Férias, doces férias...
- Lis, eu AMO Merlin, sabia? – Lucy se jogou na cama da amiga e abraçou uma almofada.
- Pelo visto Hogsmead te fez bem. – falou Lily sentando na beira da cama.
- Fez muito, muito bem! Mas eu não vou te contar agora. Precisamos saber com a Gwenda se ela e o Remus se acertaram, sobre meu encontro a gente conversa na sua casa.
- Por falar nisso, partimos em duas horas.
- Perfeito.
As duas amigas desceram juntas para o salão comunal. Alice se juntou a elas ao pé da escada.
- Parece que deu tudo certo.
- Esperem aqui, já volto. – falou Lucy que se aproximou do casal – Remus, posso roubar a Gwen de você por alguns minutos?
- Claro, Lucy.
As quatro amigas subiram novamente para o dormitório feminino.
- Pode contar tudo, Gwenda. – falou Alice animada.
- Sabia que vocês três não iam deixar passar... – Gwenda riu e se sentou na cadeira da penteadeira – Podem sentar.
“O Remus é muito gentil, nós saímos do castelo ele já me ofereceu uma capa mais grossa. Eu aceitei alegre, já que lá fora estava bem mais frio do que eu supunha. Passamos pela revista do Filch e fomos a pé para o povoado, segundo o Remus ele não gosta das carruagens sem cavalos da escola. Eu tentava conversar com ele normalmente, mas às vezes a gente ficava um bom tempo em silêncio...
Mesmo assim conversamos bastante. Na verdade nós falamos sobre tudo. Quadribol, aulas, férias, amigos, relacionamentos...
Chegando em Hogsmead nos sentamos em um banco da pracinha e ficamos um observando o movimento, até que ele pegou minhas mãos entre as dele pra esquentá-las e acabou se declarando.”
- Ah, mas você não vai parar a história aí não! – falou Alice jogando uma almofada na amiga.
“Ai, ai... Ta bom. Ele disse que fazia tempo que ele gostava de mim mas não tinha coragem de se aproximar, e que, já que a Lucy e o Sirius tinham dado uma força tão grande para esse encontro acontecer, ele teria que ao menos tentar. E me pediu em namoro.”
Gwenda sorriu estendendo a mão direita onde brilhava um bonito anel de prata.
- É uma aliança de compromisso. Não é lindo?
- Fico tão feliz por você. – Alice abraçou a amiga.
- Eu também estou feliz. E tenho que agradecer a responsável por isso tudo, não é Lucy?
A loirinha riu e abraçou Gwenda.
- Que isso, eu não fiz nada. Só dei um ‘empurrãozinho’ pra vocês tomarem coragem. Já que os dois sabiam que se gostavam.
- Mesmo assim, você é nossa madrinha.
- Se continuar assim, a Lucy vai desistir de ser Auror e abrir uma agência de casamento. – falou Lily.
- Sabe que eu não duvido? – perguntou Gwenda sorridente – Agora tenho que voltar, meu namorado está me esperando...
As quatro riram e Alice desceu com Gwenda.
Depois de jantarem Lily e Lucy ficaram no saguão de entrada para esperar Professora McGonagall que as mandaria para casa.
Gwenda, Alice e Frank estavam junto para se despedirem das amigas.
- Frank, cuida bem dessas duas, hein? – falou Lily – E vocês não esqueçam de escrever.
- Eu prometo escrever para contar tudo sobre o casamento de Petúnia. – falou Lucy alegremente.
Avistaram McGonagall descendo as escadas e logo atrás os quatro marotos.
- Remus! – Lily abraçou o maroto – Fica bem, ta? Prometo te escrever no Natal e no Ano Novo.
- Também vou te escrever Lily. Boa Sorte pra vocês no casamento...
- Obrigada. – respondeu Lucy abraçando o amigo. – Vamos precisar.
Lily riu às gargalhadas.
- Com a surpresa de casamento que nós preparamos quem vai precisar de sorte serão os noivos...
Lily continuou conversando com Remus e Lucy foi se despedir de James.
- Bom Natal pra você, James. Se cuida.
- Você também. – Ele abriu um sorriso maroto – Aquele material que você me pediu...
