Encontros e Desencontros

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Capítulo 12 – Encontros e Desencontros


O inverno chegou cobrindo os terrenos de Hogwarts com uma grossa camada de neve. Dentro do castelo, os estudantes se refugiavam do frio intenso em seus Salões Comunais, de preferência perto da lareira.

- Apenas dez dias para o Natal. – falou Lily alegremente.

Estavam em uma mesa baixa, sentadas no chão fazendo os últimos deveres antes das férias.

- E cinco para o nosso próximo passeio à Hogsmead. – falou Lucy sorrindo para Gwenda.
- Você não desiste dessa contagem regressiva, não? Parece que está mais ansiosa que eu. – Gwenda protestou.
- E ela está. Pode ter certeza. – falou Alice se juntando ao grupo.
- Não acredito! A Alice vai nos dar a honra de sua presença para fazer os deveres! O que aconteceu com o Frank? – Lucy perguntou divertida.
- Ele já está com tudo em dia, então já foi dormir. Gwen, eu assinei meu nome na lista de alunos que vão ficar na escola. O Frank e eu vamos te fazer companhia.
- Obrigada, Lice. – Gwenda sorriu para a amiga e voltou a fazer seu mapa astrológico.
- Daria qualquer coisa pra ficar também. – Lily falou pesarosa – Morro de saudades de casa, mas ir no casamento da Petúnia é demais pra mim.
- Pensa pelo lado positivo, Lis. Vamos poder entregar pessoalmente nosso presente de casamento.

Lily sorriu para a amiga e desviou a atenção para o mapa de Gwenda.

- Marte alinhado com Urano no signo de Peixes? Isso é ruim, não?
- Exatamente. Tende a aumentar a agitação e violência na Terra, além de rebeldias, conflitos e imprudências.

Alice, Gwenda e Lily ficaram em silêncio, mas Lucy deu risada.

- Vocês não vão ficar assustadas por causa de um alinhamento de planetas, vão? Gente, qualquer coisa que for acontecer vai acontecer pela ação do próprio homem, não pela posição que um planeta está ou não.
- Lucy, tem gente que acredita em astrologia, mesmo você sendo contra essa ‘matéria inútil’. – falou Lily calmamente.
- Você acredita mesmo, Lily? – James perguntou se aproximando do grupo.
- Não que seja da sua conta Potter, mas sim, eu acredito. Algum problema?
- Nenhum, pelo contrário. Próximo sábado a lua estará na sétima casa enquanto Júpiter se alinha à Plutão e sabe o que isso significa?
- Não faço a menor idéia, Potter.
- Que é o dia perfeito para você aceitar meu convite para um passeio em Hogsmead.

Lily o olhou descrente, mas Lucy, Alice e Gwenda caíram na risada.
- Potter, é melhor você sumir da minha frente antes que eu faça seu corpo se alinhar ao estomago da Lula Gigante com Vênus na terceira casa.
- Isso significa um não?
- Significa.

James encolheu os ombros e se afastou sorrindo para perto da lareira.

- Não se pode negar que ele é criativo. – Alice falou se recuperando das risadas.
- Irritante, isso sim. Bom, eu já terminei. Lucy, você já arrumou sua mala?
- Ainda não. Mas não se preocupe que eu faço isso depois.
- Tudo bem, vou arrumar a minha.

Lily juntou seu material e subiu para o dormitório.

- Estou ficando com fome. Que horas devem ser?
- Quase meia-noite, Lucy.
- Então, por hoje chega de deveres. Vou dar um pulo até a cozinha.
- Você não ouviu a hora? – perguntou Alice.
- Ouvi, mas estou com fome, o que eu posso fazer? E não precisa se preocupar, McGonagall pensa que sou sonâmbula.

Lucy subiu para o dormitório, guardou seu material e saiu do salão comunal. Não teve problemas para chegar à cozinha.

Ter feito amizade com os marotos as vezes se mostrava muito útil, pôde usar várias passagens secretas diminuindo assim as chances de ser pega por Filch ou por Madame Nora.

- Você por aqui? – perguntou ao entrar na cozinha e encontrar Edgar Bones conversando com um Elfo.
- Um dos seus ataques de insônia? – perguntou ele sorridente apontando um lugar na mesa à sua frente.
- Hoje não. Só fome mesmo.

