Operação Cupido



(Capitulo postado em homenagem à linda Giulinha!)


Capítulo 11 – Operação Cupido


James e Sirius já estavam em seus leitos quando Madame Pomfrey apareceu para fazer um último check-up antes de liberá-los.

James ainda deu muito trabalho para a enfermeira, querendo de todo jeito ver a Lily. Mas Madame Pomfrey foi categórica: Lily não iria receber visitas, até estar curada.

Ao saírem da enfermaria toparam com Dorcas Meadowes que vinha na direção contrária.

- É verdade? – perguntou ela se dirigindo à James – Sobre a Lily?
- Sim, como você soube?

Mas a garota não lhe dera atenção. Ao receber a confirmação de que Lily estava mesmo mal correu para a enfermaria.

- Madame Pomfrey, bom dia.
- Bom dia senhorita Meadowes. Está se sentindo mal?
- Não, eu estou bem. É que hoje cedo eu recebi uma coruja da amiga da Lily, a Gwenda Reed. Ela me disse que a Lis estava mal e pediu que eu viesse fazer companhia à ela. Pediu também pra avisar... – tirou um pedaço de pergaminho do bolso, leu e o guardou novamente – Ah, sim. Pediu pra avisar que a Alice já tinha conseguido dezesseis das dezoito plantas que a senhora pediu.
- Que notícia maravilhosa! Venha comigo, vou te deixar com a Evans.




Remus deu um pulo da cama.

- Que mania que você tem de bater as portas desse jeito. – Remus resmungou enquanto deitava novamente.
- Tenho que me fazer anunciar. – Sirius se jogou em sua própria cama e James se sentou na beirada da cama de Remus.
- O que você quer, Pontas?

James sorriu enigmaticamente e trocou um olhar cúmplice com Sirius.

- Sabe Aluado, nós estávamos nos perguntando... o que pode ter acontecido entre você e a Reed...
- ... Enquanto andavam pelos corredores desertos do castelo. De madrugada. Juntinhos embaixo da capa de invisibilidade... – Sirius completou com um olhar malicioso.

Remus ficou da cor do brasão da Grifinória bordado em seus lençóis.

- Qualquer coisa que possa ter acontecido não é da conta de vocês dois.
- Opa! – Sirius deu um pulo e ficou em pé ao lado da cama de Remus – nós sempre te contamos tudo, Aluado.
- É completamente diferente. Vocês me contam tudo, porque é minha obrigação saber o que vocês vão aprontar pra poder arranjar um jeito de tirar vocês de confusões. Acho que foi só pra isso que Dumbledore me deu a insígnia de monitor. Pra salvar as suas peles e tentar colocar um pouco de juízo nessas cabeças ocas.

James arqueou uma sobrancelha.

- Não adianta me olhar desse jeito James, porque é verdade.
- Quando o Aluado começa a falar assim é porque quer desviar do assunto, não? – James perguntou para Sirius.
- Sim, eu também já conheço bem essa tática dele.
- ‘Vamos falar das confusões do Pontas e do Almofadinhas que assim eles esquecem a minha vida amorosa’.
- Hei, eu estou aqui se vocês não perceberam. – Remus levantou a mão.
- Veritasserum? – perguntou Sirius divertido.

James deu de ombros e se levantou da cama de Remus.

- Não queria desperdiçar esse líquido tão precioso com um coisa tão simples, mas.. – terminou a frase num suspiro.
- Veritasserum? Vocês estão blefando.
- Paga pra ver, Aluado? – Sirius ria da cara assustada de Remus – Pontas, acho que não vai ser um total desperdício de Veritasserum, sabe... Tem tanta coisa que a gente sempre quis saber do lobinho...

James riu junto com Sirius e Remus arregalou ainda mais os olhos.

