Cartas, somente Cartas
Rony arrumava suas coisas ao pé de sua cama, Harry fazia o mesmo, mas estava um tanto confuso.
- Rony, de quem você acha que são todas aquelas cartas que as corujas trouxeram? – quis saber Harry, sentando em sua cama e fixando o olhar em Rony.
Rony agora estava sentando-se ao lado de Harry, e passou o seu braço esquerdo no ombro de Harry.
- Bom, só saberemos se lermos, não concorda? – respondeu Rony, dando tapinhas nas costas de seu amigo.
- Harry, Rony, vocês vão descer? Eu já arrumei as minhas coisas, e estava pensando em escrever para os meus pais, e você Rony, deveria fazer o mesmo, e avisar que nos mudamos. – disse atropelada Hermione, que entrava no quarto sem pedir licença e indo se sentar na cama oposta – a de Rony – e os olhava como se estivessem vendo pela primeira vez.
- Hermione, não foi você que implicou comigo por entrar no quarto de Harry sem pedir licença? – retrucou Rony com um ar de superioridade.
- Sim, Rony, fui eu, mas naquela ocasião você entrou apenas com aquela toalha enrolada na cintura, e eu entrei aqui sem pedir licença porque sabia que nenhum dos dois estaria sem roupas. – disse Hermione cansada, como se estivasse explicando pela décima vez que dois mais dois não são três.
Assim os três saíram do quarto e foram até a cozinha. Hermione segurava nas mãos três garrafas de cerveja amanteigada que acabara de pegar na despensa.
- É, parece que alguém andou tomando conta da casa. – disse Hermione sentando-se na cadeira da mesa. Harry e Rony fizeram o mesmo, Rony se sentou ao lado de Hermione, e Harry em frente deles.
Não houve tempo para mais nenhuma palavra, as coruja que deviam estar no hall, entram voando pela cozinha e pousaram todas na mesa em frente aos garotos.
Harry retirou um pedaço de pergaminho de uma bela coruja marrom das torres, desdobrou o pergaminho, e a coruja voou em disparada pela porta que dava acesso á cozinha.
- De quem é? – perguntou Rony, olhando curioso o rosto de Harry.
Harry limpou a garganta e leu em voz alta, para que seus amigos pudessem ouvir.
“Harry, Rony e Hermione
Tomem cuidado, os três, nesse momento é arriscado sair por ai sem avisar ninguém, foi uma tremenda irresponsabilidade a de vocês. Espero que estejam bem, e não saiam daí por nada nesse mundo, enquanto ficarem ai dentro, estarão protegidos. Espero vê-los em breve.
Minerva McGonagall”.
- McGonagall? – Sussurrou Hermione. – Mas como ela ficou sabendo que havíamos saído da casa de seus tios?
- Acho que do mesmo jeito que todos os outros. – disse Harry apontando para todas as corujas em cima da mesa.
Os três se olharam por um momento, e sorriram ao ouvir Harry dizer.
- Pessoal, se alegrem, pelo menos ninguém esta ferido, e vocês estarão protegidos enquanto eu estiver aqui com vocês.
Os três se animaram um pouquinho. Dessa vez foi Rony quem retirou outro pedaço de pergaminho de uma corujinha que não parava de abrir o bico, provavelmente piando, mas como estava sobre o feitiço que Hermione lançara, não produzia ruído nenhum.
- Olhem só isso! – exclamou Rony, entregando o pergaminho com uma letra garranchada que logo reconheceram como sendo de Hagrid à Hermione, que leu.
- “Como vocês puderam fazer isso? Olhe, eu não quero ver vocês se arriscando assim de novo, entenderam? Estamos todos muito preocupados com vocês, especialmente com você Harry, você sabe do perigo que correu saindo da casa de seus tios desse jeito. Não saiam daí pra nada, estarei indo aí assim que eu me curar de uma queimadura produzida por um explosivim. Entenderam não saia daí. Rúbeo Hagrid”. – Nossa... – disse Hermione com uma voz tão fraca que dava dó. – Fizemos a coisa errada saindo de lá, até o Hagrid esta dando bronca na gente.
