Desventuras



Capítulo 9 – Tudo Errado


- Acho que devíamos ir dormir. – uma voz feminina invadiu o salão comunal
- Shhh! Ninguém pode nos perceber aqui – repreendeu outra voz feminina em sussurros.
- Eu não acredito que vivi o dia em que você me convenceu a transgredir uma regra dessa escola. – falou novamente a primeira voz, mas agora bem mais baixo.
- Pra tudo existe uma primeira vez. Escuta, acho que tem alguém descendo as escadas ali.

Ouviram passos. Sem dúvida vinha das escadas do dormitório masculino. Esperaram mas não viram ninguém descer, até que o retrato da Mulher Gorda abriu sozinho por um tempo e logo fechou.

- Não te falei? Eles devem estar escondidos sob aquela capa do Potter.
- Com certeza, e agora, como você pretende segui-los?
- A gente dá um jeito – A menina saiu de seu esconderijo atrás de uma poltrona ficando sob a luz do luar. Era Lily. A amiga por sua vez não se mexeu. – Vamos Lucy, hoje eu descubro o que eles estão aprontando. Se ao menos o Remus não estivesse fora, poderia nos dar uma pista.
- Eu não acho que o Remus te daria um pista, Lis. Ele protegeria os amigos até o fim.
- Você tem razão. Vamos ter que agir por nós mesmas. É melhor irmos logo pra não perde-los de vista. – Lily falou e foi em direção ao buraco do retrato.
- Lis, não tem como perdê-los de vista – falou Lucy seguindo a amiga –porque não vamos tê-los em vista. Esqueceu que eles estão sob a capa?
- Não esqueci, mas não esqueci também que eles são os alunos mais barulhentos dessa escola. Vamos.

As duas saíram do salão comunal e passaram silenciosamente em frente a sala do Filch. Viraram um corredor à esquerda mas não avistaram nem sinal dos marotos.

- Ai, Merlin. – Lily estancou.
- O que foi Lis? – Lucy perguntou preocupada.
- Filch. – A ruiva apontou para o zelador - Está vindo pra cá, deve estar voltando pra sala dele.
- O que a gente vai fazer? – Lucy já estava desesperada – Com certeza ele já nos viu.
- Já sei. – Lily falou apressada – você vai fingir que é sonâmbula.
- Como assim? Lis, eu não consigo agir sob pressão, e também não faço idéia do que faz uma pessoa sonâmbula.

Mas não tiveram mais tempo de discutir, Filch se aproximou delas com um sorriso maníaco e os olhos brilhando de satisfação.

- Ora, ora, ora. Duas alunas perdidas pelo castelo a uma hora dessas. Professora McGonagall vai ficar felicíssima em vê-las.
- Nós, quero dizer, eu, posso explicar... – Lily começou mas foi interrompida por um sinal brusco do zelador.
- O que vocês tiverem de explicar será para sua diretora de casa. Vamos.

Filch saiu disparado em direção à sala da vice-diretora de Hogwarts. As duas grifinórias sem opção tiveram que ir atrás. Lily imaginava que poderiam escapar do castigo já que provavelmente a professora estaria dormindo àquela hora, mas McGonagall traiu suas expectativas.

- Professora, mais duas alunas fora da cama. – Filch apontou para as duas amigas.

McGonagall assentiu, dispensou o zelador e encarou desapontada as duas alunas.

- E agora, será que eu posso saber o que está acontecendo de tão importante nessa escola hoje pra que cinco alunos da minha casa estejam perambulando pelos corredores?

Só então Lily e Lucy perceberam James, Sirius e Petter encostados na parede no fundo da sala. Como ninguém se pronunciou a professora continuou.

- Estou profundamente decepcionada em encontrá-la neste grupo, senhorita Evans.

Lucy percebeu os olhos da amiga se encherem de lágrimas. Não existia nada pior pra Lily naquela escola do que decepcionar seus professores favoritos (Minerva e Slug). Limpou a garganta pra chamar a atenção da professora.

- Professora Minerva, a Lily não tem culpa de estar aqui. – Lily a encarou surpresa e Lucy olhou a sua volta e já que ia assumir a culpa... – Nem eles. – e apontou para os marotos.
- O que você quer dizer com isso? – Perguntou McGonagall.
- Eu tenho crises de sonambulismo. Essa noite eu saí do salão comunal e a Lis pediu a ajuda dos marotos para me procurar, eles se separaram mas foi a própria Lily que me encontrou e então nós fomos atrás deles pra avisá-los.

