Um amigo, um inimigo
Me lembre de não esquecer que te amo
Autora: Thaís Potter Malfoy
Shippers: Harry/Hermione; Draco/Hermione; Harry/Gina.
Resumo: Hermione sofre um ataque e acorda na enfermaria da escola, sem memória. Agora ela está totalmente perdida e não sabe se deve acreditar em seus sentimentos ou no que as pessoas lhe dizem.
Spoiler: 1 a 5
Capítulo Dezessete - Um amigo, um inimigo
- Hermione! Pelo amor de Merlin, o que aconteceu com você esse tempo todo!?
Hermione não ficou surpresa com a pergunta – ela era inevitável. Afinal, sua mãe sempre lhe dizia que as mentiras tinham pernas curtas. Pois é, sua mãe raramente se equivocava.
Ignorou o fato de Harry Potter estar impressionado e encarando-a, à espera de uma resposta. Uma resposta que Hermione não sabia como dar. Por um lado, Harry entenderia que ela não tinha culpa em toda a história, embora tivesse sido um tanto quanto estúpida por acreditar em qualquer um como Malfoy. No outro lado, ele com certeza ficaria vermelho de ódio e sairia perseguindo Malfoy, pronto para amaldiçoar Draco e toda sua descendência.
Hermione inalou o ar ao redor, de olhos bem fechados. Era isso: contaria a verdade. Malfoy provavelmente ficaria na enfermaria por no mínimo duas semanas, o que era bem merecido, e Harry entraria em detenção por agredir outro aluno. Rony também, assim que ouvisse os rumores e fosse ajudar Harry a extinguir a raça Malfoy do mundo bruxo.
- Harry, - Hermione disse, abrindo os olhos e encarando o amigo – Eu vou te contar tudo, se você acha que pode agüentar.
Harry rolou os olhos – Até parece que eu não posso agüentar. Vá em frente.
- Certo – Hermione começou, incerta. – O nome do meu “ex-namorado” – ela fez uma careta – é a primeira coisa que você deve saber.
- Ainda não acredito que você escondeu isso de nós! – Harry disse, socando a grama ao seu lado.
- Eu tinha que esconder – Hermione explicou – Está preparado?
- Pare de enrolar.
- Ok. Pense na pessoa que você mais odeia.
- Hermione, você não pode ter namorado Voldemort – Harry ainda conseguiu fazer piada, embora seu rosto estivesse sério. – Ele não pode entrar na escola, seria aniquilado no mesmo instante.
- Continue com gracinhas, Sr. Potter – Hermione implicou, cruzando os braços e bufando.
- Desculpa, desculpa. – Harry ergueu as mãos no ar, se rendendo.
- Pense na pessoa que você mais odeia – Hermione repetiu, enfatizando a frase – Obviamente, do nosso ambiente escolar.
Harry não demorou nem dois segundos para responder. – Hermione. Só dois nomes surgem na minha mente quando eu me faço essa pergunta. Um deles seria repugnante imaginar com você, e o outro eu prefiro nem comentar.
- Tá, eu sei que um é o Snape. Merlin me livre! – Hermione fingiu vomitar.
- Ok, uma coisa nojenta a menos. A outra opção é...
- Draco Malfoy – Hermione terminou a sentença por ele.
- Claro, quem mais seria?! – Harry disse, e em seguida esperou que Hermione prosseguisse. Mas ela permaneceu em silêncio. – O quê?!
Hermione apenas continuou olhando para ele, esperando a ficha dele cair. Harry examinou suas feições com o olhar, entortando a cabeça. Em seguida, seus olhos se arregalaram. Ele se assustou tanto que deu um pulo para trás, se afastando dela.
- DRACO MALFOY?! – Harry gritou, enfurecido.
- Eu sei, eu sei, é horrível, mas aconteceu. – Hermione começou a explicar, ignorando a cara enojada de Harry – Ele aproveitou o meu estado frágil e me convenceu de que ele era meu amante secreto, que papinho ridículo, e depois disse que eu tinha que conseguir informações da Ordem da Fênix para ele.
Passado o choque inicial, Harry ergueu as sobrancelhas. – Faz sentido.