- Onde vocês arranjaram isso? – perguntou preocupado.
- Roubaram. Do estoque do professor Slughorn. – Rabicho tinha acabado de acordar.
- Quando?
- Há mais de um ano. – Respondeu James chacoalhando o vidrinho nas mãos – E então, quer nos contar sobre hoje ou vamos poder descobrir de uma vez só todos os seus segredos?
- Se vocês tiverem coragem de fazer isso comigo é porque não são meus amigos de verdade.
- Não adianta querer apelar para o lado sentimental, Aluado. Nós só queremos satisfazer nossa curiosidade sobre sua relação com a Reed, nada mais. E também nós já demos inúmeras provas da nossa amizade.

Remus suspirou e encarou o chão.

- Não existe uma relação entre a Reed e eu. Ela nem sabe da minha existência direito.
- Não é o que a Lucy fala... – Rabicho se sentou na cama ao lado de Sirius.
- Como assim, Rabicho? O que a Lucy fala? – Remus perguntou animado e James e Sirius abriram sorrisos triunfantes.
- Bom, eu já ouvi algumas conversas da Lucy com a Evans. Sabe, quando eu estou passeando pelo castelo na minha forma animaga...

Flashback
- Eu sei Lis. Essas coisas a gente percebe de longe.
- Correção: você percebe de longe.
- Sim. E eu te digo, a Gwenda é apaixonada pelo lobinho.
- Shhh.
- Que Elfo dessa cozinha vai saber que ‘lobinho’ é o ‘lobinho’, Lis? Continuando minha linha de raciocínio, é só reparar no tanto que aqueles dois ficam corados só de ficarem um perto do outro.
- Isso não é motivo, Lucy. Tanto a Gwen quanto o Remus são tímidos, às vezes eles ficam meio corados sim, mas pode ser por qualquer outra coisa.
- Mas não é. A Gwenda gosta do Remus desde aquela vez que ele a salvou do lago lembra? No nosso segundo ano? Sei lá, acho que ela vê ele como um herói..
.
Fim do flashback

- Depois disso a Evans me viu e ficou gritando “Aaaahhh, um rato... um rato...” e eu tive que sair antes que algum Elfo me pegasse.

Remus continuava a encarar o chão em silêncio.

- Você a salvou no lago, Remus? – perguntou Sirius.
- Sim. Não imaginava que ela ainda lembrasse disso.
- Isso significa que nossas conjecturas e a da Lucy estão certas?
- Como eu vou saber Sirius? Não consigo nem imaginar o que passa na cabeça dela. Às vezes ela conversa comigo normalmente, às vezes conversa sem nem me olhar na cara. Outras ela simplesmente nem fala comigo...
- Então hoje não aconteceu nada?
- Mais ou menos, James.

- Está com frio? - Perguntei oferecendo minha capa.
- Na verdade, estou sim. Obrigada. – Ela aceitou e eu a ajudei a se vestir.

Depois voltamos pra baixo da capa de invisibilidade e continuamos em silêncio até chegar no 7º Andar.

- Tomara que as meninas consigam todas as ervas, né? – Ela quebrou o silêncio, mas sem me olhar nos olhos.
- Tomara. Mas a Alice é ótima em Herbologia, ela vai conseguir sim.
- E a Lucy é boa em sair de situações de risco. É, elas formam uma boa dupla.
- E você?
- O que tem eu?
- Qual a sua especialidade?
- Nenhuma. Na verdade meu único talento não é nada mágico. Mas eu adoro moda. Por causa da minha mãe, sabe?
- Entendo. Deve ser difícil, né? Falar dela.
- Sim.

Ela respondeu com a voz embargada e eu decidi mudar de assunto. Mas na pressa, a única coisa que eu consegui lembrar de perguntar foi se ela estava namorando.

- Como? – Ela me olhou espantada.
- É que... bem... eu ouvi alguns boatos... – Foi o único jeito que eu consegui me sair da situação.
- Boatos?
- Sim. Que você estava namorando um Sonserino.
- Um Sonserino? – Ela começou a gargalhar e eu tapei sua boca com a mão já que estávamos perto da sala do Filch.

