Revendo os Amigos



Beco Diagonal, aqui você vai encontrar tudo que você pode imaginar em se tratando de artigos mágicos e afins. Desde uma varinha mágica, até vermes carnívoros, desde caldeirões até amuletos amaldiçoados, até mesmo materiais escolares para magia, e é exatamente em busca disso que Harry Potter está, acompanhado de seu amigo, e as vezes escolta, Hagrid.
- Está com sua lista de materiais aí Harry? – perguntou Hagrid assim que eles ultrapassaram a passagem para o Beco.
- Sim, estou, deixa eu ver... nossa tem bastante coisas.
- Tudo bem, vamos começar pelos livros então,– respondeu Hagrid - vamos até a Floreios e Borrões.
As ruas estavam lotadas de bruxos e bruxas que acompanhavam seus filhos na compra de seus materiais escolares. Se um trouxa pudesse ver toda aquela multidão com seus trajes nada convencionais, certamente pensaria que o carnaval havia começado mais cedo.
Harry e Hagrid, que ia abrindo caminho entre a multidão com seu enorme corpo, finalmente chegaram em frente a Floreios e Borrões, que estava quase tão apinhada de gente quanto a rua lá fora.
- Bom, Harry, acho que vou te deixar aqui até você comprar seus livros e vou dar uma passada no Caldeirão Furado, você sabe, essa loja já está cheia demais sem alguém do meu tamanho lá dentro.
- Ok Hagrid, vejo você daqui a pouco.
Harry entrou na loja, tirou sua lista de materiais do bolso da calça e deu uma olhada nos livros que teria que comprar.
Já tinha pegado quase todos, só faltava um, que estava no topo de uma estante especialmente alta, Harry apanhou uma escada de correr que estava no final do corredor e a levou até a estante onde estava o livro. Ele deixou seus livros novos sobre uma mesinha e começou a subir a escada cuidadosamente, degrau a degrau.
Quando estava quase alcançando o livro, faltando apenas subir mais um degrau, um forte empurrão pôs a escada em movimento sobre suas rodinhas.
Harry tentou a todo custo segurar em alguma das prateleiras das estantes mas não conseguiu, pois a escada tinha ganhado uma velocidade muito alta para que ele pudesse firmar suas mãos nelas.
Não que isso importasse muito agora, pois o fim do corredor estava se aproximando e dava de frente para outra imensa instante abarrotada de livros.
Diante dessa situação Harry fez a única coisa que estava em seu alcance, tentou proteger seu rosto da melhor maneira possível, e então... BAM!
A escada, e Harry agarrado com uma mão nela, e a outra protegendo a cabeça, colidiram desastrosamente na instante de livros.
Harry despencou da escada e foi coberto por uma avalanche de livros que caíram incessantemente em sua cabeça até encobri-lo por completo.
Por um momento ele chegou a agradecer por estar soterrado pelos livros, agora ele podia ouvir muito bem o som de vários pares de pés se juntarem próximos a ele, e depois as vozes dos donos dos pés.
- Que vergonha meu Deus, – ele pensou – bem, ao menos a estante não caiu em cima de mim também, pelo menos assim eu saio daqui como o maior paspalho do mundo, mas saio vivo.
Mas então Harry ouviu uma risada extremamente zombeteira que foi se aproximando, abrindo espaço entre a multidão que tinha se formado a sua volta.
Conforme foi se aproximando o som, Harry ergueu a cabeça até conseguir ficar com os olhos pra fora e pode ver o topo de uma cabeça de cabelos loiros esbranquiçados passando entre o amontoado de gente, até que finalmente conseguiu ver o resto do corpo a quem pertencia aquela cabeça.
- Desculpe Potter, eu sou meio desastrado as vezes, e sem querer acabei esbarrando na sua escada, veja só!
- Malfoy!? – agora Harry não tinha mais certeza se estava agradecido pela estante não tê-lo esmagado.
- Malfoy, eu vou costurar esse sorriso na sua cara com a minha varinha pra ver se você continua achando graça – disse Harry sacando sua varinha da cinta.
- O que é isso? Será que os livros bateram tão forte na sua estúpida cabeça que levaram embora o pouco juízo que tinha nela Potter.? – agora era Draco que empunhava sua varinha também.
