Uma estranha Lucy
- Lily, o salão principal é pra lá – falou Lucy apontando para a esquerda.
- Sério Lucy? Que bom que você me falou, porque fazem 6 anos que eu estudo aqui e não tinha aprendido ainda.
- Muito engraçadinha você! Então porque você está nos levando na direção oposta? Eu estou morrendo de fome!
- Você está sempre morrendo de fome Lucy! Come um monte, não sei como consegue ser tão magrinha! – Alice falou rindo.
- Segredo de Estado! Não conto nem sobre tortura!
As quatro riram.
- Nós estamos indo para a biblioteca. – respondeu Lily com um sorriso no rosto. As outras três pararam na hora.
- No nosso horário de almoço? – perguntou Lucy indignada – ‘je ne vais pas même’ (eu não vou mesmo) Lily! Você vai ter que me arrastar se quiser que eu perca o almoço pra ir à biblioteca! E mesmo assim, quando eu chegar lá vou sair correndo, a não ser que você me amarre na cadeira!
- Nossa Lucy, até parece um castigo ir à biblioteca! – falou Lily ainda mais indignada que a amiga e ficando repentinamente triste, completou – Era importante.
- Tudo bem Lily – Alice falou sorrindo antes que se prolongasse a discussão – nós vamos com você – e virando para Lucy – todas nós e ela não vai precisar arrastar ninguém.
- Obrigada Lice, prometo que vai ser rápido.
- Frank me diz uma coisa, você está afim da Lucy? – Sirius perguntou tentando, sem sucesso, parecer desinteressado.
- Eu afim da Lucy? – Frank perguntou rindo – É lógico que não Sirius. Porque uma pergunta dessas?
- É que vocês estavam cheios de intimidade hoje, ela até assistiu a aula com você... então eu pensei...
- Pois pensou errado Sirius – Frank falou sério agora – a Lucy é tão minha amiga quanto as outras meninas da Grifinória do nosso ano e não tem nada de mais ela sentar comigo na aula.
- É que quando eu saí da sala vocês estavam abraçados.
Mas antes que Frank pudesse responder, James e Remus que estavam até então só observando a conversa desataram a rir.
- Meu caro Almofadinhas – falou James se recuperando da crise de risos – sabe que até eu que te conheço diria que você ta com ciúmes?
- Ciúmes eu? Sirius Black não sente ciúmes! Só queria saber das intenções do Frank com a minha amiga Lucy.
James e Remus trocaram um olhar cúmplice, deram ombros e voltaram a atenção para o almoço. Frank apenas balançou a cabeça rindo e Petter que até então estava preocupado apenas com seu almoço, levantou bruscamente.
- Eu... eu tenho que ir.
- Ir pra onde Rabicho? Você nem terminou seu almoço.
- Eu sei Remus, mas lembrei que eu ainda não fiz o meu dever de poções que é pra entregar depois do almoço – E saiu sem esperar resposta.
- Esse ratinho está escondendo alguma coisa – falou Sirius sem desviar o olhar da porta que Petter acabara de passar – achei que ele tivesse feito esse dever junto com a gente ontem à noite.
James balançou a cabeça em sinal de concordância.
- E fez mesmo. O mais estranho é ele não ter terminado de almoçar. O que será que ele ta aprontando?
- Vocês dois deviam deixa-lo em paz. Às vezes ele tem algum encontro e ficou com vergonha de contar pra gente. – falou Remus.
- Seria mesmo maravilhoso um lugar desses! – Alice foi a primeira a se manifestar depois do relato de Lily.
- Não é apenas uma história bonita, é real! Será que vocês não percebem? – Lily perguntou em tom choroso.
- Lily, desculpe – Lucy fitou a amiga num misto de surpresa e preocupação – mas infelizmente é difícil acreditar. Como você pode saber que é real?
- Por que eu senti. Não sei explicar porque, mas a sensação de estar em Nárnia é muito diferente de um sonho. Eu sentia que era real. Depois que eu voltei acabei lembrando das três palavras: Peter, Jadis e Lucy. Era isso que o Leão me lembrava quando nós chegamos em Hogwarts esse ano, mas eu não sabia o que era.
