Infeliz Surpresa



Alguns minutos depois, Hermione entrou séria na sala comunal, onde agora estavam Harry, Gina e Rony sentados em volta da lareira, estavam rindo quando ela entrou. Ficou parada na porta encarando o chão.
– Meu Deus o que houve? – perguntou Gina assustada.
– Lúcio vai patrocinar o Torneio. – respondeu Hermione.
– Quê? – perguntou Harry incrédulo.
– Parece que fez um trato com Dumbledore. – retrucou Hermione.
– Então está na cara que Pansy vai ganhar. – disse Rony furioso.
– Não se trata apenas disso. – disse Hermione encarando Rony. – Lúcio Malfoy vai estar circulando por Hogwarts durante um mês!
– Como Dumbledore aceitou? – perguntou Gina. – Quero dizer, Hogwarts não precisa de um patrocínio deste, não é mesmo?
– Estamos perdidos. – disse Rony jogando-se para trás, afundou na poltrona.
Na manhã seguinte, Rony e Harry desceram para tomar café, havia uma cadeira a mais ao lado da de Dumbledore, e assim que os professores começaram a chegar, Lúcio os seguia. Ter aquele homem extremamente arrogante fazendo as refeições com eles era de tirar o apetite, e ninguém entendia que confiança Dumbledore dava àquele homem.
Gina e Hermione não demoraram a descer, embora Hermione tenha se servido e saído para os jardins com Krum. Gina sentou-se ao lado de Harry e conversava animada com Luna que estava na sua frente, ao lado de Rony.
Durante o dia o assunto no castelo era o mesmo, o baile de Natal, todas as garotas riam, conversavam e cochichavam pelos cantos, Rony sinceramente desejava com todas as forças entender o que havia de tão animador em uma coisa que se repetia todo o ano, e agora mais do que nunca.
Às cinco horas da tarde Hogwarts foi tomado de garotos que conversavam e riam alto, todas as garotas haviam evaporado, mas na verdade estavam todas em seus quartos se arrumando para o baile daquela noite.
Logo os casais começaram a descer para o salão, Rony estava com sua mesma roupa, e Luna realmente estava bonita, mais ainda do que estava quando fora com Krum. Harry estava com o mesmo ar alegre. Gina usava seu belo vestido rosa, e trazia nos cabelos a tiara de pequenas pedras brilhantes que havia ganhado de sua mãe. Hermione estava usando o vestido rosa que ganhara de sua mãe, era realmente um vestido lindo, porém simples, deixara os cabelos soltos e encaracolados. Krum agora usava uma roupa comum e não uma que fosse comum na sua cidade.
Desta vez Dumbledore não dera comunicado nenhum, as mesas foram afastadas do centro do salão e a decoração de Inverno já estava posta. Havia três grandes mesas laterais com comidas e bebidas. Logo as Esquisitonas começaram a tocar e as luzes baixaram novamente. Gina e Harry dançaram assim que a primeira música tocou. Rony e Luna preferiram ficar na mesa “conversando” pois nenhum dos dois gostava de dançar. Krum e Hermione sentaram-se longe dos dois, e seguidamente algum dos amigos de Krum vinham conversar com eles.
Pareciam que todos estavam se divertindo, até mesmo Rony e Luna arriscaram alguns passos na pista de dança. Rony percebeu que Hermione voltara a usar o colar de Krum e que parecia mais feliz do que da última vez que os vira juntos.
– Este baile está muito bom! – disse Gina para Harry, Luna e Rony, estavam sentados à mesa.
– Com certeza melhor que o último. – disse Luna sorrindo.
– Sem dúvidas. – rio Gina, abanou para Hermione que olhava sorrindo, fez um sinal para que se aproximasse.
– Oi! – disse Hermione sorrindo, Rony percebeu que Krum segurava sua mão. – O que estão achando?
– Oh, o máximo! – disse Gina animadíssima.
Ficaram por algum tempo conversando, por incrível que pareça não havia dado nenhum discussão entre Rony e Krum, embora algumas vezes se alfinetavam. As meninas falavam sobre a festa e os vestidos. Já os garotos sobre Quadribol.