- É claro que faz, era um plano do Voldemort! – Hermione disse. Ela ainda ficava revoltada ao lembrar de tudo que acontecera.
- Eu não acredito. Eu não acredito. Eu não acredito...
- Acredite, Harry. Passei os últimos meses namorando Draco Malfoy e enganando todos vocês.
Harry arregalou os olhos de novo – NAMORANDO?
Foi a vez de Hermione rolar os olhos – Qual parte do “amante secreto” você não entendeu?
- ‘Pera. Espere um segundo, e deixa ver se eu entendi. – Harry respirou fundo – Draco Malfoy te levou a acreditar que você era amante dele, e ainda por cima te fez passar informações sigilosas da Ordem para ele?
- Quase isso – Hermione ajeitou o corpo, encarando Harry – Eu até acreditei nele, mas eu não me sentia bem traindo a Ordem, então eu não disse nada comprometedor. Isso foi motivo de várias brigas entre Draco e eu, porque eu me recusei a trair vocês.
- Menos mal. Então ele não sabe muita coisa da Ordem? – Harry suspirou aliviado.
- Bom, ele mesmo me disse que você, nem ninguém, está em perigo, porque eu nunca contei nada importante. – Hermione concluiu.
- Isso é bom... Mas é melhor tomarmos muito cuidado. Ele pode estar mentindo. – Harry analisou.
- Eu não acho que esteja. – Hermione disse, inocente, mas o olhar de Harry a fez reparar: - Quer dizer, você tem razão, é melhor tomar cuidado.
- Hermione... – Harry parecera se acalmar, mas tinha algo estranho em seu olhar – Você disse que estava apaixonada por ele. – Harry concluiu, metade perguntando, metade afirmando.
Ela respirou fundo. – Sim, Harry, estava.
- Como é que é possível!? O Malfoy é um idiota, sempre nos tratou mal, cheio de hostilidade! – Harry disse. Ele estava mais calmo, mas não o bastante. Mesmo assim, ele voltou a se aproximar da morena, sentando-se ao seu lado, como antes.
- Ele não é um idiota o tempo todo – Hermione contou, mordendo o lábio inferior e desviando o olhar de Harry para o Lago.
- Mas, ainda assim... Você estava disposta a escolher o Malfoy, e não a mim – Harry encarou o fato, um fato que Hermione ainda não tinha analisado. Ela se assustou com as palavras de Harry. Virou-se para ele, encontrando seus olhos.
- Olha, Harry... – deixou os ombros caírem. Não tinha muito a dizer; Harry estava certo, ela havia escolhido Malfoy. – Você sabe o quanto eu estive diferente no período em que perdi a memória.
- Sei. – Harry comentou, mas Hermione não tinha certeza de que ele estava escutando; seus olhos estavam desfocados.
- Harry... – Hermione o chamou.
Ergueu um dos braços e estendeu os dedos de forma a tocar a face dele e puxar seu olhar para ela. Ficaram algum tempo sem falar nada, tempo cujo Hermione utilizou para dedilhar o rosto de Harry e marcar todos os seus traços. A expressão dele não dizia muita coisa, mas ela sabia, no fundo, o quanto o moreno estava magoado. Afinal, Draco Malfoy era alguém que Harry odiava com todas as forças e Hermione – a garota que ele dizia gostar – tinha o preferido sobre Harry.
- Me perdoa? – Hermione sussurrou, a voz tão baixa que não tinha certeza se ele a ouvira.
Harry inspirou fundo, e Hermione percebeu que também estava prendendo sua respiração. Estava apreensiva e sentia as mãos suando – embora uma delas ainda estivesse repousada no rosto de Harry.
- Herm, - Harry começou, esboçando um sorriso tímido, tão típico dele – você não teve muita culpa nisso tudo... Mas se é meu perdão que você quer, considere-se perdoada.
Hermione sorriu, do mesmo modo tímido que ele sorria. Num impulso, elevou o outro braço e segurou o ombro de Harry, puxando-o em sua direção, enquanto ela própria se inclinava para frente. Seus corpos ficaram grudados, num abraço esquisito. Harry ficou sem ação por alguns segundos, até perceber o que estava acontecendo e levar uma de suas mãos até a cintura de Hermione, também a puxando para perto de seu corpo.
