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Draco preocupava-se cada dia mais. ainda faltava 1 mes para o natal, mas ele já temia ter de ir pra casa. não queria chegar e encontrar como surpresa um monte de comensais e o ritual pronto. não mesmo. tinha que pensar.. quem sabe até lá Dumblemdore convencesse o Ministério de que o perigo era iminente.. quem sabe até lá Voldemort já teria deixado de existir.. quem sabe..
-Ei Draco, você não sabe o que acabamos de ver no banheiro dos monitores... - era Goyle, que quase deitava sobre a mesa da biblioteca para falar com Draco.
"Mas até aqui esses imprestaveis não me dão sossego.." pensou Draco, e com seu melhor olhar de desprezo disse:
-Eu não quero saber Goyle, não me enche. - estava cansado daqueles medíocres. só sabiam cuidar da vida alheia, esqueciam de viver a sua propria vida.. Ele sabia que por muitos anos ele fora quem mais fizera isso. mas agora, repugnava essa ideia.
-Mas o que há com voc... - Crabble ia perguntar, mas Draco se levantou, deixando-os falando sozinho.
Ia saindo da biblioteca apressado, e viu Hermione entrando. Havia nela um olhar estranho. Parecia extremamente irritada, ou entediada. Aliás, a tempos Draco não via a sangue-ruim com seus amiguinhos Grifinórios. E Potter estava muito estranho, insultava-o mais que o normal, mexia com todos, já supervisionara incontáveis detenções dele...
-Quer sair da minha frente?! - Draco acordou de seu devaneio. Percebeu que estava parado na porta da biblioteca encarando Hermione nos olhos, olhos de fúria agora.
-Ah, desculpa, eu... - mas não terminou de falar. Calou-se, e simplesmente saiu pelo corredor.

Hermione cansara-se de ficar a toa. Sem Harry e Ron tudo parecia tão monotono.. mas não se importava. não mesmo. Ia a biblioteca continuar estudando teorias sobre defesa contra a arte das trevas. Ela saira da Armada de Dumblemdore, mas continuara estudando mesmo assim. não precisava deles.
Ao avistar a porta da biblioteca, viu o vulto inconfundivel de Draco, aquela incrivel palidez dele.. e notou que ele a fitava, descaradamente. Esperou que ele dissesse algo, um insulto talvez, como era de costume, mas ele continuou encarando-a. Que deu nele? e resolveu pedir licença para passar. Disse um "com licença", que para ela estava em alto e bom som; esperou e Draco continuou olhando em seus olhos. Pelo jeito não havia escutado.. ou ignorado. PEdiu de novo, dessa vez mais grosseiramente, e dessa vez ele ouvira. e pedira desculpas, (desculpas, olhem só!) pra ela. ela achou estranho, mas não pensou mais sobre isso, concentrou-se para estudar. Além do mais, tinha ronda naquela noite, nas torres.. ia ser uma longa noite.. provavelmente em companhia de algum monitor idiota que ela não aguentava mais ver.

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Draco não sabia porque havia mergulhado em pensamentos ao ver Hermione. sabia que tivera uma idéia. a tempos, vinha observando como hermione lia livros de magia negra na biblioteca. os que eram permitidos, claro. e os que eram permitidos eram fracos, pensou Draco. talvez ela queira algo mais teórico. Mas ninguem que aprende magia negra quer somente a teoria. querem, acima de tudo, a pratica. a essa altura, ela já devia saber muito sobre o assunto. Draco queria testa-la. precisava dela. em todos esses anos, vira-a ajudar Potter a vencer inimigos.. digamos.. malvados. e ela saira-se bem, inclusive no 5° ano, depois de ter ajudado seus amiguinhos a combater Comensais e fora ferida. Ele sabia, essa cicatriz nunca sairia, já vira muitas parecidas. mas ele admitia, ela era boa no que fazia. e faria uma proposta a ela, um acordo de negocios.
agora, iria pra mais uma noite chata, na compania de algum monitor idiota, fazer ronda nas torres: seu lugar predileto. pelo menos para se suicidar, pensou, com um sorriso.