– E então, Krum. – disse Rony. – Não vai participar de mais nenhuma Copa?
– Olha, Weasley. – disse Krum educadamente. – Não que eu não tenha recebido muitos convites, mas agora resolvi parar um pouco para poder ficar mais ao lado da Hermioniie.
– Que bonito seu vestido, Hermione. – disse Luna.
– Ah, obrigada. – respondeu Hermione com cara de quem diz “pena não poder dizer o mesmo”.
– Onde foi que você comprou? – perguntou Luna.
– Ganhei de meus pais. – disse Hermione agora forçando um sorriso.
– Uma vez ganhei um vestido lindo. – disse Luna com uma voz nojenta. – Claro que era bem mais lindo e mais caro que este que você está usando. Mas de qualquer forma, até que está adequado para esta festa.
– Hermioniie, vamos dançar um pouco? – perguntou Krum assim que Luna terminou de falar.
– Claro! – respondeu Hermione com voz de alívio.
Os dois levantaram de mãos dadas e foram até a pista, Rony ainda os enxergava de onde estava sentado, Vítor falava coisas que fazia Hermione rir por longos segundos, e então ficou tentando lembrar da vez em que, ao invés de brigar, divertiu a garota por tanto tempo. Realmente Rony achava que nunca conseguiriam ficar juntos, nunca.
Luna falava tanto que Rony logo parou de dar ouvidos para o que ela dizia e ficou perdido em pensamentos enquanto olhava triste para Hermione. Estavam parados perto da porta, tinham saído da pista, ele a abraçava forte e ela ria como nunca ele havia visto-a sorrir. Krum a beijou e saíram dali de mãos dadas.
Então Rony olhou para o lado e vira que Luna continuava falando, ela nem ao menos percebeu que ele não estava mais prestando atenção, desde que tivesse quem a ouvisse estava bom para ela. Que tipo de pessoa doente pensa assim? Ficou se perguntando por alguns minutos. Rony sentia-se mal por estar namorando Luna sem amá-la, mas não achava que aquele fosse seu pior erro, e sim esconder seus sentimentos.
Neste instante Lúcio Malfoy atravessou a pista de dança e saiu pelos corredores, aquela estava sendo uma noite boa para Harry e Gina que não valia a pena ir atrás dele, passaram o resto da noite na pista dançando, Rony e Luna ficaram conversando na mesa, agora ele se esforçava para prestar atenção na garota, que por fim, até que era divertida.
Rony e Luna voltaram para seus quartos alguns minutos antes de acabar a festa para evitar tumultos. Harry e Gina foram um dos últimos a chegar em seus quartos, ambos estavam radiantes e animados, não demorou muito para que todos estivessem dormindo.
Na manhã seguinte reuniram-se para tomar o café da manhã, Luna ainda não havia acordado, Harry e Rony sentaram-se lado a lado, Gina e Hermione em suas frentes. Krum já estava acordado e toma seu café virado para as costas de Hermione.
– Durante a festa de ontem estive pensando... – disse Hermione.
– E conseguiu pensar em alguma coisa? – interrompeu Rony mal-humorado.
– Poderíamos falar com Hagrid. – ignorou Hermione. – Talvez ele tenha algum detalhe a mais para nos contar.
– Oh, brilhante! – ironizou Rony. – Ele não vai nos contar mais do que já sabemos.
– O que te faz ter certeza? – perguntou Hermione ofendida. – Ele tem o dom de deixar as coisas escaparem!
– Isso é ridículo, Hermione. – retrucou Rony ferozmente. – Essa é a melhor idéia que você teve? Qualquer um poderia ter pensado nisso! Eu mesmo pensei, mas não acho que devemos falar com Hagrid, ele não vai nos dizer nada!
– O que há com você? – perguntou Hermione fechando a cara.
– Nada! – retrucou Rony ainda mais bruto. – Só porque não achei sua idéia maravilhosa acha que estou com problemas? Meu humor não gira em torno de você Hermione.
– Então não entendo porque está sendo tão bruto. – respondeu Hermione levantando-se da mesa sem ao menos ter comido. – Perdi a minha fome!