Em outros tempos, aquele abraço faria Hermione corar até o ultimo fio de cabelo – isto é, se ela tivesse, de fato, coragem para se aproximar de Harry daquela forma em outros tempos. Agora, no entanto, ela sentia-se bem ao inalar o perfume dele, formado apenas por seu cheiro natural e shampoo comum. Seus dedos se perderam no meio dos fios do cabelo dele, o que acabaria por bagunçá-lo ainda mais. Os dedos de Harry também criaram movimento, abrindo e fechando em sua cintura e, vez ou outra, passando para suas costas.
- Harry?
Ele estremeceu, e Hermione sabia que era por conta da proximidade de sua boca com a orelha dele, naquela posição; ela mesma havia estremecido, e sua voz saíra falha e rouca. Vendo que Harry a esperava prosseguir, ela o fez.
- Desculpa se eu te magoei. Mas você escolheu uma péssima hora para terminar com a Gina e resolver ficar comigo.
Os dedos de Harry ficaram imóveis em sua cintura. Hermione afastou-se um pouco, a fim de ler a expressão dele, saber se ele estaria magoado ou com um sorriso de quem perdoa. Não encontrou nenhum dos dois.
- Erm... Sobre isso, eu também devo desculpas – ele disse, sem jeito. Seus olhos passaram lentamente pela face de Hermione. – Você tinha razão. Eu não tinha o direito de querer você e a Gina ao mesmo tempo.
- É, isso foi bem... errado. – Hermione disse, também examinando a face dele atentamente. – Mas o que importa é que você decidiu não enganá-la, foi sincero no final.
- É...
As palavras se perderam no ar. Elas não eram mais necessárias, de qualquer modo. O tempo pareceu parar para aqueles dois velhos amigos, ou talvez mais, se reencontrarem. Hermione estava começando a sentir o nervosismo atingir a ponta de seu abdômen; estava frente a Harry e não sabia o que fazer.
Logo, ele tomou a iniciativa e seus dedos começaram a desenhar pequenos círculos na cintura de Hermione, onde ainda repousavam. Ela tomou um segundo para sentir o gesto, tão acolhedor, e então voltou a mover os próprios dedos pelos cabelos de Harry, retribuindo o carinho.
Ele sorriu, o sorriso mais sincero que ela via há tempos. Harry se afastou momentaneamente para deitar-se na grama fofa; seu olhar chamava Hermione, que não hesitou em deitar ao lado dele e aconchegar-se em seu peito. As mãos dele voltaram à atividade anterior. Hermione fechou os olhos.
Nada mais faltava aquele cenário: o vento leve, quase uma brisa, os refrescava e trazia ar puro; o cheiro de Harry exalava de seu pescoço e Hermione o sentia claramente; as caricias, de ambas as partes, eram tão boas que os dois entraram num estado de dormência, esquecendo-se de quem eram, de onde estavam, de todo o resto...
Hermione não tinha idéia de quanto tempo perderam daquele jeito. Ela pensou ter cochilado, mesmo que por breves minutos. Levantou o olhar para Harry e viu que ele mantinha os olhos fechados e sua face estava iluminada com um sorriso leve. Não tinha vontade de acordá-lo, mas lembrou-se das aulas que ele tinha que atender.
- Harry? – ela chamou, descobrindo que sua voz estava embolada. Talvez ela tivesse mesmo cochilado, afinal.
Ele não respondeu ao chamado. Simplesmente engoliu seco e continuou a dormir.
- Harry. – chamou outra vez, agora balançando o ombro dele e desvencilhando-se de seus braços.
- Hum – ele murmurou, bêbado de sono.
- Temos que entrar. Você tem aulas, mocinho.
- Hã? – ele resmungou, virando-se de lado. Ele apoiou a cabeça numa das mãos e continuou a dormir, sem ligar para as tentativas dela de fazê-lo levantar.
- É sério, Harry. Você não pode perder as aulas...