- Está muito bem guardado. – Lucy abraçou James e depois Petter. - Tchau, Sirius. – Ela estendeu a mão e o maroto a olhou desapontado.
- Tchau, Lucy.
- Vamos meninas. – Chamou McGonagall – A chave de portal já vai ser ativada.
As duas amigas foram até a professora e pegaram a pequena escultura de Merlin.
- Segurem firme.
- Lucy! – Gritou Edgar do alto da escada.
- Um momento professora.
Lucy seguiu até o lufa-lufa e os dois se abraçaram.
- Boa viagem Lucy.
- Pra você também. Mande lembranças minhas à França.
- Mando, pode deixar.
- Vai me escrever?
- Todos os dias. – Edgar sorriu e Lucy lhe deu um beijo no rosto antes de virar e sair.
- ‘Au revoir’ – Falou de longe.
- ‘Au revoir’ – Sussurrou Edgar vendo-a sumir num redemoinho de cores.
Lily e Lucy tinham aparecido em frente à casa dos Evans. Lily olhou para os lados assustada, deviam ter ‘caído’ dentro da casa, não no meio da rua de um bairro trouxa. Por sorte não parecia ter ninguém na rua.
- Lis, me ajuda aqui.
Lucy ainda estava deitada na grama coberta de neve com dificuldades para levantar. Lily foi até a amiga e lhe estendeu a mão.
- Você precisava mesmo trazer dois malões?
- Presentes de Natal, maninha! Não deixei nada em Hogwarts, vou mandar tudo no dia por correio coruja.
Lily ajudou a amiga a puxar as malas, já que ela mesma só tinha uma mochila de viagem nas costas. Nem precisaram tocar a campainha, Petúnia apareceu no umbral da porta ao ouvir o barulho de conversa no jardim.
- Aquela sua coruja horrorosa chegou há três horas e não pára de piar! Dê um jeito nela antes que o Valter chegue.
Lily e Lucy se encararam e Lucy pulo no pescoço de Petúnia.
- Olá Pet! Que saudades... você não imagina como ficamos felizes quando soubemos do seu casamento. Com certeza não existe ninguém que esteja tão feliz como Lily e eu.
Petúnia tentava se desvencilhar de Lucy que só ‘desgrudou’ quando ela resmungou um cínico:
- Obrigada. E eu também contei os minutos para ver vocês novamente.
- Que bom, Pet. – Lily falou sorrindo – Então, pode nos ajudar com as bagagens?
- Eu não sou sua escrava...
- É verdade, Lis. Pet agora vai ser dona do próprio nariz. – falou Lucy abraçando Petúnia pelos ombros – ela não tem obrigação nenhuma de nos ajudar, mesmo que ela queira muito. Aliás temos que conversar com Valter esta noite, sobre como ele está levando um tesouro pra casa, mesmo tendo a irmã que tem, Petúnia é um doce...
- Não ousem chegar perto do Valter vocês duas. – Petúnia puxou as duas malas de Lucy para dentro de casa.
Lily e a amiga trocaram um olhar divertido e Lucy gritou para Petúnia.
- No quarto da Lily, por favor, Pet.
Petúnia se afastou e as duas amigas rolaram no sofá de tanto rir.
- Que bom encontrá-las tão felizes. – Daisy Evans abraçou a filha.
- Mamãe! Que saudade! – Lily deu um abraço forte na mãe.
- Hei, Lis. Deixe um pouquinho pra mim, por favor?
- Lucy! – Daisy abraçou a loirinha – Você está radiante, estou sentindo cheiro de amor novo no ar...
- Tia Daisy, senta aqui – Lucy sentou no sofá e indicou um lugar ao seu lado – A senhora vai saber em primeiríssima mão. Eu estou namorando! E sou a pessoa mais feliz desse mundo, olha só como ele é lindo.
Lucy tirou uma foto de Edgar de dentro da capa e entregou para a mãe de Lily. A ruiva por sua vez apenas estreitou os olhos em direção da amiga.
- Ele é mesmo muito bonito, Lucy. Parabéns. Há quanto tempo vocês estão namorando?
- Hum... mais ou menos seis horas...
Daisy riu e balançou a cabeça. Petúnia chamou a mãe do alto da escada e ela teve que sair.
- Eu sirvo o jantar em alguns minutos, é só o tempo do Valter chegar. – falou a anfitriã antes de subir para o quarto da filha mais velha.