Os dois riram e Lucy pediu para o Elfo que lhe trouxesse biscoitos e chocolate quente.

- E você, o que faz aqui?
- Sem sono. E eu gosto de conversar com Rhuzi, o Elfo.
- Ele parece simpático...

Rhuzi chegou com uma bandeja e colocou em frente à Lucy.

- Me acompanha? – ela ofereceu a tigela de biscoitos. Edgar pegou alguns. – Então, devo ter medo de você, como monitor que é, me dar uma detenção por estar fora do salão comunal?
- Hoje não. Também não tenho permissão para estar aqui...

Os dois ficaram em silêncio. Lucy se concentrou em seus biscoitos percebendo os olhos de Edgar sobre si.

- Você... – os dois falaram juntos.
- Pode falar.
- Não, fala você Lucy.
- Não era nada de importante. Pode falar.
- Eu queria saber se você tem algum compromisso no próximo sábado.

A grifinória engasgou com o chocolate que estava bebendo.

- Lucy! – Edgar levantou e deu algumas palmadinhas nas costas da loirinha. – Você está bem?
- Estou. Obrigada. É que estava muito quente... o chocolate.
- E então?
- Então eu me engasguei.
- Sim, mas eu falava sobre minha pergunta.
- Er... sábado agora?
- Sim.
- Na verdade não... quer dizer tenho. Mas à noite.
- À tarde você não quer me fazer companhia em Hogsmead?

Lucy sentiu o rosto esquentar e imaginou que estava tão vermelha quanto os cabelos de Lily.

- Er... eu?
- Se você não quiser tudo bem. É que nenhum dos meus amigos da lufa-lufa vai e eu não queria ir sozinho, então pensei em te convidar.
- Eu... posso te responder amanhã? Não leva a mal, por favor, mas é que antes eu precisava conversar com a Lily.
- Tudo bem, eu imaginava... - ele desviou os olhos tristemente.
- Olha, juro que por mim eu te respondia agora. – Lucy estendeu a mão direita colocando-a sobre a de Edgar pra fazê-lo olhar pra ela - Mas é que a Alice ta namorando e a Gwenda já tem um encontro no sábado, preciso ver se a Lily não se importa se eu não ficar com ela.

Edgar sorriu e olhou para a mão de Lucy sobre a sua. A loirinha tirou imediatamente e segurou a caneca de chocolate com as duas mãos.

- Sem problemas, Lucy. Até a hora do almoço você já teve tempo de falar com a Lily?
- ‘Oui’.
- Então, boa noite. – Ele se levantou e saiu da cozinha.

Lucy esperou ele fechar a porta pra enterrar o rosto nas mãos.

- Estou perdida.




Alice descia as escadas do dormitório feminino suspirando, ao lembrar do sonho que teve com Frank, quando foi trazida à realidade repentinamente por grito muito familiar àquela hora no salão comunal:

- Eu já disse mil vezes que não Potter!!! Nem que você fosse o último ser vivo da galáxia eu não iria com você!!
- Mas...

Alice chegou ao pé da escada à tempo de ver um vulto atravessando como um furacão o retrato da Mulher Gorda.

- Qual o motivo desse mal humor todo da sua amiga, hein Alice? - disse James emburrado enquanto se jogava em uma das poltronas.
- Bom dia também se usa, sabia?
- Desculpe - murmurou um pouco contrariado - Bom dia!
- Bom dia James.
- Você sabe que bicho mordeu a Lily assim tão cedo?

Alice deu risada e se sentou ao lado do maroto.

- Eu não tenho dúvidas que esse bicho se chama James Potter.
- Mas eu não sei o que foi que eu fiz pra ela ter tanta raiva de mim.
- Um dia você vai perceber o que você faz, James. Tomara que não seja tarde demais.




Lily saiu irritada do salão comunal. James Potter realmente conseguia tirar a ruivinha do sério. Estava tão nervosa que nem percebeu onde estava indo nem se haviam pessoas por perto. Tanto que ao virar em um corredor no terceiro andar bateu de frente com outro aluno.

Seus livros voaram para longe e ela massageava a cabeça.