Ela parou de rir e me encarou surpresa. Eu fui me aproximando... aproximando... deslizei a mão da boca dela até o pescoço... e então ela deu um pulo pra trás. Madame Nora tinha aparecido e olhava diretamente pra nós.

- Não se preocupe. Ela sente a nossa presença mas não pode nos ver.

Ela sorriu aliviada e nós seguimos em silêncio o restante do caminho.


- É isso. Satisfeitos? Ainda não sei se me jogo no lago como almoço pra Lula Gigante por ter chegado tão perto e ter deixando ela constrangida ou por não ter beijado ela logo.
- A segunda opção por favor, Aluado. – Sirius sorriu.
- E você ainda acha que ela não quer nada com você? Por favor, né? Que prova maior que esta você precisa pra chamar ela pra Hogsmead no próximo passeio? – perguntou James.
- Não preciso de prova, preciso de coragem. – Remus respondeu e se jogou de volta em sua cama.
- Aluado, você está na Grifinória. E é um maroto! Não pode ‘não ter coragem’.
- Isso aí Pedrinho. – James concordou encarando Remus.
- Eu vou dormir um pouco. E acho que vocês deveriam fazer o mesmo.




Alice e Lucy entraram correndo na enfermaria, mas pararam subitamente quando quase bateram de frente com Lucius Malfoy e Rodolphus Lestrange.

- Que droga! Bagnold mandou vocês pra cá ontem! Ainda por aqui? – falou Lucy exasperada – Eu não agüento mais cruzar com você em tudo que é canto dessa escola, Malfoy.
- Posso dar um jeito nisso, sangue-ruim. Que tal um Avada?

Os dois Sonserinos sorriram maliciosamente e Lucy tirou a varinha das vestes apontando para eles.

- Olha aqui, Malfoy. Eu já falei, mas acho que seu cérebro absurdamente lento ainda não teve a capacidade de assimilar. Eu não tenho medo de você, nem dos seus amiguinhos Comensais que precisam matar bruxos para poderem se auto-afirmar como a raça superior. Não é uma ameaça idiota que vai me fazer esquecer que eu fui selecionada para a Grifinória. A palavra medo não faz parte do meu vocabulário.
- Quero ver se vai ser assim tão corajosa quando sair desse castelo, quando tiver longe da proteção de Dumbledore, sangue-ruim. Aí nós vamos conversar novamente e você vai dizer na minha cara que não tem medo de um Avada.
- Eu vou falar quantas vezes forem necessárias, Lestrange. Eu já tenho consciência que meu nome é um dos primeiros na lista negra do seu chefe. Não tenho dúvidas que vocês vão me procurar onde quer que seja pra acabar com a minha vida, mas se eu for morrer com um Avada, garanto que levo o maior número de Comensais junto comigo.

Lucius estreitou os olhos e Lucy guardou a varinha nas vestes.

- Agora, se me dão licença. – Lucy puxou Alice pela mão e elas passaram entre os dois Sonserinos empurrando-os para o lado.
- Você é louca ou o quê? Se você não o desafiasse o tempo todo seria menos perigoso, Lucy. Mas toda vez que vocês se encontram você faz questão de lembrar que não tem medo dele nem dos poderes das trevas que esses malucos seguem.

Lucy parou no meio da enfermaria e olhou para os lados pra ter certeza que estavam sozinhas.

- Alice. No dia que eu li a mente do Malfoy eu assinei minha sentença de morte. Eu vi isso nos olhos dele. Eu senti isso. Não era pra ninguém saber que Voldemort já tem seguidores em Hogwarts. Eles presumem que eu já tenha contado pra Dumbledore, por isso fazem essas ‘brincadeiras’ tentando me assustar, me acuar. Se eu demonstrar que estou com medo vou ser uma isca fácil pra eles, mesmo em Hogwarts. Agora se eles pensarem que eu estou preparada para enfrentar eles a hora que for, com certeza vão ser mais cautelosos.
- Mesmo assim, acho que você não deveria provocar ele. Se você ignorar vai ter praticamente o mesmo efeito, com a diferença que você não vai despertar neles uma fúria ainda maior por você ser tão insolente.

