Confrontos
DISCLAIMER: Não é meu! É tudo da J. K. Rowling.
AVISO: Esta história se passa no futuro e contém spoilers do livro 6! Esteja avisado/a!
BETA READER: BastetAzazis – muito obrigada!
A/N: Capítulo Quatorze. :0) O confronto que todos estão esperando. Eu não vou falar mais nada...
Capítulo 14: Confrontos
Hermione apertou a maçaneta, paralisada em frente ao homem parado ali, olhando bravo para ela. – O que você fez? – ele rosnou perigosamente.
Naquele momento, ela soube que ele não estava ali como o mestre de Poções de Hogwarts; Severo Snape estava à sua porta como o pai de seu filho. Ele sabe. Uma dor atingiu seu coração com esta compreensão, e de repente, ficou difícil respirar. Ela olhou com apreensão os olhos negros e estreitos que a mantinham onde ela estava.
Snape começou a avançar em sua direção, com a porta fechando atrás dele. Ele nunca tirou os olhos dos dela. Ela deu um passo para trás, mas ele continuou avançando. – O que você fez? – ele sibilou, as narinas dilatando, mostrando uma raiva quase incontida. Ela continuou a afastar-se numa tentativa em vão de escapar.
Ela alcançou uma parede e encontrou-se encurralada pelo homem enfurecido. Ele agarrou-a por um braço, segurando-o num aperto vicioso, e chacoalhando-a enquanto exigia: – Por que você fez isso comigo?
Ela ofegou: – Você está me machucando.
Ele apenas a encarou, respirando com força e ainda apertando seu braço; ela o encarou de volta.
Ele soltou-a com força, com o solavanco balançando seu braço e corpo. Severo deu-lhe as costas, demandando em uma voz perigosamente baixa: – Responda.
Ela envolveu os braços ao redor de si mesma, esfregando o local sensível onde ele a agarrara, tentando diminuir a ardência. O que eu faço agora? Como eu explico? – ela pensou, olhando fixamente para as costas do homem enraivecido. Ele virou-se de repente, assustando-a para longe de seus pensamentos.
– Eu vou lhe perguntar mais uma vez, Granger. Por quê? – Os olhos dele brilharam na luz, sob aquelas sobrancelhas apertadas.
Ela tomou um fôlego estremecido. – Eu não fiz nada – ela respondeu, sem nem quase hesitar. Ela tinha que saber com certeza sobre o que ele estava falando; o quanto ele sabia. Seu estômago começava a virar; chegara o momento da verdade.
– Eu não tenho paciência para isso – ele rosnou. – Diga. AGORA!
Ela fechou os olhos, e baixou a cabeça. – Severo, eu... – começou.
– Como pôde fazer isso comigo? – ele exigiu, sem dar-lhe tempo para recompor seus pensamentos. – Como você pôde ficar... – O rosto dele contorceu-se em desgosto. – Uma criança de...
– Eu não poderia ter feito diferente – ela disse calmamente.
– Errado. Você era a única que poderia – ele contrariou – porque você... não... me... deu... ESCOLHA!
– Você poderia ter escolhido naquela época? – ela perguntou, erguendo a cabeça novamente para encarar aqueles intensos olhos negros. – Você teria sequer considerado ficar com ele? – Ela sabia que não.
– É claro que não! – ele disse veementemente, provando que ela estava certa.
– Agora você sabe por que eu não lhe contei – ela disse conclusiva.
Os olhos dele nunca deixaram os dela. – Por quê? – ele perguntou simplesmente.
– Porque eu o queria – ela respondeu, colocando verdade em suas palavras e na intensidade do seu olhar. – Eu precisava dele – acrescentou numa voz suplicante, querendo que ele entendesse.
Ele balançou a cabeça em descrença. – Como você poderia querê-lo? Por que você precisaria... – o rosto dele contorceu-se novamente – uma criança de um estupro?
– Nathan não é uma criança de estupro! – ela argumentou.
– Ora, por favor. Eu estava lá, lembra-se? Eu era aquele estuprando você! – ele vociferou, jogando seu sarcasmo negro.
Ela segurou o olhar enfurecido dele. – Você não me estuprou, Severo.
– Eu sei o que fiz – ele disse, a expressão dele cheia de aversão a si próprio.
– Então você sabe que me salvou naquela noite.
