Duelo ao ar livre
Fazia aproximadamente uma semana que Harry Potter tinha voltado à casa dos seus tios, na Rua dos Alfeneiros, numero quatro.
Em sua mente, ele ainda repassava os fatos vivenciados no último mês, em que estava na Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts.
A morte de Dumbledore, o diretor da escola tinha afetado seriamente o garoto, ele não via mais esperanças em destruir aquele que tinha feito todos sofrerem, Lord Voldemort.
A traição de Snape, o professor menos querido de Hogwarts, tinha sido o ponto crucial da história. Há mais de dezesseis anos, o maior bruxo do mundo tinha confiado naquele que o matou recentemente.
Harry esperava receber noticia do mundo bruxo, porém, não havia uma pessoa sequer que se importasse de lhe mandar uma carta.
Harry Potter não via mais sentido em ficar na casa de seus tios, não havia um por que. Segundo Dumbledore, a estada na casa de seus tios era importante para renovar a proteção mágica que sua mãe havia lhe conferido ao quando foi assassinada, por Voldemort.
Harry mirou o relógio lentamente, eram duas horas da madrugada, e ele estava assim. Desde que havia chegado à casa dos tios e exposto a história, os mesmos evitavam dirigir-lhe a palavra, e não se importavam com ele. Estavam com medo.
Harry virou-se de barriga pra cima na cama e começou a pensar.
Segundo Dumbledore, Voldemort havia dividido a própria alma em sete partes iguais, e separado-as em objetos diferentes.
Alguns já haviam sido destruídos, como o diário de Tom Riddle, o jovem Voldemort, com o qual a câmara secreta foi aberta. O próprio Harry havia destruído esse, ao cravar a espada de Gryffindor nele.
Ainda havia o anel, um anel com uma pedra negra, quebrada, no meio, que Dumbledore havia destruído um pouco antes de morrer.
Contudo, ainda havia mais pedaços. Harry e Dumbledore, ao examinar memórias de gente que conviveu ou conheceu Voldemort, desconfiavam de alguns.
A cobra venenosa Nagini, com a qual Voldemort usava o veneno para sobreviver, a taça de Hufflepuff, que foi uma fundadora de Hogwarts, um medalhão e provavelmente algo relacionado à Ravenclaw, outra fundadora.
Ainda havia a parte mais importante e perigosa: o próprio Voldemort.
Sim, pois ao destruir os Horcruxes, os fragmentos da alma do bruxo, ainda teria de matar o próprio, agora, regenerado e com seus poderes mortais, ainda mais, sem contar com a ajuda sábia de Dumbledore.
Havia muito para se fazer. Definitivamente.
Harry adormeceu, enquanto a luz da lua iluminava seu rosto e sua cicatriz ardia furiosamente.
-Não vou mais permitir erros! Quero Azkaban limpa, nenhum dos meus servos fiéis, por mais inúteis que sejam ficara naquele lugar.
As palavras escoavam da boca de Harry como se fosse veneno.
Alguém olhou para ele, que estava sentado na cadeira negra, segurando a varinha, brincando com ela entre os dedos.
- Mestre, como vão tirar todos de Azkaban?
- Acho que você precisa se conscientizar de que eu sou Lord Voldemort, atualmente o bruxo mais poderoso do mundo. Apenas para você reconhecer isso, Veritas! – disse apontando a varinha para o peito do homem.
Parecia que ganchos estavam puxando o peito do homenzinho. Sua boca estava escancarada, sem nenhum som, e seus olhos reviravam nas órbitas.
- Obrigado, Rabicho, por reconhecer que eu sou seu mestre.
O homem se afastou mancando, e respirando com dificuldade.
Longe dali, Harry Potter acorda com a cicatriz ardendo como se pegasse fogo.
No dia seguinte, na mesa do café da manhã, quando todos já haviam se retirado e ele podia tomar café em paz, uma coruja entrou rapidamente pela janela escancarada, junto com o vento.
Na sua perna, um pedaço de pergaminho amassado.
Harry desatou o nó da cordinha e abriu o bilhete, era de Rony, seu amigo.
Harry, se você ficar tranqüilo vem pra nossa casa. Passaremos pra te pegar o quanto antes. Na verdade papai vai te pegar. Ele o alguns bruxos treinados do ministério. Então, fique com tudo pronto.
Saudades, Rony.
Uma fagulha de esperança se acendeu na alma do garoto. Poder deixar a casa dos trouxas era ótimo, mas em circunstancias como aquelas era melhor ainda. Ele iria para uma casa de bruxos, bruxos da Ordem de Fênix, que combatiam Voldemort.
