Capítulo V
He'd been always in her life,
Ele sempre esteve na vida dela,
And the first time that he had kissed her lips,
E na primeira vez que ele beijou os lábios dela,
She knew it deep inside, that this was:
Ela soube profundamente, que isso era:
Love of a different world, love of the ancient ones, love of the life.
Amor de um mundo diferente, amor dos antigos, amor de uma vida.
Junto com o vento frio típico do outono de fim de Outubro, veio a expectativa do inicio da temporada de jogos de Quadribol. E o primeiro jogo daquele ano, seria Grifinória versus Corvinal.
E, naturalmente, a expectativa trazia preocupação esportiva para o capitão.
Tiago andava de um lado para o outro, na Sala Comunal. Trazia as mãos em concha nas costas, a cabeça voltada para o chão, a testa franzida.
-- Pontas, pelo amor de Merlin! – exclamou Sirius de repente, que tentava fazer alguma redação de ultima hora. Ele ergueu o olhar dos pergaminhos que tinha no colo para fixá-lo em Tiago. – Você vai abrir um buraco no chão desse jeito! Além de que é impossível tentar fazer isso com você bufando ai atrás.
-- Eu não consigo parar, Sirius! Nós temos que treinar... – ele parou de andar. – Lena. – chamou, e a garota ao lado de Sirius ergueu o rosto do dever de Poções.
-- Sim? -- respondeu uma de suas melhores artilheiras.
-- Convoque o time e diga para estarem no campo hoje, logo depois das cinco, certo?
A garota assentiu, e sob o olhar reprovador de Sirius, ergueu-se, enfiando os pergaminhos em branco dentro da mala. Mas antes que pudesse sair, a professora McGonagall entrou na Torre da Grifinória.
Ela passou os olhos severos por todos os presentes e dirigiu-se a Tiago.
-- Potter, queira me acompanhar, por favor.
Ele e Sirius trocaram um olhar, levemente preocupados que a professora o fosse repreender por alguma de suas inúmeras travessuras. Mas, em silencio, Tiago seguiu-a até estarem do lado de fora do buraco do retrato, sobre o olhar curioso da Mulher Gorda.
-- Acredito eu, -- começou ela, crispando os lábios. – Que essa insígnia em seu peito signifique que você é novamente, capitão do time de minha casa.
-- Ora, sim professora.. a senhora mesma que me entr...
Mas antes que ele pudesse terminar de falar, ela interrompeu.
-- E eu acredito, que a função do capitão, seja garantir que ganhemos a taça! Pelo menos, era no meu tempo.
Ele encarou-a, erguendo as sobrancelhas, levemente confuso.
-- Sim, senhora. Essa é uma das funções do capitão, mas há muitas outras, como preparar bem o time e...
-- E pelo que me consta. – ela interrompeu novamente, os lábios mais crispados que nunca. – Faltam membros para o time, um goleiro e dois batedores.
-- É... – começou ele, ainda sem entender totalmente aonde a professora queria chegar. – Os antigos, terminaram Hogwarts...
-- E, exatamente o que o senhor está esperando para começar a recrutar novos jogadores? – exclamou de repente, parecendo quase histérica.
E ele compreendeu.
-- Ah, sim! É, bem... – pareceu sem jeito. – Estou providenciando isso, professora.
-- O senhor providencia tremendamente devagar, Sr. Potter. – ela fuzilou-o com os olhos e ele sentiu uma imensa vontade de rir pelo comentário. – Spencer, capitão do time da Sonserina não só já recrutou um novo apanhador para ficar no lugar de Régulos Black, como anda procurando permissão para utilizar o campo para treinos.
Ele esboçou uma careta.
-- Ah, droga.. eu convoquei o time para hoje.
-- Eu reservei o campo para você e seu time. – ela encarou-o, com desaprovação, ignorando o enorme sorriso que ele abriu.
-- Obrigado, Minerva! – exclamou, recebendo o pergaminho com a permissão.
Ela lançou-lhe outro olhar duro.
-- Quer dizer, Professora McGonagall. – tratou rapidamente de se corrigir.
Então, os lábios e o olhar da professora pareceram anuviar-se levemente e ela pousou a mão direita no ombro forte de Tiago.
-- Potter, você é a ultima chance da Grifinória de ganhar a taça.
