Nárnia
Estendam o tapete vermelho, soem as trombetas, pois chegamos, enfim, a Nárnia! Esse capítulo é apenas uma ‘ambientização’, já que muita gente não conhece Nárnia e seus personagens...
Antes de iniciarmos o capítulo eu peço que vocês leiam com atenção algumas coisinhas que eu tenho que esclarecer, depois podemos nos divertir com Nárnia, ok?
Segundo os cálculos, Lily e os marotos cursaram o sétimo ano deles em Hogwarts nos anos de 1976-1977. Nárnia é criada por volta de 1900 e termina em 1949. Sim, desculpem-me o spoiler, mas Nárnia tem um começo e um fim. Então, teoricamente falando seria impossível que Lily ou qualquer estudante de Hogwarts da mesma época fizesse uma visita a Nárnia.
Por conta disso, eu peço licença literária e o perdão de C.S. Lewis (que não queria nem que suas crônicas virassem filme!). Só assim esse negócio das datas não vai ficar impossível...
Essa visita das Grifinórias se passa durante os anos de reinado dos quatro reis em ‘O Leão, a Feiticeira e o Guarda-Roupa’. Isso não vai me impedir de usar informações ou até mesmo alguns personagens de outras crônicas, como é o caso de Ripchip, o ratinho que eu tanto amo.
Mais uma coisa... Lucy E. é a nossa Lucy loirinha, e Lucy P. é a rainha Lucy Pevensie, assim vai minimizar a confusão dos dois nomes iguais.
Por enquanto é só isso, se precisar de mais alguma explicação eu volto, ok? Se alguém tiver alguma dúvida... é só me perguntar, estou à disposição! Beijos!
As duas garotas levantaram um pouco zonzas. Lily abriu um imenso sorriso ao reconhecer o lugar. Lucy piscou os olhos maravilhada. Estavam em uma clareira. Em volta, imensas e frondosas árvores deixavam apenas alguns poucos raios de sol iluminarem a floresta. O vento era suave, como uma mão a acariciá-las.
- Oh, Merlin!
- É maravilhoso, não? – Lily sorriu enquanto sacudia a poeira das vestes – Agora acredita em mim, senhorita Eyelesbarrow?
- Não é possível... Nós estamos... Estamos em...
- Exatamente! Agora temos que encontrá-Lo.
Uma leve brisa envolveu as duas amigas, fazendo-as sentir uma inexplicável confiança. Lucy podia jurar que o vento trazia consigo uma linda canção, mas não pôde perguntar a Lily se era real...
- Bom dia, adoráveis filhas de Eva!
Lucy soltou um grito e Lily tapou rapidamente a boca da amiga.
Quem as cumprimentava tão alegremente era um Rato Falante. Era maior que um rato comum, media cerca de quarenta centímetros, pois estava em pé sobre as patas traseiras. Suas orelhas eram quase tão compridas quanto as de um coelho, só que mais largas. Da cinta pendia-lhe um minúsculo florete, e retorcia os longos pêlos do focinho como se fossem bigodes. (N/A: Descrição descaradamente copiada de ‘A viagem do Peregrino da Alvorada’, não consigo imaginar esse ratinho de outro jeito!)
- Lily, ele está falando com a gente! Você percebeu? Esse rato está falando! Isso é... isso é terrível! – Lucy balançava a cabeça, se negando a acreditar no que via.
- Perdoe minha amiga. – Lily encarou Lucy com uma expressão carrancuda e depois voltou a falar com o rato amavelmente – Ela só está um pouco assustada. Mas é uma ótima pessoa!
- Não me importo. Já ouvi dizer que algumas filhas de Eva são bastante medrosas.
Lucy deu um passo à frente de maneira impetuosa.
- Acredito que você está nos confundindo com alguém. Minha mãe se chama Brigitte, e a mãe da Lily era Daisy. Não conhecemos essa Eva que você diz ser nossa mãe.