– Infelizmente, eu fiz isso também – ele declarou.
Ela ofegou, sem acreditar no que ouvia. – O que você quer ouvir de mim? Que eu odeio você? Que eu odeio meu filho? Eu não odeio! – ela disse exasperada.
– Você arruinou a vida que salvei porque decidiu ficar com aquela criança. Olhe para você – ele disse com desprezo. – Você poderia ter sido qualquer coisa que quisesse, até mesmo Ministra da Magia. Mas olhe para o que você se tornou; uma professora trouxa patética que deu as costas ao mundo mágico no qual quisera desesperadamente ser aceita.
– Você não sabe do que está falando – ela disse sacudindo a cabeça em negação.
– Tudo por causa de uma criança com a qual você não tinha o direito de ficar sem me informar – ele continuou como se ela não tivesse dito nada. – Eu nunca quis um herdeiro; eu nunca quis ter nada haver com filhos! E agora você vem me dizendo que queria, até precisava, desta criança. Para quê? Para lembrá-la daquela noite em que eu decidi salvá-la!
– Nathan não é um souvenir! – ela gritou.
– Por que você ficou com ele então, se não para lembrá-la do que aconteceu?
– Porque eu precisava dele! – ela gritou com ele. – Será que você não consegue entender? O Nathan é a melhor coisa que já aconteceu comigo. Ele é o meu filho!
– Não é só seu! – ele gritou de volta.
Eles travaram os olhos, ambos respirando com força depois dos respectivos acessos de raiva.
– O que você disse a ele? – ela perguntou calmamente, quebrando o silêncio desconfortável que pairou entre eles. Ele não respondeu. A ansiedade começou a substituir a adrenalina do momento. Será que o Nathan sabe? Será que ele contou para ele? O que ele disse? Sua mente estava trabalhando rapidamente, e sua histeria crescendo.
– Severo, o que você contou ao Nathan? – ela exigiu com uma voz estridente. Ele ignorou-a novamente e virou-se, andando até a porta.
– Severo! – ela chamou, seguindo-o.
Ele virou-se de volta então, encarando-a com aqueles olhos ônix; ela parou onde estava, esperando por uma resposta que nunca veio. Os olhos dele seguraram os seus por mais um momento, e então, com um estalido agudo da Aparatação, ele se foi.
Ela enfureceu-se frustrada. – Como ele pôde sair assim? O que ele vai fazer agora? – Uma lágrima escorreu pelo seu rosto. Não era assim que ela esperara que aquela conversa terminasse. Ele ainda estava furioso com ela, e ela não sabia o que o Nathan sabia ou quais eram as intenções de Severo em relação a ele. Ela suprimiu um soluço e respirou fundo para reaver o controle.
Bastardo teimoso! – ela amaldiçoou mentalmente. Ela tinha certeza que ele não ouvira uma única palavra do que ela dissera, assim como ela sabia que Nathan não ouviria, também. Os temperamentos deles eram tão parecidos. Ela limpou mais uma lágrima indesejada com as costas da mão. Ela teria que falar com ele novamente; ela teria que ir à Hogwarts.
Mas não agora, não hoje. Ela sabia que ele não estava preparado para ouvi-la ainda. Ela suspirou. Teria que esperar se quisesse ter sucesso.
Nathan deixou o Salão Principal depois do jantar e entrou nas masmorras. Seus amigos dirigiram-se à sala comunal assim que terminaram suas refeições, querendo aproveitar a comemoração até o final; afinal de contas, vencer uma partida de quadribol contra a Sonserina era sempre uma razão para comemorar a noite toda.
Ele parou em frente à porta da sala de aula de Poções, suspirou e bateu. Depois de esperar pelo “entre” de sempre e não ouvi-lo, Nathan bateu na porta novamente, desta vez com mais força, e ainda assim não obteve nenhuma resposta.
Depois da quarta série de batidas não atendidas, Nathan abriu a porta de madeira cautelosamente e espiou lá dentro. A sala de aula estava mais escura que o normal. Ele esperou até que seus olhos se acostumassem com a escuridão para que pudesse enxergar melhor, mas mesmo assim não havia luz suficiente para discernir se estava sozinho na sala.
