Novamente na camara Secreta
- AÍ está. – disse Harry, olhando para o buraco no chão.
Tonks estava hipnotizada também.
- Bom, então, acho que é tempo de irmos. – disse quebrando o encanto.
Harry percebeu as muitas velas voando no teto do banheiro inundado. Com um aceno da varinha, as velas foram escorregando pelo cano, com os pontinhos de luzes desaparecendo nas trevas.
A câmara não lhe trazia boas recordações. A luta contra o basilisco no segundo ano ainda estava fresca em sua memória, a dor de ter o braço perfurado por uma das presas letais.
Mesmo assim, ele sabia que deveria ir.
- Suponho que eu vá primeiro, afinal eu conheço a câmara. – disse ele.
- Não, - respondeu um bruxo desconhecido. – eu irei primeiro então vocês todos vão, assim não há problemas.
Dizendo isso, sem chance para ninguém reclamar, ele se jogou pelo cano e sumiu junto com as velas.
Depois de alguns momentos tensos, uma voz gritou lá debaixo:
- está tudo bem, só um pouco meio sujo.
Parecia ser o sinal. Um a um, os bruxos e bruxas foram se atirando para a escuridão.
- Vá em frente, Harry. – disse Tonks quando só restavam os dois no banheiro.
- Mas e você?
- Eu vou atrás de você, para proteger a retaguarda.
Harry mirou o buraco. A imagem de uma cobra verde imensa, com grandes olhos amarelos apareceu repentinamente na sua mente.
- Bom, então lá vou eu...
E se jogou, desaparecendo na escuridão.
Parecia que nunca o túnel acabaria. Cada vez mais longo e nunca um fim, Harry já estava cansado.
Então, pousou em um monte espinhento.
Quando ele finalmente abriu os olhos, viu um grande espaço, como um esgoto, de pedras antigas, desgastadas e cheio de ossos de criaturas no chão.
As velas iluminavam bem o local, e ele podia ver agora que não era tão aterrorizante, mas muito nojento.
- Chegou. Chame Tonks.
Um bruxo do seu lado lhe dizia as boas vindas.
Harry apontou a varinha pra cima e disse baixinho:
- Relashio!
Uma torrente de faíscas azuis disparou pra cima, de encontro de Tonks, que reconheceu o aviso de “tudo bem” e em alguns instantes já estava lá embaixo.
Enquanto andavam em direção as criptas interiores, as velas flutuavam acima deles.
Logo, um grande escudo estava na frente deles.
Harry viu as cobras entalhadas nele começarem a se mover e começou a falar a língua das cobras. Em alguns momentos, o escudo girava e dava passagem pra uma grande catacumba, mal iluminada.
- Valeu Harry. Pessoal, vamos nos dividir e procurar, de dois em dois. Qualquer coisa suspeita, ou interessante, dispare faíscas para o lago. – disse Tonks, apontando para o grande lago, no centro do recinto.
Atrás, a grande estátua de Slytherin os observava com cuidado.
Harry e Tonks, uma das duplas, saiu em busca de alguma pista, afinal, precisavam encontrar algo relacionado aos Hurcruxes para poderem destruir Voldemort.
Depois de quase meia hora sem nenhuma faísca ser disparada, Harry já pensava que nada ali poderia conter algo sobre Voldemort.
Porém, o entusiasmo de Tonks, o impelia pra frente e não deixava ninguém desistir.
Depois de muita procura inútil, Harry lembrou-se da cobra gigantesca que quase o matou, saída da boca da estatua de Slytherin.
- Claro, como foi tão burro... – lamentou Harry. – Tonks, já sei onde provavelmente iremos encontrar algo sobre os Hurcruxes.
- Onde? – perguntou Tonks, interessada.
- Dentro da estátua de Slytherin.
- Mas... Como seria possível?
- O basilisco estava lá dentro, o que me faz crer que Voldemort poderia ter escondido algo lá dentro.
- Faz sentido, mas como vamos abrir aquela câmara?
- Bom... – disse Harry, tentando se recordar como Voldemort tinha feito no segundo ano. – não tenho muita certeza, mas acho que... Hum... Acho que a porta só se abriu quando ele chamou o basilisco.
- Então – disse Tonks, tentando organizar seus pensamentos. – teria de haver um basilisco lá dentro para que pudéssemos entrar não é?
- não sei.
Tonks agora olhava a estátua com um pingo de desconfiança. Como seria capaz de uma estátua conter uma cobra gigante?