Harry pegou a carta de Hagrid e leu também, mas reparou em uma coisa que nenhum dos dois tinha visto.
- Vocês reparam que a carta de Hagrid não veio em um envelope de Hogwarts?
- É verdade, mas sei lá Harry, às vezes ele escreveu com pressa e nem deu pra colocá-la em um envelope. – respondeu Rony sem prestar muita atenção no que dizia, enquanto abria uma terceira carta. – Mione são dos seus pais, tome. – Mas Rony não entregou a Hermione e sim para Harry.
- Rony, não era mais fácil entregar direto pra Mione? – disse Harry repassando a carta para Hermione.
- Não Harry, a carta é dos pais de Mione, mas não é pra ela, é pra você. – disse Rony dando atenção para Rony agora.
- Pra mim? – disse Harry meio sem jeito. – bem então...
Harry pegou a carta, abriu-a e leu
“Harry Potter,
Sabemos que você é muito amigo de nossa filha Hermione Granger, e queríamos pedir que você tomasse conta dele por nós. Estamos sabendo que o mundo de vocês está em guerra, por isso peço a você e ao seu amigo também Rony Weasley, que é amigo de nossa filha, que cuidem muito bem dela, ela é a única coisa que nós temos de importante e valioso em nossa vida. Estamos muito grato à você Potter.
Senhor e Sra. Granger.”
- E então Harry? – perguntou Hermione curiosa. – O que os meus pais queriam com você?
- Eles pediram para eu e o Rony tomarmos conta de você, Hermione, e disseram que você é a coisa mais valiosa que eles têm na vida. – respondeu Harry olhando bem fundo nos olhos de Hermione que estava prestes a chorar.
- Jura, você jura que eles disseram isso Harry... – disse Hermione, com duas finas lagrimas descendo por sua face.
Harry entregou a carta à ela, e a observou ler. Um aperto no coração de Harry aconteceu, e ele se sentiu no dever de escrever aos granger, prometendo que Hermione estava bem e que eles tomariam conta dela.
- Aonde você vai, Harry?
- Já volto Rony. – respondeu Harry subindo as escadas e indo em direção ao quarto que ocupava com Rony. Abriu o malão, e pegou pena, tinteiro e pergaminhos, e desceu correndo as escadas, indo para a cozinha, onde avistou uma chorona Hermione sendo abraçada bem forte por um Rony que parecia profundamente atencioso e compreensível.
- Harry, aonde você foi? – perguntou Hermione entregue as lagrimas.
- Fui buscar pena e tinta pra escrever aos seus pais, Hermione, e ah Rony seria bom você também escrever uma carta a eles. – disse Harry entregando uma pena e um pedaço de pergaminho para Rony que acabara de se separar de Hermione.
- Tudo bem cara. – disse Rony pegando o pergaminho e pena que Harry estendia para ele. – Mas seria melhor se a gente terminasse de ler essas outras cartas – disse Rony apontando as corujas que começavam a sujar a mesa.
Harry se sentou e pegou a menorzinha coruja q estava dando pulinhos em sua frente e pegou a carta q estava presa em sua perna esquerda. A corujinha saiu voando enquanto Harry abria o pergaminho.
- Escutem só: “Sabemos que vocês estão bem, e ai, gostaram da arrumação da casa? Ficou realmente boa, não? Só queremos que vocês saibam que vamos dar assistência à vocês se precisarem, receio que não vamos poder nos ver, por enquanto, então use aquele persumágio para podermos nos comunicar. Até mais ver”. – Harry terminou de ler a carta e parecia confuso. – Estranho, não tem assinatura, mas o que é “persuma...” sei lá das quantas?