-- E eu conseguirei, professora. Não se preocupe, aquela taça não será de Slughorn, pelo menos não enquanto eu for o capitão.
Minerva pareceu sorrir quase imperceptivelmente.
-- Professor Slughorn, Potter.
-- É, bem. Ou isso. – ele sorriu.
-- Bom trabalho, Capitão. Tenha um bom dia. – e ela pôs-se a se distanciar. – Ah! – exclamou, encarando-o sobre o ombro. – E você e mais todos a quem voce quiser treinar, estão liberados das aulas essa manhã. – completou, saindo apressada.
Tiago encarou as costas da professora, sorrindo de orelha a orelha. Sem aulas? Uma manhã toda de Quadribol?
-- EUREKA! – berrou, com um soco no ar, sem conseguir conter-se.
-- Potter! – Minerva virou, parecendo horrorizada. – O que pensa que está fazendo?!
-- Ah, desculpe senhora. Foi, a emoção. – ele sorriu amarelo e ficou olhando coçando a nuca sem jeito, enquanto a mulher se afastava.
Então, virou-se radiante para a Mulher Gorda.
-- A senhora ouviu isso? Dispensado das aulas, e com o campo nas mãos. – ergueu o pergaminho enrolado, triunfante. Quadribol era uma das três coisas que mais gostava na vida.
A Mulher Gorda soltou um risinho e alisou seu volumoso vestido cor-de-rosa.
-- Você é a esperança, meu caro. Agarre aquela taça antes que você se vá, aí sabe Deus quanto tempo demorará para encontrarmos outro capitão, e apanhador como você.
Ele riu.
-- Não tanto assim, não se preocupe. No maximo uns doze anos. Prometo que meu filho será tão bom quando eu. Não posso deixar a Grifinória sem um apanhador de qualidade não é? – seus olhos brilharam com a brincadeira.
A mulher no quadro riu.
-- Voce vai entrar, meu querido?
-- Ah sim. Fadinhas mordentes. – disse a senha sorrindo e o quadro virou para o lado, permitindo passagem.
-- CURVEM-SE! – exclamou, assustando os garotos do primeiro ano que estavam ali por perto. – EU TENHO O PERGAMINHO SAGRADO!
-- Que diabos é isso? – Sirius parecia ter desistido do dever e desenhava e rabiscava na folha.
-- A permissão para utilizar o campo.
-- Ué, pensei que voce nem tivesse pedido ainda.
-- Não pedi. – ele sorriu. – Era isso que Minerva queria, falar comigo sobre o time. Ela realmente tem espírito competitivo.
Lena sorriu.
-- Quando começamos?
-- Imediatamente. Se eu perder mais tempo, acho que ela me castra ou algo assim. – disse ele, sério. Os amigos riram.
-- Mas, temos aula daqui uma hora. – lembrou Lena.
-- É, tem isso. – Tiago sorriu, maroto e Sirius estreitou os olhos.
-- O que está tramando?
-- Eis que McGonaggal me deu permissão para faltarmos as aulas da manhã. Vamos só achar os candidatos e começar logo com isso.
-- O QUE? – Sirius berrou. – Ei, eu vou me candidatar também.
Tiago riu.
-- Cale a boca, Sirius. Voce nunca joga quadribol.
Sirius emburrou. Era verdade, ele sempre adorara assistir ao jogos. Mas, por algum motivo nunca jogara, exceto quando ele ia a casa de Tiago, lá eles jogavam muito. E era sempre divertido. Mas jogar na escola, aquilo sempre fora coisa de seu irmão imbecil, não dele.
-- Mas... – começou Tiago. – Como você é meu amigo e, que Merlin me abençoe, agora mora comigo em tempo integral – Sirius e Lena riram – Eu vou fingir que voce é recrutado, e voce escapa das aulas.
Sirius jogou uma almofada na cara do amigo.
-- Ei! – exclamou Tiago, ajeitando os óculos que entortaram no rosto ao ser pego desprevenido. – Voce enlouqueceu?? Voce pelo menos ouviu o que eu disse??
-- Voce é o melhor filho-da-mae de melhor amigo do mundo.
Os três riram.
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No final do café-da-manhã, enquanto o Salão recebia os últimos e atrasados estudantes, Tiago tomava um gole de seu café preto e analisava os nomes da lista de interessados que tinham conseguido.
-- Então, alguma idéia? – perguntou Lena, enquanto passava geléia em uma torrada.