- Você vai me contar tudo isso direitinho.
Lucy apenas riu e levantou do sofá.
- Agora não, vamos procurar seu pai, Lis.
- Depois você não me escapa.
As duas foram até a cozinha e encontraram John Evans com a mãe, Dona Crystal Evans.
Enquanto Lucy e Lily cumprimentavam a avó, Valter chegou e logo o jantar já foi servido.
As bruxinhas acompanharam a refeição apenas por educação, pois já tinham jantado na escola e estavam exaustas depois de um dia de passeio em Hogsmead. A conversa do jantar não foi outra senão o casamento de Petúnia e elas estavam a cada minuto mais entediadas.
- Lily e Lucy poderiam cuidar da recepção dos convidados. – sugeriu Daisy.
- Se vocês aceitarem podemos ajudar na decoração da Igreja, sabe, nós aprendemos coisas realmente interessantes na nossa escola... – Lily falou e piscou um olho para Lucy.
- Ficaríamos honradas. – A loirinha completou observando a face furiosa de Petúnia.
- Sabe que não é uma má idéia. – falou o Senhor Evans.
- Eu acho uma péssima idéia. – falou Petúnia – prefiro eu mesma supervisionar a decoração ou pedir à Guida.
- Pet, não faça uma desfeita dessas à sua irmã e à Lucy. Está decidido, vocês duas cuidam da decoração. – falou Daisy apontando para as duas bruxinhas – Acredito que sua irmã, Valter, possa recepcionar os convidados na festa?
- É claro, podem contar com a Guida.
Após o jantar foram todos para a sala continuar a conversa. Lily e Lucy conseguiram escapar com a desculpa que teriam que acordar cedo para cuidar dos preparativos do casamento. Já estavam na porta do quarto quando Petúnia as alcançou.
- Uma, apenas uma de suas anormalidades no meu casamento, faço vocês duas se arrependerem de terem nascido um dia.
- Fique tranqüila, Pet, não usaremos magia em seu casamento.
- É o que eu espero, aberração.
Petúnia desceu as escadas como um furacão.
- Sabe, em uma coisa não dá pra negar que vocês duas são irmãs: sempre dão a última palavra e saem correndo dando o assunto por encerrado. Incrível. E eu nunca vi tia Daisy fazer isso...
- Era uma mania da minha avó com meu avô por parte de mãe. Ela sempre fazia isso na nossa frente e achávamos o máximo, Petúnia e eu. Acabamos pegando isso por mania e, eu pelo menos, faço sem perceber.
A contrariar as expectativas de Lily, Lucy caiu na cama e dormiu dizendo que seu namoro com Edgar era conversa pra quando elas estivessem com
tempo.
Os dois dias que separaram a chegada das grifinórias para o casamento de Petúnia passaram muito rápido e Lily continuava a ser enrolada pela melhor amiga. Até porque não tiveram muito tempo pra conversar sem ter alguém por perto.
Lily não tinha muitos parentes, ainda assim ficou impressionada pela quantidade de gente que circulou pela casa naqueles dias. Petúnia estava tão temerosa que a irmã aprontasse alguma coisa que fez questão de fiscalizar cada botão de rosa que entrou naquela Igreja para a decoração.
- Bobinha, ela acha mesmo que vamos fazer alguma coisa tão óbvia, assim?
- Ela acha, Lucy. Com certeza em inteligência ela não se parece em nada comigo.
- Não mesmo. Que tipo de gente escolhe uma segunda-feira para se casar?
A noite do casamento chegou. Lily e Lucy estavam fora da Igreja para esperar a noiva. Que por sinal só não estava linda, porque era Petúnia Evans, mas o vestido parecia de uma princesa.
- Nervosa? – perguntou Lily.
- Mas é claro. O que vocês esperavam?
- Não precisa, Valter já está lá dentro, não vai mais desistir. – consolou Lucy.
- E vocês foram feitos um para o outro, maninha. – completou Lily.
Petúnia não percebeu o sarcasmo na voz de Lily e agradeceu com um sorriso. Um sorriso nervoso, ainda assim o único sorriso sincero que Lily havia recebido da irmã em anos.