Lucy sorriu para a amiga.

- Tudo bem, vou tentar ser menos insolente e ignorar mais. “Menos insolente e ignorar mais”. Isso, vou repetir isso como um mantra, ok?

Alice riu e empurrou a porta do quarto em que Lily estava. Lucy percebendo Dorcas sentada ao lado da amiga, fechou a cara sentando do outro lado da maca de Lily.

- Madame Pomfrey não está? – Perguntou Alice certa que Lucy não iniciaria tão cedo uma conversa.
- Ela foi até a cozinha pedir um sopa pra quando a Lis acordar.
- Lis? – Lucy levantou os olhos surpresa.
- A Lily. Ela me disse que gosta do apelido ‘Lis’, por isso eu a chamo assim.

Lucy levantou e foi até sua mochila tirar os vidrinhos com as plantas de lá. Alice, que ria internamente da atitude da amiga, se aproximou e falou baixo.

- Com ciúmes? – perguntou sorridente.
- É lógico! Quem chama a Lily de Lis sou eu! E quem eu dou permissão! Além de tudo a Lily deixa essa... essa outra chamar ela pelo apelido que eu chamo.
- Você deveria ficar feliz. Com isso a Lily mostra que prefere o nome francês dela do que o original.
- Não me convenceu, Martindale. A Lis não tinha esse direito! Poxa, ela sabe que eu não gosto dessa aí.
- E sabe também que é pura birra sua, criancinha. – Alice fez sua melhor expressão maternal – E você não tem motivo algum pra isso, não é?

Lucy ficou em silêncio e Madame Pomfrey entrou na sala. Dorcas parecia estar alheia ao que acontecia a sua volta.

- Ah, aí estão vocês. E... Merlin! O que aconteceu com as duas?
- O quê? Ah, isso? – perguntou Alice apontando para as vestes sujas e rasgadas – Não é nada não. Estamos inteiras, isso é o que importa.
- Madame Pomfrey, todas as ervas foram colhidas e envasadas nesses vidrinhos, cada um tem uma etiqueta com o nome da planta pra facilitar.
- Nossa, que eficiência! Vocês mereciam prêmios especiais por serviços prestados à escola, acho que vou falar com Dumb...
- Não! – as duas gritaram juntas.
- Que isso. Não precisa de prêmio nenhum não. Fizemos isso pela Lily não pela escola, Papoula. – Alice falou timidamente.
- Se vocês acham isso.
- Bom, a senhora ainda precisa de alguma coisa? Nós estamos precisando de um banho e de um pouco de descanso.
- Eu precisaria de alguém pra cuidar da Lily enquanto preparo a poção...
- Não se preocupe, eu posso ficar aqui sem problemas.
- Obrigada senhorita Meadowes. Vocês duas podem voltar aqui quando estiverem livres.

As duas assentiram e deixaram a enfermaria.




Toc toc toc

- Rabicho vê lá quem é. – falou Sirius movimentando sua Rainha.
- Porque eu?
- Porque eu e o Pontas estamos jogando, que tal?
- E porque não o Aluado?
- Porque ele está me dando altas dicas, Rabicho.

Toc toc toc

Rabicho se levantou da cama de Sirius e foi se arrastando até a porta.

- Oi Pedrinho. O Remus está aí?
- Lucy? - Sirius saltou da cama quase derrubando o tabuleiro de xadrez.
- Olá, Sirius. Posso falar com o Remus? – perguntou tentando controlar a cor da face ao perceber que tanto Sirius como James estavam sem camisa.
- Pode entrar aqui Lucy. – Remus falou sorridente - Por Merlin, o que aconteceu com você?

Lucy entrou evitando olhar para Sirius.