-- Estive pensando em chamar John Chang para batedor, ano passado vi que ele tinha talento... – mais um gole de café, as sobrancelhas se franziram levemente. – Tess Roberts para goleira, e Michael Thomas para ser o outro batedor. – um segundo para pôr os pensamentos em ordem. – Mas tudo depende dos resultados de hoje. O que acha? – dobrou a folha, guardando em um dos bolsos da capa.
-- Interessante. – comentou ela. – Eles foram realmente bons ano passado. – uma pausa – E onde está Remo e as garotas, ein?
-- Provavelmente já indo para as aulas, ou na biblioteca, ou alguma dessas opções do gênero. – Sirius sorriu para ela.
Tiago suspirou, pensando levemente em sua ruivinha. Não tinha comentado com ela o episodio de uma semana atrás, quando eles se beijaram. Achou que não devia por enquanto, e seguiu seus instintos que costumavam estar corretos. Mas a conquistaria esse ano. Ele sentia que estava muito próximo, e era sua ultima chance. Diaxo, por que tinha que amar uma garota tão cabeça-dura?
Então, percebeu que o olhar de Sirius estava grudado em Lena, ele mal piscava. Tiago riu por dentro.
-- Sabe, Sirius. – começou ele, enquanto pegava um pedaço de empadao. – Eu acho que seria legal se eu por acaso fizesse voce se acidentar hoje. Aí eu poderia matar dois coelhos com uma cajadada só, me livraria de você e de quebra, poderia me divertir com Lena. – ele deu uma piscadela e enlaçou fortemente a cintura da morena, que sentava ao seu lado.
De repente uma rajada de paezinhos e torradas caíram sobre a cabeça de Tiago, Sirius atirava todos para cima do amigo. Mas, ele era rápido. Em um gesto, sacou a varinha:
-- Immobilus! -- e os paezinhos restantes pararam imediatamente no ar.
Tiago os pousou na mesa delicadamente, sorrindo marotamente enquanto os Grifinórios mais próximos riam. Então, baixou os olhos para o prato, a fim de continuar a degustar seu empadao.
”Diabos... onde está o empadão?”
Olhou para Sirius, cheio de suspeitas e o viu sorrindo e mordendo um pedaço de seu empadão.
-- Hey! ISSO É MEU! VOCÊ ROUBOU MEU EMPADÃO!
Fez-se silêncio no Salão e a Professora McGonagall, da mesa dos professores, gritou sob seu enorme chapéu:
-- POTTER! O que o senhor pensa que está fazendo?!
-- DESCULPE PROFESSORA! MAS É QUE ELE ROUBOU MEU EMPADÃO.
Lena ergueu as sobrancelhaas, entre divertida e surpresa. Então, ela mesma respondeu, sorrindo amarelo.
-- DEIXE PROFESSORA, NÃO PRECISA DAR MAIS DETENÇOES PRA ELES, TENHO CERTEZA QUE ELES JÁ TÊM MUITAS... EU MESMA PEGO OUTRO PEDAÇO.
Todo o Salão encarava os três num silencio incômodo e chocado. Então Tiago percebeu Lílian, Remo e Jane que pararam na porta a fim de observar a cena. Lílian encostada na porta podia jurar que vira Dumbledore sorrir imperceptivelmente de sua cadeira para Tiago.
Então, ela começou a rir enquanto encaminhava-se para a mesa da Grifinória. E foi seguida por Remo e Jane. E em poucos segundos, o riso, contagioso como só ele, já ecoava por todo o Salão Principal. Tiago sorria amarelo.
-- Que Diabos fui fazer? – peguntou rindo a Sirius, que também ria a sua frente.
Foi quando Dumbledore ergueu-se e as risadas pararam quase que instantaneamente. Ele abriu os braços, englobando o salão, naquele gesto tão seu.
-- Sabem, ontem mesmo eu estava pensando com meus botões, que realmente precisávamos de um orador para Hogwarts, para comunicar noticias e talvez, fazer algumas reuniões sobre o que acontece lá fora, e tendo em vista a situação atual, senti que precisávamos de alguém com muito senso de humor. E, pelo que percebi aqui, e se me permitem acrescentar, minha capacidade de percepção é grande. – o salão deu risadinhas. – Temos alguém perfeito para o cargo...
