Surpresas



Capítulo 6 - Surpresas


Madame Pomfrey permitiu que eles vissem Remus por apenas dez minutos, já que ele tinha que ser levado para o Salgueiro Lutador antes de anoitecer.

Remus concordou que Lucy devia contar pra todos os amigos, com exceção de Alice.

- Se você quiser esperar até amanhã, já vai ter passado o meu ‘período’ e eu posso ajudar vocês.
- Obrigada Remus – Lucy sorriu sinceramente – Mas se você concorda que eu tenho que contar acho melhor fazer isso ainda hoje pra evitar mais confusão – olhou de soslaio para Sirius – o próprio Potter já está fazendo um monte de fofoca por aí.
- Hei, que isso? Eu não faço fofoca! Só comentei com você o que todo mundo ta falando.
- Espera aí – Remus interveio antes que começassem uma discussão – O que o James tem a ver com o Sirius estar fazendo fofoca?
- James? Eu não falei do James – Lucy franziu o cenho e balançava a cabeça mas depois compreendeu do que o Remus estava falando e abriu um sorriso – Eu disse Potter.

Ela e Sirius explicaram toda a história da mudança do sobrenome de Sirius.

Como Remus só sairia da ala hospitalar no outro dia próximo ao horário de almoço combinaram de se encontrar em Hogsmead.

Madame Pomfrey expulsou os grifinórios da ala hospitalar alegando que eles ficaram muito mais tempo que o permitido.

- Remus, a Lily te mandou essas anotações. Vou deixar aqui na mesinha de cabeceira, pode ser? – Remus assentiu com um sorriso triste o que fez os olhos de Lucy se encherem de lágrimas – Se cuida, ta? Amanhã isso tudo já vai ter passado. – Deu um abraço no amigo e saiu da enfermaria com Sirius.
– Me corta o coração ver ele nesse estado. Se eu pudesse fazer alguma coisa pra ajudá-lo...
- Você já ajuda Lucy, mais do que imagina. Só o fato de você não o rejeitar ou ter medo já faz ele se sentir bem melhor.

Caminharam em silêncio até o salão principal onde todos já jantavam. Lucy se juntou às amigas, mas o clima pesado que pairava sobre elas fez com que a loirinha se despedisse logo alegando que estava com muita dor de cabeça e que iria dormir cedo.

- A Lucy ta muito estranha de uns dias pra cá. – Comentou Gwenda.
- Ela ta escondendo alguma coisa da gente, Gwen. – Alice concordou e apontou pra Lucy que estava em pé próxima aos marotos – Ela não disse que estava com dor de cabeça?
- Gente, é melhor não tirar conclusões precipitadas. Nem julgar ela sem saber o que está acontecendo. – ponderou Lily.
- Mas adivinha quem está vindo pra cá? – perguntou Alice forçando um sorriso.
- Olá Evans! – Lily que já se preparava para brigar com James o olhou surpresa.
- Estamos progredindo, Potter. Agora só falta você fingir que eu não existo e nunca mais me dirigir a palavra, então eu serei a pessoa mais feliz da face da Terra.
- Discordo do seu ponto de vista. – James ajeitou os óculos – Mas depois a gente discute isso, agora eu preciso falar com você – olhou para as amigas de Lily e abaixou o tom de voz – em particular.
- Só nos seus sonhos Potter eu teria uma conversa com você. Ainda mais uma conversa particular, esqueça!

James percebendo que Lily não iria ceder pediu ajuda pra Alice que resolveu voltar para a Torre da Grifinória com Gwenda. A ruivinha tentou ir junto mas James a deteve.

- Que dificuldade conseguir falar com você Lily! – Lily levantou as mão para o alto.
- Ai Merlin! Regredimos novamente! – virando-se novamente para James – Você não tinha aprendido o meu sobrenome?
- Eu sempre soube o seu sobrenome, mas eu acho o seu nome mais bonito – Lily apenas revirou os olhos e ele abriu um sorriso maroto – Mas vamos logo ao assunto. A Lucy precisa falar com você e com a Gwenda, ela marcou uma reunião no salão comunal às duas horas da manhã, mas a Alice não deve ir. Se você quiser posso te ensinar um feitiço muito útil pra nossa amiga não acordar durante a madrugada.
- Não preciso que você me ensine nada Potter. Mas sobre o que é essa reunião tão tarde assim?
- Ela não falou. Bom o recado está dado. – James se levantou – Antes que eu me esqueça, Lily você aceita me acompanhar à Hogsmead amanhã?
- Só se for pra decepar sua cabeça e pendurar no Três Vassouras pra complementar a decoração.