Nathan hesitou por um momento antes de abrir mais a porta. Esperou pela reprimenda por invadir, mas ela nunca veio. Entrou na sala e fechou a porta atrás de si, mas agora não podia ver nada. – Incêndio – disse, apontando a varinha para onde ele sabia que uma vela estava pendurada na parede, e a chama iluminou aquela parte da sala de aula; estava vazia.
Nathan franziu a testa. Onde está o Professor Snape? Seu professor nunca se atrasara para uma de suas detenções antes, e ele não achava que aquilo era algo que o mestre de Poções faria; afinal de contas, ele exaltava a pontualidade mais do que qualquer outro professor em Hogwarts.
Ele apontou sua varinha para outra vela e repetiu o encantamento para que lhe desse vida. Fez isso mais algumas vezes, e a sala agora tinha uma atmosfera parecida com a que ele lembrava-se das detenções anteriores. O que eu faço agora? Olhou em volta. Não achava que era uma boa idéia ir embora; e se o Professor Snape estivesse testando-o? Não, ele ficaria, decidiu.
Nathan andou até a frente da sala de aula, onde ficava a mesa do Professor Snape. Ele podia ver alguns livros, um porta-penas com algumas penas dentro, dois frascos de tinta (preta e vermelha), alguns pergaminhos em branco e outros escritos com a letra pequena do mestre de Poções. Nathan olhou em volta da sala, passando um tempo olhando para a porta à direita da mesa do Professor Snape, a qual ele sabia que levava ao escritório dele, mas não havia nenhum sinal de vida ali também. Ele olhou de volta para a mesa e chegou mais perto.
Mesmo de ponta cabeça, ele podia ler o título do livro no topo da pilha: “Transfiguração Humana: uma Abordagem de Poções”. Nathan ergueu uma sobrancelha àquilo. Poções e Transfiguração: duas matérias que ele gostava. Ele estava tentado a pegar o livro. Olhou em volta novamente e, não vendo ninguém, alcançou o exemplar. Era mais pesado do que ele pensou que seria.
Nathan abriu o livro e começou a ler o primeiro parágrafo, o que foi suficiente para perceber que era um livro muito avançado. Estreitou os olhos, mas isso não o ajudou a entender o que estava escrito ali. Fechou o livro depois de ler e reler a primeira página uma dúzia de vezes. Suspirou e colocou o exemplar de volta na pilha, então deu as costas para a mesa e observou a sala de aula mais uma vez; ainda nenhum sinal do Professor Snape.
Decidiu sentar-se na bancada em frente à mesa do professor e esperar um pouco mais. Se o Professor Snape não aparecesse em meia hora, ele procuraria a Diretora McGonagall e a informaria esta estranha ausência.
Severo Aparatou na borda da Floresta Proibida, querendo azarar alguma coisa. Eu não deveria ter ido lá – repreendeu-se enquanto voltava a passos largos para a escola. O vento frio que balançava as suas vestes e seus cabelos não fazia nada para diminuir sua raiva fervente. Ele estivera, e ainda estava, muito bravo com Hermione, mas ele estava agora ainda mais bravo consigo mesmo.
Decidira procurá-la depois de passar a tarde que se seguiu à partida de quadribol imerso em pensamentos. Estivera irritado com a demonstração de afeição entre seu filho e o Weasley, e o olhar de admiração no rosto do Nathan. Ele queria aquilo para ele; queria que seu filho olhasse para ele daquele jeito. E estava agora franzindo a testa em desgosto aos seus desejos, mesmo com a memória.
Então, no auge do seu ciúme, ele a procurara, querendo respostas. Ela mexera com sua vida e com seus sentimentos ficando com aquela criança. Ele precisava saber por que ela fizera uma coisa tão insensata, por que ficara com a criança. Mas procurá-la fora um erro feito num raro momento de fraqueza.
Nem mesmo a temperatura gelada podia diminuir a sensação ardente em seu peito. A voz dela pairava em sua cabeça, dizendo-lhe que ela quisera o menino, que ela precisara do menino: seu filho. Mas como ela podia querer ou precisar de uma criança que era um resultado de um ato tão bárbaro? Ele não acreditou nela, e tudo o que ele podia pensar era que ela havia perdido o senso da realidade.
Subiu os degraus que levavam às portas de carvalho e entrou no castelo, indo diretamente às masmorras, perdido em pensamentos turbulentos. Seguiu os corredores escuros sem olhar em volta, e os poucos alunos que ainda estavam por aí recuavam saindo do caminho de sua figura ameaçadora.