- Persumágio é aquele pergaminho que aparece frases quando se precisa, lembra Harry? Aquele que trouxe junto o apagueiro e pediu para que entrássemos sem fazer barulho. – respondeu Hermione. – Mas não deixaram nenhum nome ai? Estranho não é, mas deve ser mais que uma pessoa, pois diz como é mesmo, ah, “... sabemos que vocês estão bem...”.quem será que podem ser?
- Não sei, Hermione, e se perguntássemos pra aquele pergaminho com nome estranho que você acabou de falar? – respondeu Rony.
- è, pode ser, mas depois faremos isso, agora vamos terminar, só faltam mais três corujas.
Rony pegou a primeira coruja que passou em sua frente e abriu o pergaminho, e sua face ficou num tom mais vermelho que era possível.
- Rony, aconteceu alguma coisa? Algum problema?
-É... Um... Berrador... Onde eu jogo isso? – perguntou Rony levantando-se e corria pra lá e pra cá sem saber o que fazer.
- Abra-o – insistiu Hermione
- Não, você ta louca? É da minha mãe, e ela vai dar uma bronca na gente.- disse Rony que parecia fora de si. – Hermione destrua isso!
- Não Rony, é melhor abri-lo senão vai explodir... – disse Hermione rapidamente
- já que você não quer, eu faço isso – disse Rony, enfiando a mão no bolso de sua calça e retirando sua varinha. – Reducto!
Imediatamente a carta se rompeu em vários pedaços e caíram no chão. Rony, mais aliviado, sentara-se na mesa novamente.
- Sinceramente Rony, você não deveria ter feito isso. – disse Hermione parecendo a Prof. McGonagall quando fica irritada.
Rony não deu atenção ao que Hermione dizia e pegou mais uma carta, mas quando viu de quem era, jogou para Harry.
- O que acontece com você Rony, ta com medo das cartas? – disse Harry abrindo- a. – ah, já sei o que acontece, é que essa carta é da sua mãe não é Rony? Mas fique tranqüilo, não é mais um berrador, é somente uma carta.
- E o que está escrito? – perguntou Rony, mais feliz um pouquinho.
- “Rony, Hermione e Harry, espero que estejam bem, mas que irresponsabilidade a de vocês, eu vou escrever aos seus pais Hermione e aos seus tios Harry, e você Rony, verá quando eu chegar ai. Estou indo pra ai, amanhã bem cedo já estaremos todos ai, todos que eu digo somos eu Arthur e Gina. Nos veremos em breve. Atenciosamente, Sra. Weasley” – terminou de ler Harry, seu coração deu um grande salto, Harry iria reencontrar Gina, e como seria? Será que eles iriam ficar juntos? Mas não, ele sabia que não podia, Voldemort podia usar Gina para conseguir o que quer que seja.
- Eu não acredito, mamãe virá amanha? O que eu fiz pra merecer isso? – se perguntava Rony que estava aos prantos agora.
- Veja isso Harry. – Harry saiu do transe em que estava e reparou que Hermione acabara de abrir o ultimo pergaminho que faltava. – Leia. - insistiu Hermione
Harry pegou pergaminho e leu em voz alta para que Rony pudesse ouvir.
- “Prezado Sr. Potter, Sr. Weasley e Sra. Granger”,
Por esta venho informar-lhes que a Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts não será aberta neste próximo período letivo, por motivos que podem levar, em alguma circunstancia, perigo aos nossos estudantes. Mas que fique bem ciente de que como o Sr. não terminou o seu sétimo e ultimo ano na escola, o Sr. terá que retornar assim que a mesma reabrir.
Os próximos exames para Aparatação serão realizados no próximo dia primeiro de setembro, no Nível seis do Ministério da Magia, e os Srs.Potter e Weasley poderão participar desses exames, já que até essa data , os dois já terão completado dezessete anos.
Atenciosamente,
Profª. Minerva McGonagall
Diretora da Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts”
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