O salão comunal estava deserto, o único som vinha do fogo que crepitava na lareira, um vento gelado denunciava que uma das janelas tinha sido deixada aberta.

Lucy foi a primeira a descer, se ajeitando na poltrona mais próxima à lareira. Lily e Gwenda se juntaram à ela minutos depois.

Sirius disse que os marotos não poderiam participar da reunião porque ele e James teriam treino de quadribol sábado bem cedinho, então Lucy deixou ele à par do assunto e pediu que ele contasse para James e Petter. Já que teria que esconder alguma coisa, esconderia apenas de Alice.

Lucy limpou a garganta de leve antes de falar.

- Olha, desculpa por fazer vocês acordarem a essa hora da madrugada, mas o que eu tenho pra falar não podia passar de hoje e durante o dia seria mais complicado pra despistar a Lice.

Lily e Gwenda a encaravam curiosas.

- Hoje, aliás, ontem eu fiquei sabendo pelo...

Lucy pensou em chamar Sirius de ‘Potter’, mas já tinha explicações de mais a dar naquela noite, não era o melhor momento pra explicar o novo sobrenome de Sirius, mas também não podia chamá-lo de Black já que tinha descoberto que isso era uma ofensa para o maroto. Mordeu o lábio inferior, só restava uma alternativa para o momento.

- ...Sirius que toda a escola está comentando sobre um namoro meu com o Frank. Eu não devo explicações e pouco me importo com o que os outros alunos possam comentar sobre a minha vida, mas à vocês que são minhas amigas eu tenho que contar o que está acontecendo. Até porque a Gwen tem me olhado desconfiada nesses últimos dias e eu também percebi a Lis preocupada.

As duas assentiram. E Lucy explicou tudo o que estava acontecendo, inclusive o incidente com Sirius naquela madrugada o que deixou a loirinha fora do ar nestes dias. Quando tudo foi finalmente esclarecido ela se despediu informando as amigas que tinha que se encontrar com Frank no corujal.




Após o almoço de sábado todos os alunos com permissão de visitar o povoado estavam sendo revistados antes de sair (novas medidas de segurança). Lucy tinha decidido ficar longe das amigas para evitar alguma discussão com Alice já que soube por Gwenda que ela estava muito brava. Esperava apreensiva pelos marotos quando escutou uma explosão.

Olhou para a direção do barulho e não conseguiu segurar o riso quando viu Snape com um cabelo cor-de-rosa dividido em duas tranças e com um vestidinho branco de florzinhas azuis. Lucy pode vê-lo segurando um envelope preto.

Aparentemente ele tinha recebido uma correspondência que soltou algum feitiço quando foi aberta. Mas os olhos de Lucy se desviaram para um grupo que aparentava não ter percebido a brincadeira com Snape e que vinha em sua direção.

- As florzinhas do vestidos deviam ser cor-de-rosa pra combinar com o cabelo. – falou apontando para Snape que tentava a todo custo desfazer o feitiço.
- Foi o que eu falei para o Pontas, mas ele disse que aí o Seboso ia ficar bonitinho e não engraçado.

Lucy riu do comentário de Sirius.

- Como soube que tínhamos sido nós? – perguntou James.
- Não conheço mais ninguém que faria isso com o Snape. – deu de ombros e se virou para Remus – como você está?
- Melhorando, o pior já passou. – respondeu com um fraco sorriso.

Lucy se aproximou dele e tocou alguns ferimentos. Remus deu um pulo e um gemido de dor. Ela o encarou e apontou a varinha para os machucados piores como tinha feito no ombro de Sirius.

- Lucy, como vocês fez isso? – perguntou estupefato - Nem Madame Pomfrey consegue curar meus ferimentos sem me dar pelo menos uns três tipos de poções. – Lucy sorriu para ele e acariciou o braço onde antes estava a pior ferida.
- Sempre que precisar é só me pedir, ok? – e virando-se para Sirius – Vocês dois – apontou para James também – tem algum encontro hoje?
Eles ficaram surpresos com a pergunta dela mas responderam que sim.
- Se importariam de desmarcar? Só por hoje? – como eles não entendiam onde ela queria chegar resolveu explicar logo – É que eu não posso ficar com as meninas, e se eu ficar sozinha com o Remus ou com Frank as más línguas de Hogwarts vão atacar novamente. Não quero que chegue mais nenhuma história sobre mim no ouvido da Alice.