- Olha, Pet, beba um pouco de água, vai te ajudar a ficar mais calma. – Lucy mostrou um copo com água para Petúnia que olhou desconfiada.
- Acha que eu vou beber isso? Minutos antes de entrar na Igreja? Não confio em vocês duas.
Lily pegou o copo da mão da amiga e bebeu um gole para comprovar que não tinha veneno algum. Petúnia ainda relutou mas acabou cedendo.
- Pra falar a verdade, estava mesmo precisando de um pouco d’água. – confessou.
- Já vamos entrar, se precisar de alguma coisa é só dar um gritinho.
Lily e Lucy entraram sorridentes na Igreja.
- Nossa decoração ficou perfeita, não?
- Maravilhosa, Lis. Mas me fala uma coisa, temos mesmo que sentar...
- Ao lado da Guida Dursley? Sim. Minha mãe quase implorou.
Guida era sem dúvida a mulher mais antipática da Igreja. Observou as duas meninas com uma expressão de nojo e virou novamente para o corredor.
- Boa Noite. – Lily e Lucy falaram juntas, mas Guida nem se deu o trabalho de responder, fingiu que não tinha escutado.
As duas tiraram a sorte para ver quem sentaria ao lado versão feminina do ‘porquinho’. Lucy perdeu e se arrastou até seu lugar.
Quando todos os convidados estavam acomodados, a marcha Nupcial começou a tocar e Petúnia entrou cambaleante e se apoiou no pai antes de continuar.
- Coitadinha, está tão nervosa. – Lucy ouviu Guida murmurar e mordeu os lábios para segurar o riso.
- Sim, muito nervosa mesmo. – falou Lily que também tinha escutado.
Petúnia continuava a se apoiar no pai que parou no meio do caminho para ampará-la. Petúnia agradeceu internamente e respirou fundo. Mas à frente ela viu: mil sapos pulavam e coaxavam no altar.
- Aahhhhh!!! Sapos!!! Por favor, por favor me salvem...
Todos os convidados olharam assustados para o lugar onde Petúnia apontava e Valter, já no altar suava quase sendo enforcado pela gravata.
- Filha não há sapo nenhum lá. – O senhor Evans cochichou no ouvido de Petúnia que respirando fundo mais uma vez se recuperou e começou a andar.
Apenas Lily e Lucy riam da situação, mas logo tiveram que parar quando viram D. Daisy as olhando severamente lá do altar.
- Já chega, Lucy. Mamãe vai desconfiar.
- Já acabou o efeito, o gole insignificante que ela tomou... pensei que só iria enxergar girinos...
Elas riram mais uma vez e a cerimônia teve início. Mesmo morrendo de vontade de lançar um simples feitiço para assustar novamente Petúnia, as duas conseguiram se segurar (ser expulsa de Hogwarts não compensava a brincadeira) e se comportaram como verdadeiras anjinhas o restante da missa.
Quando os noivos estavam saindo, as bruxinhas correram para a saída da Igreja com um saco de arroz na mão. Um arroz levemente modificado...
- Com pó de mico? – perguntou Lily descrente.
- Quase isso, ele é ‘mágico’, simplesmente vai fazer Petúnia descobrir que é alérgica à arroz... pelo menos nesta noite... – respondeu Lucy displicente.
- Foi você quem fez o feitiço?
- Na verdade não. Mas eu não posso contar que foi, prometi segredo, então é melhor nem tocar no assunto.
- Ta bom, dessa vez passa só porque eu estou de bom humor. Olha, Petúnia está chegando, vamos escolher um lugar pra ficar.
- Tenta jogar o arroz pra ele entrar no vestido, ok?
As duas amigas se posicionaram estrategicamente entre os convidados de modo a não levantar nenhuma suspeita. Quando Petúnia entrou no campo de visão das bruxinhas, elas começaram a jogar arroz e os outros convidados fizeram o mesmo.
Em um minuto, Petúnia que saia da Igreja como uma donzela começou a pular, se coçar e correr em círculos. Levantou o vestido com uma mão, puxou Valter com a outra e correram para o carro que os esperava de portas abertas. Os convidados ficaram mais uma vez alarmados e somente Lily e Lucy riam descontroladamente.
