O Livro de Hermione
– Era de se esperar. – disse Rony irritado.
– Aquiete-se aí, Weasley. – disse Krum mais irritado ainda. – Hermioniie é minha namorada, eu mudei de escola no meu último ano por ela! Eu briguei com meus pais por ela! E estou aqui agora, esperando notícias dela! Ainda acha que faria mal a Hermioniie?
– Talvez. – disse Rony um pouco mais calmo. – Por que a deixou ir sozinha até a Floresta Proibida, aliás, por que a deixou ir?
– Eu não sabia. – disse Krum. – Hermione estava estranha ontem, dei o colar a ela, chamou de lixo e saiu correndo com um livro estranho na mão. Não falei mais com ela depois disto, foi para meu quarto, estou cheio de dever.
– Livro? – disse Gina erguendo um livro. – Este livro?
– Não. – disse ele. – Era outro, um vermelho vinho. Ela estava na rua lendo-o quando cheguei, conversamos um pouco então reparei que ela estava diferente, então dei a ela o colar e ela o jogou longe, chamou de lixo e simplesmente foi embora.
– Ela jogou fora o colar? – perguntou Harry desconfiado. – Como poderia estar com ele agora?
– Não sei. – disse Krum. – Por isso fiquei surpreso ao vê-lo.
As portas da Ala Hospitalar finalmente se abriram, não havia mais ninguém ali, apenas Hermione que estava deitada na primeira cama, estava acordada, mas tinha dificuldades para falar, e parecia muito cansada. Rony e Krum disputaram para entrar primeiro, mas Gina acabou puxando o irmão.
Krum aproximou-se e acariciou os cabelos de Hermione, ela sorrio ao vê-lo, mas ficou demasiadamente mais feliz ao ver Harry, Rony e Gina. Hagrid ainda estava preocupado com o estado da garota.
– Como ela está? – perguntou Hagrid.
– Agora, bem. – disse a mulher. – Mas foi difícil acordá-la, não sei o que fizeram com ela, mas foi necessário uma poção e duas seções de “Enervate”
“Enervate” é um feitiço que faz com que a vítima se movimente, se mexa. Às vezes é usado para fazer voltar a si alguém que sofreu algum desmaio.
– Hermione. – disse Vitor aproximando-se dela, ergueu o colar. – Trouxe isto para você.
– É linda Vítor. – disse ela quase sem voz, segurou o colar em mão fechada contra o peito. Fez um sinal para que Harry se aproxima-se, ele curvou-se sobre ela, então ela engoliu algo seco e disse com dificuldade. – O Pomo... o Pomo de Ouro, Harry.
– O que tem ele, Mione? – perguntou ele delicadamente.
– Não... – disse ela com dificuldade, começou a tossir seco. – Não pegue... Harry... O Pomo.
– Está bem. – disse a mulher afastando-os. – Deve sair agora, estão deixando-a muito agitada. Vamos, saiam!
– Espere. – disse Rony. – Não há ferimentos, não há nada?
– Pneumonia, garoto. – disse a mulher. – Essa noite foi muito fria, ela vai se curar dentro de alguns dias. Mas devem ir embora, precisa de descanso.
Durante os dias que se passaram foram proibidos de entrar na Ala Hospitalar, viram Dumbledore e McGonagall entrar algumas vezes, visitas rápidas, mas ninguém lhes passava uma informação decente, “vão descansar, ela está bem”, “está melhorando”. Apesar da preocupação com a saúde de Hermione, Harry não podia deixar de se preocupar com a tal história do Pomo.
– Como ela está e não está com suas coisas? – indagou Gina.
– Do que está falando? – perguntou Rony.
– Ela estava com um livro vermelho, e não estava com o colar. – disse Gina caminhando de um lado para o outro. – Depois ela simplesmente estava com o tal livro do Pomo e o colar, isso é estranho, alguém fez isso, trocou os objetos enquanto ela estava desmaiada.