– Eu achei uma boa idéia. – disse Gina encarando o irmão.
Embora tivessem dado ouvidos ao que Gina falou, ninguém mais tocou neste assunto durante a manhã toda. Hermione sumiu pela porta e logo Krum foi atrás dela, Rony passou o dia todo com Luna, e, na concepção de Gina os dois pareciam felizes juntos. Ela e Harry decidiram ir falar com Hagrid. Bateram na porta, e rapidamente ele a abriu.
– Oh, são vocês. – disse Hagrid escondendo o desapontamento.
– Estava esperando alguém? – perguntou Gina. – Por que podemos voltar outra hora.
– Não. – respondeu Hagrid sorrindo. – Tudo bem. Como vão as férias?
– Boas. – disse Harry. – E as suas? Com a Madame Maxime?
– Ah, bem, bem. – disse Hagrid encabulado. – Então, aceitam uma xícara de chá?
– Obrigada. – disse Gina, sentaram-se no sofá e Canino logo veio lhes dar as boas vindas, esticando-se por cima de Gina para que a menina fizesse carinho na sua cabeça.
– Não temos visto muito Dumbledore. – arriscou Harry.
– E seria possível? – perguntou Hagrid. – Ele anda tão ocupado com esse Torneio, pobre Dumbledore. Não sei se é sorte ou azar Lúcio estar ajudando-o.
– Em que? – perguntou Gina.
– Oh, vocês não sabem? – disse Hagrid encarando-os. – Parece que o Ministério da Magia desaprova toda essa “besteira”, como eles chamam. Dizem que afeta os estudos dos alunos e tira-lhes a concentração. Desde o Torneio Tribruxo o Ministério vive seguindo os passos de Dumbledore, questionando e observando de perto tudo que ele faz, como se fosse um Diretor incompetente. Esse Lúcio é um ser miserável e indigno de estar em Hogwarts, ainda mais com todas as honras que Dumbledore faz a ele. Ahh, acho que...
– Não falou de mais. – disse Harry sorrindo. – Você sabe que guardamos segredo. Mas Lúcio não pode fazer mal para alguém, você sabe, aqui em Hogwarts, não é mesmo?
– Oh não. – disse Hagrid. – Acho que não. Espero que não tente prejudicar Dumbledore com suas críticas sobre ele. Lúcio é o homem de confiança do Ministério.
– Mas Dumbledore está fazendo esse Torneio justamente para os alunos estudarem mais, e até mesmo por causa dos N.O.M.S. – disse Gina.
– Mas Lúcio fez o Ministério acreditar que os demais estudantes irão ficar tão animados com o Torneio que não estudarão durante esse tempo. – disse Hagrid. – Por isso está sendo tudo tão rápido, o Torneio e a Copa deveriam perdurar pelo ano todo.
– Ele pode tentar prejudicar o Torneio? – perguntou Gina. – Para prejudicar Dumbledore.
– Não acredito que Lúcio consiga fazer isso embaixo dos olhos de Dumbledore. – disse Hagrid, chegou perto deles e disse baixinho. – Embora eu não duvide nem um pouco. Esse Lúcio não merece a confiança de ninguém, por isso não andem por aí tentando descobrir coisas sobre ele, como vocês adoram fazer. Não se metam em encrencas, se acontecer algo de ruim, Dumbledore levará toda culpa, e do jeito que Lúcio o odeia, logo o Ministério tentará afastá-lo de Hogwarts.
Ouviram alguém bater na porta, e um sonoro “Hagrid” gritando do outro lado, puderam perceber que ela Madame Maxime, despediram-se de Hagrid e saíram pela porta dos fundos assim que ela entrou. Caminharam em silêncio até Hogwarts, onde encontraram Malfoy, Pansy, Crabble e Goyle.
– Viram algum fantasma? – perguntou Malfoy rindo. – Ou talvez um Dementador.
Harry e Gina passaram reto por eles, o que calou os risinhos de Crabble e Goyle.
– Tente se manter vivo, Harry. – gritou Malfoy.
– Não tenho medo de você, Malfoy. – virou-se Harry assustado. – Não pense que o fato de seu pai estar aqui vai me assustar! Talvez não seja eu quem deva manter alguma coisa por aqui.