Mais um chacoalho e ele abriu os olhos em definitivo.
- Finalmente! Que sono de pedra...
- Quando foi que eu dormi? – ele perguntou, tomando consciência do que acontecia ao seu redor. Harry se sentou, assim como Hermione, e coçou os olhos.
- Nós dois dormimos – ela contou, rindo – Não sei quanto tempo passou, mas é melhor você ir para a aula, Harry. Há uma enorme possibilidade de já estar atrasado.
- Hum, sei. – ele resmungou – Acho que não tem nenhum problema se eu matar as aulas hoje. Uma detenção a mais, uma a menos...
- Nada disso, levante-se já! – ela ralhou, ficando de joelhos, pronta para ir embora.
Harry segurou seu pulso, com um sorriso sorrateiro que Hermione não reconheceu. Para sua surpresa, ele a puxou com mais força e fez os lábios de Hermione se unirem aos seus por alguns seguros, mas sem aprofundar o beijo. Então, soltou o pulso dela e levantou da grama, enquanto a morena ficou estática, com o pulso na mesma posição que ele deixara.
- Hermione? Vai ficar ai o dia todo? – ele perguntou, como se nada tivesse acontecido. Como se ele não tivesse acabado de beijá-la!
- Eu... Eu já vou – ela falou, tomando uma respiração volumosa e ficando também de pé. – Corra, Potter, está atrasado!
Harry sorriu de lado, pegando sua mochila no chão e correndo em direção ao castelo, sem olhar mais para trás e sem perceber o pequeno sorriso instalado nos lábios da morena.
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Hermione passou a tarde ponderando.
Harry a pegara completamente desprevenida. Ela jamais esperava uma atitude semelhante à que ele teve. Em sua perspectiva, eles tinham passado aquele tempo juntos como amigos, nada mais. Ao que parecia, Harry não tinha visto daquele jeito.
Ela não podia negar, tinha gostado. O gesto dele fora ousado, ultrapassava a linha fina da amizade deles, a linha que os impedia de se tornarem um casal. Na contramão, estavam seus sentimentos. Ela tinha gostado do gesto de Harry, mas as borboletas que um dia, antes da perda de memória, habitaram seu estômago não tinham ressuscitado.
Não sabia como agir diante dele agora. Talvez ele achasse que a reação dela significava que Hermione correspondia aos sentimentos dele. Oh, ela pensou sobre isso também, e concluiu que amava Harry como o grande amigo que ele sempre fora – nada de coração acelerado, bochechas coradas. Não queria que ele achasse o contrário e acabasse tendo o coração partido outra vez, mas Hermione pura e simplesmente não estava apaixonada por ele.
O que não significava que ela estivesse apaixonada por outra pessoa! Absolutamente! Ela não gostava nem de pensar no nome do outro. Afinal, por que uma pessoa não podia ser livre, sem ninguém para amar? Não havia nenhuma regra que obrigava alguém a estar apaixonado o tempo todo. Sendo assim, ela estava muito bem solteira, obrigada.
Ok, ela faria o seguinte: agiria normalmente perto de Harry, como se nada tivesse acontecido. Talvez ele pegasse a dica e percebesse que um namorado não era bem o que ela procurava nele. E, se ele não captasse a mensagem, iria conversar com ele, mais uma vez, explicando-lhe o quanto ele era importante para ela, mas que não seriam mais do que amigos.
O plano perfeito.
Ela sorriu e desceu para o Salão Comunal, onde se apegou aos resumos das aulas que perdera, tentando não mais pensar no bendito beijo.
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- Bem-vinda de volta, Srta. Granger. – a professora McGonagall a cumprimentou assim que entrou em sua sala, no dia seguinte.
- Obrigada, professora. – Hermione retribuiu com um sorriso.
O resto do dia anterior havia transcorrido normalmente. Harry não fizera questão de tocar no assunto do beijo, e o jantar fora muito divertido na mesa da Grifinória. Seus amigos pareciam felizes de verdade por vê-la recuperada.
