A Sombra do Passado



Dumbledore fez uma pausa na história e fixou os olhos em Harry por um momento, como se estivesse lhe avaliando, ponderando se ele estava conseguindo assimilar a história, quando seus olhos encontraram os do garoto ele obteve a resposta. Se tinha uma coisa que exprimia os sentimentos de Harry melhor que seu rosto eram seus olhos, e neste momento os olhos dele pediam mais, pediam informações.

Dumbledore reclinou-se em sua cadeira e recomeçou de onde havia parado.

- Hogwarts foi aberta com grande sucesso, e em poucos anos o número de alunos matriculados se multiplicou. A escola se tornou um templo de conhecimento e sabedoria. Os nomes dos fundadores que já eram famosos antes passaram a ser idolatrados.

- A escola contava então com cinco casas, a Grifinória dirigida por Godrico, Sonserina dirigida por Salazar, Lufa-Lufa por Helga, Corvinal por Rowena e Hogwarts por Helmon.

- Rapidamente Hogwarts passou a formar bruxos cada vez mais brilhantes, a fama da escola se alastrou entre a comunidade bruxa, fazendo com que cada vez mais os bruxos quisessem enviar seus filhos a ela, muitos se mudaram para casas mais próximas da escola por acreditar que estando mais perto seriam beneficiados pela energia que emanava da escola.

- Nessa época a caça aos bruxos estava atingindo seu ponto crítico.

- Os nervos de muitos bruxos estavam a flor da pele, faltando muito pouco para que atingissem o estado de ebulição. Entre os mais revoltados estava Helmon, ele não estava mais agüentando aquela vida de proscrito, seus conhecimentos estavam no auge, seus poderes se tornaram tão fantásticos que ele poderia facilmente ser confundido com um deus.

- Como um bruxo tão poderoso poderia se submeter ao jugo de seres tão inferiores, se comportando como um rato que se esconde quando sente a presença do gato?

- Não, ele não podia mais suportar aquilo, ele tinha que fazer alguma coisa, e na escuridão das masmorras da escola ele se isolou, e lá começou a planejar, se afastando cada vez mais de seus alunos, a casa Hogwarts tinha um diretor que não mais a dirigia, Godrico assumiu então a função de Helmon, dirigindo duas casas ao mesmo tempo, esperando que o amigo logo fosse voltar a si, mas o tempo passou e Hogwarts continuava em seu exílio preocupando os alunos e os diretores.

- Então numa noite tempestuosa ele finalmente reapareceu. Godrico, Salazar, Helga e Rowena estavam na sala dos professores discutindo assuntos da escola quando Helmon entrou na sala, mas seu aspecto estava tão deturpado que ele em pouco, ou nada, lembrava o bruxo grandioso e imponente de antes.

- Seu rosto estava pálido e abatido, resultado de um longo período sem alimentação e sono, seus olhos tão vivos antes agora estavam apagados e fundos, suas vestes estavam imundas e rotas.

- “Helmon, por Deus, você está bem?” – perguntou Godrico após passar o choque de ver o amigo naquele estado.

- “Onde esteve este tempo todo?” – inquiriu Salazar olhando-o nos olhos fixamente com um ar arrogante.

- “Eu estou bem Godrico, meu amigo, – disse ele numa voz rouca e fraca - não há motivos para se preocuparem.”

- Ele fez uma pausa e voltou seus olhos para Salazar.

- “Mas pelo que vejo meu afastamento parece ter feito nosso amigo da Sonserina esquecer certas coisas, como a boa educação, e o respeito também. Quer usar legilimência em mim Salazar? Em mim? Esqueceu-se de quem ensinou esta arte a você?”

- Os olhos de Helmon passaram de fracos e apagados para um vermelho intenso e ameaçador enquanto ele falava.

- “Esqueceu-se de quem eu sou Salazar, ou de meus poderes? É uma ofensa para mim você pensar que pode ler o mais ínfimo dos meus pensamentos.”

- Helmon começou a avançar em direção a Salazar, mas Helga se colocou entre eles fazendo-o olhar para ela.

- “Calma Helmon, você não está bem, passou muito tempo sozinho, certamente Salazar não pretendia ler sua mente, você está cansado, está interpretando mal as coisas.”

- “Cale-se Helga, – cortou Salazar- não preciso que ninguém me defenda, mesmo porque se estou desconfiado foi pelos motivos que Helmon nos deu.”

- Helmon afastou Helga de sí e continuou a caminhar em direção a Salazar, os olhos faiscando como duas tochas iluminando a noite, apesar de estar tão debilitado era óbvio que o espírito de Helmon não havia perdido nada de sua potência, seu corpo emanava uma aura de poder tão imensa que Salazar recuou diante dele colocando a mão por baixo de suas vestes para pegar sua varinha e se defender do ataque iminente.

- “Helmon, por favor – pediu Rowena- acalme-se, veja como você está fora de si. Nós somos seus amigos, estamos preocupados com você, queremos ajuda-lo, não ataca-lo, por favor.”

“Rowena tem razão Helmon, somos todos seus amigos, e amigos devem ser honestos uns com os outros. Salazar está desconfiado sim, e todos nós estamos, afinal você nos abandonou, você abandonou seus alunos. Você não nos deu uma explicação para isso, é natural que estejamos apreensivos.” – argumentou Godrico com a mão no ombro esquerdo de Hogwarts.

- Helmon parou seu avanço e olhou para Godrico, e quando fez isso parece que ele percebeu o quanto havia se exaltado, dos quatro era de Godrico que Helmon mais gostava por se assemelhar a ele em sua coragem e ousadia, ver o amigo o repreender fez com que ele se acalmasse.

- “Eu sei disso Godrico, - desabafou ele- peço desculpas a vocês meus amigos, passei tempos terríveis e angustiantes ultimamente, quase não descansei esse tempo todo, agí de maneira errada e se não dei explicações a vocês para meu afastamento antes, eu as darei agora.”

- “Vocês sabem da situação em que nosso povo se encontra, das humilhações e perseguições que temos sofrido, abandonando nossas casas como fugitivos. Por muito tempo nós estamos suportando este fardo, mas não mais.”

- “O meu afastamento foi necessário para que eu pudesse empreender uma busca para encontrar uma solução definitiva para acabar com esta situação hedionda que passamos, e hoje eu finalmente a encontrei, após tanto tempo de isolamento e esforços eu encontrei a resposta,e aqui estou para revela-la a vocês.”

- Os quatro amigos estavam em silêncio observando Helmon, avaliando seu comportamento, tentando descobrir o que ele iria lhes dizer, algo em sua voz os estava encomodando, deixando-os receosos.

- “Fale então Helmon, nós o escutaremos. – disse Godrico – Que solução é esta que você encontrou?”

- “Godrico, Godrico, meu amigo..., não está claro pra você?” – perguntou Helmon com uma voz insana.

- “Não Helmon, diga-nos por favor.”

- “É simples meus amigos, eu descobri como acabar com essa guerra.”

- “Vocês não percebem? Esta guerra foi iniciada pelos trouxas, nós nunca os atacamos, o único lado que quer continuar com esta batalha é o lado deles, e não acredito que eles vão desistir antes de queimar vivo o último bruxo do mundo, mesmo que leve séculos para isso.”

- "Portanto só nos resta uma alternativa, uma única saída, exterminar a raça trouxa do mundo. E depois de tanta pesquisa eu finalmente criei um feitiço capaz de fazer isso. E hoje eu expurgarei esta maldita espécie do planeta."

- O silêncio caiu pesadamente na sala, os raios riscavam a noite.

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