– Isso é tão doentio. – disse Rony. – Ver uma pessoa desmaiada e não ser capaz de ajudá-la.
– Eu só consigo pensar nesse tal Pomo. – disse Harry. – Só uma coisa muito importante faria Hermione entrar na Floresta àquela hora.
– Talvez ela não tivesse entrado. – disse Gina. – Alguém pode tê-la levado até lá, Mione não seria tão louca de entrar sozinha naquele lugar.
– Vamos esperar ela acordar. – disse Rony. – Perguntamos para ela.
– O jogo de Quadribol está próximo. – disse Harry. – E ela disse claramente, não pegue o Pomo!
– Podemos ver Hermione? – disse Rony impaciente batendo na porta da Ala Hospitalar.
– Sejam breves. – disse a mulher.
Hermione estava sentada, ao pé da cama havia alguns doces e flores, Rony havia pego muitas flores para ela. Parecia estar melhor, e estava também mais corada.
– Mione. – disse Rony sorrindo ao se aproximarem.
– Mandou-me o bosque inteiro. – disse ela rindo.
– Como está se sentindo? – perguntou Harry.
– Agora com vocês aqui, bem melhor. – disse ela.
– Mione, desculpe a indelicadeza. – disse Gina. – Temos aula daqui a pouco e não sabemos quando poderemos vê-la de novo. Então, o que quis dizer com o Pomo de Ouro?
– Vítor me contou que antigamente muitas brigas e discussões era resolvidas pelo Quadribol, então fui pesquisar no livro “Pomo de Ouro – vitória e destruição” mas achei estranho que só havia relatos de vitórias. Um dia fui visitar Hagrid e percebi que perto da casa dele o livro se desfigurava, ficava num tom vermelho, meio vinho e havia relatos apenas de destruição.
– E o que isso tem a...
– Foi nesse dia que Vítor me deu o colar. – disse Hermione interrompendo Gina. – Ele disse que era o colar da mãe dele, e que já foi da avó. Estava tão estressada dele me perseguir por todos os lados que joguei-o longe e fui embora dali. Naquela noite resolvi voltar, para terminar de ler o livro e encontrar o colar. E o encontrei, estava brilhando na Floresta, como era bem na entrada não pensei que teria problema. Fui tão estúpida.
– Corajosa. – disse Gina.
– Mas o livro ficou prata. – disse Hermione ignorando o que Gina dissera. – E nele dizia “Destruição, morte” várias vezes, pensei que tivesse enlouquecido, abri o livro e vi um relato de um garoto que havia sido azarado, e logo me lembrei de você. Quando fechei-o para ir embora estava escrito na capa “Harry Potter – Pomo – Morte”, eu fiquei tão assustada, me levantei para ir embora, mas minhas pernas falharam, e eu cai, não lembro de mais nada.
– Há alguma possibilidade disso ser delírio? – perguntou Harry.
– Não. – disse ela. – Eu sei o que vi.
– Você disse que o livro mudava na Floresta. – disse Gina. – Quando encontramos você, ele estava normal, como eu o havia visto aquele dia, no café da manhã.
– Eu sei que soa estúpido. – disse Hermione assustada. – Mas não arrisque, Harry.
– O que um Pomo poderia me fazer? – indagou Harry.
– A taça do Torneio Tribruxo também não aparentava fazer mal algum. – disse Rony.
– Garotos. – interrompeu a mulher. – Devem ir para as suas aulas.
Estavam saindo, quando Hermione segurou a mão de Rony.
– Não diga a Vítor que esteve aqui. – disse ela. – Senão ele irá querer vir com vocês.
– Não direi. – disse ele sorrindo para ela. – Se cuide, Mione.
– Não. – disse ela sorrindo delicadamente. – Vocês se cuidem!
A aula de Adivinhação passou mais devagar que o de costume, Harry e Rony passaram a aula toda cochichando sobre o tal Pomo de Ouro. Harry não pretendia pegá-lo, mas também não queria que outra pessoa morresse em uma armadilha que havia sido feita para ele.
