Uma Nova Aventura
A comitiva chegou na estação de King’s Kross faltando alguns minutos para a partida do trem que levaria os garotos a Hogwarts.
Harry e Hermione estavam vestindo suas roupas de trouxas para não atraírem muita atenção, os Weasley tentaram fazer o mesmo, mas falharam miseravelmente, principalmente o Sr. Weasley que parecia um outdoor com sua jaqueta verde limão fosforescente e seu boné roxo berrante.
Eles tiveram que disfarçar durante algum tempo entre as plataformas 9 e10, até as pessoas que circulavam por ali chegassem a conclusão que os Weasley deviam ser doidos ou no mínimo daltônicos, e parassem de olhar pra eles de forma desconfiada.
- Agora meninos – disse a Sra. Weasley – apressem-se enquanto ninguém está olhando, Harry e Rony, vocês vão na frente.
Os dois garotos emparelharam seus carrinhos de bagagens e investiram em direção a coluna que dividia a plataforma 9 da 10, e sumiram dentro dela.
- Agora vocês garotas.
Gina e Hermione imitaram os garotos e avançaram também em direção a coluna, desaparecendo dentro dela.
- ÔÔÔuuuu!!!!
- SAI DA FRENTE!!!!!
- RONY, CUIDADO!!!!!!
- PAM!!!!!!
Harry tentava ao máximo não rir da cena, mas não teve jeito, foi obrigado a se dobrar sentindo fortes dores na barriga de tanto gargalhar. Rony e ele haviam acabado de atravessar a coluna quando o ruivo percebeu que seus tênis estavam desamarrados e parou bem em frente a passagem, abaixando-se para reamarrá-los quando as meninas surgiram celeradas atrás dele sem chance de desviarem ou de brecarem os carrinhos a tempo de evitar a colisão, os três se amontoaram no chão.
- Tira o pé da minha cara Rony. – gritou Gina indignada.
- Esse não é o meu pé sua tapada – respondeu Rony enfurecido – e vê se tira a sua mão da minha bunda.
- Imagina se eu ia colocar a minha mão no seu traseiro seu mala.
Hermione corou na hora e retirou disfarçadamente sua mão de onde estava.
- Gente, é melhor vocês saírem logo daí, ainda está faltando o resto do pessoal, lembram? – disse Harry, enxugando as lágrimas que rolavam pelo seu rosto.
Os três se levantaram, e por pouco Fred e Jorge não trombaram com eles provocando um strike. Os gêmeos foram seguidos de perto pelo Sr. E Sra. Weasley.
Assim com todos juntos novamente começou a seção de despedidas, que teve que ser muito abreviada, pois o trem já estava de partida, para desespero da Sra. Weasley que na pressa quase esmagou as costelas dos garotos com seus abraços maternais, e encheu a todos de recomendações que giravam sempre sobre o mesmo assunto – Comportem-se, não se metam em encrencas, tentem não se matar ou explodir nada. Quando chegou sua vez, Rony queria enfiar a cabeça num buraco de tanta vergonha.
- Pára mãe, ou vão me mandar pra creche em vez da escola.– disse ele vermelho como seus cabelos.
O trem deu seu apito de aviso final e todos subiram a bordo procurando vagões para se alojarem durante a viagem.
Fred e Jorge foram para uma cabine com seus colegas do mesmo ano, Harry, Rony e Hermione logo acharam um vagão que estava vago e o ocuparam, e Gina foi para outro vagão com suas amigas também do mesmo ano.
Assim que a porta do vagão fechou e os três terminaram de acomodar suas bagagens e se sentaram Harry os chamou para uma conversa séria.
- Gente, eu preciso contar uma coisa pra vocês, mas tive que esperar até a gente focar sozinhos.
- Prestem atenção, enquanto eu estava na casa dos meus tios esperando pelo Hagrid, aconteceu algo estranho.
- Coisas estranhas pra você já deviam ter se tornado normais Harry – brincou Rony.
- É, eu sei, – ele respondeu meio sem graça – mas é que Dobby apareceu bem na cozinha enquanto eu tomava meu café da manhã hoje de manhã.
- Dobby? No meio da cozinha? Seus tios não viram ele Harry, ou viram? – perguntou Hermione ansiosa ao lado de Rony.
- Não, eles não viram, mas foi por pouco, só tive tempo de mandar ele sumir pro meu quarto e o tio Valter já estava lá na cozinha soltando os cachorros em mim, como sempre.
- Mas o que ele queria lá? – agora foi Rony quem perguntou ansioso.
