?-Vítor virou tão rápido para Cedrico, que estalou o pescoço.O que ele estava querendo dizer?Será que ele sabia os seus sentimentos por Hermione?Estava tão estampado na sua cara?
-O que focê querr dizerr?Hermi-ô-nini está pem?-Vítor viu Cedrico suspirar.Seu coração começou a acelerar.Alguma coisa estava acontecendo com Hermione, e seja lá o que for, grande parte da culpa, era dele.
-Bom, o correio dela não está sendo tão simpático, sabe.-Cedrico parou de falar.Mirou Vítor, buscando alguma resposta; provavelmente, querendo esclarecer alguns pontos da maldita reportagem da repórter Rita Skeeter.
-Eu li a notícia e non acrredito que Hermi-ô-nini tenha feito nada do que aquele arrtigo disse, se é isso que focê quer saperr.
-Eu também não acredito, Vítor, mas infelizmente, a maioria da escola, pensa diferente.E os leitores também.
-Como é que focê sabe?-Perguntou Vítor, depressa, o coração pulsando rápido e dolorosamente.
-Bom, na hora do correio matinal, normalmente, as corujas não mandam pús venenoso para os estudantes, nem berradores com ofensas que fariam a pessoa se sentir um rato extremamente insignificante...
-O QUÊ!-Vítor gritou tão alto, que o grupinho em que estava a namorada de Cedrico, e mais alguns, olharam em sua direção, espantados.Cedrico arregalou os olhos.-Er...-começou a falar, abaixando ligeiramente a voz.-Ela ecstá pem?Que tipo de planta erra?
-Eu não tenho certeza.-Respondeu Cedrico, um pouco mais afastado de Vítor.-Mas eu vi o monte de corujas, trazendo cartas anônimas para ela, no salão.E ouvi falar, que em um destes envelopes, continha pús de bubotúberas, que derramou nela.
-Ah, meu Deus!-Penalizou Vítor, descansando a cabeça nas mãos.-E os berradorres?Já non bastava ecste pús?
-Parece que não.Depois do artigo da Skeeter e das cartas, pareceu que a Granger começou a não abri-las mais.Mas acabou que os leitores mandaram berradores que explodiam e berravam ofensas que eu não me atrevo a repetir, onde o Harry entrava como vítima.-Vítor fechou os olhos ao ouvir aquele nome.Mais uma vez, Harry Potter entrava em seu caminho.
-Pom, o que focê achou do arrtigo?
-Eu?Ãã... –Cedrico coçou atrás da orelha, e por algum motivo, deu uma espiada no grupo de alunos que rodeavam a sua namorada.Por fim, respondeu:
-Olha, vou te ser sincero.Eu não sei se eles estão juntos, pois não ando com eles, mas... talvez estejam, não tenho certeza.Sabe, sempre andam juntos.-Vítor moldou a sua face carrancuda, para uma face mais carrancuda ainda.Se levantou e já ia saindo quando Cedrico falou do banco.
-Mas, eu acho que você devia é falar com a Granger se quer explicações.
Vítor sabia que Cedrico estava certo, devia procurar Hermione para esclarecer tudo.Mas havia um problema: como falar com ela sozinha?O rapaz caminhou depressa, rumo à biblioteca, desta vez, decidido a ver Hermione entrando com ou sem companhia, para porem tudo em pratos limpos.Em cada corredor que Vítor cruzava, os murmúrios só aumentavam.As pessoas o olhavam, com a testa franzida, outros tampavam a boca com a mão para cochichar com o colega ao lado.Mas come sempre fazia, Vítor passou por elas, com as mãos nos bolsos e os olhos fixos no chão e pedra.
Quando chegou na biblioteca, Vítor deu um giro, para ver todos os lados do recinto, garantindo a presença, ou não, de Hermione.Diminuiu o passo ao rumar para uma mesa cheia de livros, se sentou e logo começou a folhear as páginas, olhando vez ou outra, a porta da biblioteca.
Se passaram o que parecia ter sido uma hora; uma hora inteira esperando uma pessoa que não viria.Inconformado com a sua falta de sorte, cheio de raiva e frustração, Vítor se dá por vencido.Fechou o livro que estava lendo com tanta violência, que o fez voar no chão e cair com estrondo.
-Seu pervertido!Como se atreve tratar meus livros assim!FORA!FORA!-Madame Pince, a bibliotecária se levantou com surpreendente rapidez e correu para pegar o livro no chão, antes que Vítor pudesse se levantar.
