Problemas a Vista
Harry, Rony e Hermione foram os últimos a entrarem no salão principal do castelo e foram sentar juntos na mesa da Grifinória.
O salão como sempre estava lotado pelos alunos das quatro casas, e ao fundo do salão estava colocada a mesa dos professores.
Harry notou que a professora Macgonagall, não estava presente nem o diretor Alvo Dumbledore, o que era estranho pois geralmente ele sempre estava presente para ver a seleção dos novos alunos, Harry então viu a professora Macgonagall entrando no salão por uma porta lateral trazendo um banquinho de três pernas e um chapéu muito velho e carcomido, o famoso chapéu seletor, que proclamava a qual casa os estudantes novos ingressariam.
Assim que a professora colocou o banquinho e o chapéu em seu local determinado, outra porta se abriu no salão, atrás da mesa dos professores, e o diretor Dumbledore adentrou por ela e foi sentar-se em sua cadeira no meio da mesa.
De longe era difícil afirmar com certeza, mas Harry teve a impressão de que Dumbledore estava abatido, seus olhos pareciam muito cansados por trás dos oclinhos de meia lua como se ele tivesse passado muitas noites em claro, e seu andar estava mais lento do que o normal.
- Sejam bem-vindos alunos de Hogwarts, - disse o diretor começando seu discurso de início de ano – os antigos e os novos.
– Este ano daremos continuidade aos seus ensinamentos, e desejamos sinceramente que todos possamos ter um bom ano, mais uma vez sejam bem-vindos. E agora vamos começar a cerimônia da seleção das casas dos novos alunos.
– Alunos do primeiro ano, formem fila no centro do corredor, - instruiu a professora Macgonagall – ao ouvirem seus nomes venham aqui pra frente e sentem-se no banco.
– Caramba, quantos alunos novos. – comentou Rony.
– É mesmo, parece que a cada ano aumenta o número de novos alunos. – juntou Hermione – O nosso primeiro ano não tinha tanta gente assim, não é Harry?
– Ei! Harry, acorda!
– O que? Que foi?
– A gente que pergunta, você ficou aí paradão com os olhos perdidos desde que o Dumbledore entrou no salão, ta acontecendo alguma coisa? – perguntou Rony.
– Bom, é que eu estava notando o diretor Dumbledore, parece que ele ta meio mau, sei lá, meio diferente, vocês não acham?
– É parece que ele está cansado, provavelmente deve ter tido um dia cheio com os preparativos pra recepção. – argumentou Hermione.
– Ou ocupado tentando combater o que quer que seja do que Dobby falou. – ponderou Harry.
– Ah, dá um tempo Harry, você ta levando esse assunto a sério demais, – atalhou Rony – vai ver o Dumbledore ta assim só por que não dormiu direito ou sei lá. Eu acho que você devia tentar relaxar um pouco, a gente ainda não teve nem a primeira aula e você já ta enchendo a sua cabeça de coisas.
– É... acho que você ta certo Rony. – concluiu Harry.
De repente o velho chapéu que estava sobre o banco começou a se mexer lentamente e uma dobra se formou logo acima da sua aba, parecendo uma boca, então ele se moveu novamente, como se estivesse observando todos os alunos presentes virando de um lado ao outro do salão, e uma voz grave soou dele como um cântico.
– Aqui em Hogwarts muitos alunos eu vi entrar.
– E minha tarefa é a sua casa determinar.
– Poder, conhecimento e glória muitos vem buscar.
– Mas o caminho é longo e árduo de trilhar.
– Godrico, Rowena, Helga e Salazar fundaram a escola para a sabedoria prosperar.
– E agora veremos a qual deles vocês irão se juntar.
– Credo, esse chapéu ta cada vez mais maluco. – resmungou Rony para os dois.
E assim começou a cerimônia, com a professora chamando os alunos novos.
A maioria dos novatos iam temerosos quando ouviam seus nomes, preocupados em como seria colocar um chapéu falante na cabeça.
Harry sorriu ao se lembrar que ele teve a mesma reação quando fez este caminho pela primeira vez.
Ao terminar a seleção o diretor Dumbledore se levantou novamente de sua cadeira e se dirigiu aos alunos.
- Muito bem, parabéns a todos, meus parabéns. Agora que todos já foram informados sobre suas casas eu tenho alguns avisos de início de ano para dar, se vocês me permitem. – os alunos cessaram suas comemorações e sentaram-se para ouvir o diretor.
- Fiquem sabendo que a Floresta do castelo é terminantemente proibida aos alunos do primeiro ano.
- Nenhum aluno deve caminhar dentro ou fora do castelo depois do anoitecer sem a companhia de um professor.
- Ah sim, o nosso zelador, o senhor Filch, me pediu para lhes informar que todo material explosivo ou suspeito trazido de fora da escola serão confiscados, e os alunos que tentarem transgredir esta regra serão duramente castigados, não é isso Argo?