O rato encarou Lucy sorridente mas completamente confuso. Não conseguia entender o que a garota queria dizer. Já Lily, riu bastante da situação, deixando Lucy ainda mais nervosa.
- Lucy, minha querida. Quando ele nos chama de ‘filhas de Eva’ está apenas se referindo à nossa raça. Quer dizer que não somos desse mundo, que somos descendentes de Adão e Eva.
- Ah! Porque não me disse antes? – A loirinha perguntou um pouco ruborizada.
- Vamos logo. As rainhas já as esperam para o banquete. – falou o Rato.
- Com licença, senhor rato. – Lucy pediu educadamente e puxou Lily para trás de alguns arbustos.
- Ele não é adorável?
- Adorável, Lis? Adorável? Eu... eu estou em pânico! Completamente em pânico!
- Sem motivo algum. Aqui não é tudo tão fantástico?
- Sim. Fantástico demais pro meu gosto. Lily, o vento está cantarolando, o sol parece irreal de tão brilhante, e o cheiro? O ar tem cheiro de um lugar cheio de frutas maduras e doces, mas não tem nenhuma fruta por perto... e ainda me aparece um rato, um rato Lily, me desejando bom dia!
- Isso, pra mim, é encantador! – Lily respondeu com um ar sonhador.
- Encantador, fantástico... sim, é tudo isso. Mas me dá medo!
- Medo porque, Lucy?
- Porque não parece real. Porque eu tenho medo de ter morrido e isso aqui ser o Paraíso. – Lucy respondeu séria, mas Lily começou a rir novamente.
A ruiva segurou a mão da amiga.
- Você não morreu. Isso é real. Isso é Nárnia! E você não do tipo de pessoa que iria direto para o Paraíso quando morresse, mocinha. Portanto, pare de se preocupar!
- Se não se importam, senhoritas, está na hora de partirmos. – falou o Ratinho ao longe.
- Confie em mim, ok? – Perguntou Lily.
- Confio. – Lucy abriu um sorriso. – Só não me mande confiar no rato. Não, isso não.
As duas amigas se aproximaram do rato falante.
- Como é mesmo o seu nome? – perguntou Lily.
- Ripchip. – o rato se curvou em uma solene reverência – Seu humilde servo, senhorita.
- Oh! Muito prazer, Ripchip – Lily falou sorridente – Meu nome é Lily Evans e minha amiga se chama...
- Lucy Eyelesbarrow. – Ripchip fez outra reverência e beijou a mão de Lucy – Estávamos esperando por vocês.
- Esperando? Por nós? – Lucy perguntou um pouco chocada observando a mão que Ripchip havia beijado.
- Sim, o próprio Aslam nos alertou de suas visitas. As rainhas Susan e Lucy Pevensie estão ansiosas para conhecê-las. E eu fui encarregado de conduzi-las em segurança até o castelo de Cair Paravel.
Lucy desistiu de discutir e apenas seguiu atrás de Lily e Ripchip que conversavam animadamente.
- Todos os animais falam em Nárnia? – Lily perguntou curiosa.
- Não. Apenas alguns, os que foram escolhidos por Aslam no dia da criação de Nárnia. Com exceção dos ratos.
- Porque?
- Nossa raça começou a falar muito tempo depois da criação. Aslam nos tornou falantes depois que alguns ratos roeram as cordas que Ele estava amarrado no dia do sacrifício.
Lily encarou curiosa Ripchip, mas ele apenas sorriu.
- As rainhas Susan e Lucy vão adorar contar essa história a vocês.
Lily, Lucy e Ripchip fizeram uma longa caminhada, depois de algum tempo chegaram ao Grande Rio, onde havia um pequeno barco marfim.
- Primeiro as damas, por favor. – Ripchip falou educadamente.
- Obrigada. – Respondeu Lucy um pouco mais simpática. Percebia, afinal, que Ripchip não era nem de longe um ser terrível como tinha imaginado.
Lily sorria satisfeita. Sentia-se como se voltasse a um lugar muito bom e que não via há anos, mas que conhecia tão bem quanto sua própria casa.