Sirius concordou, mas James não queria de jeito nenhum.

- Por favor? – Lucy juntou as mãos – Vai Potter, o que te custa? Você pode sair com ela quando quiser, e eu só preciso da sua companhia hoje.
- Lucy, você já tem o Remus, o Sirius e o Petter, porque eu teria que estar junto? – Lucy pareceu considerar a questão. Por fim deu de ombros.
- 'Tout bien' (tudo bem). Eu pretendia te ajudar com uma certa ruivinha do sexto ano da Grifinória, mas...

Foi a palavra chave, ou frase chave...Na hora James procurou a Corvinal que ele tinha encontro e desmarcou alegando que precisava muito ajudar uma amiga que estava com problemas.

Depois de passarem pela fiscalização de Filch, tomaram uma das carruagens que iam para o povoado.

- Mas tem uma condição, Lucy. Se você vai passar uma tarde inteira com os marotos em Hogsmead vai ter que aceitar algumas coisas que a gente faz e que podem parecer erradas.
- Não se preocupe Potter, já estou preparada.

Chegando em Hogsmead a primeira parada foi na Zonko´s. Eles passaram horas por lá e até Lucy se divertiu com tanta novidade em logros. Tendo como melhor amiga Lily Evans, foram raras as vezes que Lucy tinha visitado a loja. A loirinha aproveitou e encheu duas caixas de compras o que foi percebido com surpresa pelos marotos.

- Próxima parada: Dedosdemel. – falou Lucy entusiasmada.

Na loja de doces James e Sirius não se sentiam tão à vontade quanto na Zonko´s, mesmo assim fizeram companhia a Lucy e Remus que eram viciados em todo tipo de chocolate.

Passaram uma tarde divertidíssima. Antes de irem ao Três Vassouras Petter se despediu deles alegando que tinha marcado um encontro. Remus foi pedir as bebidas e Lucy se sentou com Sirius e James em uma mesa próxima da porta.

- Olha só isso, Lucy.

Sirius apontou a varinha para uma caixinha verde que havia tirado do bolso e guiou ela por baixo das mesas e cadeiras até um canto afastado do bar onde um grupo de Sonserinos do sétimo ano estava reunido. Centralizou a caixinha em baixo da mesa e com um aceno deixou ela cair no chão.

No momento que tocou o chão as laterais da caixa se abriram e derramou um líquido verde musgo pelo chão que se espalhou num raio de um metro e meio. E com outro aceno da varinha de Sirius a gosma verde ficou sólida, grudando os pés dos Sonserinos no chão.

- Aqui estão as cervejas amanteigadas . – Remus chegou e viu a varinha na mão de Sirius – O que você ta aprontando?
- Você já vai descobrir Aluado. – Sirius abriu um sorriso maroto – Espere só até os ‘verdinhos’ levantarem pra ir embora.

Mal terminou de falar isso Narcisa, Lucius, Crabbe e Goyle se levantaram e com os pés grudados no chão caíram uns sobre os outros. Todos no bar (a maioria estudante de Hogwarts) riram da situação.

Rapidamente Malfoy desfez o feitiço e andou ameaçadoramente até a mesa em que os marotos estavam.

- Isso vai ter troco. Pode escrever que vai.
- E quem é que vai nos dar o troco, Malfoy? – James se levantou para encarar o loiro e o olhou de cima a embaixo. Contendo a risada ao ver o estado das vestes do Sonserino, continuou – Você?
- Eu adoraria! – olhou para Lucy com desprezo – Aliás, você devia honrar o nome tradicional da sua família, Potter! Um sangue puro andar por aí de amizades com trouxas sangues-ruins, tsc, tsc, onde será que esse mundo vai parar?

Todos no bar assistiam a discussão. Alguns ficaram pasmos com a expressão usada por Lucius, mas não fizeram nada. Sirius que até então estava achando tudo divertido, levantou num pulo. Ele e James já se preparavam para atacar quando Lucy se colocou entre eles e Malfoy.

- Chega! Eu não me importo de ser chamada de sangue-ruim, não preciso que vocês me defendam. E à você Malfoy só tenho uma coisa a dizer – Ela o encarou e ficou sem fala por alguns instantes. Sua expressão, antes séria, assumiu um semblante horrorizado - Eu posso ser uma sangue-ruim como você diz, não me importo, sou tão bruxa quanto você, aliás eu sou superior à você, sabe porque? Porque eu tenho o coração puro, e isso me faz mais feliz do que ser como você que tem o sangue puro e esse coração-ruim. É isso que nos diferencia Malfoy, eu sou humana e não um monstro.