- Ele disse que foi até lá me dar um aviso.
- Que aviso? – perguntaram os dois juntos, cada vez mais curiosos.
- Ele disse que eu precisava muito voltar pra Hogwarts, o quanto antes. Disse que ouviu uma conversa muito estranha entre os professores...
- Que conversa? – Hermione questionou.
- Ele ouviu os professores conversando sobre alguma coisa muito ruim que está começando a acontecer lá, alguma coisa má.
Rony e Hermione ficaram parados por um tempo, tentando absorver as palavras de Harry.
- Mas por que ele se deu a esse trabalho todo pra te contar isso Harry, correndo o risco de ser visto pelos seus tios? Se alguma coisa séria está acontecendo na escola, com certeza Dumbledore e os professores podem resolver. – argumentou Hermione.
- Bom, - continuou Harry – ele disse, pelo que eu entendi, que a coisa que está acontecendo na escola agora já tinha acontecido antes, e que Dumbledore e os professores estão muito preocupados. Dobby ouviu os professores dizendo que os poderes deles e os de Dumbledore foram inúteis pra enfrentar esse problema, e que só há uma pessoa que pode impedir o fim do castelo. – completou Harry.
- Você quer dizer alguém que tenha mais poderes que Dumbledore e os professores? – começou Rony.
- Parece que sim. – respondeu Harry.
- Mas Harry, isso é impossível, – continuou Rony – quero dizer, todos nós sabemos que Dumbledore é o bruxo mais poderoso do mundo, não é?
- Quem poderia ser essa pessoa? – perguntou Hermione.
- Parece que... sou eu, acho. – respondeu Harry, corando até não poder mais.
- O QUE???!!! – exclamaram os dois juntos novamente.
- Pois é, mas nem me perguntem nada porque eu não faço nem idéia de como pode ser isso. Eu tive a mesma reação que vocês, quando Dobby disse que ouviu isso dos professores também.
Nisso Harry percebeu um vulto espreitando pelo vidro da porta do vagão, e lançou-se de um pulo até ela e a abriu rapidamente, mas já era tarde demais, seja quem for que os estava espionando, foi mais rápido do que ele e sumiu no meio da multidão de alunos que estavam nos corredores fazendo folia e algazarra.
Harry tentou segui-lo deixando Rony e Hermione espantados no vagão, mas logo percebeu que seria inútil, ele não conseguiria passar pela turba de alunos que estavam a sua frente. Ele só podia jurar que tinha visto uma cabeça branca de cabelos loiros esbranquiçados abrindo passagem com muito custo entre os alunos.
Voltando para o vagão e fechando novamente a porta atrás de si ele sentou-se novamente no seu lugar, com uma expressão de desconfiança e raiva no rosto.
- O que foi isso Harry? A gente não entendeu nada, o que deu em você? – perguntou Rony.
- Eu acho que tinha alguém ouvindo nossa conversa pela porta.
- E você viu quem era? – Hermione perguntou.
- Não, o espertinho foi muito rápido e se enfiou no meio da confusão dos alunos nos corredores, não tive como seguir ele, mas tenho quase certeza de que era o Malfoy.
- Isso seria bem típico dele, aquele metido arrogante. – esbravejou Hermione.
- Viu? E você não me deixou lançar um feitiço nele quando tive a chance lá na Floreios. – rosnou Rony para ela.
- Ah, claro, e quem sabe agora você não estaria voltando pra casa com seus pais depois de ter sido expulso da escola, seu cabeça-dura. – replicou Hermione, fazendo Rony se calar, mas sem tirar a expressão de indignação do rosto dele.
- Agora ficou perfeito, – comentou Harry – como se já não tivesse gente suficiente apontando e olhando pra mim nos corredores da escola sem motivo, agora tem tudo pro Draco dar um motivo real pra eles.
- É, pelo jeito esse vai ser outro ano daqueles. Juro que se dessa vez a gente não for morto ou expulso, eu nunca mais vou me meter em confusão de novo. – disse Rony, tentando se conformar.
- Peraí, eu não vou deixar vocês entrarem nessa fria comigo. – Harry disse firmemente.
- E você acha realmente que vai conseguir nos deixar de fora? – finalizou Hermione com um sorriso maroto.
Os três se olharam emocionados e com um sorriso no rosto. Novamente Harry iria enfrentar mais perigos do que ele poderia enfrentar ou esperar, mas novamente ele contaria com a ajuda de seus maravilhosos amigos, e isso aliviava imensamente a angustia que ele sentia dentro de si.
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