- Bom, pelo menos a Lucy e o Petter nós conhecemos. – falou Gwenda.
- Mas eu sei quem é Jadis. Lucy, lembra quando nós ficamos naquele dormitório e eu disse que minhas pesquisa tinham sido ótimas?
- Claro que eu lembro, os livros só apareciam pra você como Artes das Trevas.
- Aí é que está. Quando eu voltei de Nárnia, encontrei um livro de ‘História das Artes das Trevas’. A história é muito longa, então eu vou resumir na parte mais importante. Eu descobri que em um mundo diferente do nosso, chamado Charn vivia uma feiticeira terrível, essa feiticeira destruiu o mundo em que morava pronunciando a Palavra Execrável simplesmente para não perder a guerra que tinha declarado para tomar o trono de sua irmã. Quando toda a cidade e os habitantes daquele mundo deixaram de existir essa feiticeira caiu em um sono profundo e foi despertada depois de séculos por duas crianças do nosso mundo, e por causa de um acidente ela foi parar em um outro mundo, chamado Nárnia. Lá ela governou por cem anos e ficou conhecida como a Feiticeira Branca. Durante o seu governo o sol não brilhou em Nárnia, foi sempre inverno e o Natal nunca chegava.
- Que história triste.
- O pior Alice, é que essa feiticeira quando morava em Charn chamava-se Jadis.
Ficaram por um tempo em silêncio, até que Gwenda se manifestou.
- Será que é a mesma Jadis? – Lily balançou a cabeça confirmando, mas foi Lucy que respondeu.
- Acredito que sim. Mas onde o Pettigrew e eu ‘entramos’ nessa história?
- É para isso que eu preciso da ajuda de vocês. Não consigo entender a ligação disso tudo.
- Além do Leão, alguém te falava mais alguma coisa?
- Foi exatamente como eu contei pra vocês. Só havia o Leão e eu. Ele me falou de uma missão pra salvar nosso mundo e que pra isso eu tenho que encontrar Nárnia e as três palavras seriam o elo de ligação.
As amigas permaneceram em silêncio tentando encontrar alguma resposta. Lucy prendeu o cabelo num coque e se voltou para Lily.
- Nós vamos te ajudar Lis. – e sorriu sinceramente – Mesmo que eu não esteja muito convencida dessa história ser verdade, não nos custa nada tentar encontrar essa tal de Nárnia, nem que seja em algum livro.
- Oh Merlin! – Gritou Gwenda e Madame Prince, a bibliotecária, fez um sinal pedindo silêncio.
- O que foi Gwenda? – perguntou Alice.
- Perdemos a aula de poções e metade da aula de História da Magia.
- Não acredito! O professor Slug deve ter ficado chateadíssimo comigo. – comentou Lily pesarosa.
- Nossa que triste! – Lucy zombou - Acho que você não vai ser convidada para a próxima reuniãozinha dos melhores alunos de Hogwarts. E agora?
Lily apenas fez uma careta decidindo não retrucar o comentário de Lucy que detestava essas reuniões que o professor fazia.
- Será que o professor Binns se importa se chegarmos atrasadas?
Por fim elas decidiram que seria mais proveitoso irem para o Salão Comunal e adiantarem a redação sobre animagia.
Lucy estava tendo mais uma de suas crises de insônia. Levantou da cama devagar para não acordar as amigas com algum barulho, vestiu um robe de cor esmeralda por cima da fininha camisola verde e desceu pé ante pé a escadaria circular que levava ao salão comunal da Grifinória.
A lareira já estava quase totalmente apagada. Algumas brasas misturavam-se com lenhas mal queimadas e cinzas dando um aspecto frio e triste ao salão comunal àquela hora da madrugada. Lucy se ajeitou de maneira confortável na poltrona de dois lugares que ficava ao lado do fogo, de costas para o buraco do retrato da Mulher Gorda. Tirou do bolsinho do robe o álbum de fotografias que tinha ganhado de Gwenda há dois anos atrás, deu um toque com sua varinha e ele voltou ao tamanho normal.