- Espero que não estejam envolvidas nisso, vocês duas. – John Evans as encarou sério, e não conseguindo nenhum indício de culpa começou a rir e falou alto – Que cabeça a minha... acabo de me lembrar que Petúnia é alérgica à arroz...
Continuou conversando com os convidados tentando descontrair até que o carro com os noivos saiu cantando pneus.
- Engraçado meu pai ter a mesma conclusão que você, Lucy... – Lily virou desconfiada para a amiga.
- Achei que não tinha nada de mais sugestioná-lo a pensar isso.. – Lucy riu.
- Você é perigosa. – falou Lily e as duas riram mais uma vez.
Na festa os convidados foram devidamente recepcionados e acomodados enquanto aguardavam a chegada dos recém-casados.
A chácara estava magnificamente decorada, também por Lily e Lucy. As meninas tinham mesmo feito um ótimo trabalho. Não havia uma árvore lá fora ou um canto do salão que não estivesse decorado. Pelo menos disso, Petúnia não poderia reclamar...
- Papai! – Lily correu até o senhor Evans – O senhor Dawson disse que teve alguns problemas com os fogos de artifício por causa da neve, eles ficaram úmidos. Ele perguntou se não tem problema se o show pirotécnico for depois que a Pet jogar o buquê, até lá já vai estar tudo consertado...
- Não tem problema, acho que Petúnia vai entender, não é mesmo?
- Mas é claro. Vamos falar com o senhor Dawson, Lucy.
As duas caminharam até a entrada da chácara onde um senhor barbudo e corcunda aguardava avistar o carro dos noivos para estourar os fogos.
- Senhorita Evans?
- Boa noite, Dawson. Meu pai mudou de idéia, ele prefere os fogos depois que a noiva jogar o buquê.
- E pediu que trocássemos o lote de fogos vermelhos, parece que eles estão úmidos, isso pode atrapalhar na hora de estourar. – falou Lucy – Tem duas caixas novas na choupana do caseiro, o senhor faz essa gentileza pra nós?
- Claro, com licença senhoritas.
Lucy esperou o senhor se afastar pra abraçar Lily.
- Fazia tempo que eu não me divertia tanto. Nem acredito que você está concordando com os meus planos, Lis.
- Nem eu Lucy. Espero não me arrepender... – Lily riu – Mas isso está mesmo muito divertido.
- Sorte da Petúnia eu ter me acertado com o Edgar. Se eu estivesse com o mau humor da semana passada, teríamos apenas peças de humor negro.
Lily riu e puxou a amiga de volta para a festa. No começo comportada, mas o tempo foi passando... o jantar foi servido... Petúnia recebeu os cumprimentos de todos os presentes (inclusive Lily e Lucy que choraram desesperadamente chamando a atenção de todos, dizendo que a casa dos Evans nunca mais seria a mesma...) a quantidade de bebida aumentando... as músicas ficando mais animadas...
Lily e Lucy (sóbrias, hein?) subiram no palco com os músicos e puxaram várias músicas de rock levantando muitos convidados apesar da cara de horror de Petúnia...
À uma certa altura da festa, Lucy deixou ‘acidentalmente’ duas garrafas de Firewhisky junto com as de whisky normal que estava sendo servido para os convidados. Petúnia ficou ainda mais aterrorizada ao ver que todos, inclusive seus pais, dançavam, pulavam e cantavam sem nenhum pudor, num coro puxado desafinadamente por Lily e Lucy.
- Essa eu conto, Lis. – falou Lucy descendo do pequeno palco – James que contrabandeou de Hogsmead pra mim. Mas não é pra brigar com ele!
- Eu brigar? Até parece! Temos é que registrar esse momento. Cadê sua máquina fotográfica?
Elas se divertiram ainda mais tirando fotos dos convidados inegavelmente... bêbados! Petúnia também esteve maravilhosa nas fotos mágicas, mesmo não tendo bebido, saiu com uma cara mais engraçada que a outra.
Quando a ‘animação’ diminuiu um pouco, ou seja, Lily mandou servir água com uma poção restauradora para os convidados, Petúnia se posicionou para jogar o buquê.
- É um... é dois... é três e... ... ... já!
O buquê voou direto para as mãos de Guida e Lily teve a impressão de que isso já estava programado.
- Quem vai querer casar com... ela? – perguntou Lucy indignada.