- Então vamos, estou esperando a muito tempo por uma chance de acabar com você, seu sangue-ruim metido a herói.
- Mas o que é que está acontecendo aqui?
- Malfoy abaixe logo essa varinha ou você nunca mais vai chegar a ver os portais de Hogwarts, você também Harry – disse Hagrid que chegou em frente aos dois, derrubando no chão metade da multidão enquanto passava.
- Salvo pelo gongo Potter, mas é bom ficar de olhos bem abertos daqui para frente, da próxima vez você pode não ter tanta sorte de algum puxa-saco seu aparecer pra salvar a sua pele. – Draco falou entre os dentes, lançando um olhar de desdém para Hagrid.
- A sorte foi toda sua Malfoy – respondeu Harry, enquanto via Draco se afastando altivamente deles.
- Hagrid, como foi que você chegou aqui tão rápido? Você não estava no Caldeirão Furado? – perguntou Harry se recompondo e recolocando a varinha na sua cinta.
- Ele estava, mas a gente foi correndo chamar ele assim que vimos você e o Draco sacando as varinhas e bancando os valentões. – disse uma garota de cabelos castanhos longos e crespos que estava ao lado de um garoto de cabelos ruivos como fogo e olhava para Harry com censura.
- Rony! Mione! – Harry esqueceu da vergonha que tinha passado, das dores pelo corpo, da raiva que estava sentindo de Draco e correu para abraçar fortemente seus dois amigos que apareceram assim inesperadamente no meio daquela confusão toda.
- Que bom ver vocês, mas como souberam que eu estava aqui, e como souberam onde Hagrid estava?
- A gente cruzou com ele enquanto estava na rua indo pro Caldeirão, ele nos disse que você estaria aqui. – disse Hermione que sorria agora e tinha esquecido o seu ar de repreensão.
- Eu quis ficar e te ajudar a acabar com a raça do Malfoy, mas a Hermione agarrou o meu braço e me arrastou com ela até o Hagrid – completou Rony olhando sem graça para Harry e revoltado com Hermione.
- Oh, é claro, eu devia deixar vocês três se explodirem aqui pra serem expulsos de Hogwarts, francamente. – finalizou ela olhando severamente para Rony.
- Ah, tudo bem gente, ver vocês me faz esquecer da cara sebosa do Malfoy, e de tudo que aconteceu até agora. – disse Harry.
- Muito bem garotos, agora que vocês estão juntos, e milagrosamente inteiros, eu vou tentar terminar a minha caneca de cerveja amanteigada que já deve ter esquentado na no caldeirão. Harry, os pais do Rony vieram com ele, e estão cuidando da Hermione também, o que veio bem a calhar já que eu tenho algumas coisas pra resolver por aqui e partir rapidamente pra escola. Vou pedir que eles o acompanhem no resto das suas compras e o levem até a plataforma nove três quartos. Tentem não explodir nada nem ninguém até chegar a escola, ta bem?
- Tudo bem Hagrid, pode ficar sossegado, a gente te vê na escola. – respondeu Harry.
- Com certeza, e esse ano eu terei muitas surpresas pra vocês nas nossas aulas, acho que vocês vão realmente gostar. Até lá então garotos.
Os três que já conheciam bem o gosto peculiar de Hagrid de achar umas gracinhas animais que poderiam facilmente engolir a sua cabeça, ou explodi-lo em milhões de pedacinhos, olharam uns para os outros e responderam, tentando manter sua aflição o mais dissimulada possível – Até lá Hagrid.
O resto das compras de Harry transcorreram da forma mais agradável e divertida de todas agora que ele tinha se reencontrado com seus inseparáveis companheiros. Os pais de Rony foram muito amáveis com ele, como de costume, e a Sra Weasley demonstrou sua preocupação com a magreza dele, como de costume também, se penalizando por não ter a oportunidade de servi-lo um belo almoço reforçado na Toca.
Tendo terminado suas compras e indo buscar Gina que estava terminando de ajustar seu novo uniforme e Fred e Jorge que estavam olhando os artigos de Quadribol, eles partiram juntos para a estação de King Cross para embarcar no Expresso de Hogwarts.

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