Esse álbum tinha fotos das quatro amigas desde o primeiro ano em Hogwarts. Folheou algumas páginas sorrindo ao lembrar de tudo que já tinham passado juntas. Mas uma lágrima escorreu quando ela parou para observar a única foto do álbum que não se mexia: uma foto dela com os pais. Sentia tanta falta do pai, apesar de ser muito pequena quando o trágico acidente aconteceu, Lucy lembrava com detalhes aquele dia terrível.
Desde então sua mãe não foi mais a mesma. Se enterrou no trabalho e passou a levar uma vida sem nenhuma alegria já que tinha perdido o único homem que amou de verdade. Sempre que podia mandava a filha para Paris fazer companhia ao avô, assim evitava as lembranças fortes que Lucy despertava nela por ser uma cópia perfeita do pai.
- Tenho tanto medo de amar assim...
Lucy não culpava a mãe, mas sentia como se a tivesse perdido junto com o pai no mesmo acidente. Sua sorte era ter o sr. Bernard Jabouille, o avô materno que sempre cuidou de Lucy como se fosse sua filha.
Deixou escapar um soluço e antes que outros viessem virou a página tentando afastar os pensamentos tristes. Um leve sorriso se formou quando viu a foto que ocupava a página inteira do álbum. Era uma foto que ela tirou dos marotos no final do 2º ano. Sirius empurrava Remus para aparecer mais enquanto James se colocava na frente dos outros dois e Lily entrava na foto pra dar uns tapas neles. Petter estava atrás de todos eles pulando pra ver o que acontecia lá na frente.
- Ah, Sirius... – Lucy sussurrou
E como se para responder seu chamado o buraco do retrato se abriu e ela escutou duas vozes.
- Acho que tem alguém ali. – sussurrou a primeira voz.
- Não parece ter ninguém – falou a segunda voz um pouco mais alta que a primeira.
- Olhe o cabelo caindo pelo ombro do sofá. – a primeira continuava baixa.
- Ah. - novamente a segunda voz, mas agora que estava no volume normal fez o coração de Lucy disparar - Podem subir, eu vou ver quem é.
Rapidamente ela fechou o álbum e se sentou no sofá a tempo de ver James subindo para o dormitório com alguma coisa na mão e Sirius indo ao seu encontro.
- Boa noite senhorita Eyelesbarrow. – Sirius fez uma cômica reverência.
- Onde vocês estavam a um hora dessas? – perguntou rindo do maroto.
- Nós?
- ‘Oui’. Não estou vendo mais ninguém por aqui.
- Estávamos explorando o castelo. – Lucy levantou uma sobrancelha - Tentando descobrir passagens secretas. – respondeu Sirius naturalmente.
- E porque seu ombro ta cortado?
- Raspei em uma parede no 4º andar, nada que Madame Pomfrey não conserte – falou Sirius enquanto sentava ao lado de Lucy.
Ela ficou em silêncio, considerando se acreditava ou não na história dele. E puxando a varinha apontou para o ferimento que cicatrizou na hora.
- Nossa! Você é boa nisso! – exclamou Sirius passando a mão onde há um minuto atrás estava o machucado – Vai ser curandeira?
- Não, vou ser Auror. Hei, do você ta rindo?
- Bom, você é uma garota. – Lucy riu também.
- ‘Oui’ eu sou. Você demorou seis anos pra descobrir?
- Não é isso, o que eu quero dizer é que Auror é uma profissão para um homem – Lucy fechou a cara – pode ser perigoso para uma garota, vocês são frágeis e se deixam levar pela emoção, numa guerra como a que estamos enfrentando isso não pode acontecer. A guerra precisa de pessoas fortes, e frias também para tomar as decisões certas, e isso as mulheres não têm.
Lucy estava pasma pelo que acabara de ouvir.