O velho e maltrapilho Argo Filch concordou com a cabeça com a cara fechada olhando para os alunos, especialmente para Fred e Jorge Weasley que acenaram maliciosamente para ele.
- E agora o último aviso, - ele fez uma pausa e Harry pode perceber que o diretor estava escolhendo as palavras que diria e tentando não demonstrar a sua preocupação – este ano algumas coisas diferentes do normal podem acontecer na escola, por isso não tenham medo se virem algo estranho, não há motivo para preocupação, apenas relatem o que virem a um professor.
- Se algum de vocês avistar qualquer pessoa estranha com uniforme diferente das casas ou alguma sala que vocês não conheçam procurem imediatamente um professor. Sob nenhuma circunstância falem ou tenham qualquer contato com essas pessoas e salas.
- É completamente possível que vocês venham a ver pessoas e salas aparecendo e desaparecendo dentro e fora do castelo, caso isso aconteça sigam as instruções e procurem um professor.
- Se todos seguirmos estas regras tenho certeza que teremos um excelente ano.
- Mas agora chega de avisos e caras de preocupação, - disse Dumbledore desfazendo seu tom sério e voltando a sorrir amavelmente para os alunos – imagino que vocês estejam cansados e famintos depois de todo esse falatório, eu certamente estou.
- Que comece o banquete, e bom apetite a todos.
O diretor sorriu novamente, bateu palmas e uma quantidade imensa de comida de todos os tipos se materializaram nas bandejas de prata que estavam sobre as mesas.
- Viram? Eu sabia que tinha visto aquele outro símbolo no brasão da escola.– disse Harry.
- É, isto com certeza explica o que você viu. – afirmou Hermione.
- Hum... maix, enfão o esto da hisfória do Obby defe ser verdade. – disse Rony com a boca cheia de costeleta de porco com farofa.
- Parece que sim, mas agora falta a gente saber exatamente do que ele tava falando.– analisou Harry, começando a se servir de salsichões, arroz e salada.
- Tenho a impressão que você logo vai descobrir, o diretor não para de olhar pra você Harry.- falou Hermione cortando um pedaço de torta de abóbora.
Harry olhou para a mesa dos professores e viu que Dumbledore o olhava fixamente, como se estivesse lendo seus pensamentos.
Após todos terem saciado a fome, alguns inclusive repetindo o prato várias vezes como Rony, o diretor levantou de sua cadeira, bateu palmas novamente e toda comida sumiu das bandejas instantaneamente como haviam surgido.
- Agora que estamos todos bem alimentados sugiro que os monitores das casas organizem os alunos e os conduzam aos seus dormitórios, com certeza precisamos ter uma boa noite de sono para fazermos a digestão deste fabuloso banquete e nos prepararmos para o início das aulas amanhã. – disse ele.
Os monitores começaram a organizar os alunos de suas casas, Harry, Rony e Hermione já estavam começando a caminhar para os dormitórios da Grifinória com os demais alunos quando viram Dumbledore vindo em sua direção.
- Olá senhor Weasley, espero que tenha apreciado o jantar.– disse ele, olhando amistosamente para Rony que corou na hora e respondeu afirmativamente com a cabeça.
- Ah, senhorita Granger, que bom ver o orgulho dos professores novamente.
- Obrigada senhor. – respondeu ela sorrindo envergonhada.
- Desculpem interrompe-las crianças, mas tenho que ter uma conversa confidencial com Harry por uns minutos, o que quer dizer que vocês logo saberão do que se trata. – disse Dumbledore sorrindo agradavelmente para eles.
- Em breve eu levarei Harry para o dormitório, tenham uma boa noite meus queridos.
Rony e Hermione desejaram boa noite a Harry e ao diretor e foram para os dormitórios.
- Vamos Harry?
- Pra onde senhor?
- Até o meu gabinete Harry.
Logo eles chegaram em frente a estátua de águia que selava a entrada para a sala do diretor.
- Delícias gasosas – disse Dumbledore, e a estátua se moveu, girando e subindo revelando a escada de pedra em caracol que levava a porta de entrada do escritório.
Ao entrar Harry viu todos os objetos estranhos prateados e belos da sala que já conhecia. Nas molduras penduradas nas paredes os rostos dos ex-diretores de Hogwarts dormiam serenamente, e atrás da mesa do diretor, Fawkes, sua fênix de estimação piou mansamente para eles em seu puleiro.
Dumbledore que esteve calado durante todo o trajeto desde que deixaram Rony e Hermione para trás, sentou-se em sua cadeira e disse para Harry educadamente:
- Sente-se Harry, por favor. – o menino sentou-se na cadeira que estava colocada em frente a mesa dele e preparou-se para ouvir o que Dumbledore diria.
- Harry, chegou a hora de você conhecer o maior segredo de Hogwarts, - disse ele extremamente sério olhando Harry nos olhos – chegou a hora de você saber toda a história sobre a Quinta Casa de Hogwarts.
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