Mesmo com o sol alto do meio-dia, as amigas não tinham do que reclamar, era um sol mais brilhante do que em nosso mundo, mas não ardia a pele. O vento, na opinião de Lucy, continuava a cantarolar, e ela se arriscou a soltar algumas notas vez ou outra. O balanço das águas combinado com o vento delicado, produzia uma agradável sensação de conforto.
O barco chegou, enfim, à foz do Grande Rio. O magnífico castelo de Cair Paravel, erguia-se do alto de uma colina. Em frente ao castelo, muitas pedras e areia que se misturava, ao leste, com a água do mar.
Lucy e Lily desceram do barco auxiliadas por Ripchip e não conseguiam tirar os olhos do castelo. Era sem dúvida alguma, uma bela construção.
Dentro do castelo era ainda mais lindo. Enormes aposentos, luxuosamente decorados, teto em marfim e móveis em ouro.
- Não há quem não se encante. – Falou uma bela menina, um pouco mais velha que Lily e Lucy, era alta e seus cabelos iam até abaixo da cintura. – Meu nome é Susan Pevensie.
- Oh! Rainha Susan! É uma honra conhecê-la. Eu sou Lily Evans. – Lily falou animada.
- Eu sou a Lucy. – A loirinha cumprimentou sorridente - E por favor, me perdoe, ao contrário de Lily, eu não sei absolutamente nada sobre Nárnia e ainda tenho medo de ter morrido e isso aqui ser o Paraíso.
As três riram bastante.
- Não precisa, se preocupar. Vocês estão bem vivas. Tenho que pedir desculpas em nomes dos reis Peter e Edmund, ontem foram chamados às pressas para uma linha de batalha contra alguns calormanos audaciosos.
- Ah, sim! Calormanos sempre são um problema! – Lucy falou irônica, arrancando mais risadas.
- Vou te explicar tudo sobre Nárnia. Mas antes, imagino que vocês estejam famintas, a viagem até o castelo deve ter sido bastante cansativa.
- Isso não. Ripchip nos foi muito amável. Até trouxe consigo alguns biscoitos. – Lily falou docemente.
- Então são essas nossas famosas convidadas?
Uma garota mais nova que Susan havia aparecido no saguão. Tinha o cabelo castanho claro e comprido e os olhos claros e alegres.
- Muito prazer, Lucy Pevensie. – A garota abraçou Lily e Lucy. – Devem ter mesmo uma missão muito importante. O próprio Aslam nos pediu que recepcionássemos vocês.
- Faz um ano que venho me preparando para essa visita.
- E faz um ano que eu penso que ela enlouqueceu com essa história de ‘um mundo diferente’.
Susan sorriu em compreensão.
- Comigo aconteceu quase a mesma coisa. Minha irmã Lucy foi a primeira a conhecer Nárnia. Quando voltou da ‘viagem’, não acreditamos nela, ela sempre foi muito fantasiosa, pensamos que era mais uma de suas brincadeiras infantis.
- E se arrependeram por não terem me dado ouvidos. – Lucy Pevensie falou alegre.
- Cada um vem a Nárnia no tempo certo, Lu.
As duas irmãs sorriram e a caçula pegou na mão de Lily.
- Vocês precisam trocar essas roupas. Venham comigo, o quarto de vocês já está arrumado.
- Que horas são agora? – Perguntou Lily.
- Esqueça as horas em Nárnia. O tempo aqui passa muito diferente do tempo que vocês estão acostumadas.
Lucy seguiu atrás das duas, que conversavam como se fossem amigas há muitos anos. A loirinha se espantou ao descobrir o tanto que Lily tinha ocultado suas descobertas sobre Nárnia. Era como se a amiga conhecesse Nárnia melhor que Hogwarts.
- Você está magnífica! – Lucy falou ao entrar no novo quarto de Lily.
A ruiva sorriu para a amiga. Estava tentando prender o cabelo em uma trança de lado. As roupas de Nárnia eram leves e delicadas, e caíram muito bem nas duas meninas.