Mas nem tiveram tempo para indignações. No momento em que Petúnia jogou o buquê o show pirotécnico começou lá fora, exatamente como Lily havia pedido.
Todos os convidados saíram do salão e foi aí que começou a parte mais divertida do casamento na opinião das bruxinhas.
Em meio à fogos com formatos de coração, palavras como Valter, Petúnia e amor, eis que um rojão alaranjado explode se transformando num imenso dragão vermelho que começou a voar pelo céu. Petúnia deu um grito e procurou a irmã com o olhar, mas os convidados adoraram a surpresa e começaram a aplaudir.
O problema aconteceu quando o ‘dragão-de-fogo’ começou a cuspir fogo. E cada chama explodia no céu em mais outro dragão, sapo, fada, estrela... um infinidade de figuras mágicas e não-mágicas.
O dragão maior voava cada vez mais perto dos convidados, obrigando-os várias vezes a se jogar no chão.
- Faça parar! – gritou Petúnia ao encontrar Lily.
- Eu não tenho nada a ver com isso, Pet. Reclame com quem comprou os fogos, nós só cuidamos da decoração.
Petúnia encarou a irmã e sem mais nenhum argumento teve que dar as costas e voltar pra perto de Valter que tinha acabado de se deitar em baixo de uma mesa para evitar o choque com uma estrela saltitante.
- Desde a ilusão dos sapos que a noiva teve na Igreja tenho me perguntado quem de Hogwarts eu encontraria por aqui. – falou uma voz masculina atrás de Lily e Lucy.
As duas amigas se viraram lentamente, temendo quem as teria descoberto.
- Lombard? – Lily respirou aliviada.
- Evans? – Perguntou ele divertido – E você deve ser...
- Lucy Eyelesbarrow, só Lucy, por favor. – falou a loirinha estendendo a mão.
- Prazer. Você é a namorada de Edgar Bones, não?
- Como? – Lucy piscou os olhos assustada.
- As notícias correm rápido em Hogwarts. Vocês são conhecido e você estava ausente da escola pra se defender...
- Prato cheio para fofoca. – completou Lily. – Mas me fala, o que você faz por aqui?
- Meu irmão é padrinho do Valter, acabei vindo junto. Agora me explica uma coisa, se você é a irmã da noiva porque está aprontando tanto com ela? – Philip observou divertido Petúnia correndo de uma fada furiosa.
- Longa história – Respondeu Lily se abaixando no momento que um dragão dava um rasante em sua cabeça – Vamos lá pra dentro?
- Vamos, mas vocês não querem que eu dê um jeito nesses fogos? Acho que vocês são bruxas menores de idade e não tem permissão...
- Tem razão. – falou Lucy abismada, lembrando que não tinha pensado em como iriam parar aqueles fogos sem usar feitiço – Você faria isso por nós? Os convidados estão ficando realmente amedrontados.
Philip se escondeu atrás de uma árvore e lançando um único feitiço, destruiu todos os fogos em uma linda explosão no céu.
- Posso perguntar onde vocês arranjaram esses fogos malucos? – perguntou ele guardando a varinha nas vestes.
- Eu sou amiga dos marotos – respondeu Lucy sorridente – É tudo o que você precisa saber.
Philip riu e Lily revirou os olhos, mas acabou rindo também.
- Agora se me dão licença. – Lucy fez uma reverência e se afastou dos dois rindo mais do que feliz – Bom, eu sei quando estou sobrando... – murmurou pa si mesma sentando no chão encostada em uma árvore.
- Feliz Natal! – Lily gritou no ouvido da amiga.
Lucy abriu os olhos timidamente.
- Lis são cinco horas da manhã... – a loirinha virou para o outro lado.
- Na verdade são oito. Vamos acordar, mamãe ta chamando para tomarmos o café da manhã todos juntos.
Lucy virou novamente e sorriu ao ver que a amiga estava com um gorro de papai Noel e um vestido de veludo vermelho.
- É a Mamãe Noel mais linda que eu já vi... – Lucy levantou rindo e abraçou a amiga – Feliz Natal, Lis.
- Feliz Natal, Lucy. Sua roupa de Mamãe Noel está no cabide, é pra vestir.
- Ah, sinto desapontá-la então, amiga. Agora eu serei a Mamãe Noel mais linda do pedaço...