- Você não olha por onde anda, não? – falou irritada.
- Desculpe. Não tinha a intenção de te machucar. – O garoto estendeu a mão para ajudá-la a se levantar. – Quer que eu te leve para Madame Pomfrey?
- Não, está tudo bem. Eu que peço desculpas pela minha grosseria, mas é que eu estou bastante irritada.

Lily recomeçou a andar, seguindo agora mais calma para o salão principal.

- James Potter?
- Como?
- Suas brigas com o Potter são lendárias nessa escola, Evans.
- Oh. – a ruiva sorriu – Não queria ser lembrada aqui como a pessoa que mais briga com James Potter.
- Mas você também é conhecida por ser a melhor aluna de transfiguração e poções.

Lily ficou corada.

- Eu ainda não sei seu nome.
- Ah, Philip Lombard – o garoto estendeu a mão – Sétimo ano da Corvinal.
- Oh, claro. Também já ouvi falar de você. É o capitão do time de quadribol.
- Sou. Quer ajuda para carregar esses livros? Parecem pesados.
- Não precisa. Tenho que dar um pulo na enfermaria. Obrigada Lombard.
- Até mais Evans.

Lily correu até a enfermaria, tinha que falar com Madame Pomfrey, tomar café da manhã e ir à biblioteca antes da primeira aula do dia.




Gwenda entrou no salão comunal acompanhada de Alice e Frank. Lucy já estava comendo. Estava sozinha e com o olhar perdido.

- Bom dia Lucy.
- Bom dia meninas. – A loirinha levantou os olhos e sorriu amarelo.
- Não teve uma boa noite? – perguntou Frank sentando-se ao lado de Alice.
- É tão visível assim?
- O que foi? – perguntou Alice preocupada.

Lucy observou o correio da manhã chegar, pegou seu jornal e entregou para Frank ler. Quando julgou que ele estava entretido na leitura se debruçou sobre a mesa e falou baixo para as amigas.

- Edgar me convidou para ir à Hogsmead com ele. – falou desesperada. - E não sei o que eu faço.
- Ai, Lucy. Que situação. Diz que você já tem companhia... ou outro compromisso. – falou Alice olhando de soslaio para o namorado.
- Não dá. Já disse pra ele que não tinha compromisso e que ia com a Lily.
- Te falei que ele ia interpretar errado suas perguntas...
- Eu sei Alice, mas agora não dá pra voltar atrás. E também, eu fiquei morrendo de dó quando ele disse que não queria ir sozinho porque os amigos dele não iam.
- E agora?
- Tenho até o almoço pra pensar em alguma coisa.
- Aposto que agora você vai parar a contagem regressiva do seu relóginho. – falou Gwenda rindo da amiga.
- Já parei! – Lucy também riu – Mudando de assunto, a Lily não vai vir não?
- Ela teve outra discussão com o James, saiu furiosa do salão comunal, não duvido que ela tenha ido para a cozinha.
- Quando que esses dois vão se acertar? – perguntou Lucy.
- Você não tinha desistido do casal James e Lily? Achei que agora seria Edgar e Lily. – falou Gwenda divertida.
- Não esse novo casal ficou ainda mais improvável. E quer saber? Acho que eu vou querer o Edgar pra mim mesmo. Ele é melhor que certas pessoas... – Lucy falou observando Sirius entrar acompanhado de Anne Florence da Corvinal.
- Mas não é dele que você gosta. – falou Alice tentando desviar a atenção da amiga do novo casal.
- E o Sirius também não gosta da Florence, Lucy. – falou Frank erguendo os olhos do jornal.
- E quem estava falando em Sirius aqui? – Lucy perguntou corada e Frank apenas deu um sorriso – Bom, eu já terminei, a gente se encontra na aula.

Levantou da mesa bruscamente levando com ela o prato de torradas que espatifou no chão. Todos os alunos viraram em sua direção tamanho foi o barulho.

- Reparo. – Lucy apontou a varinha para os cacos no chão. – Até mais. – se despediu dos amigos e saiu do salão sem olhar pra ninguém. Mesmo percebendo o olhar de Sirius sobre si.




Lily foi a primeira a chegar na aula de Poções naquele dia, já que tinha resolvido pular o café da manhã.

Lucy chegou logo depois se jogando ao lado da amiga.