- Você também, Lucy.
- Será que as últimas vinte e quatro horas realmente existiram? – A loirinha perguntou sentando na enorme cama dossel da amiga.
Lily amarrou a trança com uma fita azul e sentou de frente para Lucy.
- Porque você diz isso?
- Foi tudo muito irreal desde que chegamos em Hogwarts. A sensação de estar sendo perseguida, a ilusão que eu tive com o Malfoy e com um Leão. Depois a conversa maluca de Dumbledore sobre as verdades estarem escondidas nas loucuras. Tudo o que aconteceu na floresta negra essa noite... Ou sei lá que noite. Já me parece que faz tanto tempo.
A ruiva sorriu em compreensão.
- E essa dos marotos serem animagos?
- Eu jamais suspeitaria disso. Aliás... – Lucy parou subitamente e levantou da cama.
Andou até a janela e observou as ondas do mar batendo com força contra as rochas.
- Isso explica, Lis. – A loirinha virou para a amiga – Os sumiços deles durante a lua cheia. Lembra que nos perguntávamos porque aqueles três só saiam quando Remus estava ausente?
- Sim. – Lily respondeu pensativa. – Mas espero que eles tenham uma boa explicação pra isso, ou eu mesma os denuncio ao Ministério da Magia!
- Quem sabe quando voltarmos, Alice já tenha feito isso...
- Duvido muito. Todas vocês seriam coniventes, eu seria a única a ter coragem de entrega-los. Esses abusados!
- Acho que verde é melhor. – Lucy falou pensativa.
- Verde?
- Sim, essa fita azul não está combinando em nada! Se você prender sua trança com uma fita verde esmeralda vai combinar com a cor dos seus olhos.
Lily lançou um olhar irritado à amiga que riu. Adorava ver Lily nervosa!
- Quanto tempo vamos ficar por aqui? – Lucy perguntou entregando uma fita verde para Lily.
- Não faço idéia. Eu poderia ficar anos que não me importaria.
- Não vejo o porque de eu ter vindo junto se apenas você conversava com o... como é mesmo?
- Aslam. – Lily falou sorrindo. – Ele deve ter uma explicação pra isso.
Lily terminou de prender o cabelo e guardou a varinha nas vestes.
- Sua magia não vai funcionar aqui. – Lucy Pevensie falou ao entrar no quarto.
- Não? E como vamos nos defender? – Lucy E. perguntou assustada.
- Se defender de quem? – A outra Lucy perguntou risonha - Aqui em Cair Paravel vocês estão seguras. Fora daqui, Aslam nos protege.
- Mas... – Lucy E. balançou a própria varinha – Saem faíscas dela.
- Sim. Mas se tentar usar seus feitiços, eles não vão funcionar direito. Se quiser matar um besouro, por exemplo, talvez faça aparecer uma maçã. Pelo o que eu soube, é mais ou menos assim que acontece. Cada magia só funciona corretamente no seu próprio mundo.
Lucy E. piscou os olhos surpresa. Ainda tinha muito que aprender.
- Querem conhecer o castelo? – Lucy Pevensie perguntou.
- Acho uma ótima idéia! – Lily respondeu animada.
As três encontraram Susan no caminho do salão de festas e as irmãs Pevensie mostraram todo o castelo para as visitantes.
- E esse é o meu lugar preferido! É ainda mais bonito durante o dia. – Falou Susan quando as quatro entraram num amplo jardim de inverno.
No centro do lugar havia uma imensa fonte que jorrava, ininterruptamente, uma água tão cristalina quanto Lily e Lucy jamais tinham visto. Havia também toda a espécie de flores, plantas e uma árvore de tamanho médio com um balanço branco pendurado em um dos galhos.
- Encantador! –Lily falou maravilhada.
- O balanço foi idéia da Su, ela adora ficar ali escutando a dríade cantar.
- Dríade? – Perguntou Lucy E.
- É o nome da ninfa associada a florestas. – Respondeu Susan.