- É porque você não viu dona Daisy! Está um espetáculo.
Lucy trocou de roupa e desceu para o café da manhã. A mãe de Lily estava mesmo à caráter. O vestido igual ao das meninas e o gorro na cabeça ficou muito mais engraçado nela, uma adulta, do que em duas adolescentes. O senhor Evans também estava com uma roupa vermelha, mas não tinha nem barba nem barriga postiça, apenas o gorro igual ao da família.
- É uma pena Petúnia estar viajando, não? É sempre bom a família reunida no Natal – falou Lucy servindo-se de torradas.
- Na verdade fizemos uma ótima troca, Lucy. – respondeu o senhor Evans alcançando a garrafa de suco para a loirinha – Petúnia estava cada dia mais insuportável, e você sempre traz alegria pra essa casa. – falou carinhosamente.
Lucy sentiu-se corar.
- Ai, não fala assim não que eu me emociono... – falou Lucy arrancando um sorriso materno de Daisy.
- Sua mãe trouxe seu presente de Natal, querida. Ela não pôde ficar porque tinha que viajar para Portugal ainda cedo, mas pediu desculpas.
- Tudo bem – Lucy sorriu para os Evans – Vocês sabem que é aqui que eu me sinto realmente em família.
Lily começou a abrir seus presentes. O primeiro era um colar delicado com um pingente em forma de Lírio.
- Que lindo, Lis. Quem te deu?
- Não tem cartão, apenas uma dedicatória, mas... eu não conheço a letra.
Lucy deu um sorriso.
- Será que temos um misterioso admirador secreto?
- Deixa de viagem, Lucy. Só pode ser de alguém que esqueceu de colocar o cartão dentro do pacote. Em Hogwarts a gente descobre quem mandou.
Lily colocou o colar no pescoço e continuou concentrada em seus pacotes. Lucy deitou na cama observando o teto.
- Adivinha o que minha mãe me mandou? – Lucy inclinou um pouco a cabeça pra olhar a amiga.
- Nem imagino.
- Vestidos e jóias. Provavelmente comprados anteontem quando ela esteve na Itália. Ela nem se dá o trabalho de ter uma idéia diferente ou tentar saber o que eu posso estar precisando. Eu teria que viver duzentos anos pra usar todos os vestidos de festa que ela me dá todo Natal e Aniversário...
- Meu pai também te deu um vestido esse ano. – Falou Lily sentando ao lado da amiga.
- Você leu o cartão dele? – Lucy foi até a cômoda e tirou da gaveta um cartão verde com motivos de Natal.
‘Soube que você está namorando. Desejo muitas felicidades aos dois. Ainda assim, quero conhecer o rapaz pra ter uma conversa séria com ele...
Esse vestido é pra você usar no primeiro jantar romântico que vocês tiverem, espero que te traga sorte.
Afetuosamente,
John Evans.’
- Só o papai mesmo... – Lily falou divertida e Lucy também riu.
- Percebeu a diferença? O cartão da minha mãe estava escrito “Feliz Natal, estou com saudades, espero que os vestidos lhe caiam bem, os achei ma-ra-vi-lho-sos. Beijos”.
- Característico... – falou Lily sorrindo para a amiga.
- É. Vamos descer? Seus pais vão adorar ganhar sapos de chocolate...
Todo o dia de Natal foi muito alegre na casa dos Evans. Daisy preparou o almoço preferido de Lily e Lucy que, curiosamente, era o mesmo prato: lasanha ao molho branco. À tarde brincaram de jogos trouxas de tabuleiro e a dupla Lucy e Daisy ganhou exemplarmente.
- Aposto que tem alguns truques na manga, não Lucy? – perguntou o senhor Evans depois de perder pela décima segunda vez.
- Não, é a sua dupla que é ruinzinha mesmo. – Lucy respondeu divertida.
Lily jogou uma almofada na amiga mas errou feio.
- Não falei?
À noite eles passearam pelos pontos turísticos de Londres e assistiram o coral da Catedral Saint Paul. A ausência da sempre implicante Petúnia transformou aquele Natal no mais inesquecível todos para Lily e Lucy.
- Foi o Natal mais mágico da minha vida... – falou Lucy para a amiga antes de dormirem.