Tiago comia distraidamente o pedaço do famoso empadao, que discretamente roubara de volta de Sirius, e nem ao menos ouvia o que o diretor falava, aproveitava esses instantes de silencio no salão para divagar a respeito do time forte que tinha que formar, e de Lílian, que encarava Dumbledore, o belo sorriso estampado no rosto, os olhos verdes inteligentes demonstrando profunda atenção e divertimento, o sol batendo nos cabelos, deixando-o em maravilhosos tons de fogo.
-- Tiago Potter!
Ele sobressaltou-se, quase cuspindo o suco que tomava.
-- O que foi que eu fiz? – sussurrou desamparado para Remo, que sorriu.
-- Você é o novo orador de Hogwarts. – comentou, entre severo e divertido.
-- E o que é um orador?
-- Ah, você comunica noticias ao restante dos alunos. – e rapidamente tratou de acrescentar: -- Noticias nem sempre boas.
Sirius entreviu, sorrindo felinamente.
-- Basicamente, o que Remo tenta te dizer, é que você comunica tudo o que mais ninguém quer comunicar, entende?
Tiago encarou o rosto do amigo, desgostoso.
-- Por Merlin, lembre-me de nunca mais fazer escândalo no salão enquanto Dumbledore for diretor. – e, levantando-se se dirigiu até Dumbledore.
O salão acompanhou enquanto ele rapidamente apertava a mão do diretor, agradecia e voltava a mesa, sorrindo maroto para quem bem quisesse ver.
-- Por que raios esse tipo de coisa só acontece comigo? – sussurrou aos amigos, revirando os olhos, enquanto sentava.
-- Ah, deixe-me adivinhar essa. Acho que talvez seja porque só você faz estardalhaço no salão por um pedaço de empadão. – comentou Sirius, sorrindo.
Depois do primeiro momento de distração e risos, proporcionados por Tiago Potter, o salão começou a se esvaziar preguiçosamente, os alunos seguindo em direção as aulas cansativas da manhã.
-- Então, vamos? – convidou Lílian, erguendo-se.
Imediatamente Remo também se levantou, o que fez Lena questionar:
-- Ora Remo, já vai?
Ele riu.
-- Não, na verdade levantei porque Lily levantou. – ele sorriu sem jeito. – Regras básicas do cavalheirismo, levantar quando uma dama o faz.
Um segundo de silencio, que John Chang, sentado na diagonal dos marotos, quebrou, abismado.
-- Você não pode estar falando sério.
Lílian riu e agradou delicadamente o braço do amigo.
-- Remo é um cavalheiro, vocês deviam ter se acostumado com isso.
Remo sorriu e agradou os cabelos da garota.
-- Assim você me deixa envergonhado, vamos Jane? – ele encarou os marotos e Lena. – Vocês não vão não?
-- McGonagall nos liberou das aulas. Treino de Quadribol. – sorriu Tiago.
Remo encarou-o, duvidoso. Ele sabia que estava na natureza do amigo aprontar e por conseqüência, inventar mentiras com inacreditável rapidez.
-- Não sei bem se acredito nisso. – rebateu, os olhos franzidos.
-- Ora, lob... – começou Sirius, mas foi interrompido por um beliscão neurótico de Remo. – Bem, pergunte para Minerva quando chegar lá, certo?
Lílian revirou os olhos.
-- Desde quando quadribol é mais importante que assistir às aulas? Meu Merlin! Estamos no ano dos N.I.O.M.S! Isso vai definir todo nosso futuro.
-- Poupe-nos, Lílian. – reclamou Sirius, arrogante. – Os professores repetem bastante isso, sabe. Estamos cientes.
Ela encarou-o duramente, sem medo do olhar frio de Sirius Black. Botou a bolsa nos ombros e junto com Remo e Jane, seguiu salão afora.
Sirius seguiu os cabelos longos, que pareciam pegar fogo, até eles sumirem do salão. Então, ergueu as sobrancelhas com ar de admiração.
-- Cara, ela é difícil! – exclamou, o que arrancou risos dos presentes.
Agora, o salão estava quase vazio, as mesas das outras casas estavam praticamente vazias, a exceção de um ou outro aluno desinteressado. Os professores já sumiram de trás de sua mesa, indo em direção as suas aulas. A mesa vermelho-e-ouro era a única que ainda possuía um considerável numero de alunos, todos interessados em entrar para o time.