- É uma longa história, mas digamos que eu estou um caco. Por isso vim te procurar. Queria saber se você pode me dar a senha do banheiro dos monitores. Tentei entrar lá com a senha do ano passado e não funcionou.
- Menta de uva.
- Nossa, que criativo! A anterior era Menta de hortelã...
- Não querendo ser intrometido, mas porque você não usa o seu banheiro? – perguntou James.
- A Alice ganhou no ‘par ou ímpar’ pra usar nosso banheiro. Já que vou ter que usar outro, pensei no dos monitores que é o melhor que eu conheço. Aruska! Sua gata traidora!
- Posso te desafiar em uma partida de xadrez?
- Não Sirius, fica para uma outra hora. Vamos Aruska?

Lucy pegou sua gata no colo e saiu do quarto.

- Vocês não acharam ela estranha? – perguntou Sirius voltando a jogar – Ela nem olhou na minha cara e recusou uma partida de xadrez...
- Almofadinhas, você não ouviu ela falando que estava um caco? Ela passou a noite toda na floresta, deve estar esgotada! – falou James.
- E constrangida. – completou Remus.
- Porque constrangida? – perguntou Sirius – Cavalo na C-7.
- Que tal: primeiro porque ela estava pedindo para um maroto a senha do banheiro dos monitores. Segundo porque ela estava no dormitório masculino e terceiro porque vocês dois estão sem camisa?

Sirius deu uma gargalhada.

- Então era motivo pra ela se sentir feliz! Não são todas que tem esse privilégio todo.

Toc toc toc

- Já sei, já sei... – Pedrinho resmungou e foi até a porta.
- Pedrinho você pode me chamar o Remus?
- Entra. – falou Pedro abrindo a porta.
- Não, prefiro esperar ele aqui.

Remus encarou Sirius e falou baixinho quando passou pelo maroto “Não falei?
- Remus, como eu vou saber se tem alguém lá dentro? Ou que ninguém vai entrar enquanto eu estiver lá?
- Eu posso ir com você, se estiver livre eu fico na porta pra ninguém entrar, pode ser?
- Você não está ocupado? Não quero atrapalhar.
- Não se preocupe, só estava assistindo o jogo deles. Você não prefere que o Sirius te acompanhe?
- Não. – Respondeu urgente - Prefiro você. Não dá pra confiar muito no Sirius se é que você me entende. – falou meio nervosa.

Remus deu uma gargalhada e saiu acompanhando Lucy.

- Lucy, eu precisava saber... Lupin? – Gwenda parou no meio do caminho.
- Oi Reed. Tudo bem?
- Er, sim, estou bem. Vocês... estão de saída?
- É... sim. A Lucy quer ir tomar banho e... hum... eu...
- Ah, sim... desculpe... não quero atrapalhar vocês... é...
- Hei! Não é nada disso que você está pensando, mocinha. Eu quero usar banheiro dos monitores e como a Lis não ta aqui pra ficar na porta cuidando eu pedi pro Remus que é mais meu amigo que o Edgar.
- O que o Edgar tem a ver com a história? – perguntou Remus.
- Bom, ele é monitor da lufa-lufa e estava saindo do banheiro quando eu tentava entrar, foi por isso que eu voltei correndo te pedir ajuda. Gwen, acompanha a gente?
- Ah, melhor não Lucy eu tenho...
- Você não tem nada pra fazer. Vamos, de lá a gente vai pra enfermaria ver como está a Lis. À tarde eu durmo um pouco.

Gwenda encarou a amiga, mas Lucy fingiu não ter percebido e saiu do salão comunal sendo seguida por Remus e Gwenda completamente corados.

Chegaram em frente ao banheiro dos monitores e Remus entrou.

- Você fez de propósito, né? – perguntou Gwenda irritada.
- É claro. Depois do que você me contou hoje cedo eu concluí que ficou alguma coisa pendente entre vocês dois. Tratem de resolver se não quiserem que eu faça isso mais vezes.
- Você não tem o direito, Lucy. A vida é minha, e se eu não quiser nada com o Lupin?
- Não estou obrigando vocês a ficarem juntos, só estou querendo quebrar esse clima tenso entre vocês dois. Se vocês não ficarem juntos sejam amigos pelo menos, sei lá.
- Assim você só piora a situação...
- Lucy, a barra está limpa. – Remus apontou para o banheiro.
- Obrigada. Prometo não demorar. – Piscou o olho para Gwenda e entrou.