- Bom dia Lis.
- Bom dia. Ta tudo bem?
- Não, não está nada bem. – respondeu mal humorada - Mas depois a gente conversa. – Lucy apontou para os marotos que acabavam de entrar na sala e se sentarem na carteira próxima a delas.

Em poucos minutos todos os sextanistas da grifinória já estavam em suas carteiras e Professor Slughorn entrou sorridente na sala.

- Bom dia classe. Olá senhorita Evans.

Lily apenas acenou com a cabeça sorrindo.

- Hoje nós vamos aprender a fazer a poção do amor. Uma pequena dose pra evitar o contrabando da poção para fora dessa sala. Os ingredientes estão no quadro e o modo de preparo também. Qualquer dúvida me perguntem.

O professor acenou com a varinha e logo várias instruções apareceram no quadro negro. Foi até sua mesa e ficou observando a turma.

Lily estava tão concentrada preparando sua poção que não percebeu a amiga ao seu lado simplesmente jogando os ingredientes no caldeirão.

- Senhorita Eyelesbarrow! – repreendeu o professor – O que pensa que está fazendo?

Não só Lily como toda a classe parou o que estava fazendo para observar a loirinha. Lucy apenas levantou os olhos e sorriu timidamente para o professor.

- Posso, falar com o senhor um momento? – Slughorn assentiu e ela se sentou em uma cadeira que ele acabara de conjurar em frente à sua mesa.

Lucy não sabia dizer se a simpatia do professor por ela era apenas por ser a melhor amiga de Lily Evans, ou se ela era realmente ‘aceitável’ em poções.

- O que deseja? – o professor falou em voz baixa.
- Eu não nada estou bem hoje. Posso ficar apenas observando Lily fazer a poção e ajudá-la com o que ela precisar? Não vou conseguir me concentrar em fazer a minha própria poção de jeito nenhum.
- Quer ir a enfermaria?
- Não, Madame Pomfrey não poderia me ajudar... meu problema é de coração... – falou tristemente.
- Tudo bem, por hoje pode apenas ajudar a senhorita Evans.

Lucy sorriu para o professor e se sentou novamente junto com a amiga.

- O que foi, Lucy?
- Um monte de coisa junto. Mas o pior é que faz dez anos, Lis, lembrei hoje cedo. Hoje faz dez anos que eu perdi meu pai.

Lily segurou a mão da amiga.

- Eu vou estar sempre aqui, ta?
- Obrigada. – a loirinha secou uma lágrima que escorreu pelo rosto – Agora vamos voltar à aula, professor Slughorn me deixou te ajudar na poção.

O restante da aula passou sem maiores incidentes. Apenas Lily imaginou ter visto James deslizar alguma coisa pra dentro da mochila, mas Sirius levantou na mesma hora e ela não pode ter certeza.




O salão principal já estava cheio de alunos para o almoço. Lily acenou para a amiga se juntar à elas.

Só depois de sentar ao lado de Lily que Lucy pode perceber que à sua frente estava Sirius com a mesma corvinal do café da manhã.

- Você já conhece a Anne? – perguntou ele apontando para a garota.

Lily, Alice, Gwenda e Frank olharam de Sirius para Lucy. A loirinha abriu um sorriso triste e respondeu com uma ponta de sarcasmo na voz.

- É claro, ela é a melhor amiga da famosa Berta Jorkins...

Lucy voltou a atenção para seu prato que acabara de encher. Anne ficou ali mais alguns minutos e depois voltou para sua mesa.

Lily observou Edgar Bones sentar ao lado de Amus Diggory e cutucou Lucy.

- Já decidiu?
- Ainda não. Você tem certeza que não tem problema?
- Tenho. Eu posso ficar com a Dorcas.

James observava curioso a conversa das amigas. Mas Lucy fingiu não perceber o interesse dele.

- Ela é incrível. – Sirius chamou a atenção de James – Acho que agora é pra valer, sabe? Ontem você nem imagina...

Lucy encarou Lily sorrindo repentinamente.

- Sabe que acabo de me decidir.
- Já estava na hora! – Lily também sorriu para a amiga – Vai logo.

Por causa da implicância de Lily com James, pra ela nenhum dos marotos, com exceção de Remus, prestava. E se a amiga pudesse tirar Sirius Black da cabeça, ela imaginava que Edgar era uma ótima opção.