E assim Harry e Gina sumiram pela porta sem dizer mais nada, nem sequer viraram para ver a cara de Malfoy, ou tentar ouvir o que ele cochichou com desprezo. Durante a noite, sentaram-se os quatro juntos na sala comunal, e esperaram até que ela estivesse vazia, então Gina e Harry contaram toda sua conversa com Hagrid.
– Mas é claro! – estremeceu Hermione. – Agora tudo fica mais claro que água!
– Do que está falando? – perguntou Gina.
– Malfoy realmente estava metido na história do Pomo. – disse Hermione encarando-os como se uma luz estivesse na sua frente. – Mas quem armou a emboscada foi Lúcio. Por isso ele foi até a Copa, por isso ele está aqui em Hogwarts.
– Não faz sentido. – disse Rony emburrado.
– Se ele conseguir prejudicar Harry... – disse Gina.
– Então ele estará atingindo Dumbledore. – concluiu Hermione. – Dois coelhos em uma cajadada só.
– Então ele não quer sabotar o Torneio. – disse Harry. – Ele quer me prejudicar para que a culpa caia sobre Dumbledore?
– Claro. – disse Hermione. – Harry, há muitos alunos estrangeiros aqui. Ninguém desconfiaria de Lúcio. Ele é do Ministério da Magia, e sempre teve você sobre alcance, nunca pensarão que foi ele.
– Acho que não. – disse Rony. – Acho que Lúcio quer prejudicar o Torneio para que Dumbledore saia de Hogwarts e assim terá entrada livre. Harry não está participando de nenhuma prova, logo, poderia ser um acidente qualquer.
– Talvez Rony. – disse Hermione. – Mas...
– Tanto faz. – interrompeu Harry. – De qualquer forma temos que ficar com os olhos bem abertos enquanto Lúcio estiver por aqui.
– Mas o que vamos fazer? – perguntou Gina. – Não podemos ficar parados esperando que ele faça algo de ruim.
– O Mapa do Maroto! – disse Harry, correu para seu quarto e voltou alguns segundos depois carregando-o. – Prometo solenemente não fazer nada de bom.
Viram McGonagall passar pelos corredores, alguns minutos depois Snape, mas nada de Lúcio. Aquilo não os ajudara em nada, mas ainda assim levavam vantagem em poder cuidar os passos de Lúcio sem serem vistos.
Alguns minutos depois, e já desanimados, decidiram ir dormir, o dia da primeira fase do torneio estava chegando, e junto com ela as aulas. Nada de estranho havia acontecido durante o tempo entre o natal e o ano novo. Durante o jantar do último dia de férias, Dumbledore novamente animou-se em dizer algumas palavras.
– Prometo ser breve. – disse ele sorrindo percebendo a fome dos alunos. – O Torneio entre as escolas começarão na terça-feira, e funcionará da seguinte maneira: A partir de terça feira, estendendo-se até os próximos treze dias será realizadas as provas. Um profissional selecionará as perguntas. Começaremos na terça com Adivinhação, quarta Artimancia, quinta Astronomia, sexta Defesa contra as Artes das Trevas, segunda Feitiços, terça Herbologia, quarta História da Magia, quinta Poções, sexta Transfiguração e segunda Trato das Criaturas Mágicas. Bom jantar!
Alguns estavam animados pelo início do Torneio, mas Harry, Rony, Hermione e Gina poderiam adiar aquilo por mais alguns dias. Luna estava maravilhada a noite toda falando sobre isso no ouvido de Rony que ele encarava Harry com uma cara de raiva, Hermione ria por dentro por causa daquela situação.
Começariam o dia seguinte com uma animadora aula de Poções, com o professor que mais “gostavam”, Snape, que, além de entrar de cara amarrada na sala, era um defensor de Malfoy e seus amiguinhos desprezíveis.
– Abram os livros na página 295. – disse Snape antes mesmo de sentar-se em sua mesa, encarou-os severamente.
– Poções indispensáveis em um confronto. – leu Hermione.