- As ninfas são espíritos, geralmente alados, que habitam lagos e riachos, bosques, florestas, montanhas... – Explicou Lily.
- Exatamente. – Susan concordou - Enquanto eu me balanço, ela canta... é tão relaxante!
O jardim de inverno ficava na ala Sul do castelo. As paredes eram substituídas por enormes vidraças e o teto tinha uma abertura no centro, por onde entrava a luz de uma imensa lua cheia.
- A vista daqui também é linda! – Falou Lucy E. se aproximando de uma das paredes de vidro. – O que é aquela luz lá longe?
A outra Lucy se aproximou e abriu um enorme sorriso.
- Lá é o Ermo do Lampião!
Diante da expressão de interrogação da loirinha, Lucy P. resolveu explicar. Pegou a mão da xará e a encaminhou até o banco em que Lily e Susan estavam sentadas. Ela se sentou num canteiro de frente para as três.
- É uma história um pouco longa...
- Adoramos histórias! – Lily respondeu por ela e por Lucy.
- Que bom. – Lucy P. abriu mais um sorriso. – No dia da criação de Nárnia, estiveram presentes duas crianças, um cocheiro e um feiticeiro do seu mundo.
- Nosso mundo também, Lu. – Susan interrompeu.
- Tanto faz... já estamos há tampo tempo em Nárnia! Continuando, junto com os quatro visitantes, veio também a Feiticeira Branca, na época era conhecida como Jadis, a Imperatriz de Charn.
- Lily me contou certa vez a história dessa doida. Ela decretou que seria sempre inverno em Nárnia, não é?
- Isso mesmo. – Concordou Susan – Nárnia viveu cem anos de inverno e sem ter Natal por causa dela.
- Antes de virem para Nárnia, essas cinco pessoas estiveram no mundo de vocês, onde a Feiticeira Branca aprontou uma grande confusão na rua. Ela pensava que poderia governar aquele mundo como governava Charn.
- Nessa confusão, - Continuou Susan – ela arrancou uma barra do poste da rua e acabou trazendo consigo quando veio a Nárnia.
- Quando eles chegaram em Nárnia, Aslam estava criando todas as coisas. Enquanto Ele cantava, as coisas iam brotando. A terra, morros, plantas, flores, árvores, rios, animais... Como a terra estava bastante fértil, tudo o que caia no chão, brotava e crescia. Acho que vocês já perceberam, não?
- A barra de ferro caiu no chão e virou um poste de luz? – Arriscou Lucy E.
- Isso. Professor Kirke e sua amiga, Polly, plantaram um puxa-puxa naquele dia. Até hoje existe a árvore de puxa-puxas num vale entre as montanhas.
Lily piscou os olhos cismada.
- Você disse, professor Kirke?
- Sim. Diggory Kirke – Respondeu Susan – Ele e Polly eram as crianças que estiveram presentes na criação de Nárnia. Hoje em dia é um famoso professor na Inglaterra. Depois da experiência com Nárnia e Jadis, ele decidiu estudar como combater as Artes das Trevas.
- Ele já publicou um estudo sobre como se livrar dos glumbumble´s, os besouros-da-melancolia.
Lily e Lucy trocaram um olhar surpreso.
- Ele é o novo professor na nossa escola. – Falou Lily.
- Sério? – As irmãs perguntaram em uníssono.
- Verdade. Ainda não tivemos aula com ele, mas... com certeza é o mesmo. Ele vai nos ensinar Defesa Contra as Artes das Trevas.
- Então vocês vão aprender muito! – Falou Lucy P. – Ele é um ótimo professor.
- E como ele veio parar em Nárnia? – Lily perguntou para Susan.
A garota deu um suspiro.
- É uma história um tanto confusa. O tio dele, que inclusive é o tal feiticeiro que esteve presente no dia da criação, fabricou alguns anéis mágicos, esses anéis levavam quem usava para um bosque com vários lagos, cada lago levava a um mundo diferente. Os anéis amarelos levavam eles para esse bosque entre os mundos. Os verdes levavam para o mundo que eles quisessem ir, bastava entrar no lago que eles queriam e colocar o anel.