Malfoy mantinha a sua pose e a encarava com ódio no olhar.

- Agora acho melhor você dar o fora daqui com a sua gangue antes que eu decida te usar como cobaia de algumas azarações.
- Você é muito atrevida sangue-ruim. Não pense que eu vou deixar por isso mesmo.
- Eu vou estar aqui esperando, Malfoy. Não se preocupe.

Lucy sustentou o olhar de Malfoy até ele girar a capa e sair do bar acompanhado dos outros Sonserinos. A loirinha desabou na cadeira.

- Acho melhor a gente voltar pro castelo. – falou num suspiro.
- Beba um pouco de água querida. – Madame Rosmerta estendeu um copo cheio d’água para Lucy – Você ficou muito nervosa. Eu tenho uma poção calmante, se você quiser...
- Não precisa, muito obrigada. Já está passando.

Os marotos a encaravam sem saber o que dizer. Lucy esperou Madame Rosmerta sair pra confidenciar.

- Eu sou Legilimente. – Os marotos arregalaram os olhos, Sirius até engasgou – Mas ninguém sabe, nem Lily. Estou contando pra vocês porque eu preciso desabafar o que eu acabei de descobrir.

- E o que você descobriu, Lucy? – Remus perguntou.
- Malfoy é um Comensal da Morte. Pior que isso, foi ele quem matou os pais de Gwenda. – virou para Sirius – Junto com Bellatrix.

As revelações da loirinha tiveram um forte impacto sobre os marotos. Sirius e James queriam tomar satisfações com o Sonserino, mas Remus ponderou que isso podia trazer complicações pra Lucy. E ela explicou também que a vingança que Malfoy merecia só ia rebaixá-los ao mesmo ponto dele: assassinos.




Alice se virou na cama, de onde estava vindo aquele barulho? Colocou o travesseiro sobre a cabeça mas não adiantou. Irritada resolveu levantar pra ver o que estava acontecendo.

As amigas pareciam não ter percebido nada, já que estavam com as cortinas fechadas, quase não dava pra perceber esse detalhe pois tudo estava num breu total, Alice procurou sua varinha pra iluminar o quarto mas não a encontrou.

O barulho parecia música, e também parecia vir do jardim... Alice foi até a janela do dormitório. No caminho tropeçou em alguma coisa, mas nem teve tempo de descobrir o que era a ‘coisa’ já que quando olhou pela janela teve a maior surpresa da sua vida.

Frank estava planando em um tapete voador próximo à janela (como não poderiam contrabandear um tapete voador para Hogwarts, ele e Lucy enfeitiçaram um tapete do dormitório masculino), quando viu Alice a música de fundo parou e ele começou a cantar.

Eu tenho tanto pra lhe falar
Mas com palavras não sei dizer
Como é grande o meu amor por você


A voz dele estava um pouco trêmula, mas quando viu o sorriso de Alice, ficou mais confiante.

E não há nada pra comparar
Para poder lhe explicar
Como é grande o meu amor por você
Nem mesmo o céu, nem as estrelas

Nem mesmo o mar e o infinito
Não é maior que o meu amor
Nem mais bonito


Alice deu uma olhada rápida para os lados para ver se alguma das amigas tinha acordado.

Me desespero a procurar
Alguma forma de lhe falar
Como é grande o meu amor por você
Nunca se esqueça nenhum segundo
Que eu tenho o amor maior do mundo
Como é grande o meu amor por você


A grifinória estava emocionada quando ele terminou de cantar.
Frank se aproximou encostando na janela e entregou à ela um buquê de rosas vermelhas.

Alice aceitou as rosas e Frank pulou para dentro do quarto.

- Senhorita Alice Martindale, você aceita namorar comigo?
- Aiii Frank, que lindo! – Alice falou toda derretida – É claro que eu aceito.
Frank a enlaçou pela cintura e puxou para um beijo que prometia ser demorado se não fosse uma salva de palmas e vários ‘vivas’ vindo do outro lado do dormitório.