- Só há uma saída. – disse Tonks depois de certo tempo. – Relashio!
Apontou sua varinha para o lago e várias faíscas explodiram naquela direção.
- Vamos.
E os dois foram para a margem do lago, encontrando-se com muitos outros bruxos.
- Harry, explique.
- Sim... – disse Harry, começando a raciocinar. – se eu me lembro bem, na primeira vez que estive na câmara, Riddle chamou o basilisco de dentro da estátua de Slytherin.
E apontou para a estátua.
- Então, a boca da estátua se abriu e a cobra saiu de lá de dentro. O problema é que não há um feitiço, ou outra coisa que possa abrir. A estátua abriu apenas quando ele chamou o basilisco.
Alguns bruxos suspiraram e outros fizeram cara de seriedade.
- Acho que se há alguma pista ou até mesmo um Horcrux deve estar lá dentro. O problema é entrar.
Um olhou para o outro e depois, todos os olhares estavam concentrados em Harry.
- Há uma precaução que devemos tomar. Um só bruxo deve ficar olhando através de um espelho enquanto eu abro a câmara, porque senão, todos vão morrer. Se alguém for atingido pelo olhar do basilisco, olhando através do espelho, ficará apenas paralisado, mas pode ser acordado depois, OK?
Todos concordaram.
- Espeliatun Conjurati!
Tonks apontou para trás com a varinha e um magnífico espelho com bordas prateadas apareceu do nada.
- Pronto. Quem será o que ficará olhando pelo espelho?
Alguns bruxos levantaram a mão, mas no fim, a responsabilidade ficou com um bruxo alto e forte, com os cabelos longos enrolados nas costas.
Ele se posicionou na frente do espelho, esperando pelo movimento de Harry, que estava parado na frente da estátua esperando o sinal de Tonks.
Tonks fez sinal com a cabeça, como se indicasse ‘vá em frente’ e ele foi.
Olhando fixamente para a face da estátua gigante, ele se concentrou.
Como mágica, os traços faceais de Salazar Slytherin foram se moldando como de uma cobra, porém só Harry poderia ver isso.
Sussurrando, as palavras escorreram por sua boca e a boca da própria estátua começou a se abrir.
O bruxo no espelho, por mais corajoso que fosse, suava loucamente.
A boca se escancarou totalmente e nada aconteceu. Nenhuma cobra mortífera saiu de lá de dentro.
Pelo contrário. Uma luz verde gutural encheu a sala, ofuscando até mesmo os milhares de velas encantadas no teto.
Mesmo assim, o bruxo alto continuava na sua posição.
Depois de alguns tensos minutos, esperando pelo pior, sem que nada acontecesse, Harry começou a caminhar em direção a estatua.
Apontou sua varinha para o lago e disse:
- Secartium.
A água no seu caminho começou a secar rapidamente. Conforme ele ia avançando, a água ia sumindo.
Parou em frente à bocarra aberta.
Olhou para trás. Tonks estava olhando em suspense. Então veio na direção de Harry.
- Vamos entrar na mesma ordem que entramos na câmara. – disse imperiosamente.
Todos os bruxos concordaram e um a um foi entrando e lançando faíscas azuis se estivesse tudo bem.
Chegou à vez de Harry. Olhando para o buraco aberto na sua frente, esperou as faíscas azuis, não se desapontou. Algum segundo depois viu centelhas azuis voarem na sua direção.
Passando um pé por cima dos lábios de pedra, jogou o corpo para dentro.
Uma cena esquisita se apresentou.
Estava em pé numa praia de areias branquíssimas, com água cristalina a poucos metros de si mesmo, rodeado por pedras enormes.
Olhando atrás de si, viu uma pedra enorme como as outras, com um buraco esculpido na boca de uma cobra. Ele via Tonks olhando pra ele, mas parecia que ela não podia vê-lo.
Apontou a avarinha para pedra e disse:
- Relashio.
Faíscas azuis saltaram da varinha e atravessaram o arco.
Em um instante, Tonks se juntava a ele e aos vinte bruxos que a esperavam na praia.
A boca enorme da serpente se fechou, e a pedra ficou imóvel.
- Bom, parece que estamos um pouco presos aqui não é? – perguntou uma bruxa morena.
- Bom, é... Temos que continuar procurando. – disse Tonks, assumindo o controle da situação.
Então as mesmas duplas começaram a caminhar pela areia fina.
Num relance, Harry olhou a água e viu que algo começava a se levantar das ondas.
Uma outra pedra.
E em cima dela, uma taça dourada.
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