– Vou pegar o Pomo. – disse Harry.
– Está maluco? – perguntou Rony.
– Deve ter sido alguém da Sonserina que fez isso com Mione. – disse Harry. – Veja bem, se alguém quisesse me fazer mal, nunca deixaria que Mione sobrevivesse, principalmente ela sabendo dos seus planos. Deve ter sido algum encantamento que Malfoy colocou no livro, e depois livrou-se dele dando um golpe para que Mione não percebesse, trocou o livro enfeitiçado por um normal.
– Pode ser. – disse Rony. – Mas se foi o desgraçado daquele Malfoy, vai se arrepender do dia em que nasceu.
– Eu vou pegar o Pomo. – disse Harry. – Hermione deve apenas estar um pouco impressionada.
Os dias passaram, Rony ia todos os dias fazer uma visitinha para Hermione, escondido é claro, para que Vítor não o visse, pois ficava boa parte do dia de sentinela na porta. Não comentara com Hermione que Harry pretendia pegar o Pomo.
Finalmente o grande dia chegara, estavam entrando em campo, Grifinória contra Sonserina. Harry logo avistou o Pomo de Ouro, e foi atrás dele por vários minutos. Rony defendeu cada lance espetacularmente, a sensação de Krum o estar assistindo o fez se animar, ele não era mais o astro agora. Gina esteve bem, estava preocupada com a decisão que Harry teve de pegar o Pomo, e isso prejudicou um pouco seu jogo. “20 a 10 para Grifinória”. “30 a 30, jogo empatado!”.
– Vamos Harry. – dizia Ron. – Pegue logo esse Pomo.
“40 a 30 para Sonserina”.
– Chega de brincadeira. – disse Harry para si mesmo.
Segurou firme a Firebolt e voou o mais rápido que pôde em direção do Pomo, desviou de balaços pelo caminho, e então estendeu a mão, protegendo o rosto com a outra, nunca desejou tanto uma coisa na vida, como desejara que nada desse errado, a mão direita alcançou o Pomo e a mão fechou-se contra ela. Harry surpreendeu-se por nada ter lhe acontecido.
“Grifinória ganha por apenas 50 pontos. 190 a 140!”.
No outro dia Hermione ganhou alta. A primeira coisa que fez foi desculpar-se por ter passado uma informação errada para os amigos, e por ter preocupado Harry durante o jogo, sentia-se culpada, mesmo que eles tivessem ganhado.
– Eu queria que ganhassem! – disse ela triste. – Eu juro que queria, foi o que eu vi, Harry, não inventei nada, eu juro!
–Ei. – disse Harry sorrindo. – Sabemos disso Hermione, não se preocupe.
– Hermioniie! – Krum sufocou um grito de felicidade ao vê-la, correu para abraçá-la, e beijou-a. – Quando foi que saiu da enfermaria? Não me informaram nada!
– Acabei de sair, Vítor. – disse ela sorrindo.
– Onde está Neville? – perguntou Ron a Harry, só para que pudesse sair dali. – Acho que vou procurá-lo.
– Quer dar uma volta, Gina? – perguntou Harry.
– Claro. – disse ela.
Foram até a rua, caminharam em volta do lago e sentaram-se abaixo de uma árvore ali perto. Fazia muito tempo que não passavam algumas horas sozinhos, desde o ano anterior, não falaram mais de seu relacionamento. Mas Gina não queria pressioná-lo de nenhuma forma.
– Que loucura tudo isso que aconteceu. – disse ela.
– É mesmo. – disse ele, encarou-a.
– O que foi? – perguntou ela insegura.
– É tão difícil ficar longe de você. – disse ele triste.
– Não quero lhe pressionar Harry. – disse Gina. – Mas me sinto segura aqui em Hogwarts, entendo seus motivos e os respeito, mas acho que enquanto Dumbledore estiver aqui nada de ruim pode nos acontecer.