Tiago começou a analisar o rosto de seus possíveis futuros jogadores.
Descobriu feições das mais diversas, e três garotos particularmente chamaram sua atenção. Ele dirigiu-se a eles, os papeis com o nome de todos nas mãos.
-- Ei, de que ano vocês são? – questionou erguendo as sobrancelhas.
Os rapazes coraram furiosamente, em silencio. Então, um deles ergueu os olhos, relutante e começou:
-- Ah, bem... nós somos... – mas ao encontrar o olha de Tiago, parou de chofre.
Ele observou os três levantarem-se rapidamente e saírem quase correndo do Salão Principal.
Potter revirou os olhos, bagunçando os cabelos, e informou para a mesa:
-- Ei, se tiver mais alguém do primeiro ano, pode ir saindo. Pelo amor de deus, vocês conhecem as regras! Alunos do primeiro ano não jogam.
Uma garota de cabelos em chiquinhas saiu apressada após essas palavras do maroto.
-- Bem.. – comentou ele, revirando os olhos. – Vamos ao campo então, temos muito que fazer.
Dez minutos depois, todos estavam no campo. A grama verde parecia refletir com o brilho do sol. Sol este, que enganava. O vento estava frio e cortante, barulhento, e fazia com que todos abaixassem a cabeça, tentando proteger os olhos.
Alguns jogadores montaram em suas vassouras e subiram aos céus, sempre organizados maravilhosamente bem por Tiago. Ele reuniu todos em grupos e experimentou cada grupo separado.
Lena Marlinson, Tess Roberts e Val Gerritsen estavam agora, no banco, encarando os testes e esperando sua vez de jogar.
Os três conversavam animadamente. Val era um garoto de 15 anos, com cabelos castanhos e sorriso divertido, procurava o cargo de goleiro. Já Tess Roberts, possuía cabelos longos e brilhantes, soltos e feitos de um louro cor de ouro derretido, estava no sexto ano e sempre fora excelente goleira.
Eles observavam Tiago Potter voar neurótico de um lado para o outro, parecendo fazer anotações mentais sobre o time.
De repente, por sobre o ruído do vento, eles puderam ouvi-lo berrar a plenos pulmões:
-- SE HOUVER MAIS ALGUEM QUE NÃO SEJA DA GRIFINORIA, QUEIRA FAZER O FAVOR DE DEIXAR O CAMPO IMEDIATAMENTE. MINHA NOSSA!
Os três riram e viram que eram acompanhados por muitos outros, inclusive por Sirius, que estava lá no alto só de bobeira.
Tess soltou um suspiro, piscando seus absurdos olhos azuis.
-- Ele é uma coisa, não acha? – perguntou a Lena, que estava distraída pensando que teriam que ganhar a taça de qualquer maneira.
-- O que? Quem? – questionou com a atenção retomada.
-- Sirius Black, quem mais poderia ser?
-- Ah, bem... tem bastante homem voando ali em cima...
-- É, mas Sirius Black é Sirius Black. Você não pode negar.
Lena sorriu, tremendamente acostumada com os suspiros femininos que tanto Sirius quanto Tiago arrancavam.
Ela permitiu-se encará-lo, assim como Tess o fazia, abertamente. Ele estava sentado displicente na vassoura, parado no ar, observando os jogadores jogarem a goles nos aros.
Ao seu lado, Tess suspirou e comentou:
-- Ele tem aquele jeitão relaxado que ninguém consegue imitar, a não ser que tenha nascido com ele. E é alto, com aqueles cabelos pretos na altura dos olhos, com algumas mechas sempre caindo sobre eles. Realmente dá uma vontade louca de mergulhar os dedos naqueles cabelos. – uma pausa. -- E, o melhor de tudo, tem aqueles olhos escuros que dizem "Vá para o inferno" com eloqüência. É um demônio arrogante. -- seu suspiro era de pura aprovação feminina. -- Os homens arrogantes são irresistíveis, você não acha?
Lena riu.
-- Na verdade, não. Não acho.
E ela realmente não achava. Os homens arrogantes eram sempre tão... difíceis de se conviver. Mas, com Sirius era diferente. De alguma forma ele era um arrogante divertido.
Mais vinte minutos de testes transcorridos, Tiago anunciou os vencedores. Tess seria a goleira. E John e Michael os novos batedores.