-SAIA DAQUI!JÁ!-Sem esperar uma segunda ordem, Vítor caminhou muito rápido para fora da biblioteca, e apenas diminuiu a velocidade, quando viu Hermione no Salão Principal.O rapaz ficou parado no meio do saguão, observando Hermione comer, junto com o amigo ruivo e – Vítor ficou carrancudo – Harry Potter.
-Agora, imagino que podem adivinhar o que estamos fazendo aqui?-Disse Ludo Bagman, se dirigindo aos quatro campeões.Estavam na última semana de maio e desde a sua conversa com Cedrico Diggory, Vítor não havia sequer visto Hermione, por isso, passou a ficar mais tempo no navio.Agora, finalmente, as gozações e sermões sobre o artigo da Skeeter, haviam diminuído um pouco, mas mesmo assim, Vítor lembrava como se fosse ontem, a sua visão de Hermione com Harry Potter, no Salão Principal.Talvez fosse porque estivesse perdido a coragem de falar com ela, ou talvez fosse pelo fato de que ela não queria chegar nele, mas Vítor definhou estes meses todos, querendo uma resposta concreta de que estava errado, de que Hermione estava bem.E foi hoje, no final de maio, que Vítor encontrou o seu rival e estava bem próximo a ele, dentro do campo de quadribol da escola, cortado por pequenas sebes, escutando as instruções de Bagman para realizarem a terceira tarefa.
Será possível que todos eram burros a ponto de não saberem o que vinha a ser a terceira tarefa?
-Labirinto.-Disse Vítor, com os braços cruzados, olhando Bagman.
-Acertou!Um labirinto.A terceira tarefa na realidade é muito simples.A taça do Torneio Tribruxo será colocada no centro do labirinto.O primeiro campeão que puser a mão nela recebe a nota máxima.-Explicou Bagman, excitado.
-Temes samplement que atrravessar o labirrinto?-Perguntou Fleur.
-Haverá obstáculos.Hagrid está providenciando algumas criaturas... e haverá também feitiços que vocês precisarão desfazer... essas coisas que vocês já conhecem.Agora, os campeões que estão liderando a contagem de pontos entrarão primeiro no labirinto.-Vítor viu Bagman sorrir para Harry e Cedrico.-Depois entrará o sr. Krum... depois a srta. Delacour.Mas todos terão a mesma possibilidade de vencer, dependendo da perícia com que superarem os obstáculos.Será divertido, não acham?
Parra focê, que non vai entrar no labirinto.-Pensou Vítor carrancudo, mas concordou com a cabeça, assim como os demais.
-Muito bem... se não tiverem nenhuma pergunta a fazer, vamos voltar para o castelo, está meio frio...
Então eles começaram a saltar as pequenas sebes, rumo ao castelo, mas Vítor não tinha a mínima intenção de ir ao Navio de Durmstrang, para ficar repetindo para Karkaroff e Poliakoff, qual será a terceira tarefa.Ao invés disso, não se conteve e bateu no ombro de Harry, que caminhava ao lado de Bagman.O menino parou e se virou.Bagman fez o mesmo.
-Posso falarr com focê?-Perguntou Vítor, se agüentando para não voar no garoto, embora não fosse do tipo violento.
-Claro que sim.-Respondeu Harry, parecendo surpreso.Não era para menos, Vítor jamais procurara conversar com ele.
-Focê pode andarr um pouco comigo?-Disse Vítor.Bagman pareceu desconcertado.
-OK.
-Esperarei por você, Harry, está bem?-Disse Bagman.
-Não, está tudo OK, sr. Bagman.Acho que posso encontrar o caminho para o castelo sozinho, obrigado.
Vítor pretendia levar Harry para um lugar reservado.Ao ver que não estavam tomando o caminho para o Navio de Dursmtrang, Harry pareceu curioso.
-Para que estamos indo nesta direção?
-Non querro que me ouçam.-Respondeu Vítor, seco.O rapaz conduziu Harry para um grupo de árvores próximo ao picadeiro dos cavalos de Beauxbatons e encarou Harry.
-Querro saberr que é que há entre focê e Hermi-ô-nini.-Por alguma razão, Vítor viu, Harry pareceu ligeiramente admirado com aquela pergunta, como se isso não fosse de tal importância que merecesse ser discutido.Por fim, ele ergueu os olhos e respondeu na maior cara de admiração:
-Nada.-Vítor sentiu o seu sangue borbulhar.Estava gozando da sua cara?Harry arregalou os olhos para ele, talvez avaliando as possibilidades de ser azarado ali, mas Vítor não se rebaixava a tal ponto, apenas esperou uma resposta mais complexa.-Somos amigos.Ela não é minha namorada nem nunca foi.Aquela tal ta Skeeter está inventando coisas.-Era muito difícil de acreditar no que estava ouvindo.Vítor avaliou as possibilidades de Harry não estar dizendo a verdade, mas mesmo que estivesse mentindo, que motivos teria?