- Terminou o seu discurso machista, Black? Se você acha tudo isso, pois bem, não vou tentar mudar seu pensamento pequeno e egoísta, mas saiba que eu vou ser Auror sim e mais do que isso vou ser uma Auror melhor do que muitos homens que estejam naquela academia, você pode apostar.
Sirius, surpreso com a reação de Lucy ficou um tempo sem conseguir falar nada. Lucy brincava com a varinha entre os dedos enquanto o encarava.
- Desculpe. – falou baixinho - Não queria menosprezar seus poderes muito menos duvidar da sua capacidade, apenas acho.. perigoso pra você. – Sirius encarou a loirinha e percebeu os olhos dela vermelhos – Você estava chorando?
- Hã? – passou a mão pelos olhos – Ah, não foi só um cisco que caiu no meu olho e eu não conseguia tirar.
- Claro, claro. Você pode curar feridas profundas sem pronunciar uma única palavra, vai ser a melhor auror da história do mundo bruxo mas não consegue tirar um simples cisco do olho? – perguntou ele divertido – que tipo de bruxa você é?
- Bom, eu também tenho uma dificuldade enorme para abrir aqueles pacotes de feijõezinhos de todos os sabores – os dois riram – e também o tipo de bruxa que não sabe mentir.
Diante a expressão de curiosidade de Sirius ela abriu novamente o álbum e mostrou a Sirius a foto dela pequenininha com seus pais. Contou também toda a história do acidente e tudo o que pensava sobre a mãe.
Lucy dificilmente contava sua história para as pessoas, não gostava de aborrecer os outros com seus problemas, suas amigas conheciam a história do acidente mas apenas Lily sabia do sofrimento da loirinha pela ausência da mãe, por isso desde que se tornaram amigas os Evans a acolheram como se fosse um membro da família que retornou depois de anos distante.
- Então a família da Lis e o meu avô têm sido a minha verdadeira família. E acho que eu não poderia desejar família mais maravilhosa, a não ser, é claro, que meu pai estivesse vivo.
- Sabe, de alguma forma nossa história é parecida, mas a sua é mais triste porque eu simplesmente não considero a minha família de sangue, é como se eles nunca tivessem existido, por isso eu sofro bem menos que você. – Lucy sorriu curiosa – mas a minha história fica pra uma outra hora.
- É por isso que você não gosta que te chamem de Black? – Sirius deu um sorriso maroto confirmando.
- Vai começar a me chamar pelo nome?
- Te faço outra pergunta. Se pudesse escolher, qual o sobrenome você teria? Digo, em qual família você teria nascido?
Sirius estranhou a pergunta mas respondeu sem pensar duas vezes.
- Me chamaria Sirius Potter. – abriu um imenso sorriso – O Potter ficaria muito melhor em mim do que no James. E eu ia querer ser o irmão caçula do Pontas pra ter mais regalias.
Os dois deram uma gostosa risada.
- Está bem então. A partir de agora você também vai ser Potter pra mim.
- Como?
- Ao invés de te chamar de Black, vou te chamar de Potter também.
- E o que te custa me chamar de Sirius?
- Ainda não me sinto confortável pra isso.
- Mas eu te chamo de Lucy e não de Eyelesbarrow.
- Meu caso é uma exceção, imagina se toda vez que você fosse falar comigo me chamasse de Eyelesbarrow? É até incômodo esse nome tão grande.
- Mas todo mundo vai estranhar você me chamando de Potter.
- Se você quiser é só explicar o porquê. Eu mesma já me apresentei várias vezes como Lucy Evans para algumas amigas trouxas da Lily.
Os dois ficaram um instante em silêncio se encarando. Sirius levantou a mão para acariciar o cabelo de Lucy mas ela levantou do sofá num pulo.
- Nossa, nem me dei conta da hora, daqui a pouco já vai amanhecer e o meu sono já está voltando. – falou sem encarar o maroto.
- Que pena – Sirius falou um pouco rouco – eu ainda estou sem sono, achei que você queria me fazer companhia.
- ‘Mieux non... ’ (Melhor não...) – suspirou.