Os que não conseguiram entrar, voltaram pras aulas e o capitão decidiu dar inicio ao treino. Suspirou, sentindo que estava no lugar que realmente pertencia, o ar. Então, virou-se para Sirius, e berrou para ser ouvido sobre o vento que rugia em seus ouvidos:
-- SIRIUS, DESCA LÁ E PEGUE A CAIXA COM AS BOLAS.
Ele revirou os olhos e berrou de volta:
-- POR QUE EU?
-- PRIMEIRO, PORQUE VOCE ESTÁ AQUI DE FAVOR, E SEGUNDO, PORQUE EU SOU O CAPITAO.
Tiago sorriu vitorioso enquanto um Sirius emburrado, mergulhava em direção ao chão.
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Tiago ficou satisfeito com os resultados e com o desempenho da equipe, que pareceu se entrosar rápido. Tess era tão boa goleira quando Lena era artilheira, e John e Michael se mostraram muito eficientes e com boa pontaria enquanto atiravam os balaços com precisão. E ele, capturara o pomo três vezes em 20 minutos de treino.
Agora, ele bocejava preguiçosamente nos vestiários, colocando sua capa preta sob os ombros e sorrindo.
-- Sabe, a taça é nossa. – comentou feliz com Sirius.
-- Acho bom mesmo, campeão. – Sirius jogou-se no banco. – Como vai com a Evans?
-- Decidi deixar acontecer. – ele sorriu e Sirius revirou os olhos.
-- Essa não é uma boa alternativa. – ele soltou o ar dos pulmões. -- E estou realmente faminto. – completou, colocando a mão no estomago. – Vamos para o almoço?
-- Sim, por que não vai indo? Antes preciso fazer uma coisinha. Te encontro lá, certo?
Sirius franziu as sobrancelhas, um leve ar de curiosidade inundou seu rosto, mas ele reconhecia o amigo quase melhor do que a si mesmo e sabia que quando Tiago colocava aquela expressão de determinação teimosa no rosto, não adiantava nem perguntar.
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Ao final do almoço, Lílian estava com a cabeça enfiada dentro dos braços, quase dormindo na mesa.
-- Ora, Lílian. Nunca te vi tão desanimada.
Lílian soltou um resmungo para Lena, erguendo de leve a cabeça.
-- E eu achei que o pior ano fosse o quinto. Isso é MUITO pesado, Lena. Não vejo como posso dar conta. – soltou o ar com força dos pulmões e uma mecha de cabelos voou para longe de seu rosto.
Jane estava ao lado das garotas, Remo, Sirius e Tiago pareciam ter tirado um momento de almoço só para homens. E as três estavam gostando de um tempo sozinhas. A loira estava pálida, com olheiras profundas. Aquela seria noite de lua cheia. Sempre um tormento. Ela suspirou, agradecendo aos céus que tinha Remo, que parecia totalmente moldado para ela.
Lílian pegava a folha com os horários de aula do dia, suspirando.
-- Bem, agora teremos Poções. – comentou. – Pelo menos nessa eu sei que não levo bomba.
-- Até parece que você leva bomba em alguma. – comentou Lena, tomando uma colher de sorvete.
-- Você vai acabar morrendo de tanto açúcar que ingere. – disse Lílian, enquanto abria a bolsa para guardar novamente o papel. – Ah, droga! Esqueci o livro de Poções no dormitório! – ela suspirou, cansada com a perspectiva de ter de ir até lá. – Me encontrem nas masmorras. – e levantou-se de um salto, saindo do salão.
Tiago Potter a observava de longe, e perguntou-se com um sorriso nos lábios, se ela estaria indo até o dormitório mais cedo do que ele esperava.
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A cabeça de Lílian doía quando ela chegou às escadas que a levariam ao dormitório, em uma das torres mais altas do castelo. Ela soltou um muxoxo e mordeu o lábio. Estava nervosa com os N.I.O.M.S. Ela realmente queria muito tornar-se uma curandeira de sucesso.
Entrou no dormitório, caminhando-se até sua cama. Não se lembrava de ter deixado as cortinas fechadas, mas devia estar desatenta. O dormitório àquela hora do almoço, prestes a começar as aulas da tarde, estava vazio e ela foi direto para sua mesinha de cabeceira, sem nem olhar a cama.