McGonagall a encarou séria por alguns instantes e se voltou para Lily.

- É verdade isso?

Estou perdida’ pensou Lucy. Ela sabia que a amiga não conseguiria mentir para um professor. Mas Lily respondeu encarando os próprios pés.

- Sim, é verdade.
- Bom, isso muda um pouco a situação de vocês. – falou com a expressão mais amena – Senhorita Eyelesbarrow, desde quando é sonâmbula? Eu tenho conhecimento de suas crises de insônia, mas sonambulismo também?
- Sempre tive – Lucy ficou um pouco embaraçada com a colocação da professora – Mas são menos freqüentes que as de insônia.
- Sendo assim, podem voltar para a Torre da Grifinória, amanhã avisarei à vocês qual será a detenção.

Os cinco arregalaram os olhos. Detenção?

- Desculpe professora, mas eu pensei...
- Pensou que não receberiam detenção senhorita Evans? Mas isso está completamente fora de cogitação. Devido ao distúrbio da sua amiga e a prova de amizade que vocês quatro demonstraram não irei descontar pontos da Grifinória nem afastar Potter e Black do time de quadribol como pretendia. Mas a detenção deverá ser cumprida de qualquer forma, pois foi muita irresponsabilidade saírem por aí durante a noite. Agora, voltem para a torre.

McGonagall apontou a porta e os cinco estudantes saíram em silêncio. Mal encostaram a porta atrás de si, James e Sirius pularam no pescoço de Lucy.

- Como podemos te agradecer Lucy? – perguntou James – Já imaginou o time de quadribol da grifinória sem nós dois?

Sirius apenas balançou a cabeça como se não acreditasse que isso seria possível.

- Não precisam me agradecer, fiz isso pela Lis, não custava ‘incluir’ vocês três no pacote. – Lucy falou rindo.

Ficaram em silêncio até chegarem em frente ao retrato da mulher gorda.

- Estão entregues. – falou Sirius.
- Como assim ‘entregues’? – Perguntou Lily – Se vocês pensam que vão voltar a perambular pelo castelo...
- Nós seremos obrigados a te arrastar junto com a gente se quiser nos impedir de sair, Evans. – falou Sirius.
- Mas vocês não podem ficar passeando pelo castelo à noite Sirius. – interveio Lucy – Não sei se vocês foram avisados, mas existe um louco homicida solto por aí, matando e mandando matar qualquer um que tenha relação com trouxas. E esse maluco já tem servos em Hogwarts, um deles é nosso amiguinho loiro, Lucius Malfoy.
- Então deixa eu te lembrar de uma coisa, Lucy: você e a Evans também estavam passeando pelo castelo, tenho certeza que o Filch não arrancou vocês de suas camas. O que duas garotas, grifinórias, nascidas trouxas e inimigas declaradas do Malfoy estavam fazendo fora da torre? Ainda mais você que tem uma birra mais que pessoal com o Sonserino?

As duas se entreolharam e permaneceram em silêncio.

- É mais perigoso pra vocês do que pra nós três. – completou James.
- Tudo bem. Querem ir? Vão. Quando forem suspensos do time de quadribol, não venham reclamar. – falou Lily dando as costa e entrando no salão comunal.

Lucy seguiu a amiga sem dizer nenhuma palavra aos marotos. Lily já estava sentada ao lado da lareira.

- Será que eles tem algum encontro? – perguntou Lucy se sentando ao lado da amiga.
- Acredito que não. Se fosse só isso eles não iriam esperar o Remus se ausentar pra poderem sair. Com certeza é alguma coisa que ele não aprovaria.
- É, eu também já tinha percebido que eles só saem no período de transformação do Remus. Mas, quer saber? Prefiro nem tentar adivinhar o que eles estão aprontando.
- Eu também desisto. – Lily falou triste – Ainda não consigo acreditar que a primeira vez que eu saio da torre fora do horário permitido já ganho uma detenção de brinde.
- Você devia burlar as regras mais vezes, assim a proporção de detenções por regra quebrada diminuiria.
- Sempre otimista você... – Lily suspirou e Lucy encolheu os ombros.
- “Devido ao distúrbio da sua amiga” – Lucy imitou a voz da professora McGonagall – quem ouve pensa que eu sou alguma louca.

Lily riu e puxou a amiga da poltrona.

- Vamos dormir, doidinha.




- Desisto. – Lucy sentou em sua cama – Acho que é de propósito, pra não assistir o jogo.