- Isso é realmente complicado! – Falou Lucy E. um pouco zonza com tanta informação.
- Foi o professor Kirke quem despertou a Feiticeira Branca em Charn. Mas... – Falou Lucy Pevensie. – essa história fica para uma outra hora.
- Ah. – Reclamou Lucy E. – Estava tão divertido! Confuso, mas divertido.
- Vocês não estão sentindo o cheirinho delicioso... – Falou Susan se levantando – o jantar já deve estar servido. E vocês vão conhecer nossos irmãos, Peter e Edmund. Eles prometeram que viriam para o jantar.
- Teremos mais histórias de Nárnia? – Lucy Eyelesbarrow perguntou.
- É claro. – Respondeu Susan - Quantas forem possível lhes contar.
- Vamos jantar então! – Falou Lily levantando e fazendo um alongamento.
As quatro garotas deixaram o jardim de inverno animadas. O cheiro era mesmo de abrir o apetite. Chegando ao imenso salão, a mesa já estava posta e as visitantes tiveram a primeira vista dos reis Peter e Edmund.
- Boa Noite. – Cumprimentou o mais velho. Era Peter Pevensie e era o mais alto dos quatro irmãos. Tinha o cabelo quase loirinho e um pouco comprido, os olhos claros como o das irmãs.
- Este é o Rei Peter. – Apresentou Susan.
- Muito Prazer. – Respondeu Lucy retribuindo um abraço. – Eu sou a Lucy. Lucy Eyelesbarrow.
- Então você deve ser... Lily Evans? – Perguntou ele dando um beijo na mão direita da ruiva.
- Sou. – Lily respondeu corada - Muito prazer, Rei Peter.
- Encantado! – Falou ele sem desviar os olhos de Lily.
Edmund também se aproximou do grupo. Tinha os cabelos castanhos como os de Susan, e o mesmo olhar bondoso de Peter.
- E eu sou Edmund. – Falou ele um pouco tímido abraçando também as duas visitantes.
- Vamos ao jantar então? – Perguntou Lucy Pevensie.
Lily sentou à mesa ao lado de Lucy e não conseguia tirar os olhos do Pevensie primogênito. À frente delas estavam as irmãs Pevensie. Edmund e Peter estavam cada um em uma ponta da mesa.
- Vocês chegaram hoje? – Perguntou Peter encarando a ruivinha.
- Sim. Hoje à tarde. Eu acho...
Todos na mesa riram.
- Não vai demorar muito pra você se acostumar com o tempo em Nárnia. – Falou Edmund.
As duas grifinórias assentiram. Lucy não gostava muito da idéia de não ter noção da hora exata, mas sabia que acabaria se acostumando.
Ao acabarem o jantar, Edmund e Peter se apressaram em contar para as irmãs novidades sobre a batalha com os calormanos. Lily, que não conseguiu manter a atenção à conversa deles, pediu para que Lucy lhe contasse o que tinha acontecido aquela noite em Hogwarts.
- Eu queria encontrar uma lembrança feliz na mente do Remus transformado. Mas havia apenas uma, a do dia que ele foi mordido pelo lobisomem. Remus e o pai dele estavam jogando bola em uma pequena vila, de repente o tempo fechou e as pessoas começaram a correr para dentro de casa. Remus e o pai dele tentaram fazer o mesmo, mas tropeçaram na bola e o senhor Lupin caiu por cima do Remus. Quando eles se viraram o lobisomem estava ali, babando em cima deles.
- Que horror!
- Foi nessa hora que eu percebi o que iria acontecer. Eu queria parar o contato, mas... não consegui. – A loirinha falou num fio de voz. – Eu não devia ter feito o que eu fiz, Lis. Eu não tinha esse direito.
- Você não tem culpa! – Falou Lily num tom consolador.