Não soube dizer se Sirius entendeu ou não, mas decidiu voltar para o dormitório. Enquanto andava até as escadas mil coisas passavam na sua cabeça, não sabia porque tinha contado tudo aquilo pra Sirius o achava infantil demais, por outro lado ele tinha escutado tudo, conversado e dado conselhos como se fosse outra pessoa que estivesse ali e não aquele maroto baderneiro e conquistador que ela conhecia, parecia maduro “E preocupado”.
Já estava no primeiro degrau da escada quando uma mão pesada e macia pousou no seu ombro.
- Lucy. - Ela se virou lentamente temendo descobrir o que Sirius queria - Seu álbum.
- Ah! Obrigada Bla-Potter. – agradeceu com um sorriso e tocou o álbum com a varinha para que ele diminuísse a ponto de caber no bolso do robe.
Já estava subindo novamente quando Sirius deslizou delicadamente a mão pelo seu braço e segurou firme seu pulso.
- Boa Noite Lucy – falou Sirius com um sorriso maroto.
- ‘Bonne Nuit’ ‘Potter’ – retribuiu o sorriso e antes que pudesse se arrepender, lhe deu um beijo no rosto e subiu as escadas correndo.
Se alguém tivesse descido por aquela escadaria alguns minutos depois, teria encontrado Sirius parado como uma estátua no mesmo lugar que Lucy o deixou, com uma cara de bobo e a mão direita sobre a face, tentando impedir que o beijo fugisse e nunca mais voltasse.
- O que você tem, garota? – murmurou olhando para o alto da escada – Não... Sirius Black não se apaixona...
E com esse pensamento subiu para o dormitório masculino pra tentar dormir um pouco. Lá fora a escuridão da noite já era substituída pela claridade cinzenta que antecede o amanhecer.
Lucy se arrependia profundamente de ter descido para o salão comunal aquela noite. Já faziam três dias que ela se martirizava pelo beijo que deu no maroto.
- Mas foi só no rosto... – murmurou.
- Do que você está falando Lucy? – Lily perguntou rindo e passou a mão em frente ao rosto da amiga – Alôôu, em que planeta você está?
- No mesmo que você, Lis.
- Mas não está mesmo. Faz dias que você ta estranha Lucy. Meia aérea, solta umas palavras sem sentido às vezes...
Lucy não respondeu o comentário de Alice. Talvez nem tenha escutado, já que naquele momento James e Sirius entravam na biblioteca e se sentavam na mesa ao lado da delas. Lucy, Gwenda e Alice estavam estudando com Lily e Dorcas. Sirius e Lucy se encararam por um momento, a loirinha foi quem desviou o olhar.
- Preciso falar com o Frank. – Sem esperar resposta, Lucy juntou seu material e foi se sentar junto com Frank que estava em um canto mais afastado junto com dois alunos da lufa-lufa.
- Posso me sentar com vocês? – Lucy perguntou e Frank abriu um imenso sorriso que não passou despercebido por Sirius e Alice do outro lado da biblioteca.
- Claro Lucy! – Frank puxou a cadeira para que ela se sentasse – você conhece Edgar Bones e Amus Diggory da Lufa-lufa?
- Só de vista, apesar de ter dividido a cabine do Expresso com o Bones esse ano mas tivemos alguns incidentes desagradáveis – respondeu sorrindo timidamente – prazer, Lucy Eyelesbarrow, mas por favor me chamem só de Lucy mesmo.
Os dois sorriram para ela.
- Já que é assim, vamos esquecer as formalidades. Pode me chamar apenas de Amus – Lucy assentiu.
- Você veio estudar com a gente? – perguntou Edgar.
- Não, na verdade eu precisava conversar com o Frank. Pode ser agora?
Frank concordou e os dois saíram da biblioteca. Desde o começo da semana Lucy e Frank estavam estranhamente próximos. Tinham feito dupla em quase todas as aulas e estavam sempre cochichando longe dos outros alunos. Trocavam olhares cúmplices e sorriam só de olhar um para o outro.