Quando Alice se virou para a direção das vozes Lily fez um movimento com a varinha e de repente o dormitório ficou todo iluminado.
Alice não podia acreditar no que estava vendo, o dormitório estava cheio de faixas de “Feliz Aniversário”, balões, serpentinas, e pétalas de rosa caindo do teto sobre os novos pombinhos. Na cama de Gwenda estavam Remus, Sirius, James, Petter e a própria Gwenda e próximo à janela estavam Lucy e Lily. Vendo um roxo na perna branquinha de Lily descobriu que a ruivinha era a ‘coisa’ em que ela havia tropeçado. Seu relógio de cabeceira marcava meia-noite e dez.

- Eu... eu não tenho palavras pra agradecer... – Falou emocionada. Gwenda fez um feitiço substituindo a camisola de Alice por um lindo vestido de festa e Sirius empurrou ela até uma mesa cheia de salgadinhos, docinhos, refrigerantes e muita cerveja amanteigada. No centro da mesa estava um lindo bolo de chocolate todo decorado com morangos de formatos de coração.

Cantaram Parabéns, Alice fez três pedidos e apagou as dezesseis velinhas. Gwenda tirou várias fotos instantâneas.

- Acho que alguém me deve um pedido de desculpas por ter duvidado da minha integridade e honra. – Lucy falou dramaticamente enquanto dava um forte abraço na amiga.
- É verdade Lucy, me desculpa. Me sinto tão idiota agora com essa surpresa tão linda.
- Estava brincando boba. – falou enquanto mexia no cabelo da amiga - Você merece muito mais do que isso Lice, merece toda a felicidade do mundo. Eu sou muito feliz de ter a sua amizade e não trairia ela por nada nesse mundo. Ai, eu sou uma chorona... – Lucy falou secando algumas lágrimas e as duas riram.

Alice ganhou um vestido azul turquesa de Lily, de Gwenda ganhou um par de sandálias com delicadas tirinhas azuis (pra combinar com o vestido), um livro de herbologia de Remus, uma caixa de logros de Sirius, uma flauta doce de James (ele sabia que Alice gostava de música e disse que a flauta é o instrumento musical que mais combina com ela) e de Petter uma caixa de sapos de chocolate.

O presente de Lucy, segundo ela, tinha sido um namorado. Mas quando Frank disse que esse presente Alice ganharia mais cedo ou mais tarde mesmo, a loirinha pegou em sua cama um imenso pacote vermelho.

Era um urso branco de pelúcia com mais ou menos sessenta centímetros segurando um coração.

- Abre o coração, Lice.

Lá dentro tinham oito miniaturas, Alice se aproximou e pode ver que cada miniatura correspondia a um amigo seu: Gwenda, Lucy, Lily, James, Remus, Sirius, Petter e Frank.

- As miniaturas foi o Sirius que fez. – Lucy apontou para o maroto – Ele é melhor em transfiguração do que eu.
- Ficou lindo! Amei, obrigada. Vocês não cansam de me surpreender, né?
- Realmente a Lucy estava inspirada quando preparou toda essa surpresa. – falou Gwenda.
- Eu não fiz nada disso sozinha! Todo mundo ajudou bastante. – falou sorrindo – E agora que tal um pouco de música?

Ela estalou os dedos e uma música (não muito alta) invadiu o dormitório. Lucy se afastou para sua cama e ficou observando a pequena festa.