– Eu sei Gina. – disse Harry. – Mas um dia você terá que voltar para casa, e lá não há essa proteção.
– Rony e Hermione são seus melhores amigos. – disse Gina. – Se Você-Sabe-Quem quiser lhe atingir de alguma forma, usaria eles, Harry. Namoradas vêm e vão, mas amigos verdadeiros ficam, para sempre.
– Gina. – disse Harry inseguro acariciando-lhe a face. – Eu te amo tanto, não suportaria que lhe fizessem mal.
– Mas suporta ficar longe de mim. – disse Gina triste, lágrimas brotavam de seus belos olhos. – Não quero ser mesquinha, Harry. Mas tem sido muito difícil, eu te amo e você me ama, mas não podemos ficar juntos. Um dia vou ter que encontrar outra pessoa, e você também, em que vai ter valido todo esse amor quando esse dia chegar? Você nunca vai poder amar outra pessoa?
– Tenho esperanças de matar Voldemort para sempre. – disse Harry. – Mas preciso acabar primeiro Hogwarts, preciso ficar mais experiente. E então poderemos ficar juntos, porque eu vou te esperar para sempre Gina, mesmo que você encontre outra pessoa, eu vou esperar você voltar.
– Eu vou te esperar também. – disse Gina. – Eu amo você e nunca vou amar outra pessoa, te amei no momento em que te vi, e não te esqueci mais. Mas eu não quero ter essa insegurança, e se você enfrentar Você-Sabe-Quem e não voltar? Não gosto de pensar nisso, mas e se acontecer? Não quer que nada de ruim aconteça comigo, mas eu também não quero que aconteça com você. Esse é o seu último ano, quando sair daqui não vai precisar ir para a casa de seus tios, então pode ir para Toca conosco, se for o caso Dumbledore lança um feitiço lá para que esteja protegido, eu posso implorar isso à Dumbledore ou até alguma atitude do Ministério da Magia, mas Harry...
Suas palavras foram interrompidas por um beijo, ela estava derretendo em lágrimas, quando ele a beijou, foi como se nunca tivessem se beijado antes, foi mágico e especial, Gina não tinha certeza se eles haviam voltado, ou se aquilo foi apenas para lhe acalmar, mas foi perfeito.
– Gina. – disse ele alguns minutos depois. – Vamos fazer o seguinte: deixe esse ano correr normalmente, vamos tentar ficar afastados, final do ano volto com você para a Toca e conversamos com sua mãe, se para ela estiver de acordo, eu me viro em um lugar para morar e namoramos. Tudo bem?
– Eu já disse que lhe esperaria. – disse ela segurando as mãos dele. – Eu te amo Harry.
– Eu também Gina. – disse ele abraçando-a forte. – Eu juro que se sua mãe não quiser que eu arrisque sua vida, eu arrumo um jeito, mas eu acabo com Voldemort, eu juro, vamos ficar juntos, Gina. Ahh eu te amo tanto.
– É tão bom ouvir isso. – disse ela ainda abraçada. – Você me ignorou o ano inteiro.
– Não ignorei. – disse ele encarando-a. – Eu não podia dar bandeira na frente de seus pais, e só agora conseguimos ficar algum tempo juntos, Gina.
– Tudo bem, Harry. – disse Gina. – Mas não vou me afastar de você, vamos continuar o que estamos fazendo desde o início do ano, seremos amigos, ta legal?
– Ta bom. – disse ele beijando-a. – Ta bom minha lindinha.
Levantaram-se e sorriram um para o outro caminharam para dentro do castelo, estava na hora do almoço, era sexta-feira, e aquele dia ficaria gravado na mente e no coração de Harry. Gina e Harry sentaram-se juntos na mesa. Rony e Hermione sentaram.-se de frente para eles. Krum sentara o mais próximo possível da mesa em que Hermione estava, e parecia que iria comê-la com os olhos.