Severo abriu a porta da sua sala de aula com um estrondo. Foi direto para sua mesa para pegar algumas anotações dos aspectos práticos da sua pesquisa em andamento, que usaria amanhã de manhã. Ele não notou as velas em chamas, nem o menino seguindo seus movimentos pela sala.
– Professor Snape? – Nathan chamou.
Severo, que tinha suas costas para o menino, virou-se, assustado com o som de mais alguém na sala, e rosnou em irritação ao perceber quem era esta pessoa. – Quem lhe deu permissão para entrar aqui? – perguntou.
– Nós temos uma detenção, professor. Quando cheguei o senhor não estava aqui. Já que não disse nada sobre cancelá-la, decidi esperar até o senhor chegar – Nathan explicou.
Ele deu as costas para o menino novamente colocando as mãos na mesa, não vendo assim o olhar curioso que era direcionado a ele. Fechou os olhos e respirou fundo.
– Está se sentindo bem, professor? – ele ouviu seu filho perguntar, mas Severo o ignorou.
Quando ele ouviu o banco raspando no chão de pedra, virou-se abruptamente e encontrou Nathan vindo em sua direção. – Fique onde está – ele disse perigosamente.
– Posso ir à enfermaria se quiser – Nathan sugeriu, parando de avançar. – Eu posso chamar a Madame Pomfrey.
– Você quer ajudar? – ele falou bruscamente. Seu filho simplesmente olhava para ele com uma expressão incomum. – Então saia, AGORA!
O menino insistente continuou encarando-o com aquele semblante estranho. – Eu não acho que o senhor deva ficar sozinho se não está se sentindo bem, professor. Minha mãe diz...
– Não... – ele cortou Nathan, quase não se contendo em dizer algo que ele se arrependeria mais tarde. Rosnou em frustração. – Saia – disse por entre dentes cerrados.
Nathan parecia querer dizer mais alguma coisa, porém decidiu não dizer. Ele balançou a cabeça e virou-se para sair como fora mandado, murmurando coisas como “homem teimoso” e “não deveria ficar sozinho” baixinho.
Severo queria dizer ao menino que ele era a causa de seus problemas, queria dizer-lhe que a mãe dele era a causa da sua raiva, mas não disse. Hermione lhe perguntara o que ele dissera ao Nathan, e embora ele não tivesse dito nada ao seu filho, naquele momento, sentiu vontade de dizer ao menino que ele era o pai dele e que não queria nada com ele.
Pegou os papéis que viera buscar e saiu da sala de aula. Chega de pensar naquele menino irritante, ou na louca da mãe dele. Por hora – acrescentou relutantemente.
Nathan saiu rapidamente das masmorras depois de deixar o rude professor remoendo-se sozinho. Ele podia cair duro naquela sala de aula fria que Nathan não se importava. Estava cansado da língua afiada do Professor Snape; cansado de ser mandado embora, para ficar quieto; quando tudo o que ele queria era ajudar.
Andou a passos largos para a Torre da Grifinória, pensando no bruxo irritante. Não importava o que sua mãe dissera sobre aquele homem, ou se o professor sabia quem era o seu pai; ele não ia mais agüentar isso. O Professor Snape não seria a primeira nem a última pessoa que conhecia a identidade do seu pai. Teriam outros, e um estaria disposto a compartilhar essa informação e ele não teria que lutar com tipos como o Professor Snape. Que se dane aquele homem!
– Olha por onde anda – avisou Lupin, depois de quase ser atropelado pelo Nathan.
– Sinto muito, professor – disse Nathan.
– Onde está indo assim? – Lupin perguntou. – Ou, melhor ainda, de onde está vindo?
– Estava nas masmorras com o Professor Snape, mas agora estou voltando para a sala comunal, professor – ele respondeu.
Lupin o observou de perto, de um jeito estranho. – Tente andar mais devagar antes que machuque alguém, Nathan – seu Diretor de Casa sugeriu.
Nathan assentiu e recomeçou a andar, desatento ao professor de Defesa Contra as Artes das Trevas que o observava, estreitando os olhos curiosamente.
Domingo no almoço, Hermione entrou no Salão Principal acompanhada de Minerva. Ela tinha viajado com Pó de Flu para Hogwarts depois de contatar a Diretora naquela manhã. Usara a desculpa de discutir a nova posição em que a pesquisa de Harry a colocara para descobrir como as coisas estavam na escola.