– Vejo que sabe ler, Srta Granger. – disse Snape encarando-a com desprezo. – Talvez queira ler todo o livro com atenção e fazer um resumo dele no final do ano, do contrário, mantenha-se calada.
– Desculpe, professor. – disse Hermione encabulada. Malfoy e seus amigos riam alto.
Snape começou sua aula falando sobre as mais conhecidas poções para se usar em inimigos, e as poções fatais que foram banidas dos livros. A aula ficara tão chata que Rony não conseguia prestar atenção em nenhuma palavra, e Harry parecia sentir-se da mesma forma. Rony pegou sua pena e escreveu devagar em um canto da sua folha “No que está pensando?”. Harry encarou-o e então escreveu em uma folha “preciso avisar Snuffles (nome que usavam para se referir a Sirius), acho que ele pode estar sabendo de algo”. Rony encarou o amigo, e então voltou os olhos para Snape que os encarava constantemente.
A aula finalmente havia acabado, agora tinham que aturar uma “emocionante” aula de Herbologia, aprenderam um pouco sobre legumes estranhos e algum tipo de cenoura que costumava disfarçar-se de tomate assim que alguém se aproximasse. Para Neville aquilo era fantástico.
Durante a tarde tiveram uma aula boa, desta vez com Hagrid, Trato das Criaturas Mágicas, que agora se preocupava em passar matéria, não queria correr o risco de haver mais algum incidente para cair sobre as costas de Dumbledore, e mesmo sobre protesto de alguns alunos, Hagrid não voltou atrás em sua decisão.
Após a aula de Hagrid, Harry e Rony voaram para seu quarto e pegaram um pedaço de papel e uma pena.
“Sirius
As coisas por aqui vão bem, espero que aí esteja tudo OK também.
Preciso lhe contar algo suspeito, Lúcio Malfoy está em Hogwarts, Hagrid diz que o Ministério o mandou para ‘supervisionar’ Dumbledore durante o Torneio, já que Lúcio está louco para que ele seja mandado embora de Hogwarts.
Apesar de Hagrid duvidar, achamos que Lúcio possa sabotar alguma prova, para que Dumbledore passe por incompetente, e assim, se o Ministério quiser, sendo expulso de Hogwarts, e Lúcio tenha passe livre para freqüentar o local.
Eu não sei o que possa estar acontecendo, mas com certeza você deve ter mais detalhes sobre isso, já que aqui em Hogwarts as coisas são, praticamente, abafadas pelas paredes.
Mande lembranças a Bicuço.
Harry”.

Correu até Edwiges, lhe fez um carinho agradável na nuca e largou-a da janela para que fosse até onde Sirius estava, virou-se para Rony e sorriu aliviado, como se tivesse tirado algum tipo de fardo dos ombros, embora ele não soubesse porque havia se preocupado tanto com isso.
– E agora o que vamos fazer? – perguntou Rony desanimado.
– Não sei. – disse Harry pegando o Mapa do Maroto. – Prometo solenemente não fazer nada de bom.
Após alguns minutos desativou-o e guardou-o no bolso.
– Nada. – concluiu Rony.
Saíram do quarto e encontraram com Gina que estava saindo de seu quarto, ela sorriu ao vê-los. E continuou seu caminho ao lado deles. Harry e Rony contaram-lhe que enviaram uma carta para Sirius.
– Vocês fizeram muito mal! – disse Gina.
– Por que? – perguntou Rony. – Você está andando muito com Hermione, vive nos questionando agora.
– Sirius se preocupa com você, Harry. – disse Gina. – E certamente vai dizer a Dumbledore que desconfiam de tudo, Sirius não vai permitir que você se envolva com Lúcio.
– Sirius querendo ou não eu já estou envolvido. – disse Harry. – E não há nada que ele ou Dumbledore possam fazer sobre isso.
Enquanto caminhavam em direção aos jardins, Hermione apareceu de mãos dadas com Krum, estava sorridente, e ao ver Harry puxou-o em direção aos amigos, desta vez Krum não dissera nada a Rony. Hermione cumprimentou Harry e Rony, abraçou Gina e escorregou sua mão para dentro do bolso de seu casaco, fazendo a garota notar, quando saiu dali com Krum, Gina pegou o bilhete e leu em voz baixa, alto o suficiente para que os dois escutassem.