Ron percebeu isso, mas não quis comentar nada, há muitos dias havia aprendido a controlar seus ciúmes, e todos perceberam isso, o que deixou Krum mais aliviado, pois para ele parecia que Ron havia esquecido Hermione.
Aquele era o último ano de Harry, Ron e Hermione em Hogwarts e eles freqüentemente se pegavam lembrando de tudo que lhes havia acontecido. Estavam mais maduros, inteligentes e corajosos. Aquele ano poderia resolver a vida deles, já estava certo que manteriam contato seja lá onde estivessem, Harry havia contado a Ron o que ocorrera entre ele e Gina durante a manhã, e ele ficou satisfeito com a decisão, sempre apoiando os dois, mas no fundo desejava mesmo que exatamente isso acontecesse com ele e Hermione, mas a cada dia que passava, parecia que a menina estava cada vez mais firme com Krum.
Naquela noite encontraram-se por acaso na sala comunal da Grifinória. Ficaram algumas horas conversando sobre coisas sem importância, mas logo o assunto mudou.
– Você-Sabe-Quem anda muito quieto. – disse Ron.
– Dumbledore está aqui. – disse Gina. – O que ele poderia fazer? Você-Sabe-Quem não deve estar muito forte, chamando todos os Comensais para baixo de seus olhos, deve estar precisando de proteção.
– Pode não estar forte. – disse Hermione. – Mas continua esperto. Um tornado nunca avisa quando vai chegar.
– Aquela história do expresso. – disse Ron. – E depois essa história maluca da Hermione, seja lá que ligação isso tenha, mas a raiz está implantada aqui em Hogwarts. E não duvido nada que seja alguém que tenha vindo de fora.
– O que quer dizer? – perguntou Hermione desconfiada.
– Ora Hermione. – disse Ron. – Aquele Igor Karkaroff nunca foi uma pessoa exemplar, e quem era o protegido dele?
– Suas desconfianças estão passando dos limites. – disse Hermione chateada. – Vítor nunca faria nada para me prejudicar, Rony!
– Como pode ter certeza, Hermione? – perguntou ele.
– Porque ele me ama, Rony. – respondeu Hermione levantando-se. – E quem ama não deseja o mal para o outro.
– E você? – perguntou Rony. – Você o ama, Hermione?
– Bem... – enrolou ela. – E no que isso importa?
– Protege tanto ele. – disse Rony. – Você o ama?
– Não Rony. – disse Hermione com um leve brilho de lágrimas nos olhos. – Eu não o amo, mas talvez um dia eu chegue a amar, porque estou cansada de esperar o amor de quem não é capaz de oferecê-lo.
E assim Hermione foi para seu quarto, Gina a seguiu depois de encarar severamente seu irmão, Harry não dissera nada, achava aquilo tudo uma burrice dos dois. Hermione não podia ser mais direta em suas indiretas, e Rony não podia ser mais cego do que era.
O final de semana passou sem muitos atrativos, Hermione passava mais tempo com Krum do que de costume, Rony as vezes andava com Neville e assim deixava Harry e Gina sozinhos, e dificilmente eles conseguiam segurar a tentação e acabavam se beijando em algum lugar escondido dos olhares.
– Como se sente Weasley? – zombou Malfoy ao vê-lo com Neville, Hermione e Krum passavam por perto e pararam para ouvir o que ele iria dizer. – Sua ex-namoradinha anda com o Krum para cima e para baixo, sua irmãzinha não larga as calças do Harry. E você foi afogar suas mágoas com Neville?
Goyle, Crabble e Pansy caíram na gargalhado enquanto Ron, por sua vez, nem ergueu os olhos do livro que estava lendo.
– O que foi? – zombou Malfoy novamente. – Seu namoradinho o proibiu de falar sobre o relacionamento, foi?