Ela não achava que ninguém além de Minerva soubesse que ela estava ali, e suas suposições foram confirmadas pelo olhar de ódio que Severo direcionou à ela da Mesa Principal, e os de surpresa dos demais professores.
– Hei, Nathan, aquela com a Diretora não é a sua mãe? – perguntou Kevin, que estava sentado virado para a entrada lateral por onde as bruxas entraram.
Nathan virou-se em seu lugar para ver sua mãe com a Professora McGonagall e franziu a testa. – Sim, é ela – disse, ainda observando as bruxas. Hermione acenou e Nathan ergueu uma sobrancelha em questionamento. Ela sorriu, então ele relaxou e sorriu de volta. – Ela deve estar visitando a Diretora – ele acrescentou aos seus amigos, mas ainda estava surpreso com a presença inesperada de sua mãe.
Hermione sentou-se ao lado de Minerva, e a bruxa mais velha a separava de Severo. – Como vai, Severo? – Minerva cumprimentou o homem visivelmente irritado do seu outro lado. – Sentimos sua falta no café da manhã.
– Posso imaginar – ele respondeu com seu sarcasmo, sem dizer mais nada e deixando bem claro que ele não estava com disposição para conversinhas.
Hermione observava Severo tentando discernir se isto era um sinal bom ou ruim. – Olá, Professor Snape – ela cumprimentou, testando-o.
Ele olhou feio para ela, assentiu relutantemente, e voltou-se para a sua refeição. Quando Hermione se servia, ouviu-o dizer: – O que a traz à Hogwarts, Srta. Granger? Eu não acho que seu filho descuidado esteja precisando da sua presença; ele não me parece doente ou machucado. – Ela não perdeu o tom da voz dele ou o sorriso sarcástico no rosto dele.
– Não, ele não parece. Estou aqui por outras razões – ela respondeu, e ele dispensou-lhe um olhar de canto de olho.
– Ah, e já que você tocou no assunto, Severo. Quero convocar uma reunião esta tarde para falar ao corpo docente sobre a presença da Hermione na escola – McGonagall disse. Então, virando-se para Hermione, acrescentou –, se estiver tudo bem para você, querida.
– Claro, Minerva, isto seria sensato. Não quero ninguém pensando que estou aqui pelos motivos errados – Hermione disse, olhando para Snape.
Ele assentiu à Diretora e deixou seu lugar, saindo do Salão Principal. Hermione suspirou. – Será que ele vai mudar um dia? – perguntou em voz alta de forma retórica.
– Espero que sim – Minerva respondeu.
Depois do almoço, Hermione foi recebida pela maioria dos professores. Ela falava com Lupin quando Nathan aproximou-se da Mesa Principal. – Olá, Professor Lupin – cumprimentou. – Mãe. O que você está fazendo aqui?
– Venha cá, Nathan, quero lhe dar um abraço – ela disse, gesticulando para que ele viesse até onde ela estava.
– Mãe – Nathan disse em voz baixa –, eu não acho que você precisa me abraçar no Salão Principal. – Ele olhava feio para ela.
Ela simplesmente sorriu para ele. – Tudo bem, não vou abraçar você. Só venha até aqui. Quero conversar com você. Podemos conversar no Salão Principal? – ela perguntou, provocando-o.
Nathan sorriu com malícia. – Acho que conversar tudo bem. – Ele subiu na plataforma onde a Mesa Principal ficava e foi até ela.
– Deixarei vocês sozinhos – Lupin disse, sorrindo –, tenho certeza que têm muito que conversar.
– Espero que ele não esteja lhe dando trabalho, Remo – Hermione disse.
– Não mais do que você sempre deu – ele respondeu com outro sorriso. – Vejo você na reunião. – Ele assentiu com um até logo e deixou mãe e filho para conversar.
– Você não precisava dizer aquilo para o Professor Lupin – Nathan censurou –, e de que reunião ele estava falando?
– Estarei trabalhando em um projeto aqui em Hogwarts. O Harry me pediu para pesquisar uma poção e eu aceitei. Agora, quais são as novidades? Alguma detenção nova que eu precise saber?
– Não – ele respondeu rapidamente. – Então, você passará tempo aqui daqui para frente? – perguntou.