Lucy levantou decidida e foi até a mesa da Lufa-lufa.

- Edgar, minha resposta é sim.

O moreno a fitou surpreso.

- Sim?
- Me espera no saguão de entrada meio-dia. – Lucy falou sorridente e saiu sem esperar resposta.

Sentou novamente com as amigas, ignorando o rosário de elogios que Sirius continuava a desfilar para sua nova ‘namorada’.

- Lis, e seus exames que não ficam prontos nunca?
- Nem lembrei de contar. Hoje cedo eu fui falar com Madame Pomfrey, ela disse que chegou os resultados mas não acusou nada. Então ela pediu reavaliação, mas só vai sair depois do recesso de fim de ano.
- Estranho, né? – perguntou Gwenda. – Isso que você teve.
- Esquisito mesmo. – falou Alice e consultou o relógio – falta vinte minutos para DCAT e você nem tocou no almoço, Lucy.
- Não estou com fome... olha, eu não vou assistir as aulas da tarde. Nem me olha assim, Lis. Duvido que o Norton e McGonagall me dêem a mesma folga que o professor Slug.
- E vai fazer o que? – perguntou Alice.
- Não sei. Acho que vou arrumar minha mala e chorar o resto da tarde... Boa aula pra vocês.

Lucy pegou sua mochila e saiu.

- Chorar? – perguntou Frank entrando na conversa.
- Hoje faz dez anos que o pai dela morreu. – respondeu Lily.
- Isso explica... – falou Alice pesarosa.




O sábado amanheceu com uma neve grossa caindo sobre o castelo. O salão comunal da Grifinória estava lotado de estudantes. Lily tinha acordado cedo, portanto conseguiu o melhor lugar da Torre da Grifinória nos dias frios: a poltrona em frente a lareira, estava triste por ter que voltar antes que os demais alunos para casa por causa do casamento da irmã. Sentia falta da época em que ela e Petúnia eram boas amigas. Por outro lado, o mesmo destino que lhe ‘tirou’ a irmã, lhe dera uma amiga que ela amava como se fosse irmã de sangue...

Lucy já estava bem melhor, já tinha se recuperado do repentino abatimento por causa do pai e, porque não dizer, da notícia de que Sirius estava namorando.

Já Gwenda estava apreensiva por causa do encontro que ela teria com Remus mais tarde. Decidiu nem sair do quarto naquela manhã.

Apenas Alice parecia estar em seu estado normal e revezou a manhã entre dar atenção à Gwenda no dormitório e ao namorado no salão comunal.

- O que você está lendo, Lis? – perguntou Lucy se aproximando da amiga.
- Hogwarts, uma história. É sempre bom reler, tem muita coisa interessante.
- É eu sei. – Lucy respondeu sentando no chão de frente para a poltrona de Lily – Já li três vezes, em seis anos que estou aqui.

Lily sorriu para a amiga.

- Ansiosa?
- Menos que a Gwenda. To pensando em me aposentar da função de cupido, não sei se fiz bem à Gwen, e acabei entrando no barco junto...
- Edgar vai entender se você explicar que só quer a amizade dele.
- O problema é que eu não sei o que eu quero... – Lucy olhou para os marotos que jogavam barulhentamente Snap Explosivo – Eu sei que não posso ficar com o Sirius, eu não quero me machucar... mas também não quero usar o Edgar, entende? Ele é uma pessoa tão boa.
- Eu imagino que seja mesmo difícil. Queria poder te ajudar, mas você vai ter que decidir sozinha, e, bom, você sabe o que eu acho do Sirius, né?
- Sei. Também penso a mesma coisa... Bom, vou subir pra trocar de roupa.




A neve já tinha parado de cair quando as sextanistas da Grifinória desceram para o saguão de entrada. Alice de mãos dadas com Frank sorriu para Gwenda encorajando a amiga a ir até Remus.

- Até mais, meninas. – Gwenda deu um sorriso nervoso e se dirigiu até o maroto. Conversaram um pouco e saíram juntos do castelo.

Sirius sorriu vitorioso e procurou Lucy com o olhar.