Lily tinha percebido tudo isso e estava achando muito suspeito o comportamento da amiga que sempre torceu pra que Alice se entendesse com Frank. Alice por sua vez estava chateada com Lucy, tinha certeza que a loirinha estava tendo alguma coisa com Frank e por isso estava tão distraída e evitando conversar com as meninas.
- Acho que daqui ninguém consegue nos escutar. – falou Frank olhando por cima do ombro.
- Também acho que não, mas temos que ser rápidos, já estamos levantando suspeitas. – Lucy falou baixinho mas depois deu uma risada.
- Tudo bem só precisamos escolher um lugar seguro pra essa noite, o banheiro da Murta que Geme está descartado, já que virou o ninho de amor do Malfoy e da Black.
Os dois fizeram uma careta de nojo.
- Urgh! É nojento, mas os dois se merecem – Lucy falou rindo – mas bem que eles podiam achar um lugar melhor pra eles, né? Nós chegamos lá primeiro.
- Tem uma sala no 7º andar que é meio secreta.
- Fora de cogitação, tanto as meninas quanto os marotos conhecem e eles têm saído todas as noites, devem ir pra lá. Tenho uma idéia um pouco arriscada mas é a melhor que temos.
- Qual?
- O corujal. É só a gente sair bem depois que todo mundo já estiver dormindo pra não correr o risco de sermos seguidos. Ninguém manda carta altas horas da madrugada, e lá tem um ‘odeur désagréable’ por causa das corujas então ninguém em sã consciência usaria como ponto de encontro. O único problema é que temos que passar bem em frente da sala do Filch.
- Mas acho que vale a pena arriscar. É só mais hoje, amanhã todos já vão estar sabendo.
- Menos a Alice, né? – Lucy olhou no relógio – É melhor voltarmos, tenho que passar na enfermaria para ver o Remus. Minha semana foi tão atribulada que não tive nem tempo de ir visitar meu amigo.
Combinaram o horário que se encontrariam à noite e voltaram para a biblioteca. Edgar e Amus já estavam guardando o material na mochila. Lucy pegou seu material e saiu acompanha dos dois. Mas antes parou na mesa em que as amigas estavam.
- Lily eu vou até a enfermaria pedir uma poção contra insônia para a Madame Pomfrey.
Alice nem levantou os olhos da redação que estava escrevendo e Gwenda ficou encarando Lucy de uma maneira desconfiada. Mas Lily entendeu que ela estava indo visitar Remus.
- Tudo bem a gente se encontra no jantar. – Lily falou enquanto mexia em sua mochila. Pegou alguns pergaminhos e entregou a Lucy – Você pode levar esses relatórios pra ela por gentileza, fiquei de entregar ontem mas não tive tempo.
Lucy assentiu e saiu.
- Você sofre de insônia? – perguntou Amus.
- Desde os seis anos de idade. Tem diminuído bastante desde que eu entrei no mundo mágico, mas sempre que eu estou preocupada ou ansiosa a única coisa que me salva é a poção da Madame Pomfrey.
- Deve ser horrível sofrer de insônia. – comentou Edgar - Não é da minha conta, mas com o que você está preocupada?
- O Frank contou pra vocês alguma coisa sobre nosso...hum... ‘envolvimento’? – os dois balançaram a cabeça negando – Desculpe, então por enquanto é melhor eu não falar nada.
Continuaram conversando até chegar em um corredor do primeiro andar.
- Me despeço de vocês aqui. Preciso mesmo ir à enfermaria, o humor da Madame Pomfrey é bem melhor antes do anoitecer.
- Quer companhia?
Mas não foi Lucy quem respondeu.
- Ela já tem companhia Amus, não se preocupe – Sirius abriu um imenso sorriso – por coincidência também estou indo à ala hospitalar.
Os dois Lufa-lufas olharam para Lucy esperando uma resposta.
- Tudo bem. De qualquer maneira, ‘merci monsieur’. – respondeu com seu habitual sorriso antes de acenar e sair.