– Somente nas sextas-feiras e nos finais de semana – ela respondeu, olhando-o com suspeita. – Você tem algo para me dizer, Nathan?
Ele ergueu uma sobrancelha. – Do que você está falando?
– Não sei. Diga você.
– Mãe, eu não fiz nada de errado desde o incidente na Floresta, e você sabe que já estou sendo punido – ele respondeu, irritado.
– Sim, e como são as detenções com o Professor Snape? – ela perguntou, no que esperava que fosse uma voz desinteressada.
– Boas para detenções, eu acho – ele respondeu dando de ombros.
– Que tipo de coisas você faz?
– Frases, esfregar caldeirões, preparar ingredientes – ele disse sem dar importância.
– Ele lhe pediu para preparar ingredientes? – ela perguntou, surpresa. Snape era famoso pelas detenções dele e Hermione sabia que tipo de tarefas horrendas ele costumava designar aos alunos desafortunados, mas ela nunca ouvira falar de um aluno do primeiro ano que tivesse que preparar ingredientes.
– Sim. Sapos. Ele me ensinou como remover os olhos e tudo mais – Nathan acrescentou, com os olhos brilhando.
– Ele ensinou você?! – Agora ela estava boquiaberta. Ela sabia que o Nathan era talentoso em Poções como era em Química trouxa, mas para o Snape reconhecer isso... Ela não sabia o que fazer a respeito, até que algo mais passou por sua cabeça: – Sobre o que vocês conversam durante a detenção?
– Nada – Nathan respondeu, rápido demais na opinião da Hermione.
– Então, quais são seus planos para hoje? – Hermione mudou de assunto, decidindo não pressionar Nathan nesta questão. Ela podia ver que tinha mais nessas detenções do que Nathan queria admitir. Ela teria que falar com o Severo.
A reunião com o corpo docente de Hogwarts se mostrara agradável, Hermione achou. Todos pareciam felizes em tê-la de volta à Hogwarts... todos menos o bruxo carrancudo de preto, é claro, que olhava fixamente para o fogo queimando na lareira.
Minerva encerrou a reunião e todos aqueles presentes começaram a deixar seus lugares, dando as boas vindas a ela e desfrutando da conversa animada; todos menos Snape. Ele deixou o seu lugar e dirigia-se para a porta do escritório da Diretora, então Hermione o chamou: – Professor Snape!
Ele ignorou seu chamado e saiu, mas ela o seguiu. Ele descia pelo corredor quando ela o chamou novamente: – Professor Snape!
Ele virou-se desta vez, ainda usando aquela expressão impassível. Ela aproximou-se dele. – Precisamos conversar.
– Acho que não.
– Você saiu sem responder minha última pergunta – ela disse. – O que você disse a ele? – Era tudo que ela arriscaria em um lugar tão público.
Ele apertou o nariz entre os olhos com aqueles dedos longos e suspirou. – Será que não é suficiente o fato de que você estará aqui toda semana para me atormentar? Não quero nada com ele. Agora, me deixe em paz – ele disse e deu-lhe as costas para continuar seu caminho para as masmorras.
Ela o seguiu. – Então, você não contou para ele? – declarou em um tom inquisitivo.
– Que parte de “me deixe em paz” você não entende, Granger? – ele disse, visivelmente irritado.
Ela mantinha o passo dele. – Se você não quer que eu siga você todo o caminho que leva as suas masmorras, me responda!
Ele a ignorou e ela o seguiu. Alguns corredores mais tarde, ele parou e olhou feio para ela. – Me responda! – ela exigiu novamente.
– Por que não pergunta para ele? Está com medo do que vai ouvir? – Ele agora sorria com malícia.
Ah, mas como ela odiava quando eles sorriam assim; ele e o Nathan.
– Sei que alguma coisa tem acontecido durante aquelas detenções – ela o acusou com um dedo apontando –, e não vou desistir até descobrir. Como você tão sabiamente observou, eu estarei aqui toda semana e teremos todo o tempo do mundo para falarmos sobre isso.
Ela virou-se e saiu com passos largos.
A/N: Eles se encontraram, conversaram (mais ou menos), e agora tudo começa… Espero que tenham gostado do capítulo, e só saberei se me disserem, então deixem reviews. :0)
No próximo capítulo… As últimas detenções e mais confrontos.
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