Capítulo 4



Mione já não fazia idéia do tempo que tinha que estava ali naquele banquinho conversando com McPhee. Conversavam sobre tanta coisa, que ela não estava acreditando. Sempre imaginava que galãs como ele não eram muito de papo. Era só levar Krum como exemplo. Mas talvez o que McPhee precisava era de alguém que o levasse a sério e não ligasse tanto para sua popularidade. Sim, porque até seus amigos poderiam lhe ser fúteis.

- A galera da comissão tem ralado muito por causa dessas festas, sabe – disse ele ao observar a tal garota de cabelo roxo, Beta Rhomes, se deslocar impacientemente para lá e para cá. – Tipo... é claro que não tiveram que se preocupar com dinheiro, né... Porque a verba vem da organização da Colônia e de Hogwarts. Mas a responsabilidade de procurar bandas, de decorar a festa e de preparar e espalhar folhetos ficou por parte deles.

Mione vez ou outra balançava a cabeça ou fazia uma expressão de “oh”. Mas era McPhee quem mais conversava, por incrível que pareça. E isso era tão novo para ela que não se importaria de ficar ali a conversar até o raiar do dia. Porém, já estava ficando tarde e lembrou-se de que no outro dia gostaria de assistir a uma palestra sobre os mal-tratos a elfos domésticos.

- Ah, não... você já tem que ir dormir? – McPhee parecia sincero com o desapontamento. – Fica mais um pouquinho! Ta tão boa a conversa – ele sorriu e colocou a mão sobre o braço de Mione que apoiava-se no banquinho.

A garota ficou sem-jeito e por causa disso, McPhee tirou a mão de imediato.

- Mas... eu preciso acordar cedo... Você entende, eu quero assistir à palestra...

- Hum... tudo bem! Mas eu te levo até a tenda. Ta meio tarde e o que não falta é bêbado desordenado por aí!

“Que fofo...”, ela pensava. Andavam em silêncio e Mione se culpava porque a causa disso deveria ser o olhar encabulado que lançou com o toque de McPhee em seu braço. Quando chegaram na frente da tenda, Mione se postou de frente para ele e disse:

- Bom... então é isso... Boa-n....

Mas o garoto não lhe deu tempo para continuar a frase. Pois já estava muito próximo do seu rosto e, repentinamente, tascou um selinho carinhoso e demorado. Sua mão direita tocava a cintura de Mione, cujo coração disparava agora.

Em seguida, ele afastou um pouco o rosto e ficou olhando para Mione e, percebendo seu espanto no rosto, foi rápido ao dizer:

- Ah... desculpa!

Mas Hermione, percebendo a outra merda que fizera, colocou a mão esquerda sobre seu ombro direito e encostou os lábios no dele por livre e espontânea vontade. O garoto só deve ter gostado, pois se empolgou e a enlaçou pela cintura. Mione, porém, percebendo que o beijo se intensificava, soltou a boca dele e olhou para o lado. McPhee não entendeu direito, mas deu-lhe um beijo na bochecha e soltou-a respeitosamente. Ela sorriu sem-jeito e, sem dizer mais nada, entrou na tenda.

Hermione não se lembrava da última vez que sentira seu coração palpitar tanto como agora. Uma felicidade irradiava seu corpo e a deixava acesa, de modo que sabia que não dormiria nem tão cedo. E enquanto corria para a cama, tocava sua própria boca com a mão e não conseguia esconder um sorrisinho.

***


- Simas!! Não acredito que você fez isso! – Lia estava realmente muito chateada com o susto que acabava de levar. E, por sorte, a cerveja amanteigada não lhe molhara tanto a roupa.

Simas estava já às gargalhadas. E Lia lhe dava tapinhas insistentes nos ombros.

- Pára de rir, idiota! Só podia ta bêbado, mesmo... Quantos hidromels você bebem, hem?

- HAHAHAHA! Ta abusada assim porque ta só, é?

- Ã? Ai, que ódio... – replicou indignada.

- Ta só por quê? Todo mundo se arranjou e você não? Hahahahaha!

Lia revirou os olhos e fez menção de sair andando.

- Não, ‘pera! – Simas puxou-lhe o braço.

- O que foi? – perguntou abusada.

- É que... eu também sobrei – respondeu Simas meio cambaleante.

- Ah, é? – Lia sorriu convencida.

- É fogo... A Padma acabou de me mandar pastar. Só porque viu Dino sozinho agora pouco... é uma obsessão ridícula, mesmo...

Lia arregalava os olhos e a boca indignada. Vendo a expressão da garota, Dino pareceu se tocar da besteira que fez e levou a mão à própria boca.

- Vo-você... você não ouviu nada, Lia!

- A-há! Então os dois devem estar a sós agora, né...

- Não, Lia... Por favor! Não conta a ninguém!

Lia balançava a cabeça.

- Por favor... eu faço qualquer coisa! Mas não conta a ninguém, não!

Lia então abriu mais um sorrisinho malicioso.

- Tudo bem. Mas só se você me contar agora mesmo o que é que rola de verdade entre eles dois!

***


A conversa de Harry e Parvati também estava descontraída, mas o garoto não demonstrava que tentaria algo além do que já rolava. Conversavam sobre professores, trabalhos e até sobre o baile a que foram juntos dois anos atrás. Sorriam bastante, mas ele até agora, não dava sinal algum...