Philip Lombard havia se tornado um bom amigo de Lily e Lucy naquelas férias. Depois do casamento de Petúnia, quase todas as tardes ele visitava as duas amigas e os três passavam horas agradáveis conversando sobre Hogwarts ou passeando por Londres.
Lucy achava Philip um pouco certinho demais, por outro lado lembrou que ela é quem estava muito ‘bagunceira’ depois de ter ficado tão próxima dos marotos desde o início daquele ano letivo.
Ela e Lily escreviam quase todos os dias para Remus, Gwenda ou Alice. Todos adoraram saber sobre o casamento de Petúnia. Edgar, como prometido, escrevera para Lucy todos os dias. Sempre com alguma novidade sobre a França que Lucy recebia alegremente.
Era véspera de Ano Novo. A neve que caiu ininterruptamente nos últimos dias, transformou as paisagens de Londres. ‘Tudo muito mais lindo’, repetia Lily incansavelmente.
O senhor Evans estacionou o carro em frente ao cinema. Lily e Lucy que estavam no banco de trás saíram rapidamente enquanto John segurou Philip pelo ombro.
- Preciso saber quais as suas intenções com as minhas meninas. – falou ele sério.
- Eu? Er... hum... – Philip estava tão vermelho quanto os cabelos de Lily.
- Pai! – gritou a garota de fora do carro – Não acredito que o senhor esteja fazendo isso!
Lucy e John riram da situação e Philip conseguiu relaxar um pouco.
- Era só uma brincadeira, meu rapaz. Divirtam-se mas...
- Comportem-se. – completou Lucy fazendo o senhor Evans sorrir – Fique tranqüilo.
- Passo pra buscá-los às 19hs.
Lucy não pôde acreditar quando Philip concordou, sem nenhuma resistência, em assistir o filme mais meloso que estava em cartaz. Sugerido por Lily, uma romântica inveterada.
Quando estavam entrando no cinema, Ayron pousou no ombro de Lucy, entregou uma carta e levantou vôo.
- Coruja atrevida. – sussurrou Lily – como ela faz uma entrega dessas quase dentro de um cinema cheio de trouxas?
- Ela não tem noção do que é errado, Lily. – falou Philip se aproximando com as pipocas.
- De quem é a carta?
- Deixa de ser curiosa, Lis. – Lucy observou a letra fora do envelope e guardou no bolso do casaco. – ‘Secret’. Vamos assistir o filme?
A história era... deprimente na opinião de Lucy e maravilhosa na opinião de Lily. Já para Philip...
- A gente sempre aprende alguma coisa... – disse ele quando Lucy reclamou pela terceira vez que não existe um amor tão meloso como o daquele casal.
De repente o filme sumiu da tela e todas as luzes se apagaram.
- Não pode ter acabado assim... – falou Lucy indignada.
Som de uma porta batendo violentamente.
- O que está acontecendo? – perguntou Lily levantando pra tentar enxergar alguma coisa.
Barulho de explosão.
- Lis, eu to ficando assustada... – Lucy deu um pulo e ficou ao lado da amiga. Não conseguiam enxergar nada naquela escuridão.
Um grito.
Uma risada.
Lily apertou a mão da amiga.
- Mantenha a calma. – sussurrou no ouvido de Lucy.
- Não pode ser... não aqui...
As luzes acenderam repentinamente. Mas não era mais um beijo meloso que ocupava a tela e sim... A Marca Negra.
N/A:
E agora??? Comensais em um cinema trouxa?? Lily e... Philip? o.O
Pelo menos já tivemos a confirmação de mais dois casais: Gwenda e Remus, Lucy e Edgar Bones. Mas... até quando isso vai durar?
Essas são cenas do próximos capítulos...
Ah! Tudo o que envolvia magia no casamento da Petúnia, já tinha sido previamente preparado em Hogwarts com a ajuda dos marotos, então, tecnicamente, elas não fizeram magia fora da escola.
Por favor comentem!!! O próximo capítulo: Festa de Ano Novo? Vai vir em alguns dias, até domingo, no máximo. Mas pra isso eu preciso saber o que vocês estão achando!!!
Um beijo enorme para Vigzinha (nem demorei, viu?) e para a Giulia que estão comentando! Meninas, desculpem o atraso, ta?
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