Gwenda se aproximou do ouvido de Lily e falou baixinho

- Lis, Lily... O Potter ta aqui querendo falar com você.
- É verdade. E ele está achando lindo seu pijaminha do piu-piu. – Lucy completou.
- Já sei, Lucy alcança minha varinha? – Lucy entregou a varinha de Gwenda e a morena apontou para Lily – Ela vai ficar uma fera, mas é o único jeito. Aguamenti.

Um jato de água saiu da varinha de Gwenda direto em Lily. Mas a garota continuava sem se mexer.

- Estou ficando preocupada. – falou Gwenda.
- Rua... não... – Lily começou a se debater.
- Acho que ela ta delirando. – Lucy se aproximou da amiga – Lis, ta tudo bem? Você ta me ouvindo?
- Vai acabar... é, é verdade... – começou a chorar enquanto falava.

Lucy e Gwenda se entreolharam e Gwenda colocou a mão na testa de Lily.

- Ela ta queimando de febre. Fica aqui cuidando dela, eu vou chamar alguém.

Gwenda saiu correndo do salão comunal, mas não encontrou ninguém no caminho “devem estar todos no jogo”, decidiu ir à Ala Hospitalar.

- Madame... – Começou sem fôlego - madame Pomfrey... a Lis... Lily está com uma febre altíssima, e... ta delirando... preciso de ajuda, urgente.




- Tem certeza de que elas vão vir, Alice? – perguntou James no café da manhã.
- Já disse que sim, James. A Lucy e a Gwenda já estavam quase prontas, ficaram de acordar a Lily e virem. Por que essa preocupação toda?
- Ele apostou com a Lucy que capturava o pomo em menos de 20 minutos hoje. – Remus respondeu.
- Subestimando o adversário, James? – Perguntou Alice divertida.
- O Lombard agora que virou capitão resolveu se promover a apanhador. Ele é um bom artilheiro, mas apanhador? Sou muito mais eu. – falou bagunçando o cabelo.
- E desde quando virar apanhador é ‘promoção’? – Sirius perguntou dando um tapinha na cabeça de James.
- E se você não capturar o pomo? – Frank resolveu participar da conversa.
- Vou ter que me declarar para Lily na frente da escola inteira.

Alice caiu na risada.

- James, isso vai ser um castigo pra Lily e não pra você.
- Seria se eu mesmo fizesse a declaração. Mas a Lucy já escreveu e disse que eu só vou poder ler na hora. E você conhece a doida da sua amiga, se é pra ser um castigo tenho certeza que ela vai caprichar.

Alice riu ainda mais e virando para entrada do salão principal observou Peter se aproximar da mesa da Grifinória correndo.

- Hei James, será que você consegue capturar o pomo só quando a Grifinória estiver em uma vantagem de 60 pontos? – Perguntou o menor dos marotos balançando um pergaminho na mão – Acabei de fazer algumas apostas.
- Isso vai depender mais das nossas artilheiras do que de mim Rabicho, a minha aposta com a Lucy é de capturar o pomo em menos de vinte minutos. – James respondeu servindo-se de mais um copo de suco.
A conversa foi interrompida pela chegada de Mark Johnson, capitão do time da Grifinória. Ele era moreno, um pouco mais alto que James e Sirius, e tinha olhos e cabelos escuros.

- Vamos logo vocês dois, vão ficar aí comendo até quando? Tenho algumas coisas pra passar pra vocês antes do jogo começar. – E saiu sem esperar resposta dos dois marotos.
- Ele sempre tem mais alguma coisa a dizer, nunca vi! – Sirius reclamou enquanto levantava da mesa com algumas torradas na mão.

Quando tinham alcançado os jardins um emaranhado de cabelos castanhos se colocou na frente deles.

- Eu só... só queria dizer que... que eu...
- Vocêêê... – Sirius tentou ajudar a pequena criaturinha sorridente vestida com o uniforme da lufa-lufa.
- Que eu vou torcer por vocês. – falou ela com um sorriso tímido.
- Er... obrigado... Como é mesmo seu nome? – perguntou Sirius abraçando a garotinha pelos ombros.
- Evie Howard, pode me chamar só de Evie mesmo. – respondeu a garota com uma risadinha.
- Então Evie, você é da lufa-lufa, não? – A menina balançou a cabeça e James soltou um ‘não, imagina’ bastante irônico – Em que ano você está? – Sirius saiu com a garota deixando James plantado no meio do caminho.