Parvati já se sentia entediada. Vira sua amiga passar andando de mãos dadas com Rony e soltar-lhe piscadelas de animação. Mas o seu caso não parecia ter futuro. Pelo menos não essa noite. Já estava ficando cansada de tanto conversar e tudo o que queria era que ele a beijasse, mesmo sabendo que isso seria praticamente impossível. O pior é que, assim, só aumentava-se a sua vontade.

- Ta ficando tarde, né... – comentou Harry.

- Pois é... Acho que vou dormir! – respondeu Padma chateada com o comentário de Harry.

E dessa forma os dois foram andando juntos em direção, primeiramente, à tenda feminina. Harry se despediu de Padma com dois beijinhos na bochecha e um “boa-noite”, deixando a garota o mais insegura possível.

“Pôxa, será que eu sou tão indesejável assim?”, ela se perguntava tristonha.

***


- Você jura mesmo que não conta a ninguém do que eu te falei? – perguntava Simas preocupado.

- Ã-ran... – respondia Lia, cruzando os dedos.

- Então ta. Vamo’ sentar ali, ó.

E os dois foram andando até o banquinho mais próximo. Sentaram-se, Simas hesitou bastante e parecia ponderar bem as palavras antes de abrir a boca.

- É o seguinte... A Padma é louca pelo Dino há muito tempo. Mas eu não sei se ele percebe isso ou se é tão cego para não perceber.

- Mas... nunca rolou nada não, entre eles?

- Não que eu saiba! Porque ele realmente gosta muito da sua amiga. Mas vou te contar uma coisa... Se eu tivesse uma garota como Padma no meu pé, não sei por quanto tempo resistiria, não!

- Ai, vocês homens... São tão.... argh! – Lia fez uma cara de nojo.

- Pô, mas é a verdade!

***


Dino estava sentado sozinho em um banquinho do lado de fora das tendas e refletia o que poderia ter feito Gina ido dormir tão cedo sem falar com ele. Tinha quase certeza de que não fora visto enquanto consolava Padma duas horas atrás e começava a se chatear com a grosseria de Gina. “Pô, ela não fez nem questão de me avisar que ia dormir!”.

- Oi, gatinho! – era Padma sorridente, sentando-se ao seu lado. – O que é que ce tem? – perguntou observando a indignação do amigo.

- Nah... Nada não...

- Cadê ela? Foi ela que te deixou assim? – vendo que ele não respondia nada continuou: - Vocês brigaram? – e colocou uma mão nas costas dele.

Dino apenas balançava a cabeça. E mentiu:

- Nada demais, Padma...

- Eu sei que foi ela, Di! Me conte, vá... Não quero ver meu amigo assim pra baixo!

Dino levantou a cabeça e tentou abrir um sorriso amarelo. Padma o abraçou de imediato. Por um instante ele pareceu enxergar uma outra Padma ali. Uma Padma com um perfume inebriante e um cabelo tão macio... Tentou afastar esses pensamentos da cabeça, quando ela largou-se do abraço devagar e começou a encara-lo de maneira diferente. A idéia de beija-la até passou pela sua cabeça, mas imediatamente tirou os olhos dali e virou o corpo para frente.

Percebeu o desapontamento da amiga, mas não pôde fazer nada, a não ser tascar-lhe um beijo sobre a face e andar para a tenda masculina.

***


- Ei, Harry! Acorda! – Rony cutucava o ombro do amigo insistentemente.

Harry se acordou assustado, catou os óculos, colocou-os no rosto e observou a hora no relógio: 4h35 da madrugada.

- Que foi, Rony? – perguntou preocupado.

- Ce veio dormir de que horas? – perguntou sorridente.

- Não acredito que ce me acordou pra perguntar isso! – respondeu indignado.

- Ah, pô. É que eu quero saber como ce se saiu com a Parvati – disse Rony animado. – E aí? Rolou alguma coisa?

- Não... tipo... a gente conversou bastante e tal, mas...

- Putz, Harry! Não acredito que ce foi mole!

- Ah, eu não sei... Não pintou clima.

- Pois é, talvez porque você não soube criar o clima, né! – disse Rony balançando a cabeça em tom de desaprovação.

- E eu ainda fiz a merda de dizer que tava com sono! Eu sei, eu sei... – apressou-se Harry a dizer enquanto via o amigo rindo. – Eu sei que sou um mole e tudo o mais, mas sei lá...

- Shh!! – alguém se incomodava com a conversa.

Harry precisava encontrar Parvati no outro dia e mudar sua imagem com ela. Tudo o que menos queria era parecer chato para alguém. Ainda mais para Parvati, por quem ele começava a sentir um certo interesse...



***


Pelo visto, Rony gostou de ficar com Lilá... Mas será que ele quer continuar com o rolo? E McPhee irá atrás de Mione mais uma vez? Ou achou que não conseguiria mais nada com ela? Lia contará o que conseguiu ouvir de Simas para a amiga Gina ou prefere não interferir em seu namoro? Dino resistirá mais uma vez aos ataques Padma? E Harry vai tomar vergonha e tentar alguma coisa com Parvati? Ufa! O próximo capítulo está imperdível!

N/a: Gente, to adorando todos esses comentários. Continuem dizendo o que pensam, que isso é muito importante para o andamento da fic, ok? Bjos! Em especial pra Brenda... Que eu vejo estar realmente acompanhando tudo... hehehe! ;)

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