- Você conseguiu afinal. – Sirius sentou ao seu lado.
- É verdade. – falou sonhadora - Você viu como ela ficou feliz?
- Vi, mas na verdade eu estava falando sobre você ter me chamado de Sirius. – Lucy piscou surpresa e encarou o maroto que desviou o olhar fazendo a menina rir.
- Não precisa ter medo, eu não vou ler a sua mente. – Sirius voltou a olhar pra ela – E também pode ficar tranqüilo que eu nunca li. Acho perigoso descobrir o que passa aí dentro...
- Já que você tocou no assunto, você pode ler a mente quando quiser? Ou é meio sem querer?
- Eu posso ler quando eu quiser. Há três anos atrás quando eu descobri esse meu dom, Dumbledore me explicou que a legilimência é normal no mundo bruxo apesar de serem raros os casos como o meu de ser legilimente sem nenhum treinamento. Ele mesmo é um ótimo legilimente, mas por treino e não por ‘dom’. Mas ele também conversou muito comigo sobre ética e respeito à privacidade, por isso eu não saio por aí vasculhando a cabeça das pessoas.
- Mas você quis ler a mente do Malfoy?
- Sim, mas foi involuntário. No momento que eu olho uma pessoa nos olhos eu posso decidir fechar a minha mente para que ela não leia a da outra pessoa, mas na hora que eu encarei aqueles olhos cinzentos do Malfoy a curiosidade falou mais alto que qualquer outra coisa e quando eu vi já tinha entrado nos pensamentos dele. Ele percebeu o que eu estava fazendo e se fechou, mas eu já tinha descoberto o mais importante.
- Você já leu a mente de mais alguém?
- Mas é claro! – Lucy deu uma gargalhada – afinal como eu disse para o Malfoy, eu sou humana. Promete segredo? – Sirius fez que sim com a cabeça – Daqui desse quarto eu já li a mente do Frank (por isso que eu investi nesse plano de aniversário da Alice, já que eu tinha certeza de que ele gostava da minha amiga), já li a da Lily algumas vezes (quando eu acho que ela ta me escondendo alguma coisa) e a do Potter.
- Do James?
- Sim. Ele também gosta de verdade da Lily. Mas não quer admitir pra ele mesmo, por isso fica com essas brincadeirinhas bobas pra aborrecer a Lily. Quando ele descobrir por si mesmo que gosta da minha amiga eu vou ajudar ele, como fiz com o Frank.
- E do Remus, você nunca leu? – Lucy negou com a cabeça - Acho que a primeira pessoa desse quarto que eu pensaria em ler a mente seria o Remus, ele é muito misterioso às vezes.
- Por isso que Deus não dá asas às cobras. É um ditado trouxa. – explicou ao ver a cara de interrogação de Sirius – Eu só leria a mente do Remus se fosse estritamente necessário, um caso mais grave que vida ou morte.
-Por que? – Sirius não entendia a observação de Lucy.

A loirinha encarou Remus que conversava animadamente com Lily.

- De todos nós ele é o que guarda mais sofrimentos. Ele deve ter coisas horríveis em sua mente, lembranças horrorosas sobre as transformações, sobre o dia que foi mordido, sobre a morte que ele presenciou. – virou para Sirius – Você sabia que ele pode ver testrálios?
- Sabia. Mas não sei porque, ele nunca gostou de falar sobre esse assunto.
- Então imagina que coisa trágica ele deve ter presenciado pra não contar nem para os melhores amigos. É por causa disso tudo que eu jamais leria a mente dele. Quando eu leio a mente de alguém, os mesmos pensamentos ou lembranças que eu tiver vendo a pessoa vê também, mas sente como se fosse uma lembrança voltando e não sabe o porque. A não ser é claro que tenha algum treinamento como o Malfoy que percebeu o que eu estava fazendo e interrompeu o contato.

A conversa foi interrompida pela chegada de Gwenda.

- O que vocês tanto conversam?
- Sobre a festa – falou Sirius prontamente – A Alice gostou bastante, né?
- E como gostou. Vim chamar vocês pra tirarmos uma foto de todos juntos.

Gwenda posicionou a câmera em cima de uma mesa. Alice e Frank sentaram na cama de Gwenda junto James e Sirius (cada um de um lado do casal), atrás ajoelhados estavam Remus, Lily, Lucy e Gwenda. Petter por ser o mais baixinho ficou em pé ao lado da cama. Com um aceno da varinha de Gwenda a máquina tirou três fotos (uma pra ela, uma pra Alice e a outra pro Frank).

Dali a alguns anos vendo essa mesma foto eles dariam qualquer coisa pra voltar a esse dia tão feliz...




N/A:
Oie! Gostaram das Surpresas? Duas, hein? huahuahua
Lucy legilimente? No que será que isso vai dar... huahuahua

Eu sei que as chances do Frank cantar “Como é grande meu amor por você” são quase nulas, mas eu pesquisei antes de digitar a música e ela foi lançada em 1967 e como a história passa em 1975, as chances aumentam um pouquinho, não?

Espero comentários de vocês: críticas, elogios, reclamações, sugestões... O ‘GO’ aí em baixo funciona como um perfeito SAL (Tempero para eu escrever melhor, ou simplesmente: Serviço de Atendimento ao Leitor), e seu comentário é recebido 24 horas por dia! Rsrsrs

Capítulo dedicado à Giulia e à Bruna. Meninas, vocês não imaginam como me deixam feliz!!! Me desculpem por não ter postado ontem!!! O PC que eu tinha o capítulo deu problema e só hoje voltou da assistência! Mas prometo que não vai acontecer de novo! Já salvei a fic em um CD e guardei na minha bolsa! hehehe

Próxima atualização: Espero que seja 23/12 ou vocês preferem como presente de Natal uma atualização no dia 25/12? Vocês decidem...

Beijinhos, Luci Potter.

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