Provavelmente algo de interessante aconteceria.
De qualquer forma, os dias passavam e Harry ficava acordado até de madrugada e era o primeiro a se levantar na manhã seguinte. A mala pronta desde que recebeu a carta estava posicionada perto da porta, e ele sempre estava com a varinha no bolso.
Mesmo assim, quase um mês havia se passado, e apenas o interessante era que mais e mais pessoas morriam misteriosamente, ou desapareciam e o Profeta Diário anunciou um dia a morte de um jornalista.
Rita Skeeter.
No entanto, numa tarde quente de verão, algumas nuvens escuras cobriram o céu, e ofuscaram o sol. A chuva cairia em alguns minutos.
Antes disso, algo aconteceu.
Uma luz verde foi se elevando no céu até atingir as mais altas nuvens. Um crânio, com uma serpente no lugar de língua apareceu, tornando-se o aterrorizante sol daquela tarde.
Harry sabia o que isso significava.
Correu para o quarto e escreveu um bilhete rápido com o pergaminho,
A marca negra está no céu. Mandem ajuda.
Escreveu em três pergaminhos diferentes, e mandou Edwiges, sua coruja branquíssima entregar a alguém da Ordem de Fênix, a alguém na toca, e á alguém no ministério da magia.
Edwiges saiu voando pela janela rapidamente, em direção a marca assustadora no céu.
Harry tomou a varinha e desceu as escadas silenciosamente.
Com a varinha em punho, abriu a porta da sala, e caminhando pela calçada, viu grandes chamas vermelhas se erguerem pelo meio das casas.
Quando vários bruxos aparataram na sua frente.
- Vamos Harry! – Olho-Tonto Moody disse rapidamente. – pegue na minha mão e na de Tonks antes que...
Ele não chegou a completar a frase, um jorro de luz vermelha atingiu-o nas costas o fazendo cair desmaiado no chão.
- Harry, esqueça! Vamos antes que seja tarde. – gritou tonks em meio à gritaria que vinha das ruas. Não parecia haver uma única pessoa que prestasse atenção neles, todos iam correndo ver o incêndio.
Três vultos encapuzados subiram à rua e levantaram as varinhas, antes de conseguirem dizer alguma coisa, Tonks levantou sua varinha e gritou com força.
- CENTELSEMPRA!
Da ponta de sua varinha várias centelhas multicoloridas saíram como foguete em direção aos Comensais da Morte, servos de Voldemort.
Os cabelos rosa de Tonks, agora pouco abaixo dos ombros flutuavam ao seu lado.
Um comensal, que não foi atingido pelo feitiço de Tonks levantou a varinha e gritou:
- Crucio!
Tonks foi atirada no chão por uma luz azul e começou a gritar sofrendo dores terríveis. Harry levantou a varinha, aproveitando a distração do Comensal e gritou:
- Centelsempra!
Imitando o feitiço de Tonks, mas sem saber se funcionaria, pois nunca havia usado aquele feitiço antes, Harry sacudiu a varinha na direção do vulto encapuzado.
A dose foi um pouco demais, em vez de centelhas, saíram grossos raios coloridos que atingiram em cheio o peito do comensal, atirando-o pra trás.
Quando o vulto caiu, longos cabelos dourados se espalharam pelo asfalto, Narcisa Malfoy, esposa de Lucio Malfoy, outro comensal que estava em Azkaban, estava caído, desmaiada.
Os outros comensais ainda estavam em choque com o feitiço poderoso de Tonks.
Enquanto Tonks levantava, Harry sentiu que era hora de agir, apontando a varinha no centro dos dois comensais, e gritando:
- Expelliarmus!
Uma luz branca ofuscante saltou da varinha de Harry, e foi de encontro os comensais, que devido à surpresa, foram jogados no chão, as varinhas voando para longe.
Tonks ergueu-se finalmente e segurou firme no braço de Harry, a varinha apontada para Narcisa desmaiada, enquanto os outros comensais aparatavam, disse:
- Vamos aproveitar e leva-la, conjure a varinha dela pra mim Harry.
- Accio! – e uma varinha voou da sarjeta para a mão de Harry.
- Obrigado, vamos. Prisionatus! - E três correntes prateadas se ataram a mulher no chão.
Tonks segurou no braço de Harry e girou sobre seu próprio calcanhar.
A última coisa que Harry viu foi o céu em chamas e fumaça desaparecer rapidamente, depois ele estava numa sala, com paredes de pedra e mesas escolares.
Estavam em Hogwarts.
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