– “Lúcio acaba de ir para Hogsmeade com Snape, encontrarei vocês lá”.
– Quê? – falou Rony incrédulo. – Mas... como ela conseguiu?
– Não importa. – disse Gina caminhando rápido, os outros a seguiram. – Vamos até lá.
Foram até Hogsmeade, a movimentação era a mesma, não havia nada de diferente por lá, não viram Snape, tão menos Lúcio. Foram até o bar que costumavam freqüentar, e sentaram-se em uma mesa próxima da porta. Alguns minutos depois, Hermione entrou batendo a porta.
– O que fazem aqui? – perguntou Hermione.
– Você nos mandou aqui. – disse Rony fechando a cara.
– Ah por favor! Não mandei vocês virem aqui. – disse Hermione puxando Gina pelo braço, os outros seguiram as duas até a rua, Hermione apontou para um outro bar. – Mandei vocês irem lá!
– Mas é proibido. – retrucou Rony. – Harry já entrou lá uma vez, mas com a capa, na época de Petter Pettigrew.
– Mas eu pensei que vocês iriam entender. – disse Hermione. – Snape e Lúcio nunca iriam a um bar freqüentado por estudantes!
– Tudo bem. – disse Harry, correu pela estrada. – Vou até Hogwarts.
– Agora nós esperamos. – disse Gina sentando-se em um banco ali perto.
Sentaram-se ao lado dela, cuidando o bar onde, supostamente, Lúcio e Snape estariam, Harry correu até Hogwarts e em meia hora estava de volta, estava exausto e parecia com falta de ar, Rony levantou-se e deixou que o amigo sentasse em seu lugar, Gina apressou-se em buscar suco de abóbora no bar em que estavam antes.
– Estou bem. – disse Harry após tomar o suco. – Rony, você vem comigo?
– E vai dar? – perguntou Rony olhando a pequena capa.
– Acho melhor não. – disse Hermione. – A capa é pequena, não seria nada agradável que eles vissem um braço voador, ou um pé.
– Tudo bem. – disse Harry.
Foram até um lugar onde não havia pessoas circulando, e lá Harry enfiou-se debaixo da capa, caminhou às pressas até o bar, e entrou rapidamente atrás de um outro bruxo barbudo e velho. Rony, Hermione e Gina ficaram atrás de uma pedra próxima da porta.
Harry caminhou pelo bar, mas não havia nada por lá, nem sinal dos dois, circulou um pouco, e apressou sua visão por todos os cantos, mas não havia nada ali.
– Leve isto para o Sr. Malfoy. – Harry ouviu alguém dizer. – Estão na sala particular dos fundos.
Harry seguiu um homem alto e gordo que carregava uma bandeja com duas taças de prata, nelas havia uma bebida vermelha, cujo Harry supôs ser vinho. Os dois estavam sentados a frente de uma pequena mesa de madeira mal feita e estragada, haviam caixotes onde estavam sentados. Assim que o homem entrou, Snape encarou-o com desprezo, o homem largou as taças em cima da mesa, e Lúcio fez um sinal para que saísse rapidamente.
– Quero que saiba que não vou compactuar com isso. – disse Snape assim que o homem saíra.
– Você conhece as regras, Snape. – disse Lúcio tranqüilamente, bebeu um gole de sua taça.
– Eu nunca disse que aprovava as regras. – retrucou Snape mal-humorado.
– Mas as aceitou. – disse Malfoy sorrindo.
– Diga a seu Mestre que se quiser algo de mim terá que vir me buscar. – disse Snape ferozmente.
– Como ousa profanar aquele que lhe acolheu? – perguntou Malfoy com um olhar superior, porém com o mesmo tom. – Não pense que estando ao lado daquele velho maluco vai estar protegido, Snape, todos voltam, e você voltará.
– Tome isto como quiser. – falou Snape. – Eu não farei o que me pede, Lúcio. Não seguirei esse que você tanto vangloria. Eu não preciso da sua piedade. Você pensa que “este velho maluco” não conhece os problemas que trás para dentro de sua casa?