Silêncio.

- Quer se sentar? – Remus conjurou dois banquinhos.
- Conjuração não é matéria do sétimo ano?
- É. Mas eu treino desde o primeiro.
- Surpreendente.
- Obrigado.

Silêncio.

- Eu... hum, queria te pedir desculpas. – Remus falou encarando o chão.
- Desculpas?
- Sim, pelo o que aconteceu... ou quase aconteceu hoje cedo. Desculpa por ter te deixado constrangida.
- Não foi nada. – Gwenda respondeu ainda mais corada – Não se preocupe.
- Sério? – perguntou olhando para a grifinória.
- De verdade. – Gwenda sorriu para ele lembrando das palavras de Lucy sobre quebrar o clima tenso.
- Então, será que eu posso te fazer um convite?
- O que é? – perguntou sorridente e Remus também sorriu para ela.
- Bom, agora que eu sei que você não tem nenhum namorado Sonserino e ciumento, posso te convidar pra ir comigo à Hogsmead no próximo passeio?

Gwenda o encarou surpresa. Com certeza esse era a última coisa que ela esperava sair da boca do maroto.

- Isso já é o convite?
- É.
- Hum, tudo bem. Eu aceito ir com você.

Era difícil dizer quem estava mais corado. Ficaram se encarando em silêncio até que Lucy saiu do banheiro sorrindo ao ver a cena.

- Maravilha de banho. Obrigada Remus. Quer ir com a gente visitar a Lis?
- Mais tarde eu vou. James não pára de incomodar dizendo que quer ver a Lis. É melhor eu estar por perto.

Lucy e Gwenda riram concordando.




- Mas, é verdade mesmo?
- Pela décima vez, sim Lucy. Eu vou com o Remus no próximo passeio à Hogsmead. Será que eu tenho que carregar uma placa com isso escrito?
- Estou tão feliz. Finalmente. – Lucy parou no meio do corredor e deu um abraço na amiga.
- Isso não significa nada. – Gwenda respondeu sorridente - Hei, você viu quem acenou pra você do outro lado do corredor?
- Lucius Malfoy, é eu vi. Sabe, estou começando a achar que ele está nutrindo uma paixão platônica pela sua amiga aqui. Uma relação assim meio de amor e ódio...
- Você é doida mesmo.

As duas riram e entraram na enfermaria. Dorcas já tinha saído e Madame Pomfrey as recebeu entusiasmada.

- Ela já acordou, tomou um caldo bem nutritivo que eu mandei preparar e voltou a dormir, mas agora só pra descansar. A febre dela já passou quase que completamente.
- Que bom, Papoula. – falou Gwenda se sentando ao lado da cama de Lily.
- E o que é que ela tinha?
- Ainda não descobrimos. Mas Dumbledore já mandou alguns exames para o St. Mungus até o próximo final de semana já saberemos.
- Que horas ela vai acordar novamente? – perguntou Gwenda.
- Pelas minha contas só à noite. Mas vocês e a senhorita Alice podem vir visitá-la. E os outros alunos só amanhã.
- Inclusive a Meadowes? – perguntou Lucy sorrindo e recebendo um olhar de reprovação de Gwenda.
- Inclusive. Ela estava aqui quando a Lily acordou, já a dispensei por hoje.

As duas ajudaram Madame Pomfrey a catalogar algumas das plantas que tinham colhido, já que a enfermeira aproveitando que elas estariam mesmo na floresta, pediu algumas ervas a mais. Quando deu o horário de almoço se dirigiram para o salão principal.