O maroto balançou a cabeça descrente e foi sozinho para o vestiário.

Alice seguiu com Remus, Peter e Frank para as arquibancadas esperando que as amigas a encontrasse direto no campo. Minutos depois de escolherem um lugar, os jogares dos dois times saíram do vestiário sendo recebidos por muitos gritos e aplausos.

- E aí vem o time da Grifinória – a voz sonhadora de Natalie Toothill do 6º ano da Corvinal soou alta sobrepondo-se ao barulho dos aplausos – James Potter, Sirius Black, Robert Stimpson, Mark Johnson, Ágata Timms, Dóris Crockford e Kelly Jones.

O time dos leões foi recebido com muitos aplausos da torcida grifinória e também de grande parte dos alunos da Lufa-lufa.

- E a Corvinal vem aí com Gwenog Jones, Gilbert Whimple, Philip Lombard...

- Estou preocupada com a demora das meninas. – Alice falou alto no ouvido de Frank fazendo o moreno dar um pulo na arquibancada.
- Você não disse que a Lily não gosta de quadribol? Talvez ela tenha dado um jeito de atrasar a Gwenda e a Lucy.
- Pode ser... – Alice respondeu pouco convencida.

- Apertem as mãos. – gritou Madame Hooch tentando se fazer ouvir em meio à gritaria das torcidas – quero um jogo limpo.
Madame Hooch apitou e as quatro bolas foram soltas no mesmo momento que quatorze vassouras invadiam o céu.

- E a goles é agarrada prontamente por Dóris Crockford, ela passa para Kelly Jones, mas um balaço rebatido por... Sirius? A Atrapalha. Sirius deveria rebater o balaço nos jogadores do outro time e não em sua própria artilheira. Tudo bem, foi um erro não muito grande, mas...

A torcida começou a gritar para a garota voltar a narrar o jogo e Natalie, totalmente corada, continuou.

- E agora Gilbert Whimple arremessou um balaço direto em Dóris Crockford, ela perdeu a goles , mas não se machucou. Poderia ter quebrado o nariz se não tivesse desviado a tempo...

Longe do campo de visão de Natalie, James procurava desesperadamente o pomo. Não sabia quanto tempo ainda tinha mas imaginava já ter perdido alguns valiosos minutos. Se aproximou da arquibancada grifinória.

- Quanto tempo ainda tenho? – perguntou para Alice.
- Uns 12 ou 13 minutos, James. – Alice respondeu olhando para o relógio de pulso - Acho que você não precisa mais se preocupar, a Lucy não veio...

Mas o maroto nem escutou a última frase. Tinha avistado a pequena bolinha alada. Estava a poucos metros das balisas da Corvinal. Olhou ao redor, Philip ainda não tinha percebido, estava preocupado dando ordens a um artilheiro do time. Tinha uma chance, uma chance grande.

- E a Grifinória vira o placar, 20x10 para os leões. – Natalie gritou tão animada que parecia ter esquecido que quem estava perdendo agora era sua própria casa.

James emparelhou com Sirius e fez um sinal para que o amigo lhe desse cobertura. Sirius entendendo o recado começou a voar um metro à direita de James no mesmo momento que dois balaços vinham em sua direção. Conseguiu rebater um, mas não teve tempo de desviar o outro balaço, que atingiu James na perna.

- Tudo bem? – Sirius gritou para o amigo.
- É só minha perna. – falou James soltando um gemido. – Droga, perdi o pomo de vista.
- Se o achar de novo me chama.

James consentiu e Sirius se afastou para impedir que um balaço atingisse junto com a goles o goleiro da Grifinória.

- Até que enfim. Lucy pelo menos está vindo. – Alice falou para o namorado apontando a amiga que subia correndo a escada para a arquibancada.
- Lice você tem que vir comigo. – Lucy falou para a amiga enquanto se jogava no banco, ocupando o pequeno espaço que havia entre Alice e o namorado.
- O que foi que aconteceu? Você está vermelha!
- Sol, calor, correndo, a Lily...
- Calma, menina – Remus interveio e com um aceno da varinha o maroto conjurou um copo e o estendeu para Lucy - Aguamenti – Ele murmurou e o copo se encheu de água.

Repetiu o mesmo feitiço três vezes. Até que Lucy estava mais calma.

