O inicio do Fim
- Bem vindo á Hogwarts, Harry.
Tonks e Harry acabavam de aparatar na sala do professor Dumbledore.
Parecia esquisito, mas Harry sentia como se o diretor estivesse ali ainda, talvez pelo fato dos objetos de prata em cima da mesa continuar zumbindo, ou brilho estranho da penseira ainda reluzindo no armário de vidro.
Harry olhou pela janela e viu de relance que o sol já havia se escondido atrás de uma grossa nuvem negra.
Os últimos raios agora iluminavam uma grande estrutura branca, brilhante, na orla da floresta. A tumba de Dumbledore.
- Harry, sente-se. – Tonks indicou a cadeira. Ela mesma sentou na cadeira do diretor. – precisamos conversar. Madame Rosmerta, estava sim, sobre o feitiço Imperius, como você havia acusado no último período de aula. O ministro já tomou as providências devidas. Mas o que devemos conversar mesmo é sobre o fato dos Horcruxes de Voldemort ainda estarem por ai.
Harry não sabia se deveria concordar ou fazer cara de desentendido. Pensava que Dumbledore mantinha todo o segredo da divisão da alma de Voldemort entre eles mesmos e mais ninguém. Ao que parecia, Tonks sabia da história também.
- Que horcruxes? – perguntou Harry inocentemente,
- Por favor, eu sei da história, eu mesma ajudei a pegar algumas memórias, exceto a do professor Slughorn, pega por você.
- Sim, se você, me diga o que você... Hum... Sabe.
- Temos sete fragmentos da alma de Voldemort espalhados por ai...
- Mas...
- Sim, o professor destruiu um e você, sem saber de nada, no segundo ano na escola destruiu o segundo. Já se foram o diário de Riddle e o anel de Marvolo. Ainda faltam a cobra Nagini, o medalhão, a taça de Hufflepuff e a algo relacionado à Ravenclaw, provavelmente.
Harry, que até agora estava sozinho na luta contra os horcruxes, ficou feliz em saber que um auror treinado poderia ajudá-lo agora.
- Bom, suponho que tenhamos que procurar esses horcruxes e destruí-los o mais rápido possível.
- Sim. – disse Tonks respondendo. – e acho que já sei onde poderemos encontrar um outro Horcrux.
- Onde?
- Aqui mesmo.
- Aqui em Hogwarts?
- Bom, - disse Tonks, com um tom de descrença na voz. – acredito que não o Horcrux, mas pelo menos a indicação de onde ele está.
- E onde você acha que pode estar essa indicação? – perguntou Harry.
- Bom, talvez, mas eu não tenho certeza. Uma noite, depois de uma reunião com você, Dumbledore me chamou e começou a falar mais sobre o passado de Voldemort na escola. E muitas coisas. E uma elas me chamou a atenção. Ele citou algo como... Bom... Acho que alguma coisa a ver com Riddle, que ele pensaria que só o descendente de Slytherin poderia abrir a câmara secreta, ou seja, que lá seria um bom lugar para esconder coisas.
Harry gelou. Os pelos da sua nuca arrepiaram. A idéia de ter de vasculhar a câmara secreta em busca da alma de Voldemort, o maior bruxo do mundo, e o mais maligno também, não lhe atraía muito.
- Nimphadora... Hum... Sabe a câmara nunca foi muito segura, e como você tem certeza de que os Comensais não podem entrar em Hogwarts?
- Sabia que você iria perguntar isso. Bom, há uma explicação bem lógica, você se lembra do sacrifício de sua mãe, para te manter vivo? Bom, o sacrifício que Dumbledore fez selou pra sempre que Hogwarts está do lado do bem. Ninguém mais pode entrar aqui sem que tenha desejo de fazer o bem. O feitiço que impregnou essas paredes é tão forte que nem mesmo Voldemort pode entrar aqui.
- Nossa, e como nós aparatamos? Isso não era permitido antes.
- Como eu já expliquei Hogwarts agora funciona como uma fortaleza e como um refúgio para nós. – disse Tonks, calmamente. – se precisarmos, podemos entrar como quisermos desde que estejamos do lado do bem.
Harry sabia que aquilo era uma magia muito poderosa e que provavelmente deveria consumir muita energia, mas Dumbledore havia criado esse feitiço, selando a proteção de Hogwarts para sempre.
- E... – disse Harry, quebrando o silêncio. – como vamos entrar na câmara? Só nós dois? Não é perigoso?
- Temos uma equipe de vinte Fênix pronta pra entrarem em ação assim como você decidir. Ninguém é capaz de entrar lá sem ser ofidiglota. – respondeu Tonks serenamente.
Harry sabia que isso deveria ser feito, mas tinha um pouco de receio.
- Vamos, então.
Ele e Tonks rumaram lentamente entre os corredores desertos da escola, até chegarem ao terceiro andar e pararem diante de uma porta, em que a água escorria por debaixo.
O banheiro feminino.
Tonks abriu a porta e lá estavam vinte pessoas, homens e mulheres da Ordem de Fênix, os novos Fênix, pessoas dispostas a morrer para o mundo mágico sobreviver.
Harry estava agora mais confiante. Tantas pessoas treinadas para fazer magia poderosa iriam ajudar?
Harry não conhecia as pessoas, mas confiava nelas, afinal, elas estavam na nova Hogwarts.
- Sim, acho melhor nós irmos. – disse ele se adiantando para pia.
O garoto de adiantou para pia e olhou fixamente para a cobra minúscula entalhada na torneira.
As luzes faziam com que os reflexos da cobra mostrassem a mesma em movimento.
As pálpebras do garoto ficaram pesadas, como se ele estivesse sendo hipnotizado lentamente pela imagem da cobra.
Sua boca abriu e um silvo quase inaudível escapou pelos lábios.
A pia começou a se afastar dando vista a um cano suficiente largo para passar uma pessoa.
A entrada da Câmara Secreta estava aberta outra vez.
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