– O que foi Malfoy? – disse Hermione aproximando-se. – Qual seu problema afinal? Não lida bem com a indiferença dos outros? Porque aqui é isso que você é, apenas mais um, eu não sou puro-sangue como você, mas existem tantos trouxas que são estúpidos e medíocres exatamente iguais a você, mas sabe de uma coisa, eles enxergam os valores da vida. Os trouxas sabem valorizar bons amigos, você nem isso consegue! Você vê uma amizade verdadeira como é a minha com o Rony, o Harry e a Gina e faz disso o sétimo pecado capital. Você tem inveja, Malfoy, olhe os seus amigos, não vão erguer uma só mão para te proteger, isso é a amizade que você tem? Tenho pena de você Malfoy, pena.
– Sua sangue-ruim. – disse ele segurando-a pelo braço com força. – Você se acha muito inteligente, não é mesmo. Mal sabe você que riscos essa amizade verdadeira pode lhe causar.
– Isso é uma ameaça, Malfoy? – perguntou-se Rony levantando-se atrás dela. – Cuidado com a sua língua!
– Solte-a. – ordenou Krum aproximando-se. – Senão vou me ver forçado a partir para agressão física.
– Você apanhou deste palerma aí. – disse Malfoy gargalhando, soltou Hermione. – Que medo eu tenho de você.
– E você apanhou de mim, Malfoy. – disse Hermione orgulhosa. – E não me preocuparia em repetir a dose.
Malfoy se esquivou, mas continuou às gargalhadas, Krum puxou Hermione para longe, mas ela ainda pode escutar Rony falar baixinho a Malfoy “se se aproximar novamente de Hermione, eu te mato Malfoy”. Hermione puxou Krum até uma sala parcialmente vazia.
– Preciso falar com você. – disse ela. Várias coisas passaram por sua cabeça, o que vou dizer? “Obrigada por me amar, por me adorar, por me idolatrar, mas eu estou confusa”.
– O que foi? – perguntou ele desconfiado.
– Olha Vítor. – disse ela colocando as mãos para trás da nuca, iria começar a tirar o colar que ele havia lhe dado. – Eu sei que veio para Hogwarts por minha causa, mas...
– Você disse que não namoraria comigo por causa da distancia. – disse ele meio confuso, parecia mesmo muito triste. – Não entendo, Hermioniie.
– Eu também não entendo. – disse ela segurando o colar. – Sinto muito Vítor.
– Foi algo que eu fiz? – perguntou ele desanimado.
– Não, você não fez nada de errado. – disse ela. – Absolutamente nada. Só que eu me sinto confusa.
– Weasley. – disse ele com raiva. – Acho que tenho o direito de saber o que há entre vocês, Hermioniie.
– Nada. – disse ela assustada. – É que tudo isso que aconteceu, sobre a Floresta, preciso ficar ao lado dos meus amigos. Eu gosto muito de você Vítor, mas não ficarei tranqüila sabendo que eles podem correr perigo, nunca me perdoaria se acontecesse alguma coisa e eu não estivesse lá para apoiá-los, eles sempre estiveram ao meu lado.
– Mas eu nunca pedi que se afastasse deles. – retrucou Krum.
– Eu sei que não. – disse Hermione. – Mas seria estranho namorarmos e quase nunca estarmos juntos. Logo começaríamos a cobrar isso um do outro, e com certeza brigaríamos, desculpa por tê-lo feito sair de sua escola.
– Não se preocupe. – disse Krum levantando-se. – Só não me devolva esse colar, você me pede um tempo, e eu lhe dou um tempo. Mas quando ele acabar e você realmente não quiser mais ficar comigo, permitirei que me devolva. Só não esqueça que eu te amo, Hermioniie, e que eu sempre lutei por você, ao contrário do seu amigo.
Hermione não conseguiu dizer mais nada, ele caminhou rapidamente pelo corredor, Ron, Gina e Harry que estavam passando na hora viram-no passar com a mão tampando o rosto, e alguns segundos depois Hermione apareceu na porta, olhou para os lados para tentar encontrá-lo, o colar ainda na mão, mas ele já havia sumido.
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