Alice já estava lá com Frank e pelo visto também não tinha dormido nada. Os marotos chegaram bem depois mas se sentaram afastados. Lucy teve a nítida impressão de que eles já estavam sabendo sobre o encontro de Remus pela cor do rosto do maroto, e teve a confirmação quando Sirius a encarou sorridente e piscou o olho. Ela entendeu o recado.

- Lucy?
- Edgar! Tudo bem?
- Tudo. Professor Dumbledore mandou te entregar isto.
- Ah, sim. Obrigada.

Lucy esperou o lufa-lufa se afastar antes de abrir o bilhete.

- Alice, Dumbledore quer nos ver imediatamente. Assim que terminarmos o almoço. É a respeito do ataque aos Sonserinos.

Alice contou para Frank sobre o tal ataque enquanto terminavam o almoço. Gwenda foi a primeira a levantar.

- Eu vou para a biblioteca, depois vocês me encontram lá?

Alice e Lucy concordaram e saíram para a sala de Dumbledore.




- Contei tudo Lis. Sobre as ameaças do Malfoy, sobre o que eu vi na mente dele e confessei também que não pude controlar minha curiosidade.
- E ele? – perguntou Lily entre uma colherada e outra de sopa.
- Pediu que eu tivesse cautela e que ele também ia ficar de olho nos Sonserinos que eu apontei como suspeitos.
- Ela mencionou o Malfoy, o Lestrange namorado da Bellatrix, a própria Bellatrix, Narcisa Black e os paspalhos do Crabbe e Goyle. – falou Alice.
- Crabbe e Goyle não tem a menor capacidade para serem Comensais. – falou Lily sorrindo.
- Dumbledore também me disse isso. Não com estas palavras, mas disse.
- Quanta coisa aconteceu em dois dias, hein?
- E quase tudo por sua causa, Lis. Inclusive a oportunidade da Gwenda e do Remus se acertarem.
- A Lucy praticamente obrigou a gente a se acertar, nem que fosse como amigos.
- Dá licença que eu sou o cupido do grupo? Tenho que dar um jeito de ajudar minhas amigas, se não quem vai fazer isso?
- Me deixe de fora da sua lista, Lucy. Porque eu sei muito bem com quem você quer me juntar. – Lily falou séria – E eu não quero nem ouvir falar do Potter.
- Quem falou em Potter aqui, Lis? Eu estava pensando em alguém bem melhor pra você. Mais maduro, bonito, atencioso, monitor...

As três amigas a encararam surpresas.

- E esse ser perfeito existe de verdade? – perguntou Lily.
- Existe. Tem nome, sobrenome e casa: Edgar Bones da Lufa-lufa.
- O Bones? Lucy, o que te faz pensar que eu posso querer alguma coisa com ele? Acho que você ficou louca de vez.
- Sabe que é a terceira vez que eu escuto isso, só hoje? – A loirinha perguntou pensativa - Sobre eu ser louca. E cada vez foi de uma pessoa diferente. Acho que tenho que rever alguns conceitos...
- É bom que reveja mesmo, você tem tido cada idéia.
- Depois a gente discute melhor sobre o Edgar, agora você ainda não está em condições de raciocinar direito. E lembre que você mesma perguntou se esse ser perfeito existia. E não se preocupe que eu já chequei e ele não tem namorada. Está a procura da garota perfeita para sua vida.
- Como você apurou isso? – perguntou Gwenda.
- Perguntando, oras!
- E como foi a sua abordagem? – Lily perguntou cautelosa. – Você geralmente é um tanto... hum, impulsiva.
- Vou desconsiderar seu comentário, Lis. Foi simples, cheguei perto dele e o afastei um pouco dos amigos e perguntei “Edgar, você tem namorada?” ele me encarou e respondeu “não, porque?” e eu disse que só estava curiosa porque um garoto tão bonito como ele nunca era visto com ninguém e perguntei se ele estava afim de alguém. Ele me respondeu que ‘achava que não’, e que na verdade estava esperando a garota certa. Lindo, não é?

Gwenda balançou a cabeça rindo. E Lily encarava a amiga com uma sobrancelha levantada.