- Você sabe algum feitiço ‘ar condicionado’? (N/A: Eu também estranhei depois de ter escrito isso. Como assim 'Ar condicionado' em 1975? Mas, pasmem: esse aparelhinho foi inventado em 1902 por Carrier para controlar a temperatura de ambientes fechados! À Beira do Abismo também é cultura! Rsrs )
- Ar, o quê? – Frank perguntou confuso.
- Condicionado, é um vento bem gelado que sai de um aparelho trouxa, deixa qualquer ambiente bem fresquinho...

Remus deu risada e murmurou alguma coisa que Lucy não pode compreender já que Natalie acabava de gritar mais um gol da Grifinória (80x30).

- Assim está ótimo, Remus. – Lucy agradeceu – A Lily ta muito mal, Gwenda e eu a levamos para a enfermaria, ela estava com uma febre altíssima, delirando e chorando, Não tem nada que a faça acordar. Até Madame Pomfrey está preocupada e precisando de algumas ervas. ela me deixou vir te chamar Alice já que a professora Sprout está fora da escola e eu falei que você é a melhor aluna de Herbologia.
- Vamos logo então. – Frank se levantou.
- Acho que Madame Pomfrey não vai deixar todos nós entrarmos de uma vez. Melhor vocês ficarem, depois do jogo vocês vão.

Eles assentiram e as duas amigas saíram correndo aos tropeços. Estavam quase chegando às escadarias de mármore quando quatro figuras imensas se colocaram entre elas e as portas do saguão de entrada. Eram Rodolphus Lestrange, Lucius Malfoy e seus fiéis escudeiros Crabbe e Goyle.

- Pra onde vão com tanta pressa? As crianças não deveriam estar assistindo o joguinho de quadribol da casa? – Lucius Malfoy perguntou com uma falsa voz infantil.
- Sai da minha frente Malfoy.
- Uhh, a esquentadinha sangue-ruim acha que manda por aqui? O que vai fazer? Me azarar? Vai ser um pouquinho mais difícil você falar o que quer agora que está sem seus guarda-costas, não?
- Sai da minha frente, Malfoy – Lucy falou ainda mais alto tirando a varinha das vestes e apontando ameaçadoramente para o Sonserino.
- Devo admitir que você é corajosa, sangue-ruim. Mas não pense que vai ser assim tão fácil se livrar de mim desta vez. Nós estamos afim de um pouco de diversão e aquele jogo estava muito chatinho...
- Sinto muito então Malfoy, não tenho nada que possa te divertir. Agora eu vou falar pela última vez, bem devagar para o seu cérebro de jumento poder assimilar, ok? Sai. Da. Minha. Frente. Agora. Ou. Não. Respondo. Pelos. Meus. ATOS.

Uma fumaça dourada saiu da varinha da Grifinória fazendo Crabbe e Goyle recuarem dois passos.

- Não sejam imbecis vocês dois – Rodolphus se colocou ao lado de Malfoy – São apenas duas garotinhas, vamos poder treinar bastante...

O Sonserino soltou uma risada alta e sem alegria fazendo Lucy abaixar um pouco a varinha.

- Treinar? – Ela perguntou um pouco incrédula.
- Sim, desde aquele dia no Três Vassouras estou te devendo uma lição por ter visto o que não devia.
- Vocês não são loucos o suficiente pra bancarem os Comensais da Morte debaixo das barbas de Dumbledore.

Os Sonserinos riram ainda mais. E Lucy fez um sinal para Alice.

- Dumbledore não está na escola. Chamado urgente do Ministério. – Lucius balançou a varinha por entre os dedos e fez uma cara de profundo pesar – Infelizmente mais uma família de imundos mestiços foi atacada. Nenhum sobrevivente. Isso é triste, não?

- Vocês são nojentos. – Alice se pronunciou.
- Olha sangue-ruim, sua amiguinha fala. – Os quatro gargalharam mais uma vez.

As duas amigas aproveitaram o momento de distração e lançaram juntas um feitiço estuporante. Lucius voou longe e Rodolphus que tinha conseguido desviar foi atingido por um Petrificus Totalis de Alice. Crabbe e Goyle continuavam imóveis sem saber o que fazer.

-É melhor vocês dois saírem do nosso caminho antes que eu...
- Antes que a senhorita o que?

Uma voz extremamente desagradável soou atrás das Grifinórias, Crabbe e Goyle aproveitaram para sair correndo.

- Senhora Bagnold. – Lucy e Alice engoliram seco, ninguém menos que a Ministra da Magia, Millicent Bagnold, havia presenciado o ataque das meninas a dois alunos praticamente ‘indefesos’. – Nós podemos explicar.
- Não, não podem. Isso será reportado diretamente à Alvo Dumbledore e vocês duas receberão detenções do mais alto nível, por atacar covardemente dois alunos desarmados e ameaçar outros dois.