- O lobisomem impediu que eles entrassem na casa. O Remus saiu correndo e o lobisomem foi atrás dele. Mordeu ele na barriga. Depois correu pra cima do senhor Lupin, que acertou uma machadada na perna do bicho.
- Merlin!
- O pior vem agora. O lobisomem ficou nervoso e voltou pra onde estava o Remus. O senhor Lupin se enfiou entre os dois.
Lucy fez uma pausa.
- Ele Matou o pai do Remus, Lis. – Uma lágrima escorreu pelo rosto da loirinha. Lily levou as mãos à boca. - Arrancou a cabeça dele. O corpo do senhor Lupin caiu em cima do Remus.
- Isso é terrível! – Falou Lily também segurando uma lágrima - Por isso ele nunca quis contar porque podia ver testrálios, deve ser uma dor horrível ver esses bichos e lembrar do dia em que ele foi mordido, o dia em que o pai dele morreu.
Lucy tinha olhar vago. Lily segurou a mão da amiga que levou um pequeno susto.
- Se eu acho horrível ver testrálios, imagina ele?
- Está tudo bem com vocês? – Peter perguntou amável, se aproximando delas.
- Está sim. Apenas algumas lembranças tristes. – Falou Lucy com um pequeno sorriso.
- Nada de lembranças tristes por aqui. É como se estivessem em férias, só permitiremos que vocês se divertirem em Nárnia. Que tal?
- É tudo o que a gente está precisando. – Respondeu Lily.
- Ótimo. – Edmund entrou na conversa – O que vocês acham de conhecer o reino amanhã?
- O reino? – As duas perguntaram juntas.
- Porque não? Quem sabe vocês não possam ser úteis na linha de batalha?
Susan arregalou os olhos e levantou da mesa.
- Ficou louco, Peter? – Perguntou Susan. – Pode ser perigoso, é melhor que elas fiquem aqui até que Aslam fale sobre a missão delas.
- Aslam pode muito bem aparecer no combate, Ele sempre está por perto pra nos ajudar. – Falou Edmund.
- Se vocês quiserem, é claro. – Falou Peter em tom de pergunta.
- Eu adoraria! – Lily falou num sussurro.
- Eu também! – Lucy E. abriu um imenso sorriso. - Deve ser muito divertido.
- Tudo pra você é divertido, Lucy! – Falou Lily rindo da amiga.
- A vida fica bem melhor assim. – Falou Lucy Pevensie.
- Vejo que sou a única contra essa loucura... – Susan falou em tom de derrota.
- Su, nós vamos proteger nossas visitantes, não se preocupe.
- Tudo bem, Peter. Mas a Lu e eu vamos junto!
- Eu não me atreveria a me opor! – Falou o irmão.
Ficou decidido. No outro dia bem cedo Lily, Lucy e as irmãs Pevensie partiriam com Peter e Edmund para o acampamento, onde acontecia um combate entre as tropas de Nárnia e os calormanos.
Quando as duas grifinórias ficaram sozinhas no quarto de Lily, a ruiva se jogou na cama rindo como uma boba.
- Ai. Meu. Merlin! – Falou pausadamente.
Lucy balançou a cabeça rindo.
- O que foi, ruivinha?
- Ele é lindo, não é? – Lily perguntou sonhadora.
- Ele? Que Ele?
- Peter!
- Rabicho? – Perguntou a loirinha fazendo uma careta de nojo.
- Eca! – Lily jogou uma almofada na amiga. – Ficou louca de vez?
Lucy pegou a almofada no ar e deitou ao lado de Lily na cama.
- É lindo mesmo. – Lucy suspirou – Parece um príncipe!
- Um rei! Rei Peter...
As duas ficaram em silêncio apenas encarando o tecido leve sobre a cama e sentindo o vento suave que entrava pela janela aberta.
- Por Aslam! Parece que eu tenho duas visitantes apaixonadas dentro desse castelo.
As duas amigas deram um pulo e sentaram-se na cama.
- Hã? – Lily falou assustada.