Após o jantar, ela se recolhera ao seu quarto e dormiu, um sono livre de sonhos. Acordou bem disposta e agora estava ali, no escritório de McGonagall. Decidira levantar mais cedo para conversar com a diretora sobre sua perda de memória, que na verdade lhe tinha sido roubada.
- Tenho algo a contar a senhora, professora – Hermione começou, sentando-se numa das cadeiras frente à escrivaninha de McGonagall.
- Se for sobre o seu incidente com a memória, srta. Granger... Fique tranqüila. Madame Pomfrey me contou tudo. – a expressão da professora tornara-se amarga – Eu estou totalmente desgostosa. Aonde já se viu, um estudante lançar um feitiço desse tipo! Isso é magia avançada, e perigosíssima!
- Eu não consigo imaginar quem poderia querer tirar a minha memória – Hermione comentou, tão frustrada quanto a mulher em sua frente.
- Pode ter certeza de que nós investigaremos, Srta. Granger. Vou pedir para que o próprio Dumbledore converse com os professores e monitores. Esse tipo de coisa não pode se repetir!
- Obrigada, professora. – Hermione sorriu, aliviada. Queria saber quem teria a coragem e a competência para atacá-la.
- O lado bom é que a pessoa em questão lançou um feitiço reversível. Um amador, claramente. – McGonagall balançou a cabeça, em descrença.
- Oh, isso foi realmente estúpido. A não ser que a pessoa só quisesse pregar uma peça, e não tivesse a intenção de me prejudicar permanentemente. – Hermione concluiu, o que fez com que ambas ficassem em silêncio por alguns instantes.
McGonagall, em seguida, levantou-se da cadeira. – Bom, Hermione... Se não se importa, vou pedir a você que se retire, tenho que cuidar de algumas coisas.
- Claro, claro... – Hermione também se levantou.
- AH, só mais uma coisa. – a professora a interrompeu, antes que ela pudesse sair. – Imagino que esteja pronta para retomar as tarefas de monitora até sexta-feira?
Hermione arregalou os olhos.
Não tinha pensado naquilo. Nem se lembrava de ter que atender aos deveres da monitoria. Não imaginava ter que conviver com ele, de novo, tão cedo.
A morena apenas forçou um sorriso para McGonagall – Claro, professora. Sexta-feira.
- Ótimo. Tenha um bom dia, Srta. Granger.
Hermione saiu da sala da diretora da Grifinória, ainda um pouco nauseada. Preferiu não mais pensar em sua volta ao trabalho de monitora. Ela sempre soube, inconscientemente, que ela teria que conviver com Malfoy, eventualmente, fosse na monitoria ou fosse nas aulas. E eles teriam que voltar a encarar um ao outro como antes, ou seja, com ódio e ofensas.
Ela seguiu, por fim, para o Salão Principal, onde alguns alunos já estavam sentados para o café da manhã. Avistou Rony na mesa da Lufa-Lufa, com Luna. Na mesa da Grifinória, Harry estava conversando com os batedores do time de Quadribol. Do outro lado da mesa, Hermione notou, Gina o observava como se não pudesse tirar os olhos de cima de Harry.
- Bom dia – Hermione cumprimentou Lilá e Parvati, sentando-se de frente para elas.
- Bom dia, Hermione – elas responderam, em uníssono. – Pronta para as aulas? – Lilá completou, sorrindo.
- Sim! – Hermione seguiu o gesto – Espero conseguir recuperar minhas notas... Eu não estava indo tão brilhantemente sem minha memória.
- Hermione, você é brilhante de qualquer jeito. – Parvati disse, rolando os olhos.
- É, deve ter nascido assim – Lilá adicionou.
As três engataram um assunto sobre o próximo passeio de Hogsmade. As garotas faziam planos e Lilá contou que Bob, o garoto que ela estivera de olho, tinha finalmente a convidado para sair. Ela e Parvati combinaram de fazer um encontro duplo, e perguntaram se Hermione não queria se juntar a elas.
- Oh, eu não tenho ninguém para levar – Hermione admitiu, corando.
- Quer que eu arranje alguém para você? – perguntou Lilá, maliciosa.
- Não, obrigada – Hermione riu.