-Hermi-ô-nini fala muito de focê.-Mentiu Vítor.Se bem que de uma certa forma, era verdade.Fosse ou não fosse, queria acabar com aquilo de uma vez só, e estava começando a ficar aliviado.
-Claro, porque somos amigos.-Seria possível ser verdade?Hermione nunca tivera qualquer relacionamento com Harry, que não fosse apenas amizade?Vindo dele, parecia verdade.Já que ele também fora mencionado no artigo e sofrera quase tanto, quanto Hermione e ele próprio.
-Focê nunca... focê non...
-Não.-Respondeu Harry, sério.Vítor se conteve com aquilo.De repente, se sentiu mais feliz.Agora poderia falar com Hermioe, sem a ver como uma espécie de infiel aos seus sentimentos.
-Focê foa muito bem.Fiquei assistindo a você durante a primeira tarefa.-Elogiou Vítor, tentando ser mais simpático, agora que sabia a verdade.
-Obrigado.-Agradeceu Harry, radiante.-Vi você na Copa Mundial de Quadribol.Naquela Finta de Wroski, você realmente...
Mas Harry parou abruptamente de falar.Seu olhar focalizou as árvores atrás de Vítor, então, o pegou pelo braço e o puxou para perto, ainda olhando as árvores.
-Que foi?-Perguntou Vítor, intrigado, mas Harry balançou a cabeça.O garoto meteu as mãos nos bolsos, mas antes de pegar o que quer que fosse, um homem saiu ziguezagueando de trás de um carvalho.Estava totalmente desgastado; as vestes sujas, o cabelo e a barba grandes e o mais estranho era que o homem parecia falar com alguém que só ele podia ver.
Vítor o observou mais atentamente, nervoso, reconheceu o homem da bancada dos juízes e da sua visita na mansão da Bulgária, um dia antes da Copa Mundial.
-Ele non erra um dos juízes?-Perguntou para Harry.-Non é do seu ministérrio?-Vítor viu Harry acenar afirmativamente com a cabeça, então o homem começou a falar com o carvalho, convencido de que falava com alguém.Harry se aproximou lentamente e chamou pelo seu nome.Aí acabou se lembrando completamente do homem, Bartolomeu Crouch.Mas ele não respondeu, continuou a falar com a árvore.De repente, caiu de joelhos e Harry o chamou mais uma vez.Vítor estava começando a ficar assustado, queria dizer alguma coisa, mais não saiu nada de sua boca quando Harry o viu afastado dele e do sr. Crouch.
-Que é que ele tem?-Perguntou Vítor, com a voz rouca.
-Não faço idéia.Escuta aqui, é melhor você ir buscar alguém...
-Dumbledore!-Disse Crouch, de repente.Depois se aproximou de Harry e segurou firmemente nas suas vestes.Vítor recuou mais.Sem dúvida, o sr. Crouch estava insano.Começou a balbuciar palavras sem sentido, sobre querer ver Alvo Dumbledore, e para a confirmação de Vítor, sobre a sua insanidade, Crouch largou Harry e recomeçou a falar com a árvore.
-Você fica aqui com ele!-Disse Harry, fazendo Vítor tirar os olhos do juíz.-Eu vou buscar Dumbledore, faço isso mais rápido, sei onde é o escritório dele...
-Ele está doido.-Respondeu Vítor, rapidamente.Não queria ficar sozinho com aquele homem maluco.
-Só precisa ficar aqui com ele.-Disse Harry, mas quando fez menção de se levantar, o sr. Crouch voltou a agarrá-lo e balbuciou mais do que nunca.Palavras que Vítor não conseguia entender muito bem.Mas afinal, ele estava maluco...não podia estar falando coisa com coisa...
-Quer me ajudar, por favor?-Pediu Harry alterado.Vítor hesitou, mas agachou-se ao lado deles e ficou olhando para o homem.
Harry disparou rumo ao castelo, e Vítor apreensivo, gritou de onde estava:
-Non demorre, por favorr.-O rapaz olhou para Crouch, que continuava ajoelhado ao seu lado, então andou uns passos para frente, para ver se podia ver onde Harry estava; mas um barulho atrás de si o distraiu e quando ele ia se virar, escutou uma voz masculina gritar:
-ESTUPEFAÇA!-
Vítor tombou no chão, estuporado.
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