- Quem está apaixonada aqui? – Lucy perguntou passando a mão no cabelo.
- Hã? Quem? – Lucy P. perguntou tirando sarro das duas amigas. – Não dá pra saber quem está com mais cara de boba!
- Impressão sua. – Falou Lily se recompondo.
A ruiva desceu da cama e andou lentamente até a janela.
As duas Lucys trocaram um olhar divertido.
- Ah Lily! Pode confiar em mim. Me conta, não é pelo Ripchip que você está suspirando, é?
A ruiva virou para sua interlocutora com um meio sorriso.
- Hum... Não adianta esconder, não é? Ai, Lu, seu irmão é um deus grego!
- Edmund? – Lucy P. perguntou fingindo-se de desentendida.
- Peter...
Lucy Pevensie riu.
- Mas e aí? Vocês vão tirar no par ou ímpar qual das duas vai ficar com ele?
- Ainda não pensamos nisso. – Lucy E. falou divertida.
- Como assim? – Lily perguntou indignada – Nem vem loirinha, você é comprometida! O Peter é meu.
- Lily, você é do James! E meu namoro com Edgar vai terminar assim que eu voltar para Hogwarts.
- Quem é James? – Perguntou Lucy P.
Lily fechou a cara.
- Tava bom demais pra ser verdade, não é? Um dia inteirinho sem ver aquele traste, sem ouvir aquela voz insuportável, sem convites idiotas, sem aquela arrogância sem fim... Você tinha que dar um jeito de me lembrar da existência daquele ser infernal!
- Nossa! – Exclamou Lucy P. que estava de olhos arregalados.
- No fundo a Lily ama esse ser que ela descreveu tão... bem.
- Eu odeio aquela coisa!
- Ele é tão horrível assim?
- É.
- Não é não, Lucy. – Respondeu a loirinha encarando Lily. – Ele é bonito, educado, amigo e inteligente. Um amor de pessoa, ainda por cima é completamente apaixonado por essa cabeça dura!
- Porque você não fica com ele então? Já que ele é tão perfeito...
- Ele só tem olhos pra você, ruiva.
Lily estreitou os olhos e deu um passo ameaçador na direção da amiga.
- Gente, vocês vão brigar por isso?
- Não. – Falou Lily desmanchando a pose ameaçadora - A gente sempre tem esse tipo de discussãozinha por esse mesmo motivo... não é nada demais!
- Melhor irem dormir então, vão ficar pra trás se não acordarem cedo.
- Tudo bem! – Falou Lily sorrindo.
Lucy Pevensie desejou boa noite para as grifinórias e saiu do quarto. Lily e Lucy se encararam sorridentes e caíram na cama rindo.
- Acho que a gente a assustou, Lis!
- Não era a intenção. – Respondeu a ruiva se recuperando das risadas. – Mas... nós vamos tirar no par ou ímpar mesmo?
- Eu estava só brincando, ruivinha. Eu vi como ele te olhava durante o jantar, meu amigo James que me perdoe, mas o rei Peter já é seu...
Lily encarou a amiga com o canto do olho e abriu um sorriso. Pelo visto, o dia seguinte seria muito proveitoso.
N/a:
Hohoho
Eu não resisti a colocar um romancezinho na visita de Lily a Nárnia...
Afinal, a ruivinha é praticamente minha única personagem que ainda não ficou com ninguém nessa fic, ela merece não é?
Quem não queria estar no lugar dela... Ai, ai.
No próximo capítulo é que as coisas começam a acontecer e Hogwarts só no capítulo 21...
Me desculpem pela demora pra voltar a postar aqui na Floreios, mas é que aconteceram uma série de coisas (perdi minha senha, não lembrava o login, estive sem tempo pra formatar os capítulos do jeito que a Floreios exige – pra sair os negritos, itálicos e talz... isso exige de mim duas revisões à fic!!)...
Bom, já vou... Vou tentar postar os outros capítulos ainda hoje!!
Beijinhos, Luci Potter.
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