- Lucy, você tem idéia do que você fez? Ele deve estar até agora achando que você estava dando em cima dele.
- Agora você que endoidou, Lis. Eu fui clara como a água com ele, não tem espaço pra dupla interpretação.
-Exatamente, Lucy. – falou Alice – Você não deixou espaço para dupla interpretação, disse ‘na lata’ que ele era um garoto bonito e que estava curiosa pra saber porque ele não tinha namorada. Além de tudo quis saber se ele estava afim de alguém. Você foi bem direta!
- Ai, Merlin. Eu não tinha pensado nisso. Pra mim foi tão normal quanto conversar com qualquer outro amigo. O Remus ou o James por exemplo.
- Acontece que você não tem a mesma intimidade com o Edgar, não é Lucy?
- Verdade, Lis. E agora? Nossa fiquei até com vergonha de encarar ele de novo.

Madame Pomfrey entrou no quarto com um frasco na mão.

- Agora vocês três precisam ir. Essa poção vai fazer a senhorita Lily ter um sono sem sonhos e se sentir melhor amanhã.
- Eu vou poder ir às aulas? – perguntou esperançosa.
- Ainda não. Você vai ficar em observação por três dias. Mas à tarde suas amigas podem lhe fazer companhia e te trazer os deveres.

Lily concordou contrariada e tomou a poção caindo no sono imediatamente.

Alice encontrou com Frank na porta da ala hospitalar e os dois saíram juntos. Gwenda e Lucy seguiram em silêncio para o salão comunal, Gwenda preocupada com o encontro que teria com Remus e Lucy com a impressão que Edgar estaria dela.




N/A:
Antes de mais nada vamos cantar todas juntas num lindo e desafinado coro: Parabéns pra você... Nessa data querida... muitas felicidades.. muitos anos de vida! Êêêêê \o/ Viva a Giulia!!!!

Parabéns amiga, muitas felicidades, muita saúde e todas aquelas coisas que eu escrevi no seu orkut!!! Adoro você, mocinha e te desejo tudo de bom!

Agora sobre o capítulo...
Mega operação cupido, hein? Hehehe
A Lucy só se mete em confusão! O que será que o Edgar está pensando dela??? Posso garantir que não é nada tão inocente assim... rsrsrs

Ah, eu gostei de escrever esse capítulo... apesar de não ter gostado do final, o capítulo em si ficou até... razoável! Hehe Sirius e James sem camisa e a Lucy fica toda constrangida? Menina boba! Devia agarrar os dois logo! Huahuauha

Ai, ai... hoje eu estou feliz! Nem sei bem o porque, mas estou feliz! Apesar de estar de castigo e tendo que vir trabalhar de ônibus!! No calor aqui do MS, pegar ônibus é uma tortura! Mas enquanto eu não aprender a dirigir, ninguém mais vai me trazer e me buscar do trabalho! Buá buá...

Mas chega de aborrecê-los com as minhas desventuras, o que importa aqui é a fanfic! E o próximo capítulo já teremos mais um casalzinho. Não percam: Encontros e Desencontros!!!

Giulia, eu fiz uma homenagem à você na minha N/A lá do fanfiction, se puder passa lá... Espero que tenha gostado desse capítulo, postado bem antecipadamente pra você ter um capítulo feliz de aniversário!!! Muitos Beijinhos, Te Adoro!

Vigzinha, espero que tenha gostado desse capítulo também! Ele teve quase todas as respostas das suas perguntas, né? Rsrsrs Obrigada por seus comentários sempre tão fofos! Muitos Beijinhos!

WheeZy Bruná, você que é linda, menininha!! Temos que conversar de novo no MSN, estou com saudades, moça!!! Rsrsrs Não deixe de comentar, nem que seja só pra eu saber que você não esqueceu da minha fic!! Hehehe Muitos Beijinhos!

Não deixem de dar SAL à fic... vou ficar muito feliz!
Próximo Capítulo: 18/01

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