- Hermione... pode nos contar. Se tiver algum garoto, nós arranjamos para você. – Parvati insistiu.
Outra vez, Hermione riu abertamente. – Não, não tem ninguém. Verdade.
As duas trocaram olhares, desconfiadas, mas não tocaram mais no assunto.
- Hey, meninas.
Elas olharam para o lado e viram Harry sentar-se ao lado de Hermione, depositando um beijo na testa dela, que corou de imediato. Desde quando Harry era tão afetuoso em público? Ah, claro. Desde que tinha a beijado no dia anterior.
- Que caras são essas? – ele perguntou, olhando desconfiado para Lilá e Parvati, e em seguida voltando-se para Hermione.
- Nada, Harry... Nadinha – respondeu Lilá, tomando um gole de suco.
O café da manhã transcorreu sem nada diferente, exceto pelo fato de todo o time da Grifinória, excluindo Gina, andar de um lado para o outro atrás de Harry, buscando saber sobre os treinos e estratégias. Depois de terminarem de comer, Harry e Hermione se levantaram juntos. A primeira aula do dia seria de Herbologia com, ironicamente, a Sonserina.
A professora Sprout os esperava com algum tipo de planta rara, a qual Hermione não prestou muita atenção. Não estava conseguindo focar seus pensamentos tão facilmente quanto achou que poderia. Agora que Rony tinha se juntado a eles, Harry e o ruivo engataram um assunto qualquer e Hermione deixou sua lógica se perder conforme sua mente vagava.
Aquilo era loucura. Não tinha sentido. Não havia nenhum motivo para ficar evitando Draco Malfoy, ou qualquer coisa que a lembrasse dele. Eles teriam que conviver, e ela preferia que fosse de forma pacifica. Só não estava tão certa sobre qual seria a postura de Malfoy em relação a tudo isso. Ela esperava que ele não a tratasse mal como antes, mas também não queria se iludir, esperando que ele fosse ser educado e gentil.
Hermione sentiu um cutucão em seu ombro, e viu que era Harry. Ele tinha um olhar interrogativo.
- Herm... – ele a chamou, em tom de voz alto – Está tudo bem?
Hermione mal teve tempo de responder, porque o barulho de algo muito pesado se quebrando preencheu a sala. Todos os olhares se voltaram para o grupo de sonserinos do outro lado da estufa, e Hermione viu um vaso quebrado aos pés de um deles.
- Tenha mais cuidado, sr. Malfoy. – alertou a professora Sprout – Replante imediatamente! Há alguns vasos atrás daquela bancada, se o senhor tiver a bondade...
- Sim, senhora. – Draco bufou e caminhou na direção apontada, voltando com um vaso enorme e começando a replantar a planta que deixara cair. O resto da classe voltou a atenção à professora.
Nada mais aconteceu durante o dia todo... As aulas estavam recheadas com quilos e quilos de matérias, todas sendo tema dos NIEMs. Ela estava desesperada, pois ainda não tinha começado os estudos para os exames do ultimo ano de Hogwarts. Mesmo faltando seis meses para as provas, era sempre bom começar a estudar cedo.
A morena não prestara muita atenção aos fatos a sua volta na hora do jantar. Estava um pouco ansiosa para a retomada das tarefas de monitora; esse assunto a tinha prendido o dia todo. Como sempre, ela apenas dizia a si mesma para não se preocupar com a convivência com Draco, mas era impossível. Foi nesse clima que Hermione se despediu dos amigos após o jantar e rumou para o seu dormitório. Dormiu rapidamente, embora seu sono estivesse longe de ser tranqüilo.
A quinta-feira teve a mesma rotina que a quarta, assim como a sexta-feira... Isto é, até a chegada do horário da ronda. O horário em que ela teria que interagir com Draco Malfoy.
- Hermione... é só o Malfoy – Rony havia dito, quando ela expressou sua falta de animo para o retorno às atividades de patrulha. – Se ele te encher a paciência, vire um soco na cara dele e pronto. Nós todos sabemos o quanto você é boa nisso.