Encontrou o livro dentro da segunda gaveta, ela estivera lendo-o ontem à noite. Poções não era apenas a matéria que ela mais necessitava ir bem, como também era possivelmente a que mais a agradava.
Então, virando o corpo para deixar o dormitório, viu cores pela sua visão periférica. Virou-se surpresa.
Sobre sua cama encontrava-se um buquê de flores enrolado em papel transparente. Mas não eram flores quaisquer. Eram as mais belas que ela já vira. Seu queixo caiu, sem que ela notasse. Observou toda aquela variedade de flores, de cores, de cheiros. Dentro do buquê tinha de tudo, desde Lírios e Narcisos, até Rosas e Flores do Campo. Varias que ela nem sequer conhecia o nome, com formatos diferentes e maravilhosos. Ela suspirou, fascinada diante da explosão de cores. Rosa, azul, verde, vermelho, amarelo, roxo.
Levou a mão a boca, surpresa e então se aproximou devagar, esquecendo totalmente o atraso que a preocupara alguns segundos atrás. Aproximou-se das flores e cheirou-as. Odores diferentes, todos juntos e maravilhosos. Ela tocou as pétalas, maravilhada. Já havia recebido algumas flores, mas nunca algo como aquilo.
Perguntou-se qual era a ocasião especial para estar recebendo aquilo. Ninguém mandava flores assim a alguém por nada, não é? Impossível! Não estas flores! Então, vislumbrou um pequeno cartão, que entre todas aquelas flores parecia quase perdido. Imediatamente, pegou-o.
O pequeno envelope era negro e ao abri-lo, com o coração aos pulos no peito, percebeu que o papel de dentro era igualmente escuro. Puxou-o.
E ali, sem nenhuma assinatura, e em uma letra fina e talvez até conhecida, em tom de prateado brilhante e reluzente, estavam às palavras:
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Nota da Autora:
E aí está! Esse capítulo foi maior um pouco, e eu que queria por a noite de lua cheia nesse, mas ficou pro próximo. A lua cheia, e quem sabe.. o primeiro beijo de Lena e Sirius. (ou ainda não, não tenho bem certeza se vou conseguir encaixar da forma que quero. Mas está chegando! Hihi)
Nanda Potter
Ooi, amiga! Que isso, pode acreditar que você vai ser citada muitas e muitas vezes, até porque além de agora já ser amiga virtual, você acompanha a fic desde, bom desde 2005! E fato que lembra dos episódios e cena que ela passa ainda melhor do que eu. Hahaha. Mas, eu também quero um Tiago, com ou sem Yellow. Romântico, que só ele. Romântico, sem ser comum! Haha. Espero que tenha gostado desse guria. Beeeijo!
Lùh Lupin
Outra amigaa! Hahaha. Que isso x.x Pare, se não meu ego infla. Hahahaha. Sim, um mais gostoso que o outro! *-* E nesse capitulo de cima, Remo ainda dá uma de cavalheiro, pensei em você quando tava escrevendo. Haha. Bom, não demorei. E VOCE NÃO ROUBA O SIRIUS! Hahaha. Ah, a “meu príncipe” eu vou dar uma revitalizada nela. Mas só futuramente mesmo :/ to meio travada nela por enquanto. Mas é isso ai Luh, espero que tenha gostado desse. Também te adoro guria. Beijo!
Pamela _Evans_Potter
Ah, demorei né :/ Hahaha, descuulpa! Mas esse veio mais rápido ;D Mas, que bom que você gostou do quarto, meloso né? Hahaha. Mas eu adoro :X. Mas ai está esse, espero que tenha gostado dele tambéém, guria! Você é minha xará que também acompanha a fic desde o começo, desde a “Lílian. Eu amo voce.” Porque eu lembro de seus comentários e de responder a eles. Hahaha. Mas é isso, beeeijo!
Lalá Potter
Outra leitora antiga! Adoro ver que voce continua acompanhando, guria. (: Mas que bom que tu gostou! E obrigada por todos os elogios guria *-* hahaha. Espero que também tenha gostado desse. Beeeijos!
Bom, é isso aí garotas. Comentem! Espero que tenham gostado, e que venha o próximo! (Como é uma fic reescrita, quero meio que acelerar o ritmo, atualizando mais rápido, antes que as férias acabem, levanto junto meu tempo e sossego. Haha.)
Stay beautiful!
P.
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