A Ministra desfez o feitiço em Rodolphus Lestrange e reanimou Malfoy.

- Vocês dois estão bem? – Eles responderam que sim com expressão de pura inocência – De qualquer forma acho melhor vocês irem até a Ala Hospitalar para terem certeza. – E virando-se para as grifinórias, completou – Não quero ouvir dizer que eles tenham tido nenhum dano permanente ou vocês receberão punição ainda maior. Agora vamos.

Millicent foi à frente fazendo um discurso sobre os tempos difíceis que a Inglaterra vinha passando e como o comportamento delas poderia influenciar de maneira negativa na guerra quando elas saíssem da escola para a vida real. Alice ainda pode ver um sorriso de satisfação no rosto de Malfoy.

- Droga, aposto que se eles tivessem nos atacado essa ‘bruxa’ não teria chegado a tempo de ver. – Lucy reclamou passando a mão em um colar com pingente de estrela que havia ganhado de Lily no 1º Natal delas em Hogwarts – Estou preocupada com a Lis. Já passou muito tempo, cada minuto que a gente perde pode ser perigoso pra ela.

Chegaram no escritório de Dumbledore cabisbaixas. Não saberiam dizer se Malfoy havia mentido sobre a ausência do diretor ou se Dumbledore já tivera tempo de resolver seus problemas e voltar para Hogwarts.

- Madame Bagnold, prazer em vê-la. – Ele beijou a mão da Ministra e fez um sinal para que ela se sentasse – E o que traz essas encantadoras jovens ao meu escritório num dia tão bonito de quadribol?

Lucy ia começar a falar quando Millicent a interrompeu com um gesto brusco.

- Elas atacaram dois alunos desarmados, Dumbledore, e ameaçavam outros dois simplesmente por estarem no caminho delas.

O diretor encarou profundamente as duas alunas e Lucy manteve o olhar do diretor, precisava provar que a Ministra estava errada sem declarar que Malfoy e provavelmente Rodolphus eram Comensais da Morte, afinal não tinha meios de provar a acusação.

- Tenho certeza que elas tem uma boa explicação, mas prefiro conversar com elas a sós. Se a senhora não se importar, é claro. – Dumbledore completou com um sorriso.

Millicent pareceu profundamente desapontada, mas concordou com um aceno de cabeça.

- Ótimo, ótimo. Darei atenção à Ministra que tem um tempo bastante corrido e depois mando alguém chamá-las. Agora se eu não me engano vocês duas tem uma dívida com Madame Pomfrey, não? É melhor irem logo.

As duas amigas assentiram e saíram silenciosamente do escritório.





N/A:
Esse capítulo eu escrevi depois de ter lido “Desventuras em Série – Um mal começo”. Mas o que isso tem a ver com a história dos pobres órfãos Baudelaire? Nada! Huahuahua Mas sinto que fui ‘levemente’ influenciada!

Só teve ‘contras’ hoje!!! Alice e Lucy se dando mal! E logo com a Ministra da Magia! Lily em detenção! Lily doente! No que tudo isso vai dar, hein?

O próximo capítulo vai demorar um pouquinho... Recesso de Fim de Ano e eu ainda não sei onde vou passar meu Reveillon!!! Acho que a única coisa programada na minha vida ultimamente tem sido as postagens... huahuahua

Pessoinhas lindas do meu coração, quero desejar um FELIZ ANO NOVO pra todos que estiverem lendo a fic!

Em especial à Amanda Quintanilha (meu primeiro coment!), Wheezy Bruna xD (misturei tudo! Haha), Aleah Racken, Giulia Evans Potter Grinffyndor (ou simplesmente, Giulinha!), Gygy Potter, Bru Potter & Mary Potter. Que têm me divertido e me deixado tão feliz nesse final de ano com seus comentários tão especiais pra minha fic.

Que o ano vindouro seja, para cada um de vocês, um ano feliz. Um ano de paz, de muita alegria e saúde!

E ano que vem é ano de Copa do Mundo!!!
É o BRASIL RUMO AO HEXA!!! HUAHUAHA

Muitos Beijinhos, FELIZ ANO NOVO e até o próximo capítulo:“Aventuras na Floresta Negra”. Não deixem de comentar!!!

Próxima atualização: 04/01/2006

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