Ele riu, assim como os outros garotos na Sala Comunal. Estranhamente, Harry não se manifestara. A única coisa que ele fazia era manter o olhar fixo nela, com a expressão facial ininteligível. Hermione podia sentir sua culpa crescendo conforme ele a olhava... Era evidente que ele tinha medo do encontro entre ela e Malfoy, agora que ele sabia de toda a história.
Hermione não podia deixar de se sentir agradecida a Harry, por ele não ter contado nada daquilo a ninguém, especialmente a Rony. Ela não tinha conversado a sós com Harry desde o beijo rápido que eles tinham trocado, mas ela podia ler em sua face o que ele pensava. Ele pensava que Hermione voltaria a sentir algo por Malfoy, assim que estivesse sozinha com o loiro. Ela própria estava assustada com essa possibilidade, mesmo sabendo ser improvável.
Parou para analisar o ponto de vista de Harry. Essa situação devia estar sendo complicada para ele também, por vários motivos. O primeiro era que ele não tinha conversado com Hermione sobre o beijo, então era possível que Harry ainda achasse que ela correspondia seus sentimentos. Reciprocidade. Considerando o primeiro motivo, o segundo motivo era que, se ela o correspondesse, ver Malfoy poderia balançar seus sentimentos e fazer com que ela esquecesse Harry. Insegurança. Terceiro motivo: Hermione estava nervosa por ter que enfrentar Malfoy, o que provava a ele que nem mesmo a própria Hermione sabia o que sentia direito. Afinal, ela já tinha preferido Malfoy uma vez. Adicione mais um pouco de insegurança.
Era por isso que Harry não estava dando sua opinião em voz alta, ela concluiu, mas era como se a mente dele gritasse ‘Tome cuidado, Hermione. Lembre-se de quem ele é’. Aquele era um conselho que ela seguiria, para o seu bem, mesmo Harry desejando aquilo pelos motivos errados. Fez uma nota mental para esclarecer a situação com Harry assim que tivesse a oportunidade.
- Certo – Hermione disse, após todo o fluxo de pensamentos. – Boa noite para todos... E torçam para que eu não cometa assassinato.
Os colegas riram e Hermione deixou a Torre da Grifinória.
Ela caminhou o mais devagar que podia, tomando seu tempo. Ainda estava cinco minutos adiantada quando colocou os pés dentro da Sala dos Monitores, que estava vazia. Os outros monitores não costumavam passar por lá, seguindo direto para suas rondas, ao menos que houvesse uma reunião. Isso significava que ela e Malfoy teriam uma conversa privada assim que ele chegasse. Oh, Hermione sabia que ele passaria por ali porque McGonagall tinha enviado um lembrete a ela, avisando que tinha ‘comunicado o senhor Malfoy sobre sua volta’ e que eles deveriam tomar conta de outros assuntos, que haviam se acumulado no período em que ela ficara sem memória.
Ela se sentou. Só de pensar no tempo que gastaria com ele, tendo que agüentar as ofensas, o desdém e o escárnio, Hermione respirou fundo e soltou o ar num suspiro. Segundos depois, a porta se abriu e Draco Malfoy entrou por ela, na hora exata combinada.
- Boa noite, Granger – ele disse. Ela não se lembrava de ter recebido um ‘boa noite’ da parte dele antes.
- Boa – ela respondeu, encontrando sua voz. Levantou-se do sofá, assumindo uma postura formal.
- Vamos começar... Temos muito que fazer – ele disse, também formal.
Hermione só conseguia pensar no quão estranho aquilo estava se tornando.
Continua.
N/A: Hellou. Desculpem o tamanho do capítulo (curto), e por ter demorado um pouquinho também... Mas consegui postar a tempo de dar a vocês um presente de Halloween!
Espero que tenham se divertido... Bom, já fiz minha mente e já sei com quem a Mione vai ficar, então confiram nos próximos capítulos.
Lembrem-se: COMENTEM!
Beijones, Tha Potter Malfoy.
obs: se alguém curtir slash, tenho uma série de oneshots Draco/Harry. A primeira se encontra aqui, apenas tirem os espaços:
http:// www. fanfiction. net/ s/ 4408319/1/ Maldita_Gravata
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