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hermione, subindo as escadas, divisou um vulto perto da amurada. reconheceu-o, já vira aquela cena antes....
-Malfoy. Faz ronda aqui hoje? - disse, cortando o silêncio com uma voz alta.
-Granger... faço sim, por que? - ele não escondeu sua surpresa.
-Oh não... - ela fez uma careta - pode ir saindo se quiser... mas hoje eu faço ronda aqui tambem. - ela esperava a reação dele.
-Ora ora.. - Draco não sabia se reclamava ou não. Era a ocasião perfeita.. - por que iria me retirar Granger?
Ela fez uma interrogação com os olhos. Porque você me odeia, e você tambem não me agrada muito, ela pensou em responder, mas nada disse.
-Afinal, tenho que ter uma conversinha com você... - Disse Draco, por fim.
-Conversa comigo? espero que não venha me perguntar as melhores maneiras de me insultar, Malfoy - ela dizia, muito desacreditada de que seria uma conversa inteligente...
-Essas maneiras, por incrivel que pareça, eu já conheço todas. me cansei delas, é certo.. mas.. não me interessa isso. não mais.. - quero lhe fazer uma proposta.
"não insultar, e depois essa de proposta? o que ele quer afinal?" hermione estava desconfiada, olhou pra trás de si como que vigiando se não vinha ninguem, e aproximou-se o bastante de Draco para conversar-lhe em voz baixa.
-que você quer Malfoy?
-ahn.. como deve saber.. meu pai morreu. - sim, aquilo não era novidade pra ninguem. - e, de acordo com a tradição, eu como ultimo decendente Malfoy devo assumir o lugar de meu pai. Pra isso, portanto, preciso de tornar-me um Comensal. E, resumindo, não estou interessado em ser submisso a alguém, muito menos em ser Comensal e ter aquela marca no braço. corro o risco de voltar pra casa e encontrar um ritual pronto a minha espera. quero que vá passar o natal em minha casa. - fez uma pausa, esperando a expressão de espanto no rosto de Hermione, e a viu, um grande espanto. quando ela abriu a boca, ele fez um sinal com os olhos pedindo que se calasse, e continuou - vejo, ultimamente, que não mais anda com aqueles grifinorios, nem com qualquer outro. está se isolando hein, Granger? percebo os livros que lê tambem.. magia negra avançada, voce pretende?
hermione não se recuperara ainda, mas resolveu responder a isso:
-Sim, em breve.. assim que conseguir os livros da secção proibida.
-Imaginava. Pois comigo, vejo que pode conseguir melhor.. domino a arte das trevas como ninguem nesse colegio, disso voce deve estar à par. e estou disposto a lhe ajudar. tambem andei pensando sobre tudo que voce e seus amiguinhos vieram enfrentando esses anos.. e voce se saiu muito bem, devo meus parabens a voce. mas não é pra isso que estamos aqui. então, aceita ir comigo ate a mansão Malfoy?
hermione pensou um minuto sobre. que acontecera pro seu maior inimigo ir pedir ajuda a ela? está certo, ela tambem ganharia algo com isso. magia negra, era o que precisava no momento. pelo menos assim ficaria a frente da A.D. e o que perderia? nada. como Draco mesmo dissera, ela não tinha quase contatos na escola. ninguem importava mais pra ela. Mas ir com Draco até sua casa? seria estranho, e muito. mas mais estranho era ele não a ter insultado ainda, nem um pouco.
-Aceito, Malfoy. Mesmo sabendo que posso não sair viva de lá.. ou que isso pode ser uma tremenda besteira ou brincadeira... estou disposta a ir. nada mais me importa nem me prende aqui.- e olhou com um olhar desafiador pra ele.
Draco não esperava uma resposta tão rapida. nem sequer pensou que ela aceitaria. mas aceitou.
-Vai sair viva. eu estou garantindo isso. - e olhou pra ela como que num desafio, mas havia algo diferente em seu olhar. - vou fazer minha ronda - e, já ia descendo, quando virou pra trás e disse - obrigado.

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Mas eu só posso estar ficando louca!
quando Draco saira, Hermione ficara pensando no que havia aceitado. era um convite pra morte, ou pro ridiculo. como assim passar algumas semanas na Mansão Malfoy??
ela não acreditava. mas não havia, realmente, o que temer. antes, temia por seus amigos, pelo colégio, por tudo. hoje, nada mais a prendia. então, porque não? o pior que podia acontecer não era alguma tortura, nem uma morte. eram os insultos de Draco. E isso, parecia, estava longe de acontecer...

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Draco sentia-se mais satisfeito agora. hermione podia não prestar pra muita coisa na hora de algum ataque, mas ela sabia demais. isso seria util, muito.
faltavam agora apenas 7 dias. Nas semanas anteriores, ele e hermione pouco crusavam-se na escola. quando se encontravam, cumprimentavam-se por olhares. ninguem devia suspeitar de nada. se falaram uma ou duas vezes nesse tempo, mas simples trocas de palavras. draco havia emprestado a ela um livro mais avançado sobre magia negra. ela devorara-o, pois havia devolvido-o rapidamente. Draco gostou de seu empenho em fazer o melhor..

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