– Ora, por favor. – retrucou Malfoy com um sorriso largo no rosto. – Que diferença faz para meu Senhor o que ele pensa? Este lugar é grande demais, meu amigo, e até mesmo aquele velho falha às vezes.
– Não direi nada para ele. – respondeu Snape levantando-se. – Mas não é em consideração a você, ou quem tenha lhe mandado. Mas sim porque ele sabe o que lhe aguarda, e acredite, vai estar preparado para isto.
E assim Snape passou por Harry e saiu pela porta, Harry o seguiu. Saíram do bar exatamente no momento em que Rony, Hermione e Gina pularam para trás da pedra, e então harry foi até eles, esperaram Lúcio sair, o que não demorou cinco minutos e então Harry lhes passou toda a história.
– Quem é “este velho”? – perguntou Gina.
– Acho que Dumbledore. – respondeu Harry. – Lúcio está armando alguma, mas Snape não está do seu lado. Parece que Dumbledore não se enganou a respeito dele.
– Mas também não vai avisar Dumbledore. – disse Rony. – Snape está sendo esperto, e apenas isto.
– Como? – indagou Hermione.
– Se Snape voltar para Você-Sabe-Quem agora, ele será morto. – respondeu Rony engolindo a seco. – Se ele ficar ao lado de Dumbledore terá mais proteção. Mas também sabe que se não intervir nos planos de Você-Sabe-Quem terá mais chances de ser esquecido, nem que seja por enquanto.
– Você tem razão. – disse Harry. – Snape não está ajudando, mas também não está nos prejudicando, porém ele sabe dos planos de Lúcio, e temos que descobrir antes que seja tarde de mais.
– Ah sim. – disse Rony ironizando. – Vamos lá oferecer um suco para ele e esperar até que ele nos conte tudo.
– Se não perdesse tanto tempo com suas piadinhas poderia nos ajudar em alguma idéia inteligente. – retrucou Hermione.
– E se você não passasse tanto tempo com Krum, talvez lembraria que tem amigos, e que um deles corre grandes perigos! – retrucou Rony.
– Não meta Vítor nisso. – respondeu Hermione. – E além do mais, acho que deu para perceber que meus olhos e ouvidos continuam alerta mesmo não estando perto de vocês!
– Já chega! – gritou Gina. – Acho que está na hora dos dois pararem com essa brincadeira toda e fazerem algo que nos ajude, poxa!
– Vou para Hogwarts. – disse Hermione de cara fechada, saiu batendo o pé.
Harry, Rony e Gina ficaram ali por alguns minutos, tentando descobrir se algum detalhe da conversa havia escapado de seus ouvidos. Harry fez uma cara de espanto e então congelou, depois se voltou para os amigos.
– Acho que Voldemort vem para Hogwarts.
– Quê? – disse Rony.
– Impossível. – emendou Gina.
– Snape disse que Voldemort teria que vir buscá-lo. – disse Harry, os amigos gelavam toda vez que ele dizia “Voldemort”. – E Lúcio dissera que Hogwarts era grande demais, e que até Dumbledore poderia falhar. Ele vai vir.
– Mas não será tão fácil quanto ele pensa. – disse Gina tentando acreditar nas próprias palavras.
Durante a noite Harry ficou acordado tentando não pensar na conversa de Lúcio e Snape, mas não adiantava pois as palavras apareciam em sua mente, e ele não conseguia fazê-las desaparecer. Como uma pessoa poderia ser tão generosa como Dumbledore? Como ele arriscava colocar dentro de Hogwarts um Comensal da Morte? Harry escutou os roncos de Rony e viu ao lado de sua cama o Mapa do Maroto.
– Prometo solenemente não fazer nada de bom. – cochichou Harry dando uma batida com a varinha no papel.
Letras começaram a aparecer no papel, Harry bisbilhotou toda Hogwarts com atenção, quando chegou ao último andar, viu “Lúcio Malfoy” se dirigindo aos jardins, num pulo ele saltou da cama, calçou seus sapatos vestiu um casaco e quando estava saindo derrubou um pequeno metal no chão, fazendo um barulho terrível.

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