- Conseguimos, enfim. – falou baixo ao se aproximar da loirinha de modo que só ela ouvisse.
- É verdade. – respondeu séria olhando ao redor – Alice que horas são?
- Faltam cinco minutos, Lucy. - respondeu Alice trocando um olhar divertido com Lily.
- Boa Tarde meninas. Olá Sirius. – Edgar cumprimentou o grupo – Cheguei no horário?
- Pontualmente. – A loirinha abriu um sorriso e saiu com o lufa-lufa deixando Sirius pra trás.

Lily encontrou Dorcas com suas amigas da lufa-lufa, Emeline Vance e Marlene McKinnon.

Logo uma longa fila de alunos estava formada para passar pelo polêmico detector de artes das trevas de Argus Filch.




- Que tal irmos à Madame Puddifoo? – perguntou Edgar apontando para uma pequena casa de chá do outro lado da rua.
- Ah... não seria ali aquele lugar pequeno, abafado e todo decorado com terríveis rendinhas cor-de-rosa? – Lucy perguntou temerosa.
- Bom, eu definiria como um lugar aconchegante para se tomar um chá, mas...

Os dois riram.

- Prefere o Três Vassouras? Ou Hog´s Head?
- Não... acho que podemos ficar com a pequena e ‘clautrofóbica’ casa de chá da Madame Puddifoo dessa vez.

Edgar riu e caminhou com Lucy até o pequeno pub.

Como Lucy dissera, o lugar era pequeno e abafado. Só não sabia da grande quantidade de ‘casais’ naquele lugar. Aparentemente Alice tinha esquecido de contar esse pequeno detalhe do seu primeiro encontro com Frank...

- Edgar, eu não tomo chá... será que tem alguma outra coisa pra beber?
- Temos café querida. – Respondeu Madame Puddifoo que havia se aproximado da mesa sem que eles percebessem.
- Então eu aceito um Cappuccino.
- Eu também. O meu com chantilly.

Madame Puddifoo se afastou e os dois permaneceram e silêncio. Lucy observava a neve que tinha voltado a cair lá fora.

- Sabe, eu gosto da neve...
- É realmente linda.
- A Lily é apaixonada pela neve. – Lucy encarou o moreno - Ela que me ensinou a gostar, antes eu achava simplesmente um empecilho pra qualquer coisa que eu quisesse fazer fora de casa.

Edgar sorriu compreensivo e desviou a atenção para observar o casal que acabava de chegar.

- Eles estão namorando? – perguntou para Lucy que abriu um imenso sorriso ao perceber Gwenda e Remus entrando de mãos dadas.
- Até hoje de manhã não. Eles não formam um casal lindo?
- Nunca tinha reparado antes pra ser sincero, mas parecem combinar sim.

Madame Puddifoo chegou com os cafés.

- Até que não é tão ruim aqui... – falou Lucy bebendo um gole de café – Os babadinhos... até que são bonitinhos.
- Você nunca tinha vindo aqui? – Lucy negou com a cabeça – Fico feliz em ser o primeiro...
- Hã?
- O primeiro a te trazer aqui. – explicou diante da expressão confusa de Lucy.

Lucy não sabia o que dizer. Pensou sarcasticamente que se sentia mais à vontade na presença de Malfoy do que de Edgar. Pelo menos nunca lhe faltavam as palavras numa ‘conversa’ com o sonserino.

- Ah, sim. Eu também.

A grifinória, que imaginava não poder se sentir pior, perdeu o ar quando viu Sirius Black e Anne Florence entrarem no pub e sentarem-se na única mesa restante: ao lado deles.




N/A:
Ai gente, como eu me diverti escrevendo esse capítulo... Adorei deixar a Lucy sem graça perto do Edgar e com ciúmes do Sirius...

O próximo capítulo, é um dos meus preferidos: Férias, doces férias... vocês não imaginam o que a Lily e a Lucy vão aprontar no casamento da Petúnia! Huhauhau

Vamos relembrar nossa campanha?
Espero comentários de vocês: críticas, elogios, reclamações, sugestões... O ‘GO’ aí em baixo funciona como um perfeito SAL (Tempero para eu escrever melhor, ou simplesmente: Serviço de Atendimento ao Leitor), e seu comentário é recebido 24 horas por dia! Rsrsrs

Muitos beijinhos, Luci Potter.

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