Lucy tentou andar rápido para despistar Sirius, como se ele não soubesse chegar sozinho à enfermaria.
- Você devia parar de fugir de mim – Sirius sussurrou em seu ouvido e Lucy sentiu os pêlos da nuca se arrepiarem.
- E quem disse que eu estou fugindo de você Black? – Lucy continuou andando na frente de Sirius.
- Você mudou do suco de abóbora pra cerveja amanteigada comigo. O que foi, o seu namoradinho é ciumento?
Lucy parou e virou lentamente para Sirius.
- Você não devia falar do que não sabe, Black.
- E o que eu não sei? A escola inteira já sabe Lucy. Só se fala sobre o novo casalzinho da Grifinória. Vocês não conseguiram esconder tão bem, não é? Sabe que até eu fiquei com dó da Alice? Ela ta arrasada. Bom, eu falei pra ela...
- O que foi que você falou pra ela? – perguntou Lucy com medo da resposta.
- Que ela não devia ligar para os boatos mas que se eles fossem verdade que ela devia gostar de quem gosta dela.
- Ai, meu Deus! Que confusão! – Lucy começou a andar em círculos e a falar sozinha – Não era pra ter acontecido assim... tadinha...
Sirius olhava impaciente pra Lucy.
- O que você acha de me contar o que ta acontecendo?
Lucy levantou os olhos e deu um sorriso imenso.
- É isso! Vou te contar tudo! – E voltou a falar sozinha - Como eu não pensei nisso antes? Também vou contar pra Lily e pra Gwenda, aliás não tinha motivo pra gente esconder delas. Só a Alice não deveria saber. Mas é que o Frank é muito tímido, mas ele vai entender se eu contar. – e se dirigindo novamente à Sirius – Vamos Black, vamos falar com o Remus.
- Você me prometeu que não ia mais me chamar de Black, lembra?
- Não foi bem uma promessa, mas me desculpe, essa semana minha vida virou de cabeça pra baixo acabei esquecendo do nosso trato, vou prestar mais atenção, ta?
N/A:
Gente, muito obrigada pelo comentários! Eu nunca vou cansar de agradecê-los!! E se você está lendo e ainda não comentou, não se acanhe! Aqui somos todos uma grande família feliz! E eu vou ficar ainda mais feliz se vocês escreverem pra mim. Nem que seja um: “Por favor, tire esse fic ridícula do ar! ”. Preciso saber o que todos estão achando! Agradecimentos especiais à Giulia e a Bruna que nunca deixam de comentar e me incentivam a continuar postando!
Tadinha da Lucy, não? O Cachorrão não merece todo esse amor dela... por isso ela está a procura de um verdadeiro amor... será que ela conseguiu encontrar isso nos braços de Frank em um lindo Corujal fedorento? Hauhuahuaha Só fico com dó da Alice, mas...
Isso são cenas do próximo capítulo: Surpresas. Sim, esse é o nome do capítulo!! E vocês estão sendo tão bonzinhos comigo que acho que Papai Noel também será com vocês... e se eu atacasse de Papai Noel? Hum, até que não é uma má idéia... huehuehuhe O que será que eu estou aprontando, hein? O.o
Próxima atualização: 21/12
Será que conseguimos uma marca de 10 review´s? Vamos tentar? Vou até postar uma prévia do próximo capítulo:
Esperava apreensiva pelos marotos quando escutou uma explosão.
Olhou para a direção do barulho e não conseguiu segurar o riso quando viu Snape com um cabelo cor-de-rosa dividido em duas tranças e com um vestidinho branco de florzinhas azuis. Lucy pode vê-lo segurando um envelope preto.
Aparentemente ele tinha recebido uma correspondência que soltou algum feitiço quando foi aberta. Mas os olhos de Lucy se desviaram para um grupo que aparentava não ter percebido a brincadeira com Snape e que vinha em sua direção.
- As florzinhas do vestidos deviam ser cor-de-rosa pra combinar com o cabelo. – falou apontando para Snape que tentava a todo custo desfazer o feitiço...
Beijinhos, Luci Potter.
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